Fruto do Nosso Amor escrita por Jajabarnes


Capítulo 55
Isolamento.


Notas iniciais do capítulo

Hey! Oi, gente ^^ Mais um capítulo pra vocês!
Divirtam-se!



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POV. Caspian.

Começou-se uma correria com os preparativos para o isolamento dos não nascidos narnianos. Convocamos uma reunião com todos onde expusemos os novos acontecimentos, descobertas e medidas a serem tomadas. Depois da reunião, todos os que seriam isolados despediram-se de todos. Aguardei Susana despedir-se dos irmãos.

Ficou estabelecido que cada um ficaria isolado em seu próprio quarto, lugar ao qual teria acesso apenas pessoas selecionadas. Com a ausência dos Pevensie, eu assumia o comando com o auxílio de Rilian, Tirian, Jay e Ripchip. Apenas nós cinco tínhamos livre acesso aos aposentos dos que estavam isolados, sendo contado nos dedos os servos que apenas algumas vezes por dia iriam até lá para preparar o banho ou alguma outra questão que fosse necessária.

–Até breve, Lú. - Susana abraçou a irmã apertado.

–Até breve, Su – respondeu a outra, correspondendo ao abraço. - Escreva. - brincou e ambas riram, foi quando cheguei perto.

–Está pronta, Su? - perguntei. Ela assentiu rapidamente, lançando um último olhar para Lúcia e depois para Pedro mais atrás, que falava com Rany. Ela já se despedira dele, assim como de Edmundo, que já se retirara. Ofereci o braço a ela e seguimos para nosso quarto.

–Queria poder ver Eustáquio. - confessou.

–Fique tranquila – falei. - Levo notícias dele para você.

–Prometa-me que não chegará perto da enfermaria, Caspian. - pediu.

–Fique tranquila com isso também, Su, apesar de eu estar intocável à doença, não correria o risco de levar o perigo para vocês. Darei um jeito de conseguir informações dele.

Susana sorriu ao passo que entrávamos nos nossos aposentos. Fechei as portas enquanto Susana sentava-se na cama pondo-se a olhar pelas enormes portas abertas da varanda para o céu da tarde e deixando o pensamento vagar. Parei por um segundo para admirá-la. Sua expressão estava neutra, os olhos fixos no horizonte, uma das mãos apoiava-se na cama e a outra afagava a barriga distraidamente. De repente saiu de seus devaneios e olhou para a barriga, devia ter sentindo um chute. Susana abriu um sorriso iluminado e automaticamente um igual formou-se em meu rosto.

–Está chegando a hora. - comentei, sentando ao seu lado. Como de costume, Susana pegou minha mão e pôs sobre a barriga, onde sentira o chute, e logo eu senti também.

–Sim. - concordou. - Finalmente. - beijei-lhe o rosto demoradamente duas vezes, Susana fechou os olhos e impediu que eu seguisse para o terceiro beijo ao falar de novo. - Caspian.

–Hm.

–Não poderemos ficar isolados por um longo tempo. O que faremos se o remédio contra o Castigo não funcionar?

Olhei-a por um tempo antes de responder.

–Espero que funcione – falei. - Mas se não funcionar, vamos torcer que já seja em tempo de Tash ser derrotado junto com o resto deles.

Beijei-a nos lábios. Não tocamos mais no assunto, mas sei que minha resposta não fora suficiente e a fizemos valer como se fosse por que, afinal, nós dois sabíamos que não havia resposta.

POV. Edmundo.

Jay fechara a porta e escancarava as cortinas. Sentei na cama e fiquei a observá-la, em silêncio.

–Estou muito orgulhoso de você. - falei de repente, parecendo surpreendê-la. Jay virou para mim. - Por não ter aceitado a chance de vingar seu irmão, uma coisa que, eu sei, você ficou tentada a fazer.

Ela sorriu de leve e baixou o olhar.

–Tem razão, eu queria, e muito. - ergueu o rosto. - Mas não importa a lentidão com que eu a matasse ou os meios que usaria para tal – deu de ombros. - Não traria Julian de volta, então não valeria a pena. - Levantei-me e fui até ela, segurei-lhe as mãos. - Tirian fez por todos nós. - expirou. - Estou me sentindo tão leve... Acho que finalmente conseguirei superar o luto.

