Mansão de Vampiros escrita por Neko D Lully


Capítulo 3
O primeiro ataque!!


Notas iniciais do capítulo

O cap. ficou um pouco maior q os outros, e se vocês gostam de um bom ataque de vampiros então vão gostar do capitulo. O proximo vai ser mais legal, mas por inguanto as coisas ficam meio calmas. Por enquanto as sanguinolencias vão ter que esperar, mas logo, logo a emoção vai chegar.Aproveitem!!!!



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Mansão de vampiros!

Podia aparentar que estava ali, se divertindo com seus amigos, mas sua mente se encontrava em outro lugar.

Sentada na toalha que havia deixado na areia, observava os outros três nadarem felizes no imenso mar azul esverdeado. Sentia o vento fresco trazendo o cheiro de merecia e os raios do fim da tarde castigando a pele de seu corpo, já de uma cor morena, mas sua mente ainda estava no que havia acontecido naquele sótão. Sabia que tinha alguma coisa lá, só precisava descobrir o que era. Ouvira o barulho, e apesar de não ter visto nada, tinha quase certeza que não poderia ter sido fruto de sua imaginação ou do vento.

– Melhor irmos. - propôs Maria saindo do mar e se enrolando na toalha azul clara que tinha pego dentro de sua bolsa de praia. Seus olhos se voltaram para cima e complementou: - Já esta anoitecendo e será melhor voltarmos.

Todos concordaram e caminharam tranquilamente de volta para a casa que ficava a apenas alguns metros da beira da praia. Blaze se separou dos outros logo que entraram na enorme e antiga mansão, seguindo até seu quarto e indo direto para o banheiro que possuía dentro dele. Ficou impressionada ao ver um enorme espaço, as paredes com azulejos brancos ligeiramente mofados e manchados com detalhes azuis claros fazendo ondas por toda a extensão de cada azulejo, uma banheira que devia caber pelo menos três pessoas, também de azulejo só que totalmente branco com uma torneira de metal com algumas ferrujens que tinha para água quente e fria, uma pia e vaso também de azulejo branco, sendo que a pia tinha um espelho que era a porta de um pequeno armário para guardar coisas pessoais como escova de dente, desodorante, entre outros. No teto tinha pendurado um lustre dourado com umas cinco ou seis lâmpadas que tinha um brilho meio fraco e que deixavam a atmosfera mais calma. Tinha uma janela em cima da banheira que deixava passar os leves raios de sol que desapareciam lentamente.

Abriu as torneiras da banheira, deixando que a água quente e fria se misturasse na mesma quantidade dentro da mesma. Enquanto ela enchia começou a se desvestir, colocando o biquíni molhado na pia para depois colocá-lo para secar e poder usá-lo a outro momento.

Entrou na água morna fechando a torneira e se deixando relaxar na banheira cheia, quase transbordando. Ficou apenas deitada por alguns minutos apenas apreciando a doce sensação da água em sua pele e então jogou a cabeça para trás molhando o cabelo, pegou o sabonete e o passou pelo corpo, só depois de alguns minutos que finalmente terminou.

Saiu da banheira já revigorada pelo maravilhoso banho. Enrolou seu corpo na toalha branca enquanto o cabelo escorria água e caminhou pelo banheiro na direção da toalha de rosto, que se encontrava pendurada em um suporte de metal preso na parede do banheiro, e quando colocou aquela pequena toalha sobre a cabeça sentiu um calafrio percorrendo sua coluna. Tinha agora aquela incomoda sensação de estar sendo observada. Foi por reflexo natural que olhou para todos os lados procurando alguma coisa, mas não viu nada. Deu de ombros e saiu do banheiro. Talvez estivesse apenas exagerando.

No quarto, fechou as cortinas e foi até o armário onde todas suas coisas se encontravam. Pegou sua camisola roxa que sempre usava para dormir sem nem ao menos olhos e a colocou. Ela era escura e bem confortável, larga, mas que mostrava bem as curvas de seu corpo. Boa para dormir já que era de algodão e bem confortável. Ela tinha alças finas que a prendiam no ombro e chegava apenas na metade das coxas.

