Enemies do Not Kiss escrita por Yuuki_Cereja, Milky_Potter


Capítulo 6
Pansy Parkinson


Notas iniciais do capítulo

Demorou mais chegou O/

Enjoy~



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                                                *~ Capítulo VI – Pansy Parkinson ~*

Passava-se das nove quando uma garota de longos cabelos negros andava, sem se importar, de um lado para o outro no dormitório feminino da Sonserina. Ainda moendo as cenas que presenciou mais cedo, ela não conseguia se conformar de forma alguma que pra ela já estava tudo perdido.

Ela não queria acreditar que estava tudo perdido. Desde que adentrara Hogwarts pela primeira vez, no momento em que ela pousou os olhos em Draco, ela sabia que um dia ele iria ser dela. E quando os dois se tornaram monitores no quinto ano? Naquele momento, ela poderia ser a garota mais feliz do mundo por poder ficar mais perto do seu amado.

Porque ela o viu primeiro. Porque ele tinha que ser dela. E de repente, uma grifinória nerd aparece e com um simples aceno, Draco está com ela. De todas as garotas de Hogwarts, a Granger era com toda certeza a última que ele escolheria. Mas por que...?

Eles eram tão diferentes, não se suportavam! E além disso, ela era uma sangue-ruim, não tinha sangue nobre lhe correndo nas veias, como nas dela e de Malfoy. E Pansy não entendia. Por que de uma hora para outra o louro preferira ficar com a grifinória do que com ela? E depois de todo o seu esforço... Isso tudo não fazia o menor sentido.

E Hermione Granger já havia sido avisada. Se recordava muito bem das suas palavras na noite de Halloween, quando encontrara a sangue-ruim e a ruivinha Weasley no Salão Principal.

‘’ - É bom mesmo que não aconteça nada. Não quer que nada de mau aconteça a seus preciosos amiguinhos quer? – Perguntou Pansy Parkinson olhando diretamente a Hermione e Gina.

- A conversa é particular, Parkinson. Dê o fora daqui. – Rosnou a ruiva.

- Eu vou sim, mas depois de dar o meu aviso, Granger. – A morena falara o nome de Hermione com nojo como se estivesse proferindo uma Maldição Imperdoável. – Eu quero você bem longe do Draco. Não é nada pessoal, mas se você continuar a encontrá-lo eu vou transformar a sua vida num verdadeiro inferno. E não queira, nunca na sua vidinha medíocre, me ter como inimiga. Fui clara?

- Clara como o dia. Agora, se nos der licença... Por favor? – Dizia Gina em uma mistura de sarcasmo e ironia que fez Pansy sair dali bufando de ódio.’’

Então, agora, depois da cena que presenciara debaixo da maldita árvore que ela desejou internamente que fosse o Salgueiro Lutador, só lhe restava uma única alternativa. Vingança. Porque ela prometeu, e agora iria cumprir.

. . .

- E então? O que aconteceu com o Rony? – Indagava uma Hermione ressentida e curiosa.

- Bem, depois que eu saí atrás dele, acabei tendo que correr até a sala comunal da Grifinória, e puxa... Ele é rápido. – Contava Gina, sentada na cama ao lado da morena. – Quando me sentei perto dele, ele me mandou ir embora, disse que queria ficar sozinho. Mas ele é meu irmão, eu nunca iria obedecê-lo. Então eu só esperei o Harry chegar, e disse ao Rony que era pra ele ter uma conversa séria com você, que você iria entendê-lo.

‘’Mas ele não me ouviu. Só se importou em ficar socando as almofadas como se isso fosse ajudar. Bem, tá na cara que ele já estava com ciúmes, e que agora as coisas só pioraram. Mas uma coisa é certa, ele ainda gosta de você, mas está com raiva de você por estar com o Malfoy, e mais raiva ainda porque sabe que a culpa foi toda e inteiramente dele.

‘’E quer saber? Eu não sinto um pingo de pena dele. Tudo bem, talvez um pouco, mas ele mereceu. Então eu a aconselho a continuar com o Draco por mais umas duas semanas ou até menos para dar a falsa ilusão que realmente havia algo entre vocês, e depois é só arranjar uma desculpa lógica para terminarem, e então, o Ron vai voltar inteiramente pros seus braços.’’

- Ginny, você é um gênio. Mas o que o Harry fez quando chegou? – Perguntava Hermione se sentindo desconfortável e mudando de posição.

