Frostnatter escrita por Blue Dammerung


Capítulo 12
Capítulo 12: Voinko suudella sinua?


Notas iniciais do capítulo

"Na minha opinião, nós não desenvolvemos pesquisas científicas suficientes para encontrar a cura para os idiotas." Gilbert falando sobre a maioria dos alunos do colégio, na opinião dele.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/120475/chapter/12

E me fitou por incontáveis minutos, como se quisesse memorizar toda a minha fisionomia em sua memória jovem, sem nada dizer, embora ainda segurasse minha camisa com força. Não queria me soltar da mesma forma como eu também não queria soltá-lo, mas então o diretor do orfanato o puxou.

E aí nos separamos, e enquanto eu via o administrador do orfanato adentrar no mesmo levando a única coisa que eu aprendera a valorizar em menos de um dia, eu me sentia morrendo por dentro.

Queria pará-lo, tomar a criança de volta, mas era impossível. Dezenas de barreiras nos separavam, e a cada passo do diretor, cada vez mais longe de mim, a distância entre mim e aquele pequeno ser humano se tornava maior, mais intransponível.

E foi com um adeus mudo que fui embora dali.”

----------------------------------------------------------

Na manhã daquela segunda-feira, apesar de chegar bastante cedo no colégio, como de costume, todo o lugar já estava decorado para a feira que aconteceria. Fui para a minha sala e minutos depois começaram a chegar cada vez mais alunos.

E quantas mais pessoas chegavam mais gente ficava nervosa.

-Hey, Alfred! -Gritou uma voz que reconheci sendo daqueles dois que nunca paravam de brigar. Arthur se aproximou do outro, que se virou para ele e disse alguma coisa que eu não pude escutar. -Sério?! E quem é sua equipe? Ah... Entendo. Bem, tomara que você tenha sorte, porque eu tenho certeza que minha equipe vai ter a pontuação mais alta!

Alfred empurrou Arthur e então eles começaram a discutir em voz alta, até que saíram trocando tapas e o diretor novamente veio apartar a briga. Eu não entendia como aqueles dois podiam se dar bem ainda, mas dois segundos depois, quando voltei a olhá-los, sorriam um para o outro amigavelmente.

Lukas e Stéfan ainda não pareciam ter chegado, e como eram eles que tinham ficado com o trabalho que fizemos só me restava esperar e decorar mais as falas. Tirei um papel do bolso aonde tudo que eu deveria falar estava anotado e comecei a ler dezenas de vezes para memorizar, mas então houve uma pequena confusão na sala e eu só tive tempo de ver todo mundo saindo enquanto três alunos entravam e um deles me erguia da mesa pelo colarinho e me prensava contra a parede.

-Francis, fique de olho na porta. Não quero ninguém escutando. -Gilbert disse enquanto me prendia contra a parede. Francis obedeceu e Antônio foi com ele, como dois seguranças obedecendo ao patrão.

O que não era muito encorajador, uma vez que o The Bad Friends Trio dificilmente saía nas salas para caçoar os outros alunos, e se isso acontecia, o assunto deveria ser sério. Ou seja, eu estava enrascado.

-Tino Väinämöinen. -Gilbert começou, a face totalmente séria, o que era mais estranho ainda. -O que estava fazendo naquele parque ontem?

-Eu... Ahm... Saí com... Minha família. -Respondi, engasgando e quase dizendo que tinha saído com meu professor.

-Não estava me seguindo, estava?

-N-Não, de forma alguma.

-E que tipo de intenções você tinha quando chegou perto do meu irmão? -Ele perguntou bem ameaçador agora. Lá se foram quaisquer dúvidas que eu tivesse sobre os laços daquele menino com Gilbert.

-Eu achei ele perdido e só o ajudei a te encontrar, mas eu não sabia que ele era seu irmão, eu juro!

-E você por acaso contou a alguém sobre ele? Se tiver contado a alguém, eu juro que vou transformar sua vida num inferno maior que já é.

-Não contei a ninguém. -Respondi, e então ele me soltou e recuou dois passos enquanto eu levava minha mão até meu pescoço, doendo porque ele me pegara pelo colarinho.

Ele levou uma das mãos ao bolso e de dentro tirou uma carteira, então disse:

-Quanto quer para manter a boca fechada e não contar a ninguém sobre o que aconteceu ontem?

