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  Meia-noite. A camisola branca estava tingida parcialmente pelo rubro do sangue. Seus olhos, igualmente escarlates, continham um brilho indecifrável, quase que malígno... As árvores balaçavam conforme o vento, tais como seus longos cabelos castanhos. Parada, em frente ao cemitério onde tudo havia terminado a quase dois anos, sua postura fria, seu sorriso inexpressível. Seus passos largos e duros, caminhando em direção ao nada, portão adentro.

  - Ol sonf vorsg goho iad balt lansh calz vonpho sobra zol ror i ta nazpsad graa ta malprg ds holq qaa nothoa zimz od commath ta nobloh zien sobva thil gnonp prge aldi od vrbs oboleh grsam casarm ohorela caba pir od zonrensg cab erm iadnah pilah farzm znvrza adna ds gono iadpil ds hom od toh soba ipam iv ipamis ds lohlo vep zomd poamal od bogpa aai ta piap piamo i od vaoan zacare ca od zamram odo cicle qaa zorge lap zirdo noco mad hoath iaida* - Sua voz saía seca. O céu tornava-se mais escuro. Prosseguiu - In Nomine Magni Dei Nostri/ Satana-Luciferi Excelsi/ Introibo ad altare Domini Inferi/ Qui regit terram/ Domini Satannas Rex Infernus!** - Após proferir tais palavras, sentiu o chão tremer. A terra sob seus pés começava a ceder. Lucífer e Miguel estavam livres mais uma vez!

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  - Já vou! - A jovem gritou de seu quarto, enquanto guardava o pequeno cardeno na gaveta do criado-mudo.

  Havia tido outro pesadelo sobre os Winchesters. Só que desta vez, tinha sido diferente: era como se ela vivesse a cena, através dos olhos dos personagens. Dean e Sam sofreriam um acidente de carro. Assim que se encontrasse com a amiga lhe contaria sobre o último sonho. Ela e Sophie haviam conversado durante a tarde inteira do dia anterior. Agora a loira sabia tanto quanto ela a respeito dos pesadelos. Aquilo era um alívio: finalmente tinha alguém com quem podia conversar sobre toda aquela loucura...

  - Eu não vou te chamar outra vez! - Ouviu a voz de Suzanne vinda da sala.

  - Estou quase pronta! - Respondeu enquanto apanhava os livros da escola e deixava o cômodo. Antes de bater a porta, encarou o nada por um instante. Teve um pressentimento ruim, quase como se sentisse que não devesse sair naquele dia.

  - ALICE, EU VOU ME ATRASAR! - Sua mãe estava agora aguardando impacientemente a menina aos pés das escadas. A garota balançou a cabeça, tentando afastar o incômodo e foi ao encontro desta. Todos os dias era assim: seu pai saía uma hora mais cedo para ir ao hospital onde trabalhava e sua mãe lhe levava até a escola, depois seguia para a firma de advocacia. Naquela manhã, porém, Alice perdera a noção do tempo. Sequer havia tomado café. Isso porque a imagem da tal criatura, "mãe", como chamavam, não deixava seus pensamentos. Seus olhos faíscantes, lhe fitando com escárnio, tinha sido assustador! E real... 

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  Dean continuava dirigindo o Impala pela estrada desde que o dia amanhecera. Logo saberiam se Castiel tinha razão. Estavam indo rumo ao cemitério onde tudo havia terminado a quase dois anos atrás. Aquele lugar trazia péssimas recordações para ambos...

  - HEY! 'Cê 'tá legal? - O mais velho dos irmãos perguntou de sopetão ao outro, que se sobressaltou no banco do passageiro.

  - Não... - Disse mau humorado, lhe mirando com ira.

  - Sammy...

  - Será que dá pra calar a boca? - Cerrou os olhos com força.

  - Calma aí... - Riu.

  - Então dá pra parar? Chega de fingir que tudo vai ficar bem, porque nós sabemos: ISSO NUNCA VAI ACABAR! - Berrou, exaltado.

 - Lucífer e Miguel escaparam! - O anjo surgiu no banco traseiro com uma expressão aterrorizada. O susto quase fez com que o Winchester sentado ao volante quase chocasse o carro em que estavam contra o caminhão que vinha na direção contrária. Por sorte, nada aconteceu.

  - O QUE? MAS COMO, QUANDO? POR QUE VOCÊ NÃO AVISOU A GENTE LOGO? PODÍAMOS TER AJUDADO! - Dean estava inconformado com a notícia e gritava sem parar. Sam ficara estático: naquele segundo, lembrou-se de toda tortura e sofrimento pelos quais havia passado durante um ano. Um ano sem sua alma. Um ano preso no Inferno. Cem anos perdido nas trevas...

  - Não... não... - Murmurava entre desvaneios - Quer dizer que... Tudo outra vez?

  - Lamento. - Castiel baixou a cabeça - Foi durante essa madrugada. Rafael nos atacou e... Não pudemos fazer nada!

  - Merda! - O loiro rangeu entre dentes - Estamos ferrados... Eles vão vir atrás da gente: pode ter certeza! E se quer saber, dessa vez nós não temos como derrotá-los. Nossos amigos... família... ESTÃO TODOS MORTOS! - Ria estéricamente enquanto acelerava - Ash, Jô, Ellen, Pam... Sem contar todos os seus irmãos: Anna, Gabriel... SAFADOS! Quer saber, que se dane: e daí que o mundo vai acabar? Eu não tenho mais nada mesmo. 

  - Dean, não fala assim... A gente ainda pode contar com o Bobby, o Chuck... - Foi interrompido pelo mesmo.

  - Ah é, e vamos envolvê-los outra vez? Pra que? Quer mesmo ver o Bobby e o que restou da nossa família morrer? Eu cansei disso... Essa vida... NUNCA TEM FIM!

  - Você e seu irmão são heróis! - Os olhos azuis o encarando frustrados.

  - NÃO: NÓS SOMOS ASSASSINOS! - Freiou bruscamente - Humpft! Eu perdi tudo: Lisa, Ben... E agora só o que me restou foi essa MALDITA VIDA! 

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