-  O Rony não deixou ele se aproximar. Começou a gritar e a dizer que nós a apoiávamos a continuar com essa ‘’palhaçada’’ e que nós íamos nos arrepender por isso. É claro que o Harry disse que ele estava agindo de maneira infantil e que era ele quem tinha errado e não nós, por isso ele não devia estar pondo a culpa na gente. – Terminou a ruiva com um bocejo.

- Agora eu me sinto culpada. Eu nunca fui assim, Gina, nunca precisei manipular as outras pessoas, mentir... O que está acontecendo comigo? Será que eu estou me tornando uma má pessoa?

Hermione já tinha lágrimas nos olhos. Toda a imagem, a reputação de garota certinha sabe-tudo que ela tanto preservava estava prestes a desmoronar.

- Não, Mione, isso não quer dizer que você deixou de ser quem é, só que... – Ela demorou algum tempo para procurar as palavras certas – Você mudou um pouco, mas para melhor. Agora vamos dormir, tudo bem? – E a ruiva esperou a amiga concordar com a cabeça para depois ir para a cama ao lado e se aninhar debaixo das cobertas.

. . .

Quase todos os alunos já estavam presentes no Salão Principal tomando o café da manhã. Totalmente absortos em sua conversas, que quase não notaram o alvoroço das corujas que como de costume entregam cartas e encomendas aos estudantes.

Draco sentou-se como de costume, na mesa da Sonserina com os seus amigos e entre eles, estava Pansy. Eles riam, faziam piadas, falavam mal dos colegas das outras Casas. Tudo quase perfeitamente normal. E ela, Pansy, notava a diferença. Quase não havia tocado no seu suco de abóbora, agora esquecido em um canto, e estava demasiada pensativa.

Ninguém havia reparado nela ali, solitária, e isso a deixou irritada. Deveria ter um pouco mais de consideração, na opinião dela. E algo que passou totalmente despercebido, foi alguém supostamente parar de rir e se dirigir a ela, algo não esperado.

- Aconteceu alguma coisa Pansy? Você não parece muito bem. – Comentou o garoto ao lado, Blásio.

- Isso não é da sua conta. – Responde-o seca.

- Desculpe por eu me importar então. – Disse Blásio na defensiva, se sentindo ligeiramente magoado pelas palavras grosseiras.

 - Ah, que seja. – Disse a morena antes de se levantar e fazer menção de sair do Salão.

Draco e os outros basicamente não se importaram com a saída dela. Sabiam o quanto o humor da amiga era instável, e qualquer coisinha por menor que fosse, poderia deixá-la mais irritada do que um hipogrifo com fome.

E ela continuava contando seus passos lentos mas precisos em direção a porta. Ninguém ligava para onde ela iria agora, talvez nem tivessem percebido que ela estava prestes a sair. Mas quando o portão se abriu, não foi porque ela estava querendo sair, e sim, porque outra pessoa estava entrando.

Foi quase que instantâneo. Em um segundo todos faziam barulho, conversavam, riam, comiam, e abriam sua cartas enviadas pelos pais. Um segundo depois, quando ela entrara, pouco a pouco uns foram cutucando os outros e agora todos olhavam para a garota de cabelos castanhos volumosos parada na entrada. Era como se ela fosse a própria reencarnação de Merlin. Ninguém falava, ou fazia qualquer outra coisa, apenas a observavam, boquiabertos e talvez preocupados.

Pansy se irritou, mas se limitou a sorrir ameaçadora para Hermione, que queria apenas sumir debaixo daquele chão para evitar todos os olhares acusadores lançados a ela. A Parkinson saiu, totalmente recuperada após ver a reação da Granger, enquanto essa quase correu para a mesa da Grifinória sem olhar ninguém nos olhos.

Quando se aproximou, imediatamente surgiu um lugar entre Neville e Harry, enquanto dois garotos de fronte a ela saíram com a desculpa de fazer dever de casa. Ela sabia que era mentira. Sabia também que o lugar magicamente surgira não porque gostassem dela, e sim porque queriam ela longe e se afastaram.

Exceto Harry, é claro. Ele a apoiara desde o início, era realmente um bom amigo. E Gina, dizendo a ela para ignorar os outros e comer algo. O que faria sem eles?

- Cadê o Ronald? – Perguntou a Harry enquanto levava um copo de suco de abóbora aos lábios.