Logo depois de pronta caminhou até a porta para ir jantar, porém, quando encostou a mão na maçaneta, viu de relança um pequeno cintilar, lhe fazendo como instinto de curiosidade virar o rosto para o lado e perceber que não era nada mais nada menos que a pequena pulseira que tinha encontrado no sótão, bem repousada na escrivaninha do guarto. Sorriu ao vê-la. Ia dá-la para Amy, mas se lembrou que ela não gostava desse tipo de coisas simples, ela preferia objetos chamativas e brilhantes. Mas Maria era doida com essas coisas, tristemente nunca pudera ter já que a mãe dela, quando se importava, não tinha dinheiro e agora que tem não liga a mínima pra ela e não dá nada além dos estudos.

Seria um presente, tinha certeza que ela ficaria feliz. E ainda com um sorriso no rosto, pegou a pulseira e saiu do quarto indo na direção da cozinha que emanava um cheiro tão suculento que a alguns metros de distancia você conseguia senti-lo, lhe dando água na boca. Blaze sabia que era Maria fazendo uma de suas famosas comidas que deixavam qualquer um com fome. Era sempre ela que cozinhava quando eles viajavam e no mesmo momento que pensou nisso seu estomago roncou em reclamação.

Quando entrou na cozinha viu Amy e Knuckles,os dois já sentados, devorando prazerosamente a sopa em seus pratos enquanto Maria mexia na sopa que havia preparado para que não se queimasse, a mantendo quente até que todos chegasse. Aproximou-se dela sem dar muita importância para o prato de sopa em um lugar na mesa e ficou do lado de Maria, tocando-lhe cuidadosamente seu ombro e chamando sua atenção.

– Achei isso lá em cima. – disse mostrando a pulseira que havia encontrado, aquele pequeno objeto que apenas ocupava bem o centro da palma de sua mão, e mais nada. Os olhos da mais nova se iluminaram de alegria. – Pensei que iria gostar.

 Com as mãos tremulas, Maria pegou o pequeno objeto com bastante cuidado e a analisou com os olhos azuis brilhando encantados. Blaze sorriu, contagiada por aquela alegria tão evidente. Era tanta que o rosto da garota estava completamente iluminado e seu sorriso era tão grande que quase ia de orelha a orelha. Ajudou-a colocar a pulseira que mesmo pequena coube exatamente no pulso de Maria, como se tivesse sido feito especificamente para ela.

– Muito obrigada Blaze! – exclamou virando seu olhar para a companheira, depois de tê-lo direcionado todo esse momento para a pequena pulseira que agora estava em seu pulso.

– Não foi nada! – ambas as garotas se sorriram e foram até a mesa, desligando o fogo, deixando a sopa. Todos estavam já preparados para dormir, Maria com uma blusa branca justa e um short preto curto e justo, bem confortável e cômodo. Amy com uma camisola rosa de seda larga, mas ao mesmo tempo justa. E Knuckles usava apenas um calção vermelho largo.

 Por alguns minutos todos comeram em silencio, apreciando apenas o fato de estarem entre amigos até que Maria de repente começou a rir, chamando a atenção de todos que pararam de comer e a fitaram sem entender o motivo das risadas disfarçadas dela. Quando ela se deu conta dos olhares confusos respirou fundo e começou a se explicar.

– Lembram da primeira vez que dormimos na mesma casa? – perguntou ainda soltando alguns risinhos, mas tentava segurá-los para continuar falando sem que suas palavras se confundissem no processo. – A Amy quase mata o Knuckles quando o viu apenas de cueca.

– É mesmo! – exclamou Blaze se juntando as risadas da pequena sendo imitada poucos instantes depois pelos outros dois. – Lembro que ele ficou tão apavorado com a Amy que ficou no telhado na primeira noite!!

