Karma. escrita por Alien


Capítulo 8
Capítulo 8




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 Os dias passaram como um filme em câmera lenta. Frank não conversava mais comigo como antes, apenas era bastante educado, murmurando seu "Bom Dia" e "Boa Tarde" sempre que me via.
 Eu tinha certeza de que seria assim. Ninguém quer ser amigo de uma pessoa estranha, não é?
  Ao término da aula de Engenharia, juntei minhas coisas e caminhei em direção aos dormitórios. Havia achado estranho o fato de não ter visto Frank pelos corredores, como era de seu costume. Apenas continuei andando.
 Estava trancando o quarto por dentro, quando ouço um barulho. Me virei imediatamente, e fiquei surpresa e assustada com quem vi ali, parado na minha frente. Frank estava segurando o diário da minha avó em uma mão e a carta que ela havia escrito em outra. Não conseguimos proferir palavra alguma. Eu, por decepção e ele, por constrangimento.
 - Então é isso. Essa mulher é sua avó, não é? - disse ele, erguendo a mão que segurava a carta.
 - Sim. - respondi, engolindo em seco. - O que faz aqui? Não lhe dei permissão para mexer nas minhas coisas.
 Frank sorriu. Não era um sorriso feliz e sim, nervoso. Lágrimas ameaçaram sair dos meu olhos quando rapidamente, me apressei em limpá-las.
 - Então, você também é bruxa. Por isso aquelas coisas estavam dentro da sua bolsa?
 Cada vez que ele falava algo, seu tom de voz aumentava, como se sua raiva fizesse o mesmo.
 - Não sou bruxa, Frank. E também não sei como aquilo foi parar dentro da minha bolsa. Agora, se você possuir um pouco de consideração, vá embora.
 Mas Frank sequer saiu do lugar, apenas permaneceu parado, me fitando.
 - Não saio daqui até você me explicar o que está havendo. Querendo ou não, ainda sou seu amigo e não vou deixar que algo ruim aconteça com você. - disse ele, com os olhos marejados.

 Fiquei surpresa ao ouvir tal declaração, pois achava que ele estava mais do que irado comigo.
  Deixei que minhas pernas me guiassem até a beirada da cama e desabei, com o corpo e a mente pesados.
 - Estou sendo perseguida desde que fui à casa da minha avó, onde peguei esses livros. - expliquei, apontando para os volumes espalhados no chão. - Parece que são integrantes de uma seita que minha avó fazia parte. Como ela havia se rebelado contra o grupo, eles a caçaram e mataram. E agora querem fazer o mesmo comigo. - resumi a história, suspirando no fim da frase.
 Frank assentiu levemente com a cabeça, refletindo sobre o que eu havia acabado de falar. Não esperava que ele entendesse de imediato, algo que nem eu mesma conseguia fazer.
 Depois de alguns minutos, ele disse: - Então quer dizer que alguém do grupo colocou aqueles sachês estranhos na sua bolsa? Charlotte, se você me disser tudo vou entender melhor, juro.
 Respirei fundo e percebi que aquela conversa duraria a tarde inteira.  Sentei em cima das minhas pernas dobradas, começando a explicar tudo, desde o início, agradecendo do fundo do meu coração a oportunidade de conhecer um amigo como Frank, que não valorizava minha aparência, mas sim, a nossa amizade.


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Notas finais do capítulo

O capítulo 8 foi mais centrado na descoberta do segredo de Charlotte por Frank, por isso, foi curtinho.
Próximo capítulo saindo em breve. Não esqueça de deixar sua opinião por meio do review!



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