- Foi treinar quadribol. – Respondeu-a, sem olhá-la nos olhos.

- Sem tomar café?

- Ele acordou mais cedo, comeu rápido e saiu com essa desculpa, mas acho que era só para não encontrar com você. – E Harry respirou fundo, olhando para todos os lados menos para a amiga.

- Você está bravo comigo não está? – Perguntou Hermione, antes de uma coruja-das-torres pousar a sua frente trazendo o seu exemplar diário de o Profeta Diário. Ela retirou o jornal e colocou um sicle na bolsinha amarrada a perna da coruja.

- Não, não estou.

- Está sim, Harry, até eu percebi. – Disse Gina, entrando pela primeira vez na conversa. Harry abaixou a cabeça sem dizer nada.

- Por que não diz de uma vez? – A Granger aumentava um pouco o tom de voz, deixando completamente de lado o jornal quase intocado.

- Não há nada a ser dito. Você fez a sua escolha, e o Rony fez a dele.

- Então é tudo por causa dele? Do Rony? Quer dizer que você está do lado dele? – Ela não se segurou, e quando viu já estava em pé, apoiada com as mãos na mesa. Todos os olhares novamente se voltaram para ela, mas dessa vez, veio seguido de cochichos de todas as mesas.

- Hermione, sente-se. Está chamando muita atenção, acalme-se. – Sussurrou a ruiva, mas não adiantou porque Harry também se levantou.

- Talvez. Você não devia ter feito aquilo, sabe como ele se sentiu? Por acaso você pensou no que isso iria causar a ele? – Acusou-a.

- A vida é minha, eu tomo minhas próprias decisões sobre o que eu achar ser o certo. E ele não é mais nada meu, por que ele se importaria? – Disse ela, seu tom de voz voltando ao normal mas o tom magoado não a abandonara.

Ela não estava realmente esperando uma resposta, então, apenas sentou-se novamente, olhando em frente, sem focar em algo específico. Mas Harry, ainda de pé, disse.

- Pensei que fosse mais madura que isso. Pelo visto eu estava enganado. – Sussurrou, e apenas as duas garotas ouviram. Ele dirigiu um olhar inconformado a namorada antes de sair sem mais uma única palavra.

Gina estava boquiaberta. Não sabia o que fazer e muito menos o que dizer. Não queria brigar com Harry e Rony, seu irmão, mas muito menos Hermione, que era sua amiga. Então, pela primeira vez se sentiu dividida. Olhava para a amiga ainda perplexa, pois nunca havia presenciado a uma briga dos dois, e nem sabia ao certo se já havia tido alguma.

Hermione, por sua vez, continuava a beber freneticamente seu suco, seus olhos um pouco marejados.

- Hermione, eu... – A ruiva começou, mas a amiga balançou a cabeça em negação, deixou o copo sobre a mesa e deixando uma lágrima escorrer sobre a bochecha esquerda ela saiu, pelo mesmo caminho de Harry.

Gina apenas deixou a cabeça tombar sobre a mesa, espalhando sua cabeleira ruiva, e dando um longo suspiro. Neville se sentou onde antes estava Harry, ao lado dela, e disse em um tom despreocupado.

- Sinceramente, acho que você devia parar de tentar entendê-los.

A Weasley se limitou a lançar a ele um olhar que diz ‘’Você é idiota?’’ e fez menção de se levantar.

- Depois não diga que eu não avisei. – Comentou ele quando ela estava de partida. E então, percebeu um pequeno rolo do lado oposto da mesa. Deu ombros, e estendeu a mão para pegá-lo, revelando o mais novo exemplar de O Profeta Diário.

. . .

- Que. Perfeito. Idiota. – Soltou, enquanto socava uma das almofadas presentes em sua cama. Estava com raiva, mas ainda chorava. Então Hermione olhou no relógio em seu pulso e viu que faltavam apenas cinco minutos para terminar o horário para o café, e tentou se recompor mas as lágrimas ainda insistiam em descer.

Pegou os livros, enxugou as lágrimas com a costa as mão direita e saiu do dormitório silenciosa. Não aguentava mais, queria desistir, mas agora não podia. Respirou fundo, e desceu as escadas para a sala comunal da Grifinória.

Mas quando ela já estava quase alcançando a porta, ouviu uma voz atrás de si.