– E logo depois só dormia de calça! – completou Amy divertida, gargalhando sem parar da doce lembrança dos tempos que estavam juntos. O rosto do ruivo corou fortemente, mas eles continuou a rir fervorosamente com seus companheiros, achando realmente engraçado aquele dia, mesmo que fosse vergonhoso.

Depois disso o resto do jantar passou tranquilamente, com lembranças e mais lembranças, entre risadas e gargalhadas sobre passado, que ficaria mais e mais distante, afastando da realidade que eles passariam a viver. Era uma pena ter que se separarem assim, depois de terem passado tantas coisas juntos, mas era a vida e não podiam fazer nada mesmo que não gostassem. Mesmo que estivessem sendo obrigados, arrastados para outros cantos por suas famílias que nem ao menos pareciam se importar, sabia que para ter um futuro teriam que ir.

De repente Blaze parou de rir no mesmo instante que um calafrio percorreu seu corpo vindo novamente com aquela sensação de estar sendo observada. Olhou para o lado e viu que Maria estava no mesmo estado, só que ela estava tremendo ligeiramente, como se estivesse paralisada e aterrorizada, como se tivesse sentido algo em seu ombro como uma respiração. Olhou em volta até seus olhos pararem com a janela onde mostrava o seu escuro com estrelas brilhando junto com a lua, ambos iluminando o chão perto das janelas, e por alguma razão a escuridão lhe preocupou.

– Tenho a sensação de estarmos sendo observados. – confessou, os olhares direcionaram em sua direção e no mesmo instante os outros dois pararam de rir. Blaze tinha uma cara séria e olhava para todos os lados de maneira discreta, sem mover a cabeça.

– Não seja tão paranóica Blaze! – exclamou Knuckles sorrindo para aliviar a tensão que havia se formado entre eles, mas ao parecer Blaze e Maria estavam muito tensas para conseguir acalmá-las e tirar essa idéia ridícula da cabeça delas. – Melhor irmos dormir que amanhã será um dia cheio, afinal vamos ir a cidade para nos divertir!!

Todos assentiram, alguns mais animados que outros, e foram para seus quartos. Blaze ainda se sentia incomoda com aquela casa, parecia que algo ia sair das paredes e a ira atacar... Isso era ridículo! Talvez estivesse exagerando e não tivesse nada de mais naquela casa, talvez ela fosse como qualquer outra que já tenham ficado, mas não deixava de se preocupar e ficar alerta. Seja o que for era melhor ficar calada e se divertir ao invés de estragar tudo, afinal seriam as ultimas férias que passavam juntos.

Chegou em seu quarto e deitou-se na cama colocando o lençol até perto da boca. Deixou sua cabeça cair no macio travesseiro e fechou os olhos, sentindo o sono se apoderando de si lentamente, até que finalmente caiu completamente rendida ao cansaço e ao mais profundo sono.

Na penumbra de seu quarto um par de olhos âmbares a fitavam intensamente enquanto dormia e um sorriso começou a brilhar entre a escuridão da noite. Em um piscar de olhos essa sombra que sustentava os olhos e o sorriso saiu do canto do quarto e se posicionou perto da cama onde a pequena silhueta da garota se destacava entre os lençóis. O inquilino respirou fundo, quase com desespero, sentindo o doce odor que emanava daquela garota. Dois dentes afiados cresciam no sorriso ficando tão salientes e brilhantes que quando o sorriso apenas virou uma linha em seu rosto os dois dentes ainda apareciam, quase encostando na ponta do queixo.

Debruçou-se na garota com tanta agilidade que a cama não fez nenhum movimento aparente, era como se não tivesse nada por cima, como se ele fosse apenas uma ilusão. Aproximou o rosto do pescoço dela que tinha a cabeça um pouco inclinada para o lado facilitando ainda mais seu acesso a área. Respirou profundamente no pescoço dela sentindo o forte cheiro, mas quando estava prestes a mordê-la os olhos da garota se abriram.