–Você conseguindo agora ou não, eu estarei sempre aqui. - lembrei-a, sorrindo. Jay sorriu de volta, de uma forma que eu não a via sorrir desde nosso casamento.

–Eu sei. - sussurrou, antes que eu a beijasse.

POV. Rilian.

No dia seguinte ao que começou o isolamento continuávamos sem fazer ideia de quanto tempo duraria. Caspian assumiu quase total responsabilidade pelo reino, pedindo a nós apenas auxílio quando preciso. Tirian parecia satisfeito por ter sido o carrasco de Rachel, não por crueldade, mas por ter feito justiça. Eu estava hesitante, resistindo a me aproximar de Lúcia, de ir vê-la, apesar de todos os incentivos de Tirian. Jay estava visivelmente melhor, eu até a vira sorrir vez ou outra, ela responsabilizara-se em levar as refeições aos isolados e quando não estava com um deles, passava o tempo com Tirian e eu. Ripchip estava sempre com Caspian e Tirian terminava de contar-me pela milésima vez o quanto estava angustiado por não poder ver Lilliandil por que ela ficava o tempo todo na enfermaria e ele não podia ir lá devido o contato que mantinha com os isolados, quando Rip chegou.

–Majestades. - ele fez uma reverência.

–Rip. - cumprimentamos.

–Rei Caspian pediu para dizer-lhe, Rei Rilian, que vá a enfermaria perguntar sobre notícias à senhorita Lilliandil. Especialmente pelo Sr. Eustáquio Mísero. - falou.

Tirian estava visivelmente decepcionado por não ter sido escolhido.

–Certo. Aguarde-me aqui Rip, para que leve as notícias a ele.

Ripchip fez uma reverência quando me levantei. Não estranhei o fato de Caspian ter escolhido a mim para isso, eu era o que tinha o menor contato com os isolados então automática e inocentemente assumira a missão de levar as notícias para que Caspian as repassasse aos outros rei e rainhas. Por um momento senti alívio com isso, indo com frequência a enfermaria tinha uma desculpa para não ver Lúcia, mas por outro lado, a sensação de ansiedade continuou por estar cada vez mais adiado a hora de falar com ela.

POV. Caspian.

Depois de conversar com Rip e receber as notícias da enfermaria, nos dividimos para avisar os outros. Agora dirigia-me para meu quarto, era hora do almoço e levei a minha refeição junto com a de Susana como comecei a fazer desde o primeiro momento de isolamento, mas aproveitaria para contar-lhe as notícias. Bati rapidamente antes de entrar. Susana escovava os cabelos sentada à penteadeira.

–Cas – ela virou-se para mim ao ver-me chegando pelo espelho.

–Trouxe nosso almoço. - falei, deixando a bandeja de prata sobre a mesa. Susana aproximou-se. Cumprimentei-a com um beijo.

–O cheiro está ótimo. - disse quando destampei os pratos.

Deixei-a comer e aguardei até que terminássemos.

–Su – chamei. Ela ergueu os olhos para mim. - Hoje recebi notícias da enfermaria. Boas e más. - ela nada disse e eu continuei. - A boa notícia é que a maioria dos doentes está reagindo bem aos remédios, mas houveram perdas, os que estavam mais fragilizados não tiveram tempo para apresentar efeitos satisfatórios...

–Continue – ela incentivou quando hesitei.

–Eustáquio está entre eles... - falei suavemente. Ela reprimiu o susto e fitou-me por longos segundos. - Nós o perdemos esta manhã.

Ela ofegou e mordeu o lábio inferior, vi lágrimas em seus olhos e seu queixo tremia.

–Como?! - exprimiu quando conseguiu falar. - Caspian não tem nem três dias que ele caiu doente, você disse que foram os mais fragilizados que faleceram!

–Su, fique calma por favor! - pedi aflito, segurando suas mãos. - Escute, Eustáquio foi medicado com o mesmo remédio, mas ele não apresentou efeito algum. O remédio não serviu de nada para ele. - expliquei calmamente. Susana piscou algumas vezes.