- Hermione, eu... – E ela se virou. Surpreendeu-se ao encontrar um par de olhos extremamente verdes lhe suplicando. E olhar para Harry agora a fez recomeçar o choro, se sentindo culpada, e ressentida.

Ele a abraçou receando, mas ela não se opôs, e encaixou a cabeça no ombro dele.

- Me desculpe. Por tudo o que eu te disse, Mione, me desculpe. Eu deveria estar te dando apoio, mas... não foi o que eu fiz. – E ele a ouviu dar uma risada sem humor.

- Pensei que não houvesse mais nada a ser dito. – Ela fez uma pausa antes de continuar. – Me desculpe também, eu não tenho sido uma boa amiga. Nem pra você, nem pro... – Ela não disse, tampouco precisava.

- Vamos, estamos ficando atrasados.

E os dois caminharam de volta para a primeira aula do dia. Transfiguração.

- Você se importaria se eu sentasse com o Rony? – Perguntou-a Harry, ao chegarem na sala ainda com poucos alunos.

- Claro que não. Até porque... hoje vou sentar com alguém diferente. – E ela sorriu para ele marota, e ele retribuiu o sorriso balançando a cabeça.

Harry sentou-se na mesinha retangular ao lado do amigo ainda sorrindo para o nada. Rony que antes estava virado para o outro lado, ao virar-se a Harry, viu que ele ainda estava sorrindo.

- Por que essa alegria toda? – Perguntou o Weasley mau-humorado.

- Ah, nada com que deva se preocupar. Então... como foi o treino? – Estava claro que o moreno queria mudar de assunto mas o ruivo não deixou as coisas tão fáceis assim.

- Não pense que não vi você falando com a Granger. – Murmurou Ronald. Harry ficou perplexo.

- Granger? Deixa de ser paranóico. Querendo ou não, ela ainda é minha amiga. Conviva com isso. – E com essa resposta, Rony se calou, e a professora McGonagall entrou na sala de aula ainda na forma de gato, para depois assumir a forma humana.

Mesmo sendo diretora de Hogwarts, não deixara de ensinar sua matéria, pois era uma das únicas formas de continuar de olho nos alunos bem de perto.

Todos os alunos já haviam se sentado. Os olhos da professora percorriam toda a extremidade da sala verificando se estava tudo em ordem. Depois que se convenceu, disse.

- Muito bem. Bom dia. – Os alunos responderam um ‘’Bom dia’’ em coro, e seus olhos pousaram em um pequeno detalhe que ela deixara escapar. Involuntariamente, seus olhos se arregalaram até segundos depois ela se recompor e poder falar.

- Senhorita Granger? O que faz ao lado do Senhor Malfoy? – Perguntou a senhora, olhando para o fundo da sala com evidente curiosidade. Era realmente estranho e curioso observar uma grifinória e um sonserino tão perto um do outro sem um dos dois fazer nenhum comentário desagradável.

- Ah, eu... eu... – Ela buscava alguma desculpa mas não encontrava nenhuma. Olhava para Draco buscando ajuda mas ele deu ombros e seus lábios formaram a frase ‘’Eu não sei’’.

- Por que não dizem logo? – Perguntou alguém na frente. Todos os olhares se voltaram para o garoto ruivo com cara de tédio. – Eles estão namorando, professora.

É claro que essa era a última coisa que passaria pela cabeça da professora, que não conseguiu esconder o espanto. Esperou mais algum tempo, certa de que alguém gritaria que era algum tipo de brincadeira sem-graça mas ninguém o fez. Então, só pôde concluir que era a verdade.

- Pois bem. – Começou ela. – Eu devo admitir que nunca pensei que viveria para ver algo assim, principalmente se tratando dos dois em questão. Mas já que estão de fato, juntos, eu fico feliz. E que isso sirva de exemplo aos outros, para nunca terem medo de procurar o amor nos lugares mais improváveis. – E ela sorriu para o casal, e a Granger retribuiu o sorriso, ignorando um Rony muito enraivado.

- Agora, voltemos a aula. Abram seus exemplares na página cento e vinte e três para falarmos hoje sobre... – A professora continuou a falar sobre o assunto, enquanto Draco fez um movimento quase imperceptível de colocar o braço por cima do ombro da suposta namorada. Hermione estranhou um pouco, mas gostou.

E uma carteira ao lado, a Parkinson rosnava baixinho. Aquilo já era o cúmulo do cúmulo. Tinha de fazer alguma coisa, e faria já.