No mesmo minuto que abriu os olhos se sentou na cama tirando uma faca de debaixo do travesseiro e cortando o ar a sua frente com ela. Não havia nada e isso a fez suspirar aliviada. Odiava que se lembrasse dele, era sempre o mesmo estado de pavor e desespero que odiava sentir e que só sentira uma vez, pelo menos em tão alta escala. Aqueles sonhos que costumava ter toda noite era apenas mais uma tortura interna que sua mente fazia do que havia acontecido... Era para aprender a não cometer o mesmo erro.

Deixou a faca na cama e saiu de debaixo das cobertas, levantando da cama e andando até a porta com as pernas um pouco tremulas. Deu uma olhada no relógio que tinha em cima da escrivaninha antes de sair, era apenas meia-noite, nunca havia acordado tão sedo. Normalmente acordava lá para as duas da manhã já que era o horário que estava acostumada a levantar para poder se defender de seu pai ou para treinar com seu irmão. Agora não iria voltar a dormir, já que sempre que quando acordava o sono nunca mais voltava, só quando chegava as nove da noite novamente. Tinha que arrumar algo para passar o tempo se não iria enlouquecer.

Talvez passasse o resto das horas treinando, na praia seria melhor, voltaria antes que Amy percebesse, mas primeiro ia tomar um copo de leite para poder relaxar do terrível sonho que teve. Foi até a cozinha e pegou um pequeno copo e o encheu de leite, para logo depois começar a tomar gostosamente gole por gole. Logo que acabou deixou o copo na pia e escorou as costas na mesa soltando um largo e demorado suspiro.

De repente sentiu como uma mão segurava sua cintura e outra segurava seu queixo inclinando sua cabeça alguns graus para o lado. Quase no mesmo instante depois sentiu como alguém respirava profundamente em seu pescoço e o lambia lentamente, passando calafrios por todo seu corpo.

– Você tem um cheiro bom. – sussurrou uma voz masculina em seu ouvido, mansa e sedutora, enquanto um hálito frio e com cheiro de menta com chocolate chocava contra seu rosto fazendo seus cabelos da nuca se arrepiarem e um novo calafrio percorrer seu corpo. – Será que tem um gosto igual de bom?

Quando sentiu a ponta do que pareciam ser dentes bem afiados, roçando a pele de seu pescoço, se soltou daqueles braços que começaram a lhe acariciar e se girou sobre seus próprios pés, voltando-se para trás e tirando uma faca de debaixo da camisola, a apontou para ele. Pôde sentir seu coração se acelerando ao ver um garoto de estranhos cabelos prateados, olhos dourados que brilhavam na escuridão cheios de desejo e um sorriso extenso em seu rosto que deixava suas feições ainda mais bonitas e mostrava os dois caninos pontiagudos que se destacavam do resto da arcada dentaria, bem a sua frente. Ele usava uma roupa toda preta destacando sua pele branca e as tatuagens verdes reluzentes que tinha no braço praticamente descoberto. Não deveria ter mais de vinte e poucos anos, no máximo vinte e cinco, no mínimo dezenove ou dezoito.

– Quem é você? – perguntou Blaze sem sair da posição defensiva e deixando de lado a beleza do garoto e essa atração repentina e estranha que sentira por ele. Era estranho, parecia que ele tinha um imã no corpo...

– Não tinha deixado a faca na cama? – perguntou o garoto ignorando a pergunta dela e fitando, confuso, a faca na mão dela, apontando para a mesma.

– Estava me espionando? – rebateu Blaze agora entendendo a sensação de ser observada. – Pois para sua informação tenho muitos mais truques na manga do que apenas deixar mais uma faca escondida. Então fique longe de mim!

– Hum... – ele sorriu mais extensamente e saiu de cima da mesa em que estava sentado de pernas cruzadas. Ele começou a andar na direção de Blaze enquanto a mesma se afastava sem tirar os olhos do garoto ou sair da posição defensiva que se encontrava, com a lamina da faca apontada para seu “companheiro”. – Você é bem astuta... Esperta... Ágil... Eu gosto disso. Adoro presas difíceis!

