Fahrenheit e Absinto escrita por Aleksa


Capítulo 12
Capítulo 12




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Acordou pela manhã sentindo dor por todos os lados, mas estranhamente leve... E sem camisa... De calça aberta... Na casa de Alexis...

- AH~! – agarrou o lençol e puxou-o para si, como se isso modificasse alguma coisa.

O lençol estava impregnado com perfume marcante de Alexis... Calvin Klein...

Olhou ao redor, mas não encontrou ninguém. Levantando foi caçar as peças de sua roupa pela casa, achou sua blusa em cima da mesa da sala, dobrada milimetricamente, com um bilhete sobre ela.

“Absinthe,

Não quis acordá-la quando sai essa manhã. Você parecia cansada.

Antes que você comece a ter uma sincope, nada aconteceu, por muito pouco, mas não aconteceu. Por isso relaxe, se eu tivesse realmente feito algo você não teria acordado antes das três da tarde, saiba disso.

Se quiser ir pra casa, pode pegar o meu carro, a chave está pendurada no porta-chaves ao lado da porta.

                                                       Alexis”

 Um suspiro, tanto de tristeza quanto de alivio...

Ela desce até a garagem e vai pegar o carro.

- Hora de voltar pra casa...

***

- A gente vai sair hoje, vem também?

Liz.

- Talvez seja uma boa ideia.

- Talvez? Desde quando talvez é legal?

- Desde que Emma Cardelian está fazendo as minhas unhas agora, e falando sem parar.

- Não segure o telefone assim! Vai amassar o esmalte! – Emma reclama, interrompendo a falação ininterrupta.

Um suspiro, ela solta o telefone e segura entre a orelha e o ombro.

- Oh... Difícil manter o ânimo.

- É rosa...

- O quão rosa?

- Rosa o bastante pra dar diabetes se você olhar por tempo demais...

- ...Tá...

- Se você deixar na janela num dia de sol você pode ofuscar os viajantes e fazê-los bater o carro.

- Triste...

- Pra mim ou pros viajantes que batem o carro?

- Acho que pros dois...

- Castigo por não ter voltado pra casa ontem.

- Onde você estava.

- Dormindo na casa do costureiro que vocês encararam até eu ficar constrangida.

- Aê menina!

- Não. Eu estava dormindo mesmo... Não aconteceu nada.

Um momento de silêncio na linha.

- QUAL O SEU PROBLEMA, PESSOA?!

***

- Não foi sensato.

- Não venha você me dizer o que é sensato, Luka! - o punho de Alexis atinge o tampo da mesa, que racha, criando uma pequena trinca de um lado a outro da peça de madeira, antes maciça.

Luka o observa sem expressão alguma no rosto, recostando-se a parede acarpetada de sua sala.

O som do música eletrônica pulsava do lado de fora da porta de carvalho espessa. Fazendo o liquido esverdeado brilhante dentro das taças ornamentadas tremer no mesmo ritmo.

Liquido verde que era coberto por uma pequena espátula, onde havia um cubo de açúcar.

Absinto.

O ambiente com iluminação fraca, era invadido por cheiros e sons muito irritantes aos sentidos de Alexis... Nada ajudava a melhorar seu humor.

Alexis jogou o peso do corpo sobre uma das cadeiras de acrílico vermelho, massageando as têmporas, respirando fundo.

- Terminou? – Luka pergunta, puxando uma cadeira e sentando.

- Terminei. – ele suspira.

- Ótimo. Agora esqueça isso e diga o que pretende fazer quanto a guerra.

- Quantos já chegaram na casa.

- Cinco, o sexto chega hoje.

- Excelente. Vamos até lá hoje.

- Devo levar alguma coisa?

- Traga duas ou três humanas, viagens longas são desgastantes.

As humanas que cercavam a aposento observavam os dois com olhos vagos e enevoados, prontas para a qualquer momento cederem sangue aos seus mestre e senhores.

- Sacrifícios ou só familiares?

- Se prepare pra pior das hipóteses.

- Certo.

- Leve duas ou três garrafas de Absinto também.

- Claro.

Alexis levanta, cruzando a sala enfumaçada e barulhenta, seus tímpanos pulsando doloridos com a música alta.

O tapete felpudo fazia carinho na sola de suas botas, ele se recosta a janela, tentando aliviar um pouco o desconforto que o ambiente estava lhe causando.

- Mestre Luka? – uma deles perguntas, com uma voz adocicada e ronronada.

- Sim, querida?

- Nós seremos necessárias?

- Só três de vocês, meu bem.

- Oh, eu posso ir? – seus olhos se iluminaram como os de uma criança pequena.

- Vou pensar, querida. Escolherei hoje mais tarde.

- Sim mestre. – ela acenou animada.

Pareciam estar indo para um passeio, não para uma possível morte.

Alexis estava recostado a janela, esfriando sua mente no vidro gelado.

Era um dia muito frio, eram três horas da tarde e estava uma ventania que cortava a alma, mas os vidros eram negros e espelhados, quase não era possível enxergar nada do lado de fora.

- Alexis. – Luka chama.

- Hum? – ele não desencosta a testa do vidro frio.

- Vá pra casa e durma até dar o horário, passarei lá e te acordarei quando der o horário.

- Certo. – um suspiro cansado.

Um coro de vozes femininas se despediu de Alexis quando ele se aproximou da maçaneta.

- Boa-noite mestre Alexis.

