Suicídio escrita por maribocorny


Capítulo 13
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

- ressaca ou táxi -



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O rosto de Rube descansava delicadamente sobre uma panqueca, sujo de mel.

- Rube? - Leah sacudiu o ombro do jovem. - Rube?

Movida por algum instinto desconhecido, Leah checou o pulso e a respiração de Rube. Normais, o que significava que ele só podia estar desmaiado. Era o que ela esperava.

- Rube! Acorda, Rube! - Ela o sacudiu com mais força, sem resultados. Tudo que aconteceu foi o rosto do rapaz sair do prato e fazer com que ele escorresse pelo banco, ficando deitado. - Rube!

Uma das garçonetes se aproximou, carregando uma jarra de café e usando um avental manchado. Ela tinha um ar cansado, olheiras sob os olhos e o cabelo desarrumado.

- E-eu nã-não sei o que deu nele. - Leah disse, tentando erguer Rube.

- Aqui não é lugar pra curar ressaca, moça. - A mulher foi ríspida.

- Ressaca? - Leah revezou o olhar entre Rube e a garçonete. O que estava acontecendo?

- Eu vou ter que pedir para vocês se retirarem. - A mulher falou, tirando o prato de panquecas amassadas da mesa. Rube gemeu, se revirando no banco. - E eu não peço duas vezes. Tenho outros clientes pra atender e não posso ficar me perguntando se esse garoto vai ou não vomitar na mesa ou impregnar o lugar com o cheiro de vodka ou sei lá o que que vocês tomaram. Só vão embora.

Leah olhou ao redor. O sol já havia nascido, mas ainda havia aquela aura de madrugada no céu. Que horas seriam aquilo? Cinco? Seis? Aos poucos as pessoas começava a entrar na Casa de Waffles. Os fregueses costumeiros começavam a entrar para tomar café-da-manhã, e não havia um deles que não olhasse para o pobre e desmaiado Rube.

- Moça? - A garçonete repetiu. - Eu vou ter que chamar o gerente?

- N-não. - Leah se forçou a se recompor.

Rube tinha uma sacola. Leah pescou a carteira dele em poucos segundos. Ele tinha uma quantidade relevante de dinheiro, mas Leah deixou apenas uma nota de dez e outra de cinco em cima da mesa. Com mais força que imaginava ter, conseguiu colocar o braço no rapaz desmaiado ao redor de seus ombros e foi, carregando-o, para fora.

A garçonete desfranziu o rosto assim que eles atravessaram a porta e Leah a xingou mentalmente.

- O pior de tudo - ela resmungou para o rapaz desacordado. - É que você tá fedendo a vodka mesmo.

Rube gemeu. Ele não estava nem perto de estar consciênte, mas pelo menos apoiava os pés no chão, diminuindo o peso que Leah precisava carregar. Cambaleando, eles conseguiram chegar a um ponto de táxi. Leah puxou a carteira mais uma vez e encontrou o endereço de Rube em um dos documentos, esperando que estivesse atualizado.

Um táxi branco estava solitário no ponto. O motorista era um homem baixinho e calvo, que estava fumando um cigarro escorado no carro.

- Tá livre? - Leah perguntou ao motorista.

- A noite foi boa, então? - Ele deu uma tragada no cigarro antes de perguntar, olhando para Rube.

- Não faz ideia. - Ela rolou os olhos. - Tá livre pra uma corrida ou não?

O taxista deu mais uma tragada e jogou o cigarro fora. Abriu a porta do táxi e ajudou Leah a acomodar Rube dentro do veículo.

- É bom que ele seja namorado. - O motorista disse enquanto se encaixava atrás do volante e ligava o carro. - Se vocês não namoram e você já tem que cuidar dele assim...

O homem deu uma risada misturada com uma tosse seca que Leah ignorou. Também se forçou a ignorar os olhares do taxista para o decote de seu vestido.

- Pra onde vamos, lindinha? - O motorista perguntou, ajeitando o espelho retrovisor para ter uma melhor visão do cobiçado decote.

- Rua Lafayette. - Leah respondeu, independente do asco que sentia por aquele motorista, conferindo os dados no documento. - Número 2432.

Leah não sabia o que estava fazendo, mas se obrigou a não pensar nisso. Tentou acordar Rube mais algumas vezes, ainda sem resultado. O motorista continuava querendo manter um diálogo, mas ela, nas poucas vezes que respondia, era monosilábica. Precisava se concentrar ou nunca mais saberia o que fazer.

A Morte e a Vida. Ou o Vida, Leah não sabia como deveria se referir ao homem de branco. Não sabia definir o que tinha acontecido, mas sabia que Rube tinha alguma coisa a ver com aquilo. Por mais que ele negasse ser um médium, ele era afetado pela presença das... entidades? Seria uma maneira adequada de chamar a Morte e a (ou o) Vida?

Sacudiu a cabeça. Não era hora para ficar questionando, só precisava entender o que tinha acontecido. Ou levar Rube para um local seguro, o que parecia ser mais difícil ainda.


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Notas finais do capítulo

sem comentário sobre a frequência dessa vez.
e sem alternativas.
tô de tpm e decidi que vou ser má.



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