-Ahm... Eu não quero nada... -Falei, levantando as mãos na defensiva. Não queria ter que me meter mais com Gilbert, até porque eu nem entendia o que havia de tão sério em encontrar o irmão pequeno dele!

-Não quer dinheiro? Muito bem então, peça qualquer coisa.

-Mas eu não vou contar...

-É por ter ajudado meu irmão, seu idiota. Agora peça antes que eu mude de ideia e te espanque aqui mesmo. Estou de mau humor.

-Ahm... -Engoli em seco, sem deixar de pensar que aquilo certamente era nobre da parte dele, mesmo que viesse acompanhado de uma ameaça. Então tive uma ideia. -Será que vocês três poderiam... Parar de pegar no meu pé?

Ele me fitou por alguns instantes e eu temi está sendo atrevido demais, mas então ele riu com aquela risada estranha e assentiu.

-Hmpf, escolheu bem, Tino. Okay, nós vamos parar de te perseguir, mas eu volto a avisar que se você contar a alguém sobre meu irmãozinho, eu juro que te mato, ouviu? -Então ele se virou e deu um leve aceno enquanto saía da sala. -Até mais, Tino.

Francis piscou para mim antes de ir embora, o que me deu um arrepio, e Antônio também me deu um leve aceno. E quando os três desapareceram no corredor, todos os alunos adentraram a sala novamente, e não demorou para que viessem me perguntar o que eu tinha com aqueles três.

-Hey, Tino, o balofo quer saber se você é amigo do albino daquela gangue. -Arthur me perguntou, sentando em cima da minha carteira enquanto Alfred se aproximava e lhe dava um tabefe na nuca.

-Eu NÃO sou gordo! -Ele exclamou, virando-se para mim. -Mas, sério, carinha, o que você tem com eles três? Nunca os vi vagando pelas salas antes...

-Ah, bem, eles só vieram me fazer algumas perguntas... -Disse uma meia verdade.

-Perguntas? O quê? Virou informante agora, é? Vai ser espião quando crescer? Meu país é o melhor país do mundo quando se trata de espionagem... -Arthur começou, mas então Alfred lhe deu outro tabefe que fez o inglês gemer de dor e gritar com o amigo. -Pare com isso, sua baleia!

-Pelo menos eu SEI cozinhar!

-E lá vão eles de novo... -Eu murmurei, mas eles, como eu já sabia, me ignoraram.

-Hambúrgueres e milk-shakes não são comida!

-Batatas fritas com peixe também não é!

-Oras, seu...!

“Atenção, todos os alunos que participarão da Feira, por favor, se reúnam no pátio principal para a preparação das apresentações. Atenciosamente, a direção”, falou uma voz no megafone, o que fez os dois pararem de brigar.

Levantei-me da cadeira e peguei minha mochila, seguindo todos os alunos que agora deixavam a sala, embora ainda escutasse Alfred e Arthur discutindo novamente.

Uma vez no pátio vi que ao longo deste estavam erguidas dezenas de standes preparadas para mostrar trabalhos, todos bastantes organizados para que na hora das apresentações ficasse tudo fácil de acessar para os professores que nos fiscalizariam.

E em um desses stands estavam Lukas e Stéfan, terminando de aprontar o trabalho e dando uma enfeitada no cenário da barraca. Aproximei-me deles e os cumprimentei.

-Ah, estávamos indo chamar você. -Lukas disse me dando algumas ferramentas. -Comece a nos ajudar.

-Ah, sim! -Eu assenti, logo começando a trabalhar também.

O resultado foi que, por volta de uma hora depois, os professores que nos fiscalizariam e que também nos dariam as notas estavam começando a passar de stande em stande, avaliando e determinando quem provavelmente passaria de ano ou não.

E para meu alívio, Berwald não estava entre eles, então não pude evitar em soltar um suspiro quando vi que eram apenas a professora de história, o professor de geografia e o de sociologia fiscalizando.

-Okay, eles estão chegando perto. Todos já decoraram as falas?-Lukas perguntou, o olhar sempre sério.-Tino, você ficou com a maior parte, então vai começar. Stéfan, não enrole nem gagueje, okay?