Presa? Perguntou-se Blaze dando uma ligeira espiada para trás vendo a escada que levava aos quartos. Só tinha que subi-las rapidamente para poder se trancar em seu próprio quarto e escapar desse abusador tarado. Olhou novamente para o garoto que tinha um sorriso brilhante no rosto, os olhos cintilando de emoção.

Podia sentir seu coração acelerando ao ver a beleza do garoto na luz do luar que passava pelas enormes janelas da sala. O corpo atlético, tão perfeito quanto qualquer outro que já tinha visto em um garoto, nem mesmo atletas tinham um corpo tão lindo quanto o dele. O rosto com feições jovens que davam a aparência de um garoto de mais ou menos vinte a vinte e cinco anos. Ele era simplesmente perfeito. E aqueles pensamentos lhe distraíram por alguns instantes.

Quando sentiu o primeiro degrau da escada voltou a si e não perdeu mais tempo o observando e se virou para sair correndo, mas no mesmo instante que deu as costas para ele e pós o pé no segundo degrau o viu parado no terceiro com um sorriso maior ainda e inclinado um pouco para baixo deixando seus rostos no mesmo nível e muito próximos.

– Seu coração tá muito acelerado. – disse com uma voz sedutora e sussurrante, aproximando mais seu rosto do dela, fazendo-a sentir, conseqüentemente, o hálito gélido que possuía. – Isso é por que você esta com medo ou por que gostou de mim?

Antes que ele pudesse se aproximar mais Blaze, em um reflexo impulsivo e desesperado de manter a distancia, levantou a faca cortando o rosto do garoto e logo depois saindo correndo na direção de seu quarto, aproveitando que ele estava distraído. O garoto tinha ficado ali parado com o rosto ligeiramente inclinado para o lado.

Levou a uma mão até o ferimento no rosto e encostou levemente nele sentindo o liquido quente que escorria pela maça do rosto, manchando seus dedos pálidos, agora, descobertos. Levou a mão até a frente do rosto e viu a pequena mancha vermelha, sorriu ligeiramente e lambeu-a, saboreando o próprio sangue. Sorriu ainda mais empolgado e começou a caminhar na direção do quarto dela, o qual sabia muito bem onde ficava, enquanto seu pequeno corte desaparecia em uma velocidade assustadoramente rápida.

Blaze entrou em seu quarto e fechou a porta, trancando-a no mesmo momento. Sua respiração estava meio ofegante, mas não estava com medo. Tinha passado por coisas piores em sua vida e isso não seria nada. Só estava preocupada com seus amigos que podiam precisar de ajuda.

De repente ouviu o trinco se abrindo a fazendo se distanciar da porta e preparar novamente a faca. Era impossível que aquele garoto a estivesse abrindo já que a porta só podia ser trancada e aberta por dentro, mas foi exatamente o que aconteceu. A porta se abriu sozinha revelando o garoto albino do outro lado. Ele entrou no quarto e a porta se fechou logo atrás dele, trancando-se sozinha.

Agora estava presa com ele. E dentro de seu próprio quarto!

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Estava escondido em um canto do quarto, sendo ocultado pelas sombras do lugar. Observava a sua pequena presa deitada na cama tranquilamente, dispersa do que aconteceria aquela noita. Sua respiração subia e descia de maneira compassada e calma o que fazia os lençóis rosados subirem e descerem em no mesmo ritmo. Podia ver o corpo dela delineado pelas finas cobertas, mas seu rosto estava tampado pelas sombras, o que não lhe importava nem um pouco. Não precisava ver o rosto dela para fazer o que ia fazer.

Em um piscar de olhos estava de quatro em cima dela. Foi tão rápido que a cama não se moveu nem um pouco, nem fez ruído. Aproximou-se do pescoço dela e o cheirou com desespero. Era raro ter uma presa tão perfeita como ela, com um sangue que combinasse tão bem com seu gosto. Tinha que aproveitar ao máximo.