–O que isso quer dizer? - sussurrou.

–Não temos certeza. - falei, secando suas lágrimas com os polegares. - Coriakin disse que Eustáquio pode ter sido uma exceção, mas não devemos ignorar um outra possibilidade.

–Qual?

–Ele acha que, talvez, Eustáquio não tenha resistido por não ser desse mundo. - continuei. Susana uniu as sobrancelhas não compreendendo, tratei logo de terminar. - Coriakin supos que, talvez, o remédio não sirva para quem não é nascido narniano, ou seja...

Ela me interrompeu, completando minha frase.

–Se algum de nós contrair a doença, não teremos chances de cura.

POV. Jay.

Àquela altura, já tinha avisado e entregado o almoço da maioria. Franco e Helena lamentaram muito a perda de Eustáquio, assim como Lorde Digory, embora este último tivesse mostrado um fio de indiferença, continuava extremamente abatido devido a morte de Polly. Lúcia permitiu-se chorar e Pedro chegou bem perto, mas logo assumiu novamente a postura firme de Rei, mesmo eu vendo seus olhos marejados. Agradeceu pelo almoço e logo deixei-o sozinho. Só faltava entregar a comida de Jill antes de seguir para meu quarto levar o de Edmundo.

Empurrei o carrinho que os carpinteiros improvisaram para que eu levasse as refeições, até parar em frente a porta do quarto de Jill. Cumprimentei os guardas e bati duas vezes, aguardei balançando-me nos calcanhares. Não escutei nenhuma resposta, talvez ela estivesse dormindo. Bati novamente.

–Jill, está acordada? Vim trazer seu almoço! - chamei. - Jill? - bati mais algumas vezes, mais alto. - Jill!

Não recebendo respostas a nenhum dos chamados, resolvi entrar. Encontrei a porta destrancada e a abri devagar. Ao correr os olhos pelo quarto parecia tudo normal, porém quando preparava-me para chamá-la de novo vi sangue no chão perto da cama. Formava um rastro vermelho, ao segui-lo com os olhos, achei Jill caída num canto afastado do cômodo, por trás da divisória que separava o quarto da parte de banho. Meu ângulo de visão permitia-me ver somente seus pés e apressei-me para chegar até ela. Desembainhei minha espada devagar, ao vê-la totalmente larguei minha arma e corri até ela ajoelhando-me ao seu lado.

–Jill! - chamei, tocando seu rosto, porém continuei sem resposta. - Jill, acorde! - sua pele estava pálida, gelada. Parei. - Jill... - Seu queixo tinha sangue seco que escorrera de sua boca. - Oh, pequena...

[…]

–Ela sem dúvida morreu pelo Castigo. - disse Coriakin. - Foi contagiada por Eustáquio na certa. - estávamos Caspian, Coriakin, Tirian e eu na sala do trono. Já era noite, Lilliandil terminava de preparar o corpo de Jill para ser sepultado. Depois que a encontrei morta, avisamos todos os outros a respeito. Eu permaneceria afastada deles por um ou dois dias por que tinha tido contado com Jill.

–Mas se foi assim, o que é quase certo que é – começou Tirian. - Ela já estava contaminada quando se isolou.

–E despediu-se de todos os outros. - Caspian soltou com o ar. - O isolamento não adiantou de nada! - ele passou as mãos no rosto e nos cabelos, preocupado como todos nós ficamos, porém mais aflito do que demonstramos.

–Sendo assim, Majestades – disse Coriakin, cautelosamente. - Expostos ao contágio como foram, têm de ficar atentos aos que se mantém isolados, para ver se algum deles apresentará a doença.

Naquele momento, Ripchip adentrou o salão em rompante, correndo para nós urgentemente.

–Majestades! - chamou, ofegante, quase não conseguindo falar.

–O que houve, Rip?! - questionou Caspian, empalidecendo.

–É o inverno, Alteza. Está de volta.


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Notas finais do capítulo

Parece que Jadis realmente tem a vantagem e vai fazer bom proveito dela! As coisas não estão nada boas para nossos heróis e, infelizmente, a tendência é piorar. Mas isso é assunto para os próximos capítulos ^^ Espero pelos reviews, ein!
Beijokas!!