. . .

- Eu não acredito nisso! Como eles tiveram a coragem de...? Como se atrevem? – Gritava Pansy andando em círculos pelo dormitório decorado de verde e prata.

- Calma Pansy. Não acha que agora você deveria desistir logo disso tudo? – Comentou sua colega de quarto, Evanna Taylor.

Evanna era uma garota bonita. Tinha os cabelos castanhos bem claros e lisos, e possuía olhos castanho-esverdeados que muito eram invejados. Sua pele alva e as bochechas sempre rosadas davam a ela um ar infantil que ela gostava. 

- Eu não desisto tão fácil assim, Taylor. Eu só tenho de pensar em um plano. Um plano muito bem bolado para me livrar daquela sangue-ruim sabe-tudo. – E de repente, seu rosto pareceu se iluminar. – Já sei! Ela não namorava aquele ruivo Weasley?

. . .

Hermione passava por um corredor no sétimo andar. Um trecho de parede lisa defronte à enorme tapeçaria que sempre estava a retratar a tentativa inútil de Barnabás, o Amalucado, ensinar balé aos trasgos.

Relembrava os tempos em que se escondiam ali perto para treinar Defesa Contra as Artes das Trevas, e de como a amiga dedo-duro de Cho, Marieta, tinha denunciado todo o plano. Mas no fim, tudo deu muito certo. Mas e se a Sala ainda continuasse ali? Poderia valer a pena tentar.

Ah, mas ela não poderia fingir estar precisando de algo sem precisar. Isso seria contra os princípios básicos para o qual a Sala Vem-e-Vai ou Sala Precisa foi criada. E foi então quando ela começou a ouvir miados não muito distantes. Claro que poderia ser Bichento andando pelo castelo, mas o miado dele não era estrangulado e esquizofrênico.

Eu preciso de um lugar onde eu possa me esconder de todos a minha volta por algum tempo.’’ pensou ela, andando e voltando três vezes pelo corredor de olhos fechados e repetindo o que queria, ao achar que tinha ouvido um miado já não muito longe de Madame Nora, que provavelmente seria seguida de Filch.

Imediatamente, uma porta lustrosa surgiu da parede. É claro que ela já sabia onde ela daria, e sem hesitar girou a maçaneta de latão e enfiou-se para dentro.  

A Sala estava muito diferente desde a última vez em que estivera ali. Havia muitas coisas diferentes e estranhas por toda a parte. Tudo muito iluminado pelos archotes bruxuleantes e era visível encontrar tapetes, quadros, armários, cortinas, sofás, penas, gaiolas, e muitos outros objetos, todos cheios de muita poeira. E foi quando lembrou-se de que ali, em algum lugar, estava escondido o livro do Príncipe Mestiço que Harry escondera no sexto ano.

Mas as chances eram puramente remotas. Era provável que o livro nem estivesse mesmo ali, já que a Sala mudaria de acordo com o que a pessoa precisasse. E tinha a absoluta certeza de que Harry não pedira um lugar para se esconder de todos. E talvez a Sala tenha interpretado mal o seu pedido.

Só o simples fato de estar na Sala já a estaria escondendo, e não precisaria se esconder entre pilhas de entulhos de dentro da Sala. E começou a se perguntar se a Sala oferecesse o mesmo compartimento a todas as pessoas que mencionassem a palavra ‘’esconder’’. Então fechou os olhos e pediu à Sala que tudo voltasse ao seu lugar. 

E um segundo depois, quando abriu os olhos só viu o grande vão que era aquela Sala. E com tudo de volta ao lugar, apareceu não muito distante almofadas de seda no chão. Ela olhou para os lados, a tempo de ver algo do tamanho de um armário, mas coberto por um enorme tecido. Tinha pelo menos mais dois armários iguais, e ela pensou em procurar o tal livro. Se encontrasse, sua teoria estaria certa, se não...

Ela correu em direção a algumas caixas em cima dos armários, abrindo-as com magia não-verbal e não encontrou nada. Decidiu recorrer agora aos armários.

E começou a examinar com cuidado o conteúdo deles. Nada nos dois primeiros exceto lixo. O terceiro, porém, tinha somente uma gaiola velha de coruja. Ela estava prestes a tornar a fechá-lo quando notou algo dentro da gaiola. Poderia ser apenas um panfleto, mas por que não...?

