Como já dito anteriormente, no jornal de domingo vinha a notícia de um assalto muito mal planejado por dois jovens rapazes.

 Na verdade, ninguém que tenha lido esse jornal deu muita importância a essa pequena notícia sobre a loja de eletrônicos. O pensamento geral foi: "Esses jovens de hoje..." com um tom pesaroso, ou então: "Nossa, que caras mais incompetentes!" com um riso debochado.

 Mas não passou disto.

 Ninguém deu a mínima. Ninguém, com excessão de duas pessoas.

 No país inteiro, apenas duas pessoas prestaram atenção.

 - O que eles estão fazendo? - Near perguntou a si mesmo. Não havia nenhuma foto, mas aqueles ladrões distraídos não podiam ser outros a não ser os Matt e Mello que ele conhecia.

 O que não deixava de ser estranho, porque os Matt e Mello que ele conhecia nunca fariam um trabalho tão mal-feito desses.

 - Você se lembra daquela morte no presídio de Nottingham? - L perguntou, deixando o jornal de lado.

 - Então eles se infiltraram? - Near mais afirmava do que indagava.

 L concordou com a cabeça.

 Agora sim fazia sentido.

 Há algum tempo já que eles suspeitavam daquele lugar. Apesar de apenas uma morte, de um dos guardas, ter sido noticiada, eles suspeitavam que houvessem muitas outras sem o conhecimento de mais ninguém.

 O problema era que eles também suspeitavam, na verdade tinham certeza, de que os próprios policiais estivessem envolvidos.

 Neste caso L não poderia usar de sua autoridade para investigar.

 Então dois de seus pupilos, Matt e Mello, resolveram agir.

 Ou melhor, Mello resolveu agir e arrastou Matt junto.

 - Eles devem concluir o trabalho em no máximo dois dias - L comentou.

 - Dois dias? Por que dois dias? - Near não entendeu aquela precisão.

 - Porque esse é o tempo máximo que Mello aguenta ficar sem chocolate e Matt sem seus jogos.