Enemies do Not Kiss escrita por Yuuki_Cereja, Milky_Potter


Capítulo 5
Boyfriend and Girfriend




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                                                *~  Capítulo V – Boyfriend and Girlfriend ~*

- E então? Já se sente... melhor? - Perguntava a garota Granger.

- Sim, e pode ir dizendo para o seu amado Weasleyzinho que ele não perde por esperar. - Dizia Draco Malfoy, já se levantando da cama completamente branca da Ala Hospitalar. - Muito embora, a ruivinha já tenha feito isso por mim. - E um sorriso malicioso se apoderou dele ao lembrar a cara de Rony.

- Você não pode, ou também quer ir pra detenção? - Disse Hermione, com o olhar indo de Draco para o resto da sala vazia.

- Granger... - Começou o louro, o olhar de repente ficando mais sério - Ontem, quando você saiu da biblioteca, no que estava pensando? Quer dizer, você ficou triste de repente.

- Foi só que... eu estava lembrando dos meus pais. No meu aniversário de dezessete anos, eles me deram este relógio. - E ela estendeu o pulso para que ele também pudesse ver a corrente de prata. Ainda não sabia o motivo, mas agora ela não tinha mais medo de contar suas lembranças pessoais e íntimas para aquele costumeiro ‘’inimigo’’ do qual havia se tornado em tão pouco tempo, amiga.  

- E qual é o problema?

- O problema foi que mais ou menos um mês depois eu tive que apagar completamente a memória deles em relação a mim. - E com um suspiro longo e sofrido, ela prosseguiu - Fiz com que pensassem que são Wendel e Monica Wilkins e que sua ambição na vida é mudar para a Austrália.

Hermione piscou, recusando-se a deixar uma lágrima escorrer de seus olhos. Draco entendeu.

-  E tudo isso foi por causa do Potter? Você estava disposta a correr o risco de nunca mais poder ver os seus pais, para arriscar a sua vida? - Ele estava perplexo, não acreditava como Hermione podia ter sido tão estúpida a ponto de chegar a cogitar a morte próxima e mesmo assim partir para ela de braços abertos.

- E arriscaria de novo de fosse preciso. Você não sabe o que é isso, porque você é egoísta demais a ponto de se importar com as outras pessoas! – Ela jogava as palavras nele sem se importar com o efeito que elas poderiam provocar, mas naquele momento, ela não se importava, porque tinha que liberar a raiva repentina.  

O louro já de pé ao lado de Hermione apenas congelou o seu olhar voltado para o chão, e ainda se olhá-la nos olhos, ele disse, com a voz que demonstrava o quão decepcionado ele estava de tão fortes que foram aquelas palavras impensadas que ela o acusara.

- Você realmente acha que eu não me importo com ninguém além de mim mesmo? - E então ele sorriu, um sorriso sem humor algum - Não, Granger, você está errada. Você acha mesmo que eu me tornei um Comensal da Morte simplesmente por que quis?

Draco levantou a cabeça o suficiente para ver os olhos da garota ao seu lado. Estavam num misto de surpresa e arrependimento, mas agora o erro já fora cometido, e ele continuou a olhá-la com mais intensidade, como se quisesse ver a alma dela por detrás daqueles olhos castanhos, com olhos cinzentos sem emoção.

- Não, Hermione. Eu só fiz aquilo porque minha mãe insistiu que eu deveria fazer. Que era para o nosso próprio bem. Que se eu não fizesse... ele me mataria.

E com isso, Hermione já estava com os olhos cheios d'água. Não por emocionar-se com a verdade que Draco lhe falara, mas por se lembrar de tudo que teve de passar depois da morte de Dumbledore, do grau que as coisas pioraram, e Malfoy contribuiu muito para isso.

E somente agora ela percebia que não havia sido nada fácil para nenhum dos lados. Que a vida de Draco não havia sido menos turbulenta do que a dela. E que ela havia, sim, o julgado mal. Muito embora, ela preferisse morrer a se tornar uma Comensal, mas não era ela que estava em questão ali.

- Draco, eu... eu não sabia que... - Ela começou a tentar se desculpar, mas ele a cortou, sem chance de retomar o assunto.

- Esqueça. Isso não tem mais importância alguma. - E ele se virou na intenção de ir embora mas ela o seguiu e puxou seu braço, em busca da atenção dele.

- Draco. - Hermione chamou e ele se virou, uma ansiedade fora do comum que ele não deixava transparecer o invadiu, esperançoso pelo que ela poderia vir a dizer. - Nós ainda temos um acordo. Amanhã, no mesmo horário, na biblioteca?

Ele parecia chocado. Mas se limitou a assentir e sair para bem longe dali. Ele realmente esperava que ela tentasse se desculpar, mas não foi o que ela fez. E parecia que ela estava mesmo tentando fazer o ruivo idiota a notar, pois nem mesmo ele, tinha a desviado de sua determinação.

