Fruto do Nosso Amor escrita por Jajabarnes


Capítulo 56
Já É Tarde.


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! Bem, lembram que eu disse que começaria a contagem regressiva quando eu terminasse de escrever a fanfic? Pois é, terminei hoje a tarde e a partir desse capítulo começa a contagem regressiva de Fruto do Nosso Amor.
Divirtam-se!



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POV. Rilian.

Ao pôr-do-sol, quando Tirian, Jay e Caspian falavam com Coriakin, depois de a notícia da morte de Jill ter se espalhado, tomei coragem de ir falar com Lúcia. Eu estava preocupado com ela, Lúcia perdera num dia só duas pessoas queridas, e eu queria ver com meus olhos como ela estava.

Hesitei ao me aproximar, mas segui em frente. Dirigi um aceno de cabeça aos guardas em cumprimento antes de bater na porta.

–Entre.escutei a voz de Lúcia lá de dentro. Estava fraca, trêmula. Entrei, fechando a porta assim que passei por ela. Busquei-a com os olhos e a encontrei de pé na varanda, olhando o horizonte. Percebi o clima frio ali.

–Lúcia? - chamei. Ela virou-se para mim sem sair do lugar. As sobrancelhas estava unidas, tentando conter o choro. O olhar expressava um dor aguda enfatizada pelo nariz avermelhado e voz embargada. Parei perto da cama num ângulo que me permitia vê-la, mas nada mais além da varanda. Lúcia aguardou que eu falasse, mas a voz me sumira. Logo forcei-a a sair. - V-vim lhe dar os pêsames... por seu primo.

–É muita gentileza sua, Rilian. - dirigiu-me um frágil e suave sorriso. Assenti uma vez.

–Creio que já soube de Jill... - dei um passo a frente. Lúcia concordou com a cabeça, lambendo os lábios, olhando para fora em seguida. - Eu sinto muito, Lúcia.

–Obrigada, Rilian – ela fechou os olhos permitindo que lágrimas escapassem. - Eu também sinto muito. - fungou, tentando segurar o choro. Avancei mais um passo, mas detive-me. - Sinto por tudo o que está acontecendo. - desabafou. - Estamos perdidos. Jamais acreditei que diria isso. Mas estamos.

–Não fale assim, Lúcia! - protestei gentilmente, avançando mais um passo. - Devemos ter fé, você mesma diz. Aslam nunca nos faltou em auxílio, não há de faltar agora.

Ela olhou para o chão e sorriu de novo da mesma forma de antes.

–Não perdi minha fé, Rilian. Estou sendo sincera. - sussurrou. - Não sei o que será daqui para frente. Ainda acredito que Aslam virá ajudar na hora certa como sempre vem, mas agora, não sei o que será de nós até que ele chegue...

–Vamos vencer essa guerra. - insisti. - Vamos lutar e vencer em...

–Rilian – chamou ela. - Acho que você ainda não faz ideia do que está acontecendo. - uni as sobrancelhas, indagando. Lúcia sinalizou para que eu fosse até a varanda com ela. Aproximei-me sem entender. Quando cheguei perto o suficiente para ela me alcançar, Lúcia pegou-me pelo braço e segurou-me ao seu lado, os dedos fragilmente pousados em meu antebraço. - Veja.

A vista da varanda de Lúcia dava para os bosques, e a visão que tive fez-me estremecer. O bosque estava congelando. Tudo onde a vista podia alcançar, estava sendo coberto de neve. Não entendi como aquilo podia estar acontecendo. O dia amanhecera mais frio, mas não havia nenhum sinal de neve até algumas horas atrás. Estávamos em pleno verão. E a nevasca parecia se intensificar a cada segundo.

–Pela Juba do Leão...!

–Eles estão com a vantagem, Rilian. - sussurrou ela e ia continuar, quando uma voz nova se fez ouvir.

–Rei Rilian! - era um dos guardas – Majestade, venha, Rei Caspian pede sua presença com urgência!

Lancei um rápido olhar à Lúcia, ela assentiu e eu fui ao encontro dele depois de dar-lhe um beijo na testa.

POV. Jay.

Quando Rip chegou com a notícia, corremos para as sacadas e tivemos a terrível visão da tempestade de neve cada vez mais intensa. Caspian pediu a um dos guardas para chamar Pedro e Rilian e na mesma hora saíram em busca destes. Pedro, obviamente, estava em seus aposentos e acredito que poucas palavras foram necessárias para fazê-lo dirigir-se às pressas para a sala do trono. Rilian demorou um pouco mais a chegar.

–Será o caos. - afirmava Tirian, quando Rilian chegou, visivelmente preocupado como todos estávamos.

–Dezenas de narnianos irão morrer pelo frio súbito e se isso continuar, mais ainda morrerão de fome. - disse Pedro.

–O que sugere? - questionou Caspian, sentando em seu trono.

–Pôr um fim nisso antes que mais dos nossos morram! - Pedro estava alterado, parecia angustiado, andando pelas proximidades dos tronos.

–Não temos uma localização específica do inimigo, Pedro, como poderíamos atacá-los? - disse Rilian.