Alexis parou com a mão na maçaneta e virou seu olhar a Luka, com a sobrancelha arqueada.

Luka simplesmente lhe respondeu com um sorrisinho.

E então ele partiu.

***

Absinthe saía com suas amigas, rindo e falando alto, eram as pessoas mais barulhentas dentro do museu, e também as mais novas.

Elas caminhavam pelo ambiente olhando as estátuas de cera, falando alto e rindo, até o segurança chegar e fazer:

- Shh!

Saindo, já estava quase escuro, elas caminhavam pela rua, quando Absinthe enfiou a mão no bolso e notou que estava sem a carteira.

Pensando bem, ela não se lembra de ter saído com ela de casa... Então... Onde está?

Revendo mentalmente os últimos dias... Pelos menos as partes que ela conseguia lembrar, ela percebe que tirou a carteira do bolso para experimentar vestidos na casa da família de Alexis.

Bem, ela tinha o carro e conseguia lembrar o caminho, e, pelo que ela conseguia lembrar, a porta não ficava trancada...

Sem problemas, ela ia entrar, pegar a carteira e sair.

- Até logo meninas, a gente marca pra sair semana que vem, certo?

- Isso se você não tiver esquecido a gente, casado com o costureiro e fugido pra algum lugar onde o casamento com menores seja legalizado. – Lennie riu.

Elas se despediram e seguiram seus caminhos.

Os passos de Absinthe soavam leves no concreto, ao alcançar o carro preto, ela escorrega no banco de couro e liga o motor que ruge como uma fera enjaulada, tinha que devolver aquele a Alexis de uma vez, antes que a prendessem por roubo.

Estava decidida a passar na casa dele depois que saísse de lá.

O caminho foi tranquilo, apesar do frio cortante que fazia do lado de fora, e de ela esporadicamente perder toda noção de onde exatamente ela estava.

Parada na porta do enorme edifício de pedra enforcado por roseiras, ela parou o carro num solavanco, não acostumada com tanta potencia num motor.

Entrou silenciosamente, encolhendo-se com a ventania gelada, movendo-se nas pontas dos pés. Sentia-se uma ladra... Terrível.

- E você é? – perguntou alguém, parado no meio da escuridão.

- Ah~! – ela tropeçou e caiu no sofá, o sofá por sua vez caiu pra trás.

O homem alto, com cabelos negros como a noite permanecia parado a sua frente, olhando-a no chão, sem muito interesse.

Ela pôs-se de pé e tentou o máximo que pode parecer o menos ridícula possível.

- Absinthe. – ela limpou a garganta. – Absinthe Cardelian.

Ela contemplou os olhos prateados e frios como gelo, mais frio que o ambiente do lado de fora da casa.

O rapaz reclinou a cabeça para o lado.

- Como chegou aqui? Meu irmão a mandou?

- Quem? Alexis? – ela supôs.

- Ele deixa que você o trate pelo primeiro nome? – ele parecia curioso, analisando-a de cima a baixo.

- Erm... Acho que sim...

Ela não gostou dos olhos dele, eram frios e analíticos.

- Lud? – outro se aproximou. – O que você está-... Quem é essa? – ele pergunta, analisando-a de cima a baixo.

Esse era um pouco mais baixo que o outro, mas bem pouco, tinha olhos prateados também, e o cabelo castanho e lindamente ondulado, em mechas desorganizadas que se espalhavam por todo o seu rosto perfeito e harmonioso.

- Ciao. – ele sorriu, os caninos brancos brilhando sob os lábios, um sorriso mortal, gélido. – Você é amiga de mio fratello? – ele tinha um sotaque italiano muito forte.

- Eu acho que sim...

- Io me chamo Giovanni Nightingale Devareux, sou... Como se diz? Irmão de Alexis e Luka.

- Ah...

- Você é Absinthe?

- Sou sim.

- Oh, entendo...

Luka irrompe na casa.

- O que você faz aqui? – ele falava com Absinthe e a observava com um olhar inquisitivo.

- Esqueci minha carteira e-

- Luka? – o rapaz alto parece perguntar algo a Luka com os olhos.

Luka acena negativamente com a cabeça, e então o homem deixa a sala sem dizer mais nada.

Giovanni estava sentado em uma das mesas de carvalho escovado, rodando a pequena corrente que ficava pendurada em sua calça.

- Giovanni... – Luka tinha um ar de aviso

- Oh, desculpe. É o sangue quente latino. – um sorrisinho se forma em seu rosto. – E falando em sangue quente...

- Não mexa no que não eu seu Giovanni.

- Ah, você é tão chato fratello... – ele cruza os braços, parecendo contrariado.

- Onde estão os outros três?

- Na sala.

- Absinthe, talvez você devesse partir agora.

- Mas...

- Eu entrego a carteira a você depois, mas agora, é prudente que você deixe essa casa.

Um arrepio gelado desce a espinha de Absinthe com o tom de voz de alerta que Luka lhe dirigia.

Ela pega a chave do carro e sai pela porta da frente, correndo pra dentro do carro, sentindo o vento frio cortar seu rosto.

Luka a observa partir, com uma expressão preocupada.

Giovanni acompanha o carro com os olhos, e um sorrisinho frio.


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Notas finais do capítulo

Olá Olá publico leitor o/ou devo dizer: Privet ^w^Bem, de ante mão eu aviso: o próximo capítulo será o mais emocionante até agora :DFikem emocionalmente preparadas, mas ates desse, o que acharam do de hoje?