E ao tirar o livro de dentro da gaiola velha, mas não mais suja, leu o título ‘’Estudos avançados para o preparo de poções.’’ E imediatamente percebeu que nunca tinha sequer tocado no livro antes. Sentia-se como se segurasse uma Horcrux, como se o livro fosse maligno. Mas era só porque sabia o estrago que o livro fizera a Malfoy, que quase morrera.

Então, devolveu o livro com rapidez ao seu lugar, e tentou não pensar mais nele. Na verdade, agora que sabia que o livro estava, de fato, ali, ocorreu a ela que o armário Semidouro também poderia estar. Mas onde?

Hermione correu a olhar mais atentamente os armários, mas não passavam disto, armários. Tentou então, convocá-lo. ‘’Accio armário Semidouro’’ pensou, mas por longos segundos, nada aconteceu. Até ela ver alguma movimentação na outra extremidade da Sala, o armário flutuando na sua direção.

Era exatamente como se lembrava. Havia lido algo sobre eles em um livro, mas não se lembrava do feitiço que poderia fazer o tele transporte do que estava dentro do armário para o outro. E também, não precisava, não iria transportar nada não é? Mas por outro lado, um teste não faria mal algum.

Hermione olhou para os lados e só encontrou livros velhos, mas muito bem preservados. Teria de se lembrar de sair dali com pelo menos um ou dois para ler antes de dormir. Não seria sua primeira opção, pegar um livro assim, mas iria servir. E colocou já Azarações para os Azarados dentro do armário recentemente limpo.

Qual era mesmo o feitiço? Ela sabia, já havia lido sobre isso... Era até meio parecido com o seu nome. Hermione... Hermione... Harmonia! Só podia ser isso.

E ao fechar o armário cuidadosamente, disse em voz baixa.

- Harmonia Nectere...

- Que está fazendo aqui?! – Perguntou uma voz nervosa e exasperada vindo de trás da garota e fazendo-a perder a concentração e parar no meio do feitiço. Ela se virou instantaneamente e levou um baita susto ao ver quem estava atrás de si segundos antes.

. . .

- Está decidido Evanna. Eu vou fazer isso e você vai me ajudar. Até porque... você sabe demais. – Pansy sorriu maliciosa para a colega e a Taylor se encolheu.

- Não Pansy. Isso não é certo, o melhor seria que você desistisse. – Disse Evanna com convicção. - Malfoy não quer nada com você mesmo. – E ela terminou a frase desejando no instante que terminou que não tivesse o feito.

- Olhe aqui, Taylor. Ou me ajuda, ou eu espalho por aí o seu segredinho. Você não quer isso, quer? – Ela viu a castanha balançar a cabeça e assentiu. Depois abriu um enorme sorriso malicioso que daria em medo em qualquer um que o visse.

Estava claro que Evanna Taylor não queria fazer parte disso. Mas não podia dizer não a Pansy Parkinson. Aquela garota era maluca, obsessiva, e pervertida.  Deveria ser levada imediatamente ao St. Mungos para um tratamento de choque. E a Taylor nem tinha nada contra a sangue sujo da Granger, é claro que não gostava dela, e muito menos de todos aqueles grifinórios imundos, mas por mais que tivesse aversão a eles não poderia fazer o que Pansy estava planejando. Era maldade demais, até para alguém como ela.

Até porque ela conhecia Draco Malfoy. Sabia do que ele era capaz, e ficou sabendo que ele era um Comensal da Morte. Se ele descobrisse que tudo seria culpa dela o que diria? O que faria? Seu medo era tanto que talvez ela tenha cogitado a ideia de contar tudo a ele imediatamente. Mas não, ela poderia ser tudo, arrogante, mentirosa, esnobe, mas não era dedo-duro.

- Certo, Parkinson. O que eu preciso fazer?  - Taylor perguntou com uma pontada de medo na voz que Pansy achou excelente.

- Maravilha. Mas primeiro vamos precisar de só mais uma coisinha.

Continua ~


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Notas finais do capítulo

Olá povo! O/ Desculpem a demora, o capítulo já estava pronto tem um mês! Só que eu estava sem net, e só voltou agora. Aff!

Mas a notícia boa é que o capítulo sete e oito também já estão prontos! Então, só vou dar um intervalo de dois dias antes de postar o próximo.

Espero que estejam gostando da fic, vocês nem imaginam o que aguarda no próximo capítulo, HAHA'

Bj ♥