Noutro dia, levantei cedo e tomei três xicaras de café, escrevi algumas coisas e liguei cedo para Catherine, ela parecia feliz com as novidades e o laboratório estava andando muito bem por lá. Andei pela universidade tranquilamente, gostei de visitar a biblioteca tinha alguns livros interessantes, passei pelo refeitório e percebi Sara sentada com uma colega, as duas pareciam conversar sobre algo divertido, estavam rindo, não podia simplesmente ir até lá, seria uma coisa estranha, fiquei alguns minutos a observando de longe até o mesmo menino que brincou com meu curso, ele a beijou rapidamente e sentou ao seu lado, notei que eram namorados. Sara segurou seu rosto eo beijou apaixonadamente e a garota ao lado deles sorria abertamente, eles pareciam felizes com aquela cena, até hoje não consigo explicar o que senti naquele momento, raiva, dor, medo talvez, foi a primeira vez que me vi enfeitiçado por uma garota, minha aluna. Por algumas semanas, continuei dando minhas aulas normalmente ela sempre estava lá e de alguma forma isso mexia comigo, ela estava sempre atenta ao lado de Mike Steves, esse era seu nome completo. Por algum motivo, realmente sentia que ainda não era hora de conversar com ela, mas confesso que a cada dia parecia mais dificl ficar longe de minhas aulas e Las Vegas estava se tornando um segundo plano em minha vida. Em uma das noites solitárias andando pelos corredores da universidade, vi Sara sentada com uma lata de refrigerante na mão, estava sozinha e parecia bem distante, me aproximei com os passos mais silenciosos, ela mexia a lata.

GG: Posso me sentar?

Ela desviou o olhar até mim e pareceu pensar um pouco.

SS: Claro.

Puxei a cadeira e sentei em sua frente.

GG: Você parece quieta, aconteceu algo?

SS: Senhor Grissom, eu não estou muito afim de conversar.

GG: Ok, mas só se me chamar de Grissom.

Consegui retirar um leve sorriso do seu rosto.

SS: Estudei muito hoje, estou apenas... cansada.

GG: Entendo. Você faz curso do que?

SS: Fisica.

GG: Resolveu fazer um curso de entomologia, por que?

SS: Na verdade, não sei, eu apenas acho que seria legal.

GG: Essa resposta não me convenceu.

Ela sorriu novamente.

SS: O que quer ouvir?

GG: Eu não tinha nada melhor para fazer.

SS: Esse é um bom argumento.

Ergui a sobrancelha e balancei a cabeça.

GG: Acho melhor você descansar.

Ela afirmou com a cabeça, a acompanhei até seu quarto, depois tomei um banho, já fazia algum tempo que não conversava com alguém sem ser sobre o trabalho e isso parecia divertido, estava distante. Pela manhã, fui para o refeitório, tinha alguns alunos por lá e ela estava lá sem ele, de alguma maneira passei a imaginar que eles tivessem brigados ou algo do tipo, nem a jovem que sempre estava com ela estava lá, fui até o balcão e pedi um copo de leite e três torradas, fui até ela e coloquei sobre a mesa, empurrei ao seu lado e fui embora. Depois de alguns minutos, Sara foi me procurar na biblioteca.

SS: Como sabia que eu não tinha comido?

GG: Apenas deduzi. Parecia triste, aconteceu algo?

SS: Não.

Ela mudou de assunto e falamos sobre entomologia e fisica, contei a ela sobre o laboratório e as coisas e os tipos de crimes que costumamos nos dar todos os dias.

GG: Você poderia virar uma grande perita.

SS: Não – ela sorriu.

GG: Por quê?

SS: Isso é estranho, eu não conseguiria fazer um bom trabalho, eu...

GG: É viciada em estudos, gosta de ciências, você é perfeita.

Ela ergueu a sobrancelha e sorriu.

SS: Perfeição não existe.

Olhei para o relógio e me despedi dela, arranjei alguns relatórios e algumas coisas e dei mais um dia de curso e mesmo depois de ter falado com ela na biblioteca, ela não apareceu no curso e isso me deixou um pouco confuso, depois das aulas a encontrei sentada sozinha em dos corredores desertos da universidade.

GG: Você está bem?

SS: Estou.

GG: Do que você gosta?

SS: Como assim?

GG: Eu tenho baratas e borboletas.

SS: Isso é nojento.

GG: Borboletas são agradáveis.

Ela sorriu vagamente.

GG: Você não foi ao curso.

SS: Eu estava com dor de cabeça e dei uma volta para passar.

Me despedi e saí andando, fui para meu quarto e quando cheguei lá, Mark estava falando não o ignorei, mas sinceramente ele estava me enchendo, deitei e dormi.

Noutro dia, Sara estava retirando os livros do seu armário, quando trombou com um garoto e seus livros caíram todos no chão, fui até ela e comecei a pegar os livros do chão, vi um papel no chão, que ela rapidamente retirou da minha mão.

SS: Sem ofensas, não quero que leia.

Olhei para ela esperando uma reação e sem que eu mesmo percebesse minha mão estava junto com a dela, seus olhos foram de nossas mãos até os meus olhos, Mike se aproximou dela, e a minha mão a soltou, me virei ainda confuso e saí sem falar nada. Passei a manhã inteira treinando minhas aulas e depois do almoço, voltei para lá e quando terminei com o falatório escutei palmas e procurei a pessoa pelo auditório, era Sara.

SS: Treinando para suas aulas?

Ergui a sobrancelha e sorri.

GG: Sim.

SS: Você almoçou?

GG: Não. Passei o horário de almoço estudando.

SS: Quer comer alguma coisa?

GG: Quero.

Sara sorriu e fez sinal para que eu a seguisse, fomos para o refeitório, como já tinha passado o horário de almoço, não tinha ninguém, a moça trouxe batata fritas e refrigerante para Sara e eu apenas pedi um lanche e refrigerante diet, nunca foi de meu feitio comer essas coisas durante o almoço, mas achei que seria melhor comer o mesmo que ela, ela estava sorrindo e olhando para mim sem parar e aquilo me incomodou de certa forma.

GG: O que foi?

SS: Eu queria lhe mostrar o bilhete que tinha escrito e tirei da sua mão.

GG: Não precisa.

SS: Eu fui mal educada, preciso mostrar.

Virei meus olhos e respirei fundo, minha pousou sobre a dela e meus olhos foram junto ao dela.

GG: Não precisa, eu também tenho meus segredos, você fez o certo protegeu os seus.

Ela sorriu.

SS: Sério?

GG: Sim.

SS: Obrigado, senhor...

GG: Senhor?

SS: Grissom.