Mona Lisa escrita por Alana5012, YagamiMegumi


Capítulo 2
A Queda de um Anjo


Notas iniciais do capítulo

Legenda
Narração: (Ponto de Vista dos Personagens - 1a Pessoa)
Mudança de POV - Point of view (Ponto de vista): ●๋..●๋
Diálogos: - Então por que? Por que nos fazer lutar? Só não consigo descobrir o propósito.
Poesia: "Itálico"
Lembrança: Negrito



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●๋•..●๋• 

"Lucífer não estava satisfeito

Engolia enojado tudo sobre 'o novo bebê'.

Como um ser imperfeito poderia ser tão adorado?

Aquilo tudo já estava o deixando irritado

Não suportava mais aqueles sorrisos inocentes

E aquela voz doce e enjoativa.

Seria apenas um empurrãozinho

E a sua vida seria esquecida;

Afinal, não há nada demais em saborear

Aquilo pelo que você quis pagar...

Por outro lado, alguém se remoía mais do que todos.

Estava tentando se enganar

Mas sua voz, seu cheiro, seus olhos

Deixavam-no sem ar.

Miguel ficou perplexo com a atitude do irmão

Como pôde tentar machucar um ser tão perfeito?

Agora não importava mais,

Lucífer já não podia voltar atrás.

Mas quem disse que ele queria?

O seu mais obcecado desejo tornou-se infernizar a vida da pobre criança

Com palavras mais claras,

Ele ansiava por vingança.

Todos juntaram seus exércitos e guardas

Finalmente:

A guerra estava declarada.

E a recompensa que estava em jogo era valiosa de mais para ser esquecida

Todos focados no prêmio,

E o mesmo era Mona Lisa."


Lucífer

  Sempre fui o mais amado, o favorito do Papai. Isto até ela aparecer de repente e tomar o meu lugar. A sua inocência e ingenuidade por vezes me irritava. O modo como aquela criaturinha repugnante me chamava de “irmão” era de provocar-me cólera. A que se devia sua tremenda ousadia? Eu era a criatura mais perfeita do Paraíso, mais ainda sim, Ele a fez à sua imagem e semelhança. O “novo bebê” à que Gabriel se referia. Afinal, o que ela tinha de tão especial?

  Lembro-me de ter sido chamado por Deus ao Jardim do Éden no final daquela tarde. Além de mim, apenas Miguel, Gabriel e Joshua viam-no em sua total plenitude. Imagine, então, o quanto não fiquei espantado ao notar a presença de um outro ser em sua companhia! Este, por sua vez, me olhava sorrindo, de forma admirada – algo com que já me acostumara, veja, tendo em vista que minha beleza é realmente surpreendente... Serenamente, Papai me apresentou sua mais nova criação. Disse que seria a primeira de muitos outros. Alice, era assim que se chamava. E o pior foi que Ele me encubira da tarefa de cuidar e zelar pela coisa. Isto por ela ser muito frágil, necessitando de proteção. Aceitei, de bom grado, visando fazer a vontade de meu Pai.

  Ela não parava de tagarelar. Estava sempre a me seguir por aí, não tinha um momento a sós se quer! Os dedos quentes percorrendo minhas madeixas, seus constantes abraços e afagos não cessavam-se, isso sem contar as inúmeras vezes que adormeceu em meus braços... Seu toque me causava repulsa!

  Todos os demais habitantes do Paraíso pareciam encantados com ela. Com exceção talvez de Miguel, que evitava sua presença a todo custo. Aquilo estava se tornando ridículo: meu irmão, que antes conversava comigo frequentemente, agora me evitava, procurando manter-se afastado de mim para repudiar a criaturinha... Que absurdo! Não bastava tirar-me o lugar que tinha junto ao Papai, também iria privar-me das companhias que me agradavam? Eu não suportava aquilo. Precisava dar um fim nisso, havia me cansado do sorriso da “Mona Lisa” – esta era a forma como estavam chamando-a, uma vez que, em latim, signifca “alegria”.

  Aconteceu tudo tão depressa: quando dei por mim, já havia atirado Alice de encontro as profundezas daquele precipício. Observava-a caindo, com um enorme sorriso estampado em minha face, que muitos julgariam sádico. Estava acabado! No entanto, uma forte rajada de vento fez-se presente: ouço um ruflar de asas e, antes que pudesse tomar qualquer atitude, Miguel se atirara naquele precipício, e resgatara a garota, que agora encontrava-se incosciente em seus braços. Me lançou um olhar de fúria que nunca havia visto antes e vociferou um ”Como pôde?” Sem esperar minha resposta, desapareceu, levando consigo Alice e me deixando apavorado. O que Deus faria comigo?

  Então, a Guerra teve início: Miguel e seus soldados perseguiram todo o meu Exército, que somava a terça parte de todos os anjos. Eu me recusava a admitir que estava errado, pois não era o caso! Reuni minha guarnição e tentei lutar, porém, fui derrotado e punido, sendo aprisionado no mesmo precipício no qual tentara contra a vida da menina, onde estabeleci o meu próprio reino, conhecido por vós como “Inferno”. Justo eu, cujo nome carrega o significado da luz, ser condenado à passar a Eternidade nas trevas!