-Hmpf, tá.-Stéfan respondeu, cruzando os braços e lendo o pequeno papel que eu tinha lhe dado com sua fala por uma última vez antes de apresentar, os professores a dois standes de distância.

E foi naquele momento que eu vi Berwald lá do outro lado do pátio, me fitando, as mãos nos bolsos do sobretudo e a costumeira camisa branca e calça formal. Claro que eu sabia que ele estava no colégio mas ainda assim tinha uma pequena esperança de que ele estivesse dando aula ou então estivesse com os outros professores.

Veja bem, não que eu não gostasse de tê-lo por perto, é claro que eu gostava, mas é que eu me sentia mais pressionado ainda para fazer da forma mais perfeita possível, além de que, ainda por cima, ele era um professor e geralmente os professores gostam de ver seus alunos se saindo bem não importa em qual matéria seja.

Engoli em seco e desviei o olhar para os professores que nos fiscalizariam, já nos tendo como o próximo grupo para apresentar.

-Hey, Tino, o que foi? Ficou nervoso de repente, você está bem?-Lukas perguntou, me fitando.

-É só dor de barriga.-Menti, rindo um pouco e ficando de costas para aonde Berwald estava. Me perguntei se ele ficaria com raiva se eu o evitasse por alguns instantes, mas era que com ele por perto tudo ficava mais assustador, além de que tinha que me sair bem na apresentação.

-Se quiser ir no banheiro, vá logo.

-Não, não, estou bem. Ah, é a nossa vez.-Disse, vendo os três professores agora se aproximarem de nós, cada um com uma caderneta que conteria o nosso futuro em números. Me virei para eles e sorri.-Bom dia. Este é nosso grupo e nós vamos falar sobre a Segunda Guerra Mundial...

E então comecei a falar, apontando para os cartazes e gesticulando bastante, logicamente nervoso, mas tentando não errar nada. Queria ter uma boa nota para mostrar ao Berwald depois, queria que ele sentisse orgulho.

-A Segunda Guerra Mundial, também chamada de WW2 por alguns especialistas, foi o maior conflito armado...-Lukas começou a falar, atraindo a atenção dos professores e explicando bem melhor que eu. Sem querer acabei olhando para os lados e para trás, vendo que meu professor ainda estava ali, em fitando, como se fosse uma estátua. Me virei para frente novamente, as mãos suando.

-Vários países participaram da Guerra, mas entre eles se destacaram dois grupos, um sendo os Aliados, formado pelos Estados Unidos, Inglaterra...-Stéfan continuou, também explicando melhor que eu. A última fala seria minha e eu estava prestes a ter um derrame ali, quase como sentindo o olhar do Berwald nas minhas costas. Nunca tive tanta vontade de falar um palavrão.

Tentei me concentrar na minha fala novamente, mas me dei conta de que não sabia o que falar. Nossa, que GRANDE hora para ter um “branco”. Abri rapidamente o papel enquanto Stéfan continuava a falar, lendo rapidamente e lembrando os principais assuntos, tentando não esquecer novamente e levando uma pequena cutucada quando ele acabou.

Fitei meus professores e a primeira coisa que fiz foi dar um sorriso amarelo, engolindo em seco e rezando mentalmente para quem quisesse me escutar. Eu estava perdido e, nossa, que GRANDE hora para ser pessimista. Veja bem, eu estava quase tendo uma síncope nervosa, seja lá o que isso seja, mas espero que seja algo mortal.

-O outro grupo era o Eixo, que por sua vez era formado principalmente pela Itália, Alemanha...-Isso, eu estava quase conseguindo, lembrando pouco a pouco do parágrafo que tinha lido dezenas de vezes.-Japão e Suécia...

Até que levei uma cotovelada do Stéfan e me dei conta que tinha errado. Meu mundo caiu. Engoli em seco, já vendo o olhar acusador dos professores sobre mim porque todos sabiam que a Suécia não estava entre os principais países do Eixo, então mesmo que não adiantasse muito, me apressei em consertar.

-Quero dizer, os principais países eram a Alemanha, a Itália e o Japão apenas, cada um tendo seu chefe que comandava os exércitos e...-Tentei não desabar enquanto explicava, e quando finalmente terminei, eles fitaram a todos nós, anotaram nas pranchetas e saíram, e antes que eu pudesse aproveitar a minha desgraça, Lukas e Stéfan me empurraram para o lado, deveras irritados.

