Suicídio escrita por maribocorny


Capítulo 12
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

- opostos, ou o visitante -



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Com o nascer do sol, tudo parou. A garçonete estava estática, com a caneta a caminho do bloquinho de anotações. Um homem, sentado no balcão, estava congelado tossindo. Rube também estava imóvel, com as mãos a meio caminho das têmporas.

Os passos lentos do visitante fizeram o coração de não-morta disparar. Era um homem, bonito, de pele morena e traços suaves. A medida que ele se aproximava, Leah não conseguia deixar de reparar na sensação de calma que a presença daquele homem belo causava. Ele sentou com delicadeza ao lado de Leah, mas pareceu não reparar na presença da moça.

- Por que você me faz usar essas carcaças podres, Mo? – Ele perguntou à Morte, e respirou fundo. – Estar próximo a esses corpos que se putrefazem de forma tão obscena... Isso não é para mim, você sabe.

- E eu que sou taxada de sádica. – A Morte disse entre dentes.

Leah tomou cuidado para não deixar o queixo cair, enquanto observava. O homem era tão fascinante... Era tão belo quanto era repulsivo, mas ela não conseguia controlar a estranha simpatia que sentia por ele. Ela estava como hipnotizada, sem conseguir desgrudar os olhos do estranho visitante.

- Como eu faço para esse saco de órgãos parar de me encarar? – O homem perguntou à Morte em um sussurro, por cima da mesa.

- E-eu... – Leah percebeu que sua discrição era ilusória e enrubesceu.

- Ele é a Vida, e esse é o único motivo por você se interessar por ele. – A Morte disse, carregando a voz com inveja.

Levantando de um pulo, Leah percebeu que não tinha mais controle da sua voz, da mesma forma que aconteceu quando ela encontrou a Morte pela primeira vez. A Vida e a Morte estavam ao seu lado, ambas assustadoramente atraentes e repulsivas ao mesmo tempo. A falta de fala, pelo menos, não era um ponto tão negativo. Se conseguisse, Leah não tinha a mínima idéia do que poderia dizer.

A Vida a ignorou e continuou falando com a Morte.

- Desculpa, mas o que você quer comigo? – Ele disse. Espiou Leah com o canto do olho e continuou como se ela não pudesse entendê-lo. – Não é como se eu pudesse fazer alguma coisa, Mo. Essa você tem que dar conta sozinha.

A Morte apertou os olhos, direcionando uma raiva silenciosa para a Vida. Leah aproveitou que nenhum dos dois prestava muita atenção nela e voltou a se sentar. Passou os olhos por Rube, que continuava na mesma posição de antes, como todos os outros.

- Eu não consigo. – A Morte disse, por fim. – Ela não é minha, mas também não é sua.

- Então isso quer dizer – A Vida suspirou. – Quer dizer que estamos juntos nessa?

As duas figuras sobrenaturais soltaram um suspiro e fizeram uma careta. Sem falar nada, deram-se as mãos por sobre a mesa. Leah sentiu uma onda de calor enquanto uma luz branca, muito forte, surgia de entre as mãos da Morte e da Vida. Um som baixo, agudo como vidro raspando em vidro, acompanhava a luz.

O ruído foi ficando cada vez mais alto ao mesmo tempo em que a luz ficava mais forte. Leah precisou fechar os olhos e, por um segundo, sentiu aquela mesma sensação de alguma coisa familiar que sentira por sua Essência. Um instante depois, ela desaparecera.

O som se desfez e a luz se dissipou. Quando Leah conseguiu acostumar os olhos à luminosidade natural, viu que nem a Morte e nem a Vida estavam mais ali. Rube estava desmaiado sobre a mesa, com a orelha suja com a manteiga de um waffle.

- Rube! – Leah o sacudiu, tentando acordá-lo.

Zonzo, Rube voltou a si aos poucos.

- Ele esteve aqui? – O jovem perguntou e Leah apenas acenou com a cabeça. – Bom.

A garçonete terminou de anotar o pedido no bloquinho. O homem sentado no balcão terminou de tossir, levando um guardanapo à boca. Rube deixou a cabeça cair sobre a mesa, dessa vez longe do prato, visivelmente exausto.


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Notas finais do capítulo

ai, que é isso, ai, coitada, ai, ela não cumpriu os prazos!

o que posso dizer? =S foi mal? espero que o cap tenha valido a pena, porque eu realmente me puxei pra escrever esse. ^^

era a surpresa que vocês esperavam, esse visitante? logo que eu escrevi aquele último capítulo eu já sabia quem ia ser, mas durante todo esse tempo eu pensei em várias alternativas, mas decidi ficar com a original.

fico muito, mas muito, mas muito mesmo, feliz com os comentários e todo o apoio que vocês deixam, e vou fazer tudo que estiver ao meu alcance para compensar vocês.

durante essa semana, eu provavelmente vá postar mais alguns capítulos, mas não vou marcar data nenhuma.

ao invés de alternativas, eu vou pedir opiniões. o que vocês acham que deveria acontecer depois desse tempo?

a história pode estar apenas no começo ou bem no fim, depende do que vocês preferirem. talvez essa seja a alternativa da vez, não é? ;D

obrigada por me acompanharem nessa maluquice que é inventar histórias. =)



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