  Depois de muito tempo, o esperado dia da vingança chegou, trazendo consigo a chave para minha liberdade: Dean e Sam Winchester, aqueles que romperam o primeiro e o último selo que me mantinham encarcerado, respectivamente. Enfim, livre para conquistar o Éden e finalmente descontar toda a minha ira sobre a coisinha que havia causado-me tantos problemas. Estava pronto para minha ascenção. No entanto, o mesmo rapaz que proporcionou-me a chance de vingança, transformou o gosto doce do prazer do acerto de contas no sabor desagradável da derrota, me trancando novamente, entretanto, desta vez, junto a Miguel. Maldito Dean Winchester, este também irá me pagar... O meu único consolo é saber que, ao menos, a alma de seu irmão, meu receptáculo, Sam Winchester, propíciou-me alguns momentos de lazer enquanto me encontrava aprisionado ao lado do meu, antes, querido irmão. Por que ficou contra mim? O único em quem eu confiava me trair dessa forma, humpft! E pensar que eu implorei por sua ajuda... Nunca fui tão humilhado! Após mil anos de combates e discussões, fomos novamente libertados. Agora, só o que quero é vingança: todos irão pagar, e quando digo todos, quero dizer ela, a minha desgraça.

        ●๋•..●๋•

Miguel

  Seus longos cabelos negros me encantaram. Lábios muito vermelhos, uma tez extremamente alva. O sorriso delicado, a voz melodiosa, absolutamente perfeita. Quando Lucífer chamou Gabriel, Joshua e eu, naquela manhã radiante, jamais imaginaria o que, neste caso quem, ele quisesse nos mostrar. Alice foi uma surpresa demasiada agradável para todos nós. Ela era tão bonita... Recordo-me de ter passado tardes inteiras espiando-a, à distância. Sim, pois, estava certo de que não poderia permanecer em sua presença sem que me perdesse em meio a pensamentos profanos. Por isso procurava mantê-la afastada de mim.

  Meu irmão era mesmo um tolo: estava sempre reclamando da responsabilidade que era ter de ser o protetor dela, tarefa que eu aceitaria com imenso prazer, se não fosse o estado que sua companhia, mesmo que breve, me deixasse. Depois de sua chegada, passei a falar menos com ele. A razão era o fato deste sempre estar acompanhado de Alice. Ficava aflito, apreensivo, ansioso, tê-la tão perto e tão longe...

  Eis que um dia, caminhando perto das fronteiras do Paraíso, vejo Alice, sozinha, brincando. Hesitante, penso em me aproximar. Seria a primeira vez que falaria com ela, à sós. Quanta expectativa! No entanto, me via num parodoxo, confuso sobre a escolha a fazer. Quer dizer, parecia tão certo, mas era tão errado... Antes que pudesse me decidir, vejo-me obrigado a fazê-lo, ao notar, perplexo, a atrocidade que Lucífer cometera: sem qualquer cerimônia, surgira de súbito, a lançando de encontro à terra que nos era desconhecida. Horrorizado, vejo-o sorrir, orgulhoso da barbária que fizera. Desesperado, vôo em sua direção, tentando a todo custo alcançá-la. Acho que nunca senti tanto medo como naquele momento. Não poderia perdê-la, não! Como que por um milagre, a seguro em meus braços e volto ao lugar onde meu irmão, agora visívelmente preocupado, ainda se encontrava. O encaro com cólera, antes de desaparecer. Por que fizera aquilo? Tudo o que consigo fazer é murmurar umas duas palavras e partir desesperado, procurando por meu Pai. Ele saberia do que Lucífer era capaz, meu irmão precisava ser castigado!

  A partir daí, uma Guerra sem precedentes teve início. Obedeci às ordens de meu Pai, punindo meu irmão caçula, que me considera um traidor por não apoiá-lo em seu ato rebelde. Como ficar ao lado de um monstro? Era como eu o enxergava agora. Os séculos se passaram, Lucífer e seus demônios continuaram a tentar contra os seres humanos, a criação da qual Alice foi a primogênita. Agora eu era o seu guardião, finalmente tinha o que queria. Ela era minha, mas ainda sim, não me pertencia. Meu Pai nos abandonara num momento difícil, eu não o culpo. O único responsável era Lucífer! Por culpa dele e daquele maldito orgulho, fui derrotado por meu próprio receptáculo. Tívemos o nosso esperado acerto de contas no Inferno, mal chegamos a nos falar. O tormento da solidão era substituído pelo cansaço dos constantes embates que, aos poucos, nos esgotavam. Feríamos um ao outro, até caírmos, exaustos. Ele se divertia torturando a alma de seu receptáculo. Eu não o impedia. Me limitava a observá-lo em seus momentos de fúria, calado, num canto, pensando nela... Temia por sua segurança agora que eu não estava mais no Céu. Era de minha ciência que alguns dos anjos haviam se tornado corruptos e profanos (assim como Lucífer também tinha consciência de que muitos dos seus não estavam felizes com seu retorno). No entanto, contanto que não me afetasse, nada fazia a respeito. Mas sem mim, tinha certeza que Raphael imporia uma verdadeira ditadura lá em cima, e haveria muitos que se rebelariam. O tempo passava muito vagarosamente no inferno. As horas pareciam anos... Estava perdendo as esperanças, até aquela manhã. Finalmente, meu Pai fora misericordioso para com o filho obediente! Mas, me libertando, Ele também abriu a gaiola para que mais uma vez o próprio Satanás escapasse. Assim como eu, Lucífer partiu, prometendo, enfim, obter sua tão almejada vingança.

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Notas finais do capítulo

Título em homenagem à uma fanfic que gosto muito... rs