E agora, deitado em sua cama no dormitório masculino da Sonserina, percebeu que nunca deveria ter aceitado nada disso. Que sempre havia sido desse jeito. Sempre tentava provar para Harry e seus amigos grifinórios idiotas que ele era melhor, que ele sempre seria superior, sempre tentando convencê-los que era corajoso o suficiente para fazer algo importante, que ele também podia ser tão importante quanto Potter era.

Mas a questão era: Havia necessidade? Não. Nunca houve. Eles o conheciam bem, sabiam do que ele era capaz, e que ele também era um covarde, e suas ações só comprovaram isso cada vez mais. E por mais que lá no fundo, ele tentasse ser tão grande como Harry Potter foi, em cada mínima ação, ele não conseguia. Porque nada que fizesse mudaria o fato de que era um sonserino, orgulhoso, e covarde. Era o que ele era. 

Então simplesmente não havia mais motivo algum para continuar com a proposta ridícula que Hermione o fizera, certo? Errado. Talvez tenha sido mau-sucedido em tentar provar sua superioridade aos demais, mas talvez ainda tivesse uma chance de provar que ainda era muito melhor que o Weasley. E então, continuaria a fingir que era agora um deles como a Granger queria, para depois quando Ronald já estivesse totalmente convencido de que a queria de volta, ele a teria em seus braços.

E é claro que ela iria se apaixonar por ele, porque até agora, em todos esses anos, ele só havia a tratado mal, a xingado, e quase a viu morrer em sua sala de estar. Mas ela ainda não conhecia seu outro lado, o lado mais escondido e que ele mantinha bem protegido. Nunca mostrou a ninguém antes, mas deixaria ela ter esse privilégio. Porque pela primeira vez na vida, ela iria ver o Draco mais doce, gentil, e romântico que existe.

’Hermione Granger, minha vingança será maligna. E desta vez, maligna terá um gosto doce, como cerveja amanteigada com um toque de gengibre. Você não perde por esperar.’’ Pensou o louro, enquanto um sorriso malicioso de apoderava de seu rosto.

...

Um mês inteiro havia se passado. As vidas de todos continuavam as mesmas, exceto por Malfoy e Hermione. Draco havia melhorado e muito as notas e tudo isso por culpa dela. Claro que depois da pequena discussão entre os dois um mês atrás, eles evitaram falar de si mesmos e contar demais um ao outro. Eles mantinham uma relação bem profissional sem ninguém por perto, e as pessoas se acostumaram a vê-los juntos.

Draco não poderia afirmar que fazia parte da lista de amigos de Harry Potter, e muito menos de Rony Weasley, mas eles acabavam por sair todos juntos em alguns finais de semana. O louro se queixava secretamente ao amigo Blásio de que eles eram totalmente malucos e que queria ajuda para não ficar louco perto ‘’daquela gente’’. E então, algumas vezes quando não tinha absolutamente desculpa alguma para não ir, Draco forçava Blásio a seguir com ele que contra-vontade ia.

Harry não podia dizer que ainda odiava Malfoy, mas ainda não conseguia aceitá-lo como um amigo. Eles apenas se tratavam civilizadamente, e Rony era obrigado a suportar todo o ódio que carregava e que aumentava diariamente por Draco sem dizer uma única palavra. E o louro simplesmente amava isso.   

E agora havia chegado o dia, a hora, o momento exato de Draco pôr todo o seu plano em prática. Estavam reunidos Hermione, Harry, Gina, e Rony  e mais alguns alunos grifinórios no Três Vassouras comemorando a vitória da Grifinória sobre Lufa-Lufa naquele dia, quando Draco resolve aparecer repentinamente com Goyle em seu encalço.

- Draco! – Exclamava Hermione correndo para cumprimentar o amigo – Não me disse que vinha.

- Resolvi fazer uma surpresa. – Ele disse, sorrindo de forma galanteadora. Hermione ficou sem jeito, enquanto o resto dos grifinórios ficaram em um repentino silencio constrangedor.

- O que você está fazendo aqui? – Perguntava Ronald, de forma acusadora como se o louro tivesse cometido um crime.

- Calma, Ron. – Censurou Harry o amigo.

- Bem, eu estava procurando a Hermione. Achei que talvez ela estivesse aqui, e pelo visto acertei. – Comentou Draco.

- Há uns anos, você nem sabia o nome dela. Bom, ela está aqui, pode falar o que quiser e ir embora. – Disse Ron, em seu tom mais agressivo. Ultimamente ele andava muito mau-humorado e não conseguia mais fingir que estava tudo bem.

- Como queira. Hermione – Ele virou o rosto para vê-la melhor e ela o encarou com um breve sorriso – Sei que este pode não ser o lugar certo para isto, mas eu não aguento mais esperar.