-Como é que você erra aquilo?!-Lukas perguntou, cruzando os braços e exclamando alto, mas não o bastante para que alguém fora do stande conseguisse ouvir.

-Eu fiquei nervoso, desculpe...-Tentei me explicar.

-Até eu, que não tinha lido sua fala, sabia!-Stéfan falou, gesticulando no ar.-A nota era para nós três e não só para você. Tino, por sua causa a gente vai ficar com a nota abaixo da média!

-Não é bem assim... Ainda podemos ficar acima da média, é só...

-Não! Mas que droga!-Lukas exclamou, realmente irritado, mas parando por um momento e respirando fundo.-Olha, aconteceu e tinha todas as possibilidades do mundo para que acontecesse. Poderia ter sido comigo ou com o Stéfan, mas foi com você, Tino, então grande parte da culpa é sua. O que dá para fazer agora é nos concentrarmos mais para recuperar a nota... Mas o que foi que te deixou tão nervoso? Você parecia tão seguro e confiante.

-A dor de barriga.-Menti, fazendo uma careta e levando uma das mãos até a barriga.-Olha, me desculpem. Da próxima vez... Isso é, se vocês ainda quiserem fazer trabalho comigo, prometo fazer melhor.

-Não é pra tanto, Tino, mas, sério, você podia ter feito bem melhor.-Stéfan respondeu e Lukas assentiu, de braços cruzados novamente.

Fitei o chão e peguei minha mochila que estava num dos cantos do stande, já me preparando para sair, uma vez que era só apresentar que poderíamos ir embora.

-Bem, eu estou indo então, okay? Até amanhã?-Sorri, ainda me desculpando.

-Nos vemos amanhã.-Ambos responderam, um olhando para a cara do outro para depois me olhar. Saí do stande e caminhei pelo pátio. Eu já poderia ir para casa se quisesse, uma vez que todo o restante do dia não teria aula, mas não estava a fim de ficar em casa.

Eu estava tão confiante, tinha tanta certeza de que iria conseguir, que iria deixar todos com orgulho e felizes, mas... Não deu certo. Eu decepcionei meus dois amigos que contaram comigo, os professores e, mesmo que ele não estivesse ali e ele tivesse uma parcela de culpa no meu nervosismo, decepcionei Berwald.

E foi quando pensei no nome dele que olhei para o lugar aonde ele estava me observando minutos antes, mas ele não estava mais lá. Apertei a mochila contra as costas e fui até ao final do pátio, entrando no prédio que tinha as salas e aonde estava tendo algumas aulas para o pessoal mais avançado.

A primeira coisa que fiz foi ir ao banheiro, e uma vez lá, entrei num dos privativos e fechei a portinha, me sentando em cima da privada com a tampa fechada e abraçando as pernas. Eu queria chorar agora.

Nunca gostei de decepcionar ninguém, uma necessidade enorme de tentar agradar sempre me seguindo, então quando eu sabia que deixava certas pessoas na mão, como Lukas e Stéfan, eu me culpava porque, afinal, tinha sido culpa minha, eles mesmos disseram.

Eu não os culpo por ficarem com raiva porque se fosse eu, também acabaria ficando. Eu também decepcionara a mim mesmo por ter sido tão inútil quando poderia ter “arrasado”, e ainda provavelmente decepcionara Berwald, que queria me ver passando de ano.

Senti o peso na minha garganta e os olhos ficando úmidos. Eu ia chorar, ali, no banheiro enquanto grande parte dos alunos estava lá fora ou apresentando os trabalhos ou conversando ou se divertindo.

Apertei mais minhas pernas contra mim, cravando as unhas na calça de moletom. Tinha a impressão de que eu era um tanto inútil às vezes, como meus pais diziam. Uma existência nascida para atrapalhar, essa eu acho que fui eu mesmo que criei numa das noites que eles brigaram comigo.

Porque para muitos falhar num trabalho pode não significar muito, mas não era só isso. Era falhar com pessoas que contam com você e falhar consigo mesmo. Falhar estava fora de questão.

Eu já estava chorando quando alguém entrou no banheiro. Pude ouvir o som da porta de entrada se abrindo e então se fechando, além de passos ecoando até chegar bem perto do privativo aonde eu estava.