Sentiu um pequeno movimento vindo dela, mas não se importou muito, pensando que ela ainda estava dormindo. Abriu a boca mostrando seus caninos salientes e desejosos para perfurar aquela pele fina, mas antes que pudesse chegar perto sentiu como duas mãos se posicionavam em seu peito e tentavam empurrá-lo para longe. Olhou para cima e viu um pouco da expressão da garota que agora se encontrava apavorada. Tudo o que conseguia ver eram seus olhos, destacando-se um pouco na escuridão, repletos de medo.

Maria em seu desespero deu um tapa no rosto de seu agressor fazendo sua própria mão doer barbaridades. O moreno que estava em cima de si se distraiu um pouco dando a oportunidade perfeita para escapar. Saiu da cama e foi correndo até um canto do quarto se encolhendo no mesmo e pedindo aos céus para que nada lhe acontecesse.

O garoto se levantou da cama como se nada tivesse acontecido, era obvio que o tapa não tinha lhe afetado. Para ele o que a garota havia feito era idiotice já que sua pele era tão dura quanto o próprio metal, era própria para suportar qualquer coisa e um tapa só servia para machucar a pessoa que o havia proferido e não ele. Eram poucas coisas que poderiam lhe machucar, mas que estavam misteriosamente abundantes no mundo.

Em um piscar de olhos tinha saído de perto da cama e ido parar na parede onde a garota estava, a encurralando como um animal indefeso, colocando os dois braços na parede do lado dela impedindo sua saída. Foi com tanta velocidade que ao se chocar com a parede ela fez um barulho estrondoso e fez a garota ter o instintivo reflexo de si encolher mais na parede, apertando as duas mãos contra o peito e abaixando a cabeça.

Ela era consideravelmente menor que si, a duras penas chegava em seu ombro. Levou uma mão até o queixo da garota e inclinou seu rosto para o lado dando um acesso livre para a jugular. Aproximou-se lentamente ouvindo levemente as suplicas da garota e sentindo as lágrimas dela caírem em seu ombro que estava agora na direção do rosto dela por ter si abaixado para alcançar o pescoço.

Deu uma ligeira espiada nela quando estava a apenas alguns centímetros de mordê-la, não soube exatamente porque fez isso, mas quando viu o rosto da garota iluminado com pequenos raios da lua sua pele gelou mais do que o normal. Se afastou dela rapidamente com os olhos arregalados e o coração morto há vários anos voltando a bater descontroladamente. Não era possível que fosse quem pensava que era. Era impossível definitivamente.

Abriu e fechou a boca várias vezes enquanto se afastava da garota que o mirava sem compreender, mas ainda tendo os olhos cheios de lágrimas que escorriam sem parar, o corpo dela permanecia estático no lugar e demoraria um tempo para que voltasse a se mover. De repente viu uma pequena luz amarela vinda da janela. Olhou rapidamente para a mesma e viu como o sol começava a nascer lentamente no horizonte. Falou umas quantas maldições e depois desapareceu do local.

A garota loira ficou confusa e aliviada ao mesmo tempo. Deixou-se cair no chão segurando a mão que havia batido no garoto com força, ela latejava de dor e talvez pudesse ter quebrado algum osso. Sua respiração estava um pouco afobada e seu coração ainda se encontrava a mil por hora. Da próxima vez daria ouvidos aos seus instintos.

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O garoto albino havia conseguido com muita facilidade desarmá-la e prendê-la na porta do quarto, segurando os dois pulsos acima da cabeça com uma só mão enquanto a outra se encontrava na parede. Tentou se libertar de todas as maneiras usando principalmente os joelhos, mas ele havia pressionado seu corpo contra o dela, colocando uma perna entra as dela e uma dela entre as suas, a imobilizando por completo. Seus movimentos agora eram limitados dando a liberdade aquele garoto fazer o que quisesse consigo.

– Viu? – zombou ele sorrindo maliciosamente enquanto levava uma mão livre até o queixo dela e inclinando seu rosto para o lado. Blaze tentou liberar suas mãos, mas ele era muito forte e parecia até não estar fazendo muita força para mantê-la presa daquele jeito. – Não adiantava nada tentar escapar. Não tem como você me derrotar.

