Alex estava com um misto de ansiosidade e receio, ela agora deveria contar a sua mãe que sabia de tudo e que escondeu isso durante o ano passado e o verão todo, além é claro do seu padrinho ajudar, ela também pensava nele, não queria que ele ficasse sozinho, ela sabia que ele estava triste, muito triste com isso, mas enfim chegou a reta final, era seu dever contar de qualquer forma, mas como se contava uma coisa dessas? Ela chegava e dizia: " Oi eu sei que sou sua filha!". Logicamente era melhor não fazer uma coisa dessas, mas era uma ideia, passar pela gárgula foi fácil, ela sempre soube a senha, o ultimo nome do seu pai, sempre, agora passar pela porta estava se tornando o desafio mais complexo que parecia impossível de se enfrentar, quanto tempo ela estava parada na frente da porta de madeira maciça, com os punhos tão fortemente fechados, que seus dedos estavam dormentes? Infelizmente nada preparou para sua surpresa:

- Alex o que faz aqui? - perguntou Minerva logo atrás.

Ela acabou batendo de encontro com a porta com o susto e com a força do impacto foi para trás, Minerva segurou firme antes que sua filha batesse no chão, parecia que ela estava meio assustada com algo:

- Você esta bem? Se machucou? - perguntou ela preocupada.

- Não. - disse Alex conseguindo permanecer em pé sozinha agora. - só me assustou, eu queria falar com a senhora.

- Claro, deve ter batido na porta e notado que não estava, então ficou esperando aqui muito tempo? - perguntou Minerva abrindo a porta.

- Hum... Não. - respondeu ela, afinal nem sabia a quanto tempo estava do lado de fora, ela nem tinha batido na porta.

- Podia ter entrado. - disse Minerva indicando uma cadeira.

Alex sentou e viu o chá aparecendo com biscoitos, realmente ela não estava confortável para tomar chá e tinha sérias duvidas se deveria comer um biscoito, era bem possível que ela engasgasse, finalmente sua mãe se sentou e a olhou e parecia um pouco mais preocupada:

- Esta pálida, tem certeza de que não se machucou? - perguntou Minerva.

- Ah... Sim. - Alex se mexeu desconfortável na cadeira.

- Veio falar sobre seu comportamento? - perguntou Minerva ficando um pouco mais séria.

- Não... Mas sobre isso desculpe. - disse ela agarrando os braços da cadeira. - eu vim... Eu... Falar...

- Como? - perguntou Minerva achando um pouco engraçado todo o nervosismo, Alvo quando queria falar algo delicado, tendia a não formular as palavras em ordem para ela.

- Eu... sei. - foi a única coisa que Alex conseguiu.

- Você sabe? - perguntou Minerva curiosa, estava achando tão bonitinho o nervosismo que não se apegava a informação.

- Eu sei. - disse Alex um pouco mais firme.

- Sabe o que? - perguntou Minerva.

- Euseiquevocêéminhamãe. - soltou Alex de uma vez.

- Como? Eu não entendi uma palavra que disse. - Minerva riu um pouco.

Alex só viu uma saída, para acabar com isso e fazer sua mãe entender que ela sabia, então só precisava dizer algo de fácil entendimento, curto, por isso tomou mais um folego e olhou nos olhos dela:

- Mãe.

Os quadros que fingiam dormir, nem faziam isso mais, alguns fizeram barulho de suspiro, outros pareciam tão igualmente chocados quanto Minerva sentada na cadeira, completamente paralisada, Salazar Sonserina era o único que não demostrava nada, parecia até uma pintura trouxa comum, depois de quase um minuto completo, Minerva voltou a si:

- De onde tirou isso? - perguntou ela.

- Eu sei, não precisa fingir. - disse Alex.

- Você não sabe de nada. - retrucou Minerva.

- Eu sei que fizeram um feitiço de desilusão em mim, eu sei que meu pai me colocou no orfanato, eu sei que você chorou, eu sei que varias vezes ele pediu para que você fosse dormir por estar trabalhando muito, eu sei muitas coisas, mas é complicado explicar. - disse ela se levantando. 

Minerva se encostou em sua cadeira, impedia reação dela de algo afetuoso, uma pergunta:

- Desde quando? - perguntou Minerva.

- Faz algum tempo... - nessa parte ela não queria entrar em detalhes.

- No começo desse ano já sabia?

- Sim.

- No verão? - perguntou Minerva colocando as mãos na mesa.

- Sim.

- Antes do verão? - ela estava se levantando.

-Hum...Sim. - Alex não estava muito segura do que iria acontecer.

- No natal...? 

- Já não basta saber antes do verão? - perguntou ela.

- Severo sabia? Ele sabia que você sabia e não me contou? - perguntou ela.

- Sim... Mas porque eu pedi. 

- Como? - Minerva parou em pé na frente da filha. - como assim você pediu? Por que pediu isso? Não sabe o quanto sofri de saudades?

Alex abraçou a cintura da mãe, não era mais fácil ela parar de perguntar tantas coisas que precisavam de respostas, mas ela não estava segura que podia dar essas respostas, Minerva segurou Alex a abraçando e foi quando viu Severo aparecendo na porta, ele estava serio, mas meio triste também, parecia que o tão temido professor Snape, não era tão temido assim:

- Eu explico tudo Minerva, pare de perguntar. - disse ele. - só aproveite.

E Minerva finalmente pode aproveitar a sensação dos braços da filha em volta de si, depois de tanto tempo sonhando com isso, finalmente o que ela sempre quis aconteceu e por isso ela também chorou.