Mona Lisa escrita por Alana5012, YagamiMegumi


Capítulo 3
A Inocência de uma Criança


Notas iniciais do capítulo

Legenda
Narração: (Ponto de Vista dos Personagens - 1a Pessoa)
Mudança de POV - Point of view (Ponto de vista): ●๋..●๋
Diálogos: - Então por que? Por que nos fazer lutar? Só não consigo descobrir o propósito.
Poesia: "Itálico"
Lembrança: Negrito



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●๋•..●๋• 

"Pobre da pequena Alice:

Sua inocência as vezes pode ser um grande passo para uma armadilha...

Mas ela não se importava,

A voz serena de Lucifer fazia perfeita qualquer canção

Confortava seu coração.

E o lugar que antes se julgava pacífico

Foi jogado no precipício

Não há mais paraíso, nem divinidade

Agora a mentira corroe a verdade.

Sozinha, no meio da escuridão,

Menina-guerra, Monalisa dona daquela nação

Não pode fazer nada no meio de tanta confusão.

A nova praga que domina a perfeição

Ou a doença que te cega o coração

Tumulto, Lamento, Violência, Multilação

Tentando recorrer para a Paz, a Salvação

O novo mundo começou

Um novo lugar foi criado

Para acumular e guardar os seus pecados

Seja Bem vindo ao Inferno,

Lar de um novo Deus sanguinário...

A doce melodia a fazia feliz,

E era isso que ela sempre quis

Até o escurecer chegar ao paraíso

E tudo deixar de ser tão pacífico...

A Terra era o seu único refúgio de verdade,

O lugar onde conheceu tal amizade.

Miguel estava sempre ocupado,

Tentando ao máximo ignorar esse discreto sentimento.

Já Lucífer estava irritado,

E se redeu a própria tentação, criou os próprios pecados.

Aos poucos, não existia mais paraíso,

Tudo havia deixado de ser tão pacífico

E a Terra era o seu único refúgio de verdade

O lugar onde não se preocupava com a divindade."


Alice

  Lucífer era tão bonito... Tinha uma postura elegante, sua voz grave e suave podia causar temor ou embalar uma gentil canção. Fechava os olhos para ouvir as suas maravilhosas melodias, que eram simplesmente magníficas! Quanta honra poder ficar perto daquele que era o mais adorado entre os anjos. Sem dúvida, infinitos eram os motivos de seus “seguidores” para estarem sempre lhe elogiando e dando presentes. Porém, o único com quem gostava de conversar era Miguel. Sobre este, pouco podia dizer: sempre estava ocupado, raramente trocávamos uma ou outra palavra. Não sei se sempre foi assim, mas ao que parecia, Lucífer ficava muito chateado quando este não aceitava ficar conosco. Eu nunca entendi também, mas acho que era porque não gostava muito de mim na época.

  Apesar de tudo, eu era muito feliz. Isso até meu irmão ir embora, e Papai também desaparecer... E o pior é que nem sei porque! Um dia, Lucífer me pediu para encontrá-lo próximo aos limites do Éden, pois tinha composto uma nova música e não queria que mais ninguém ouvisse além de mim. Me senti tão especial! Enquanto o esperava, fiquei brincando junto às rosas... As flores do Jardim do meu Pai tem um aroma excepcionalmente bom. Então, eu percebi que meu irmão já havia chegado e estava a me observar, em silêncio. Sorri. Levantei-me, sem esquecer-me da rosa que apanhara justo para ele. Corri para abraçá-lo. Porém, acabei tropeçando e caindo no precipício. Em meio a queda, acabei desmaiando. Não me lembro de mais nada; quando acordei, Gabriel me fazia companhia, dizendo que em breve tudo iria terminar. Não o compreendi. 