–Jay, você, Edmundo e Lúcia estiveram no castelo deles, não se lembra de nada que possa nos levar até lá? - Caspian voltou-se para mim seguido de todos os olhares.

–Eles estavam na Arquelândia, no castelo de Anvar. - respondi. - Mas quando fugimos o castelo estava virando ruínas, é bem improvável que tenham continuado lá.

–Chame Edmundo, por favor, Jay – pediu Pedro. - Ele esteve lá mais tempo, talvez tenha escutado alguma coisa. E alerte os soldados, espalhe a notícia, para que todos eles estejam a postos. Não duvido que um ataque surpresa esteja a caminho.

–Se preciso, fale com Dave ou Vincent, eles se encarregarão disso. - orientou Tirian.

Assenti e parti. Pelo caminho até o posto de Vincent e Dave, não pude deixar de notar o quanto o castelo estava silencioso. Durante o percurso longo que percorri correndo, se avistei três pessoas, diria que fora o máximo que vi. Atravessei o pátio sob a neve e desci as escadas, dando a volta até seguir rumo os dormitórios. Ali estava tão silencioso e deserto quanto os caminhos que percorri. Desacelerei o passo. De repente, um silvo atrás de mim. Virei num salto, a mão instintivamente pousada na espada. Não havia nada.

Outra vez escutei, mas dessa vez um sussurro soado bem perto. Saquei a espada, deixando a postos. Ora distantes, ora bem próximos de mim, os sussurros continuavam, como querendo dizer-me alguma coisa, mas não era possível compreender nada. Segui até o final daquele corredor olhando para todos os lados, não havia ninguém ali. Os sussurros vinham e iam para o nada.

Ao dobrar no corredor seguinte, virei para o último sussurro que escutei e dando um passo para trás esbarrei em Dave. Informei-lhe as ordens e ele encarregou-se de avisar Vincent e juntos espalharem a ordem de Pedro. Voltei para o castelo e, embora este continuasse silencioso e deserto, não ouvi mais nenhum sussurro. Não sei exatamente por que, mas prestes a chegar em meu quarto, olhei para trás e, ao trazer a vista de volta para frente, estaquei. As portas do meu quarto continuavam fechadas, mas os guardas estavam ao chão, mortos.

Desembainhei minha espada devagar. Aproximei-me da porta na ponta dos pés e encostei o ouvido na madeira. Completo silêncio. Levei a mão à maçaneta e abri a porta lentamente. Com o coração aos pulos encontrei o quarto escuro, todas as cortinas fechadas. De espada em punho, percorri o quarto com os olhos e encontrei Edmundo adormecido na cama. Busquei pela presença de mais alguém, porém o quarto estava vazio. Aproximei-me da cama sem guardar a lâmina.

–Ed – sacudi-o. - Edmundo, acorde.

–Hm... - ele gemeu, piscando os olhos.

–Você está bem? - perguntei aflita.

–Não, estou com sono. - resmungou.

–Ed! Estou falando sério, acorde! - briguei, sacudindo com mais força. Ele se espantou, piscando várias vezes e erguendo-se nos cotovelos.

–O que houve? - perguntou com a voz arrastava.

–Você está bem?

–Estou, por que?

–Levante, pegue sua espada. Tem alguma coisa errada acontecendo. - expliquei dando mais uma olhada no quarto. Todas as janelas e cortinas estavam fechadas, com exceção das portas da varanda, pela qual entrava um forte vento.

–Que tipo de coisa errada? - ele pôs-se de pé, calçando as botas e afivelando o coldre.

–Você viu a neve? - ele olhou-me espantado e correu para a varanda. Quando viu o cenário branco ao anoitecer, o susto e o terror brilharam em seu olhar por rápidos segundos para logo serem substituídos pela determinação.

–Estão todos bem? - perguntou, fechando as portas da varanda.

–Acredito que sim, Pedro foi chamado do isolamento para se reunir com Caspian na sala do trono. Os soldados estão se preparando. Pediram para que eu viesse chamá-lo e quando cheguei vi os guardas mortos.

–Mortos?!

–Sim. Não aconteceu nada aqui?

–Não. - respondeu. - Eu estava dormindo, não ouvi nem percebi nada diferente.

–Vamos, é melhor avisar os outros, temos que nos reunir de novo, tirar todos do isolamento, antes que seja tarde. - falei. Edmundo assentiu uma vez e seguimos para a porta.

Porém, antes de alcançarmos a saída um estrondo se fez ouvir quando as portas da varanda e as janelas foram abertas bruscamente. A força invisível que as abriu veio com um vento gélido, estourando os vidros e nos jogando ao chão pelas costas. Caímos com força ao tempo que uma voz soou triunfante.

–Já é tarde.


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Notas finais do capítulo

Façam suas apostas do que vai acontecer, quem vai morrer e etc kkkk brincadeira (ou não). Como todos os capítulos restantes já estão prontos, as postagens ficaram com menores intervalos ^^
Bem, espero reviews!
Beijokas!!


Contagem regressiva: faltam 10 capítulos.