Vi os conhecidos sapatos de couro pela abertura que ficava na parte de baixo da portinha do meu privativo, já sabendo quem era. Eu não queria que ele me visse chorando, mas também não queria ficar só.

-Tino.-Ele chamou, batendo de leve na porta e ouvindo meus soluços.-Quero entrar.

-Eu fui tão burro!-Exclamei, fungando e limpando o nariz que escorria.-Eu podia ter feito melhor, mas fiquei nervoso e estraguei tudo!

-Abra a porta.

-Eu tinha decorado tudo! Eles estavam contando comigo! Eu sempre estrago as coisas.-Disse, soluçando e tentando falar enquanto chorava, o que estava ficando difícil. Queria dizer que tinha estragado a vida dos meus pais também, que tinha matado meu irmão indiretamente, que tinha provavelmente estragado a vida de muita gente, mas acho que se eu dissesse isso, Berwald arrombaria a porta apenas para me parar.

-Tino, por favor, abra a porta.-Ele pediu um tanto mais gentilmente dessa vez, o que me fez estender um dos braços, sem deixar de abraçar minhas pernas e girar o ferrolho para destravar a portinha que logo foi aberta por ele. Me fitava de cima e quando olhei em seus olhos, vi que o sério de sempre estava misturado com um pouco de pena.

Não era orgulhoso a ponto de rejeitar sua pena, ela apenas indicava que ele sentia dor por mim também, que se importava comigo, e acho que foi por se importar comigo e quem sabe não me achar um inútil que estraga tudo que ele entrou no privativo, mesmo ficando um tanto apertado, e me abraçou calorosamente, me fazendo chorar mais ainda.

-Está tudo bem.-Ele murmurou em meu ouvido, o hálito quente provocando alguns arrepios enquanto eu soluçava. Ele fez com que eu parasse de abraçar minhas pernas para abraçá-lo, em seguida colocando minhas pernas uma em cada lado do seu corpo e me erguendo para que ele agora se sentasse na privada comigo em seu colo, meu peito colado ao peito dele e meu rosto encharcando seu sobretudo com lágrimas.

Uma das mãos dele foi até minhas costas e a pressionou, como se quisesse me manter a todo custo colado a ele, enquanto sua outra mão ficava nos meus cabelos e os acariciava com movimentos lentos, calmantes.

De vez em quando ainda dizia um “está tudo bem”, o que era engraçado porque Berwald não parecia ser o tipo de pessoa que sabia consolar, mas na verdade, ele não parecia mesmo saber. Acho que apenas fazia o que pensava ser o bastante, porque ele podia me dizer muitas coisas para levantar meu astral, mas apenas repetia aquela frase e brincava com meus cabelos como se mudamente dissesse “eu estou aqui com você”. E bastava.

Minha noção de tempo não funcionou enquanto eu estive ali com ele, e ele também não parecia ter pressa, por isso, não sei por quanto tempo nós ficamos naquele privativo apertado, um sentindo os batimentos do coração do outro, eu só sei que quando parei de chorar e ergui meu rosto para fitar o dele, eu sabia que ele não estava decepcionado comigo.

-Para mim, você foi muito bem, não importa a nota que eles virão a lhe dar. Tampouco me importa a opinião das outras pessoas sobre você porque a única opinião que importa é somente a minha. Você não é inútil porque se não fosse você, eu não saberia o que é ter uma vida. Você é o meu tesouro mais precioso.-Berwald disse, sério, levando ambas as mãos até meu rosto para segurá-lo, fitando bem fundo em meus olhos.-Posso beijá-lo?

Eu apenas assenti, sem pensar no que as pessoas iriam achar, sem pensar se as decepcionaria ou não, sem pensar em nada exceto o fato de que a única pessoa que eu realmente nunca quis decepcionar queria aquele beijo mais do que todos, e era essa pessoa a mais importante para mim.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

OLÁ PRA VOCÊS //estásendoapedrejada agora. Olha, eu sumi, admito. Durante alguns tempos eu tive uns bloqueios com Frostnätter, mas agora está tudo bem, e espero que ninguém me mande ameaça de morte ~~

Enfim, para compensar o enorme atraso, hoje, sábado, postay um chap e amanhã, no domingo, postaray outro chap, okay? Então leiam com carinho ~~

KISSES ~~