Logo depois, uma ambulância cruzou as ruas e parou na frente de uma doçaria que pegava fogo. Tinha quatro feridos. Dentre eles, uma grávida com um bebê aparentemente morto. Os paramédicos agiram logo, colocando a garota, o senhor e o moço em uma maca e correndo para o hospital.
Elena ouvia partes de conversas.
__A garota está muito ferida! ... O bebê não sobreviveu... O
moço ainda não acordou.
Elena abria os olhos enquanto sentia o andar das macas. Sentia seu corpo mais leve. Olhou para sua barriga e ela não estava mais lá. Sentiu uma dor imensa. Sua filhinha morreu... Melinda! Apesar da dor da perda, apenas uma nome vinha à sua mente. Damon.
__Onde ele está? Onde Damon está?—gritava para as enfermeiras que não pareciam me escutar. Senti que era puxada para um outro mundo...

__ELENA!—chamava uma voz
feminina.
__Mamãe...--sussurrei tremendo.
Estava no cemitério. Corri para abraçá-la, mas ela sumira.
__Estou tão orgulhosa de você mamãe!—dizia uma
menininha. Melinda.
__Minha Melinda! – agachei até ficar da altura daquela menininha que nem ao menos chegou a nascer. –Me perdoe Melinda!
__Entendo mamãe... Não se preocupe comigo! Vovó e vovô estão
comigo.
Sorri ao ver meus pais ao longe. Eles também sorriam. Ia tudo bem, até que ouvi gritos, me virei e me deparei com uma casa em chamas. Quando
me virei novamente para Melinda e meus pais, eles haviam sumido e o belo cemitério de outrora, havia se transformado em um lugar medonho, terrível.
__Eu te amo Elena!—ouvi Damon sussurrar.
Corri para salvá-lo.
Ouvi uma voz atrás de mim...
__Elena, pare!—era Stefan.
__Stefan! Eu preciso ir... Preciso salvá-lo!
__Escolha: Eu ou ele?—Stefan parecia sério.

E logo depois a cena mudava. Estava eu em um leito de hospital. Não havia ninguém ali. Entrou uma enfermeira.
__Olá Elena!
Gelei.

__Katherine!
__Vim do inferno só para te atrapalhar.—dizia ela enquanto levantava uma corrente toda ensangüentada. A mesma corrente usada por ela para me prender naquele cativeiro.
__Não... Socorro!!—gritei e acordei com Stefan ao meu lado.
__Elena... Está tudo bem meu amor!—ele me acolheu em seu peito.
__Stefan... Tive um pesadelo terrível!
__Mas agora passou Elena. Eu estou aqui!
__Onde está Damon? Como ele está?
Senti Stefan enrijecer.
__Damon já está em casa. No começo estava fraco por que ingeriu verbena, mas agora está bem.
__Verbena?
__Sim. Por isso ele estava tão fraco.
__Que dia é hoje?—perguntei desnorteada.
__Se quer saber, você dormiu por três dias. Muitas pessoas vieram te visitar e acho que vai sair num jornal como heroína.
__Heroína? Mas o que eu fiz?
__Salvou Damon e o dono da loja... Um vampiro se quer saber.
__O que?
__Pois é. Pelo visto, ele era algum seguidor de Katherine e ficou
muito chateado por termos matado-a. Queria se vingar.
__E eu ainda por cima salvei-o?—perguntei indignada.
__Não se preocupe. Ele parece arrependido. Nunca esperava essa reação de ninguém, disse ele. Conversou com Damon e Damon deu a entender que se você saísse bem daqui, o perdoaria. Desde então ele tem te visitado todos os dias.
__Damon ou o velho?
__Os dois.
__Stefan... Eu preciso te dizer algo.
__O que é Elena?
__Bem, é que...
Aí chegou Tia Judith me impedindo de continuar a conversa.
__Elena! Enfim acordou. Seus amigos ficarão tão felizes em saber!
__Tia!
__Vou deixar vocês á sós. —disse Stefan enquanto saía.
__Elena! Foi uma loucura o que fez!
__Porque será que esta é a frases que mais tenho ouvido ultimamente?
__Ah, desculpe! Não queria te julgar... Mas é que ficamos muito preocupados com você.

Depois deste dia, eu não tinha mais conseguido falar com Stefan
sobre Damon. Eu não podia continuar com esta traição, mesmo que seja só em pensamento.

Certa noite, eu já havia colocado meu pijama e me preparava para deitar quando Damon apareceu em meu quarto inesperadamente e me dando um grande susto.
__Nunca mais faça isso, por favor!
Ele riu. E pegou em minhas mãos.
__As cicatrizes já sumiram... —diagnosticou.
__Sim. Já faz algum tempo. Não esperava sua visita.
__Decidi faz pouco tempo. –disse ele caminhando até minha cama e deitando-se. Fez um sinal me chamando.
Pensei um pouco em negar, mas não pude.
__Devo estar ficando louca!
__Sim. Louca de amor por mim!-disse ele se
achando.
Aconcheguei-me ao seu lado, apoiando minha cabeça em seu ombro.
Ele acariciava meu rosto.
__Sou uma mulher comprometida ainda! Não
podemos fazer nada ainda!
__Tudo bem. Eu espero, mas é bom que não
demore.

__Não vai me esperar por muito tempo?
__Não vou agüentar te ver e não poder te tocar.
Sorri e uma questão veio-me à cabeça.
__Vampiros podem ter filhos?
__Bem, nenhuma das minhas mulheres ficaram grávidas. Mas podemos tentar se quiser... - sugeriu.
__Seu idiota! –disse em tom de brincadeira. –Suas mulheres, é? E
não, não podemos tentar.
__E o que quer fazer esta noite?
__Não me importaria de ficar aqui abraçada com você.
__Nem eu. Ficaria aqui pela eternidade.
__Falarei com Stefan amanhã, não quero continuar enganando-o
desta maneira.
__Está certa.

Passamos a noite inteira assim. Não movemos um músculo. No dia seguinte, Damon partiu bem cedinho. Elena levantou. Tomou banho e colocou uma roupa para ir à escola. Teria dificuldade com as matérias perdidas, mas Bonnie havia prometido ajudá-la. Stefan viria buscá-la.