  Depois, soube que Lucífer tinha partido, assim como Papai o fez tempos depois. Estranhamente, não foram os únicos: muitos de meus irmãos já não se encontravam mais em casa. Miguel ficou responsável por mim. Mesmo o admirando muito, não o tratava da mesma forma como agia com Lucífer: raramente conversávamos abertamente, me mantinha distante, evitava falar muito, pensando que se o fizesse, ele poderia aborrecer-se e também me deixar. Não quero ficar sozinha!

  Aos poucos, fui vendo o Paraíso se tornar corrupto. Às vezes, eu descia a Terra para passear. Encontrava pessoas muito tristes e, mesmo sabendo que não me viam ou ouviam, tentava as animar. Uma vez, encontrei uma moça muito jovem. Ela era tão bonita, tinha um sorriso lindo. Carregava algumas sacolas, com um pouco de dificuldade. Eu queria ajudar, mas, não podia. Um amigo dela apareceu, e se ofereceu para carregá-las. O olhei assustada, vislumbrando a face de um demônio. De vez em quando acontecia de eu encontrar um ou outro possuindo uma pessoa inocente. Gabriel disse-me que eles eram maus - coisa que vim a confirmar, com o passar dos anos. Lembro que cheguei a perguntar à Miguel de onde estas criaturas horrendas haviam surgido, mas ele acabou por ignorar-me. Achei melhor não voltar a insistir. Estava um pouco nervosa, queria avisar a loira sobre o demônio, dizer para se afastar antes que ele a machucasse. Porém, fui tranqüilizada pela presença de um rapaz que chegou logo em seguida, dizendo que não seria necessário, pois ele já acompanhava a moça. Pelo visto, eram velhos conhecidos. Se entendi bem a conversa, eles estudavam na mesma faculdade. Eram amigos à pouco mais de quatro anos e a moça loira se chamava Jéssica. O nome do rapaz que estava possuído era Brad, e o do namorado da moça, Samuel. Estudantes de Direito. Nas sacolas que Jéssica carregava estavam as fantasias do casal, que compareceria à uma festa de Halloween na Universidade mais tarde. Eles se despediriam e partiram. Curiosa, acabei por seguí-los. Fiquei muito surpresa ao notar a presença de muitos, mais muitos outros demônios em suas vidas. Nunca havia visto algo como aquilo: parecia que estes estavam cercando-os, por alguma razão. Depois, percebi que o jovem era um caçador. Gabriel me contava muito sobre os humanos, sentia a falta de suas explicações. Isso porque meu irmão também se fora, sem despedir-se. Com ele eu sabia que poderia perguntar o que quisesse, sem correr o risco deste se aborrecer. Era muito bem-humorado, me fazia rir demasiado. Isso até desaparecer também, por um motivo a mim desconhecido. Porém, após conhecer Sammy Winchester, logo vim a saber a causa do paradeiro repentino daquele que havia se tornado o meu melhor amigo. 

  Não demorou até que conheci também Dean. Foi na mesma noite. Ele estava preocupado com o sumiço repentino do pai e, juntos, saíram à procurá-lo. Pensei que seria mais prudente tentar saber mais sobre o tal Brad. Ele e os outros demônios falavam muito sobre este que chamam de Azazel. A simples menção do nome me deixou ainda mais interessada nos Winchesters: outrora, este fora um querumbim muito próximo de Lucífer, talvez soubesse onde encontrá-lo! Estava contente com a possibilidade de rever meu irmão e, ao mesmo tempo, preocupada: o que teria acontecido? Por que partira?

 Era triste ver no que Azazel se transformara. A face agora deformada; sua real forma despeçada; que houve com suas asas? Antes era tão belo... Como se transformara naquela criatura horrenda? Não importava: desde que ele levasse-me até Lucífer.