Malfoy sorriu pra ela e tanto ela quanto os outros presentes ficaram confusos. Aquilo simplesmente não havia sido combinado, ela não estava esperando e depois de um pouco mais de um mês, achou até que não seria mais necessário.

O louro, recebendo olhares de todos para que continuasse logo, apenas suspirou e se aproximou da garota Granger o suficiente para lhe falar ao pé do ouvido.

- Quer namorar comigo? – Ele sussurrou pra ela e Hermione se sentiu arrepiar. Apenas Harry e Ronald, que estavam perto o suficiente dela, o ouviram.

Harry ficou surpreso, muito surpreso. É claro que não achava que Malfoy seria o par perfeito para Hermione, alguns anos atrás até o simples fato de tocá-la o dava nojo, então teria de admitir que estava muito confuso ali. Mas não a julgaria se ela aceitasse. Ela era sua melhor amiga e a felicidade dela vinha em primeiro lugar.

A o contrário de Ron. Cheio de fúria, ele fechou a mão em punho. É claro que Hermione diria que não, ela não podia aceitar. Hermione era dele, de Ron Weasley e de ninguém mais, como o Malfoy se atreveria?

Hermione, por uma fração de segundo, achou que aquilo fosse mesmo a vontade de Draco. Mas acabou perceber que ele só fazia isto pelo velho acordo. E sendo assim, ela apenas virou o rosto para ver a expressão de Rony, e encontrou seu olhar suplicante que lhe pedia para fazer tudo, menos aceitar.

Então, ela sorriu. Estava finalmente conseguindo tudo o que queria. Mas ela não iria ceder ao Ronald outra vez, e voltou-se novamente para o louro a centímetros de distância dela e sem dizer mais nada, entrelaçou sua mão esquerda na dele. Ele sorriu e, como se ainda não estivesse satisfeito, ele se aproximou dos lábios levemente rosados e depositou um beijo ali.

Rony deu um passo a frente. As pessoas ali presentes, nenhuma desgrudava um olho daquela situação. Gina, já tendo em mente o que o irmão provavelmente faria, segurou seu pulso e quando ele virou para olhá-la, ela deixou seus lábios formarem as palavras sem som algum ‘’Não faça nenhuma bobagem’’.

Apesar de Ginny dar o maior apoio a amiga para continuar a provocar Ron, tinha de admitir que agora ela estava ficando um pouco penosa em relação a ele. Porque apesar de tudo o que ele fez, ele não merecia nada disso, e deveria ser mesmo horrível para ele presenciar tudo aquilo.

Não foi um beijo longo. Draco se separou dela após alguns segundos. Hermione o fitava confusa, e Neville, a poucos metros, ainda estava boquiaberto. Rony saiu apressado pela porta da frente muito enfurecido e Gina o seguiu sem dizer nada, Harry, por sua vez, foi atrás dela. Luna, a única da Corvinal presente, se aproximou do mais novo casal e disse ‘’Meus parabéns, eu espero que sejam muito felizes juntos’’  antes de sair atrás de Harry.

Hermione deu um último gole em sua cerveja amanteigada e saiu com Malfoy, mas não para procurar Ronald, e sim para o lado oposto para ficarem sozinhos.

- Gostou da surpresa? – Perguntou o louro.

- Ah, foi muito repentino. Mas por que não me disse nada? Eu podia tê-los preparado primeiro...

- Não. Foi melhor do jeito que foi. Eu queria muito ver a cara do Weasley quando eu contasse, e ele não me decepcionou.

- Podia ter feito aquilo em um lugar menos público que aquele. – Comentou ela, ao chegarem perto de uma enorme árvore, bem semelhante ao Salgueiro Lutador só que esta não tentava matar você.

- Como aqui, por exemplo? – Draco se sentou em uma pedra e deu espaço para ela sentar-se também.

- Talvez. – E ela piscou. Mas quando abriu os olhos novamente, uma cabeleira loura tapava metade de sua visão e ela sentiu seus lábios serem levemente pressionados. Não soube na hora, nem o por que, mas se deixou levar pelo beijo. Ela mordiscava de leve o lábio inferior dele, e ela sentia a língua quente dele em sua boca.

- Mas o que...? – Perguntava uma terceira pessoa, uma garota a julgar pela voz. – Draco! O que tá fazendo com ela...? – Os dois se separaram rapidamente e encararam a garota recém-chegada.

Continua~


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Notas finais do capítulo

Deculpem o atraso! Por favor, não usem suas varinhas contra mim, não foi por que quis!

Bem, minha vida anda um tormento, eu mal tenho tempo pra postar. Mas espero que tenham gostado desse capítulo, foi de coração. E relaxem, logo logo saberemos quem é a tal garota. Bj ♥

Yuuki~