-Tomara que Dumbledore não demore no discurso – falou Sirius colocando a mão no estômago – Eu tô morrendo de fome – eu olhei pra Sirius séria, ele sorriu marotamente.

            -Ok Six, eu vou fingir que você não estava até agora devorando sapos de chocolate – eu comentei e ele deu ombros, se bem que eu também estava com fome.

            O diretor Dumbledore, fez seu discurso normalmente, foram selecionados os novatos, todo mundo aplaudia entusiasmado quando vinha gente pra grifinória, e depois, do que pareceu um século, o banquete deu início.

            Estavam deliciosas as comidas, e tudo estava maravilhoso. Os Marotos pareciam estar combinando alguma coisa, mas eu não prestei atenção, eu estava conversando com Anna Vermont, uma grande amiga minha. Ela estava contando cada detalhe das suas férias, e eu fingia estar prestando atenção enquanto comia, e ria das expressões de Sirius pra mim.

            -E foi isso, foi tudo tão perfeito – terminou Anna depois de seu discurso interminável – E as suas férias como foram? – ela perguntou pra mim, me acordando e chamando a minha atenção pra ela, eu sorri e dei ombros.

            -Foram boas – eu menti e sorri normalmente, ela sorriu, e assim que viu um menino da corvinal, foi falar com ele, eu dei graças a Deus, e avistei Sirius, notei que Lupin não estava com eles.

            -Cadê o Remus? – eu perguntei pra Sirius, que me abraçou, e bufou estressado, James também parecia confuso – O que aconteceu?

            -Ele virou monitor – falou James parecendo indignado – Mas nos fizemos tudo certo, pegamos mais detenções do que qualquer outro aluno, quebramos milhares de regras, não é possível! – ele falava confuso, e eu comecei a rir. Mas Remus estava o tempo todo conosco no trem. Acho que ele estava tão surpreso quanto Six e Jay.

            -E ele ainda faltou a reunião dos monitores no trem – falou Sirius – Pelas cuecas floridas de Merlin, Dumbledore deve ter mer... – eu o olhei malignamente, ele não iria xingar Dumbledore, ia? – Correção, Dumbledore realmente é um velho louco, mas incrivelmente poderoso.

            -Vocês dois querem parar com isso, se Remus é um monitor deixa ele ser, mas façam que ele seja um monitor no melhor estilo Maroto – eu falei piscando, e indo pro salão comunal da grifinória deixando eles me olhando com sorrisos marotos nos lábios, como se eu tivesse tido uma ideia brilhante.

            -Ei, ei Dani – eu ouvi Remus me chamar, ele estava cercado de pirralhos do primeiro ano, e me olhava em súplica. Eu o olhei e sorri, fui até onde ele estava, me esquivando dos calouros. Remus sorriu a me ver.

            -A ê Monitor? O que você quer? – eu perguntei o olhando, e ele apontou pro pessoal de onze anos, que olhava pra Lupin encatados.

            -Me ajuda, eles não param quietos, e não calam a boca – ele falou olhando pra mim com carinha de cachorro abandonado, eu sorri pra ele e pisquei.

            -Ei crianças – eu gritei usando a minha voz de respeito, eles ficaram quietos e me olharam – Vocês vão ter um ano inteiro pra conhecer o castelo, e vão ter sete anos esse castelo como lar, então preste atenção. Hoje é a primeira noite de vocês aqui, e vocês precisam saber onde é o dormitório da Grifinória. O titio Lupin vai levar vocês até lá, prestem atenção na senha, e no caminho – eu falei e bati de levinho nas costas de Lupin, que me olhava bravo por causa do “titio” – Vai lá Tio Lupin – falei brincando com ele, e dando um passo atrás.

            -Me sigam crianças, e prestem atenção – ele falou, e todos ficaram olhando pra ele fascinados, e fazendo perguntas, chamando ele de titio, por favor, cada dia que passava aquelas crianças ficavam cada vez mais infantis. Ou cada vez mais gozadoras.

            -A senha é Dragão Vermelho – Lupin falou assim que chegamos no retrato da mulher gorda, e as crianças subiram pro seu dormitório, ele teve que responder milhares de perguntas, e até eu tinha me cansado.

            Jay, Six e Peter estavam jogados nos sofás  e estavam rindo de alguma coisa. Six estava brincando com a varinha, fingindo ser baqueta de bateria, Jay brincava com o pomo de ouro, e Peter estava comendo alguma coisa.

            -Essas crianças estão cada vez  mais endiabradas – falou Remus se jogando em outro dos sofás – E a tua irmã não ajuda em nada Sirius! – reclamou ele olhando pra mim, eu pisquei fingindo inocência – Como você conseguiu controlar aquelas crianças?

            -Do mesmo jeito que eu obrigava o Sirius e o Rég a fazerem as coisas pra mim até os meus onze anos – eu falei sentando em outro dos sofás, e rindo junto com os Marotos.

            -A por favor, eu fazia as coisas porque você é aminha irmãzinha mais nova – falou Sirius tentando se defender e eu revirei os olhos e mostrei a língua.

            -Não precisa jogar na cara que eu sou mais nova que você por alguns minutos, tá Sirius? – foi a vez dele revirar os olhos. Eu bocejei e olhei pros Maroto, quanto tempo será que eu teria que esperar?

            Esqueci de contar, é que ano passado, eu aprendi a me transformar em uma animaga, certo que eu ainda não sou registrada no ministério da magia. E nem pretendo me registrar, mas mesmo assim, eu me transformo em uma enorme loba negra de olhos azuis. Ninguém precisava ficar sabendo, mas eu queria dar uma volta em Hogwarts, e por isso eu teria que escapar dali, e me transformar.

            Eu sei, é errado, mas fazia dois meses que eu não estava na escola, eu tinha que aproveitar o primeiro dia, antes de ter que estudar pros NOMs e coisas assim.

            Eu e os Marotos ficamos conversando por um tempo, e então, eles finalmente, subiram pra dormir, e eu fingi que subi, e depois desci. Consegui passar despercebida até os jardins da escola, e me transformei em loba.

            Eu saí correndo pelos terrenos do colégio, respirando ar frio da noite, e aproveitando cada segundo como loba. Voltei rápido pro dormitório, já em forma de humana, coloquei um pijama, e praticamente desmaiei na cama.