  Passei a ajudar os dois irmãos, que pareciam estar envolvidos, de alguma forma, com Azazel e seus demônios. Logo descobri sobre os acontecimentos da noite de 2 de Novembro de 1983. Me aproximei deles, vendo a imagem de um Gabriel no loiro e um Lucífer mais amoroso no caçula. Bobby, sempre zeloso com os “filhos”, me lembrava muito Papai. Como sentia saudades da minha família! Por vezes, pensei em pedir à Miguel que os ajudasse, mas o medo que ele despertava em mim, me fazia desistir da idéia. Não que fosse mau comigo, ao contrário: era sempre muito gentil e educado, mas insistia em continuar afastado. Era como se estivesse apenas cumprindo com uma tarefa lhe imposta. Às vezes, acho que ele me enxergava como um estorvo. Como queria que Lucífer ainda estivesse conosco! 

  Os meses passaram e, aos poucos, ia conhecendo mais sobre os seres sobrenaturais que habitavam a Terra, e aprendendo muito sobre humanos e demônios. Principalmente do que se tratava de Dean e Sam Winchester. Sentia uma grande afeição pelos dois. Realmente, uma pena o que acontecera à família deles. Com a morte de Mary, John tornou-se outra pessoa. Talvez, não fosse sua obsessão por vingança... Os três não tivessem salvo tantas vidas e feito tanta diferença! Eles eram bons. Então, por que sofriam tanto? Não é justo! 

  Devagar, fui compreendendo o estranho interesse de Azazel no caçula dos irmãos. Seu plano insano nos foi revelado na mesma noite em que Dean vendeu sua alma. Sam Winchester, um dos melhores alunos de Stanford, o quase-advogado, líder de um exército de demônios? Impossível! Mais bizarro ainda era pensar no porque disso tudo. Só há um razão para compôr-se uma guarnição: uma guerra estava próxima.

  Tentei impedir de todas as formas a morte do Winchester mais velho: a simples ideia de vê-lo preso no lugar que era proibido até mesmo aos anjos me deixava aterrorizada. Ruby dissera a verdade? Será que os humanos maus ou aqueles que se vendiam transformavam-se mesmo em demônios? Não sabia. Lilith era quem guardava os contratos: foi o que a tal Bella (ou Hebe) disse. Como seria possível? Desde que conhecera os Winchesters, uma série de coincidências esquisitas estava ocorrendo. Lilith era uma belíssima criatura, muito estimada por meu irmão: um ser magnífico. Assim como Azazel, também partira na mesma época em que Lucífer. Saberia ela à respeito do paradeiro deste? Quem sabe. O fato é que Dean realmente morreu, e durante os quatro meses que se seguiriam, tentei encontrar um modo de trazê-lo de volta. Até que ele apareceu e o salvou.

  Quando conheci Castiel, soube que poderia confiar nele. Possuía uma amizade verdadeira com os Winchesters, sobretudo com Dean. Fiquei agradecida, e ao mesmo tempo confusa: como um de meus irmãos tivera permissão de estar nas terras que nos eram proibídas? Pouco hesitante, perguntei certa tarde à Miguel.

  - Onde fica o Inferno?

  - Por que quer saber? - Encarava-me com certa curiosidade.

  - Se quisésse, poderia ir lá, não é? - Ambos ingnorávamos os questionamentos que nos eram feitos. Ainda surpreso, ele respondeu-me.

  - Claro. Sou o Princípe deles, Alice. - Falava se referindo aos outros anjos. Prosseguiu, de forma calma e pausada - Iria ao Inferno, se realmente desejasse. No entanto, não há nada que vala a pena que esteja lá. Nada. - Terminou, fitando o vazio, reflexivo. Queria saber no que estava pensando...

  O retorno de Dean levantou grande burburinho no Céu: todos perguntavam-se sobre o motivo de sua volta. Mas de uma coisa eu estava certa: aquele não era o seu lugar. Quis acreditar tanto quanto ele que Deus lhe dera uma nova oportunidade. Mas a verdade era que algo terrível estava para acontecer: a volta de Lucífer. 

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Notas finais do capítulo

Especialmente pra vc, Lanye, que já conhece a Alice à muito tempo! *--*