Blaze franziu o cenho não aceitando a derrota. Nunca fora de perder uma briga e essa não seria a primeira, mas por mais que tentasse se soltar só conseguia provocar mais risos no garoto que começara a se aproximar de seu pescoço exposto. Pôde sentir como ele lambia a curva de seu pescoço e roçava os caninos pontiagudos no mesmo, a fazendo estremecer e arrepiar.

Ela se sentia estranha com tudo isso que aquele garoto estranho fazia. Era como se uma parte de seu ser o desejasse de uma maneira descontrolada e isso a confundia, já que nem com seu ultimo namorado se sentiu assim de indefesa e desejosa em ser domada. Mas sua parte racional a fazia querer impedir tudo isso e reter esse desejo bobo.

Fechou os olhos com força ao sentir os caninos prestes a penetrar em sua pele o que fez o garoto sorrir. Mas antes que pudesse mordê-la como queria viu pela varanda o sol começando a nascer, talvez desse tempo de mordê-la e logo depois ir embora, mas faltava pouco tempo para os raios amarelados chocarem contra sua pele e isso não era uma coisa boa, sem falar que se mordesse ela e tivesse que sair antes de terminar com seu sangue ela se transformaria e isso não seria aconselhável, na verdade era algo que sempre gostou de evitar. Por mais que não quisesse aquele sangue tinha que deixá-lo para fazer o que queria depois.

Blaze esperava o que quer que fosse que aquele garoto iria fazer, mas de repente a preção que o corpo dele exercia sobre o seu desapareceu a fazendo cair sentada no chão. Abriu os olhos e viu que estava sozinha novamente no quarto. Não sabia como ele havia saído já que a porta estava atrás de si, o que impedia que qualquer coisa saísse.

Respirou fundo e se deixou relaxar no chão, se apoiando completamente sobre a porta que depois de alguns minutos se abriu a fazendo cair para trás. Ela tinha ficado aberta? Pensou, mas logo que viu Maria com o rosto cheio de lágrimas e segurando a mão direita que estava meio inchada perdeu a linha de pensamento.

– Quero ir embora. – disse a garota quase caindo no borde do desespero.

Enquanto isso no sótão os dois garotos chegaram com uma expressão não muito boa, o que fez os outros dois vampiros os fitarem confusos enquanto os dois entravam com o rosto contraído e os punhos serrados com força, cada um pior que o outro.

– E ai? – perguntou Sonic os mirando determinadamente. – Como foram?

– Não é da sua conta!! – gritaram os dois ao mesmo tempo seguindo cada um para um canto do sótão. Silver estava furioso por não ter conseguido provar nem uma gota do saboroso sangue da garota enquanto Shadow tinha uma dura luta interna.Para Silver, ter demorado tanto enfrentando aquela garota fora uma humilhação, ela era uma reles humana e mesmo assim o distraíra o bastante para que o amanhecer chegasse. Porém, para o moreno do outro lado do sótão, esse problema era insignificante.

Não podia ser quem estava pensando, mas eram tão parecidas que pode jurar que tinha voltado no tempo. O mesmo rosto, o mesmo cabelo, era tudo igual!! Sentia seu sangue ferver pela frustração e a lembrança de acontecimentos passados. Socou a parede que tinha perto de se fazendo com que a madeira já frágil se quebrasse.

– Por que tinha que ser tão parecida com ela?!! – se perguntou em voz alta serrando os dentes com tanta força que eles quase trincaram. Seus olhos estavam fechados com força enquanto as lembranças vinham e vinham, o torturando ainda mais – Eu já não sofri o suficiente?! O que mais tenho que perder?! O que mais tenho que lembrar?!


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Notas finais do capítulo

Hihihihi!! Nada de mordida ainda gente, sinto muito. E espero que não tenham se confundido muito com o misteriosinho do Shadow no final. O proximo vai ter um pouco de chupadinha de sangue, mas não muito. E sobre os misterios eles vão se revelar com o decorrer da fic então não se preocupem!!Bjsss e ate a proxima!!



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