Fiamma escrita por Akahana


Capítulo 16
Especial P.4 - Passado da Chama Sem Vida


Notas iniciais do capítulo

Por favor, leiam as notas finais. Atenciosamente, eu. ~



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  O homem estava sentado em frente à sua mesa. O barulho da chuva batendo tão perto no vidro da janela fazia-o se sentir estranhamente irônico, e ainda mais melancólico. Como se por um destino irônico, o céu chorava naquele dia, tão triste para aquela casa.

  Uma lágrima. O loiro fitou a criança dormindo em sua cama, provavelmente tendo pesadelos. Duas lágrimas. Não poderia fazer nada para ajudá-la. Três lágrimas. Era o pior marido do mundo, não queria ser o pior pai. Quatro. Sua mulher não conseguiria mais ajudá-lo, nunca mais. Cinco. Seis. Sete. Mas, definitivamente, era o pior pai do mundo. Nove. Catorze lágrimas. Incontáveis...

  Levou os olhos molhados para o porta-retrato na mesa à sua frente. Ela e ele; sorrindo, a filha no colo. Agora tinha cinco aninhos, a sua pequena, estava tão grande. E dentro de alguns meses faria seis. Cresceria sem a mãe. Tudo porque ele foi lento demais, porque não teve capacidade o suficiente. O rosto que agora já secara se vira novamente, voltando à mesa.

  Mais uma vez, repetia as palavras dela – as últimas – em sua mente, ponderando tudo o que ela lhe dissera. “Você é o único que pode cuidar dela. O único que sempre pôde cuidar de mim.. Não se esqueça, Giotto, eu amo você. Eu não tenho mais tempo, por isso, crie-a bem. Cuide dela. Ame-a como eu não pude”. A garota se remexeu na cama, como se pudesse ler a mente do pai. “Escute bem, coisa loira (e ela havia dado um sorriso tão bonito e tão dolorido nessa hora) , ela vai levar meu legado, infelizmente. Você vai fazer a coisa certa, não é? Eu tenho certeza que vai. Você sempre consegue”. E depois disso ele só se lembra da criança correndo em direção à sua mãe, gritando para que ela abrisse os olhos. A chuva caindo refletiu nas árvores, graças à chama da mãe sendo passada para ela e fez com que seus olhos e os fios começassem a se colorir de verde; as lágrimas se misturando, até ela cair num sono pesado. Os outros mafiosos presentes na cena ficaram estranhamente quietos enquanto o Primo Vongola se levantava com o corpo da mulher no colo e entregava-o a Cozart, para que cuidasse dela (era o único que confiaria para que o fizesse). Logo em seguida ele pegou gentilmente a criança no colo e pôs-se a caminhar de volta à mansão, apenas a alguns quilômetros dali. Ele não derramou uma lágrima sequer até chegar ao quarto, onde se permitiu chorar como se o mundo acabasse ali. E, de fato, acabou. Ela era o seu mundo, não era?

  Não. Tinha a sua filha. A sua pequena, tão doce, bonita e tão perfeita que não conseguia descobrir como ela era a sua filha. Nunca imaginou que tivesse capacidade para fazer algo tão perfeito assim. E ela era a maior alegria de sua vida, sempre. E agora, teria que pôr um sorriso naquele rosto tão pequeno e inocente de novo. Só não sabia como.

  Giotto fitou-a, as inevitáveis lágrimas caindo mais uma vez. Eles voltariam. Quem matara a sua mulher não era o chefe afinal. E não poderia deixá-la – a sua filha – correr esse risco. Mas seria tão doloroso.

  Aproximou-se da cama, agora ela dormia tranqüila e isso fez o loiro hesitar ainda mais. Mas não recuou, como poderia, tendo em jogo o seu bem mais precioso. Não, teria que fazer.

  - Me perdoe, filha. Eu não tenho escolha. – Abraçou a filha o mais carinhosamente que pôde. – Viva bem, Kamiori.

  Logo o gelo se fez envolta da garotinha, misturando-se às lágrimas de seu pai. Perdera a mulher há poucas horas atrás e agora perdera a filha.

  Giotto Vongola, naquela noite perdeu tudo o que mais amava. Tinha Cozart e tinha seus guardiões, mas estaria sozinho daqui para frente e sabia disso. Estava sozinho. Morrera.

Apenas um erro, apenas um arrependimento

Até agora, eu ainda te amo egoisticamente

Agora, se eu pudesse entrar numa máquina do tempo e te encontrar

Eu não desejaria por mais nada

Antes das memórias se tornarem distantes e efêmeras...

Sim, antes da memórias serem esquecidas...

Time Machine – So Nyeo Shi Dae


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Notas finais do capítulo

N/A: Assim pessoal, eu sei que eu demorei muito muito muito muito mesmo. Vocês não sabem o quanto eu estou mal por ter deixado vocês esperando, sério mesmo. Por isso, eu peço que usem todo os seus lindos, maravilhosos e infinitamente grandes corações para, pelo menos, tentar me entender. Porque, sabe, primeiro foi um bloqueio de meses, daí eu entrei em outros fandoms e virei k-popper (aliás a música ali da fic é k-pop) e daí eu tive muita muita muita coisa pra fazer no final de ano, sério. Enfim, eu não abandonei a fic, nunca faria isso ^^ E eu sou imensamente grata pelo apoio que vocês me dão mesmo sendo uma pessoa horrível que deixa vocês esperando por tanto tempo. Se vocês ainda se lembram da fic, eu espero que gostem desse capítulo. Eu fiz com todo o meu coração ~ ♥
Assim, eu escrevi a música ao som de Its You, de Super Junior e eu não sei se fica melhor lendo com ela ou não, mas eu diria que pode ser uma experiência agradável. A música no final ali é, como está escrito, Time Machine da girl group So Nyeo Shi Dae (ou SNSD ou Girls Generation pou até Shoujo Jidai já que a música é em japonês) ^^ Ela não tem muito haver com a história em melodia, só que eu achei que essa parte da letra ficaria menos estranha que Its You, então... :3 Ah, as duas bandas são coreanas, mas Time Machine é em japonês, só pra esclarecer.
Se vocês tiveram quaisquer dúvidas sobre esse capítulo, mandem review ^^ Aliás mandem review pra dizer qualquer coisa, okay? :3 E, bom, eu vou fazer com que o próximo chapie saia rápido, tá? ~♥
Eu amo todos vocês ~ ♥



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