Living In The Sky With Diamonds escrita por Cat_Girl


Capítulo 11
Capítulo 11-Sentimento estranho


Notas iniciais do capítulo

Oi amores do meu heart!!!Descupla a demora, minha net tava podre esses dias e também eu vou ter um trabalho de sociologia tenso para fazer essa semana!Espero que gostem do capítulo!^^



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O almoço terminou e caminhávamos para dentro do colégio. Eu teria aula de Espanhol. Agnes iria para a aula de História e Mile se dirigia a uma aula cujo nome eu não me recordava.

 - Que aula você tem mesmo?

 - Economia doméstica. - respondeu entediada.

 - NOOOOSSA! Quem escolhe essa aula hoje em dia? - disse a Agnes, rindo.

 - O que se faz lá, exatamente? - perguntei.

 - É só outro nome para aula de culinária. - Agnes continuou. - Mile, por que você escolheu isso, sério?

 - Porque sim! A gente nem precisa fazer tanta coisa lá! E pelo menos não dá sono, sabe? - Jamile respondeu.

  Agnes não parecia convencida. Eu também não acreditei muito em sua declaração.

  Assim que o penúltimo horário terminou, nos encontramos na frente do auditório, onde aconteceria a aula de teatro. Jamile parecia animada, muito animada. Não entendi.

  Algumas pessoas chegavam e ela olhava ansiosa para a porta. Um grupo de pessoas adentrou o lugar e parecia que nele havia o que Mile procurava, pois ela parou de dar os pulinhos de agitação e sorriu abestalhada. Olhei para Agnes sem compreender nada. Esta só disse:

 - Você vai ver porque ela gosta tanto dessa aula. –apontou discretamente.

  Olhei na direção em que ela me mostrou e finalmente entendi. Ela olhava um menino de cabelos espetados, parecendo meio rebelde, porém, com estilo. Difícil explicar. Ele percebeu o olhar dela, sorriu e piscou.

 - Aê, Jay!- brinquei, dando um tapa nas suas costas que a fez ir para frente.

  Agnes desatou a rir e Mile corou.

  Foi uma aula bastante interessante. O professor fez vários tipos de “treinos”. Mandou cada um ler uma bula de remédio em voz alta, sendo que ele ditava as emoções que deveríamos expressar enquanto executávamos a ação.

  No entanto, a tarefa mais divertida foi quando ele testou nossa improvisação. Ele nos mandou pegar uma cadeira e fingir que ela poderia ser qualquer objeto, exceto o que realmente era.

  Minha criatividade estava 0% nesse dia. Peguei a cadeira por uma de suas pernas, coloquei acima da cabeça- era leve- e saí andando pela sala, como se estivesse andando com um guarda-chuva. Parei subitamente e apoiei uma das pernas no ombro e segurei firmemente com uma mão, enquanto erguia a outra como se tentasse sentir os pingos imaginários de chuva. Ao mesmo tempo, fazia uma cara de lunática, arrancando risos da turma e do professor.

 -Bem, isso foi... Interessante. - ele disse, mas aposto que na verdade queria dizer algo como “assustador” ou “estranho”.

  Muitos outros foram depois de mim. Alguns fingiram que a cadeira era um sabre de luz e começaram uma luta cômica. Agnes pegou sua cadeira e colocou a parte de se recostar no chão, deixando os pés da cadeira levantados. Aproximou-se de Mile e tirou a faixa da cintura dela e retornou e se colocou no meio dos pés do objeto. Começou a balançar a faixa da menina como se estivesse chicoteando cavalos a sua frente e estivesse numa carruagem. Foi bizarro.

  Entregou a faixa de Mile e esta olhou com uma expressão de “WTF?”. O professor – claramente espantado - disse um “próximo!”. Mile pegou sua cadeira e ajoelhou-se na frente dela. Parecia concentrada. Juntou as mãos e estalou os dedos, esticando os braços ao mesmo tempo. Fingiu estar tocando piano. Foi mexendo os dedos como se estivesse apertando teclas imaginárias. Levantou-se e fez uma mesura.

  O menino que fazia Jamile babar - descobri que se chama Fred - fez uma coisa simples, que realmente ficou bom. Ele fingiu que usava um chapéu, mas ele segurava a cadeira com tanta leveza que nos fazia acreditar que realmente estava segurando um. Foi incrível! Mile o olhava com uma expressão maravilhada. Na verdade, todos estavam assim. Até recebeu elogios do professor.

  Saímos da sala analisando cada expressão que Fred fez ao olhar Mile, deixando-a muito envergonhada, o que aumentou nossa diversão. Seguíamos por um corredor vazio em direção aos nossos armários, distraídas.

 - Se divertiu na aula de teatro, baixinha? - uma voz feminina e extremamente nasalada soou atrás de nós.

  Viramo-nos depressa e encontramos uma garota com uma chapinha mal feita e roupa muito curta para se usar numa escola. Ela era tão magra que suas pernas eram finas que nem a de um avestruz. Prendi o riso.

 - Como é? - Mile deu um passo ameaçador. Pelo visto, a ofensa era para ela.

 - Qual é! Você sabe exatamente do que eu estou falando! Quer dizer, todo mundo sabe! - eu não sabia. Agnes bufou ao meu lado. Eu estava olhando para frente, mas aposto que ela revirou os olhos enquanto bufava.

 - Do que você está falando, garota?

 - Todo mundo sabe que você só assiste essa maldita aula de teatro e a de economia doméstica também para ficar olhando meu namorado.

  Todas ficaram surpresas. As duas ao meu lado se recuperaram rápido:

 - Seu namorado?- Mile falou com acidez na voz.

 - Claro! Seu é que não é, queridinha!

 - Tem certeza? - Agnes continuou, com mesma acidez. – Porque todo mundo sabe que ele te chutou faz meses e você ainda não se conformou.

  Os olhos da anoréxica se arregalaram e imediatamente ela ruborizou. Rimos da sua cara.

 - Você tá rindo do quê, tiete de banda emo? Lá no Brasil todos se vestem que nem palhaços mesmo ou é só você?

  Opa! Ela pisou no meu calo! A mesma onda de fúria que me atinge quando William me importuna deu as caras naquela hora. Ouvi Mile sussurrar um “Calma, Diana!” e percebi que estava fechando o punho com muita força e tremendo. Respirei fundo e soltei:

 - Hmm, tiete de banda emo? De onde você tirou isso, honey? Se eu fosse você, teria medo, porque estou bem longe de ser isso. Quer se meter com uma punk? Pois bem, acho que não. E sim, só eu me visto assim. Para os leigos, eu posso até parecer palhaça, mas na verdade, isso se chama ter estilo. Sabe o que é isso? Talvez você devesse procurar no dicionário, isso se souber ler! - fiz uma cara de surpresa fingida. – Oh, deve ser por isso que você não entende! É preferível se vestir assim - ajeitei meu colete com as duas mãos. – do que como uma bitch, - a olhei dos pés a cabeça, com desprezo.- não é?

  Ela fez uma expressão que variava entre raiva e medo e saiu dali quase correndo. Ela não ia nos atormentar por um bom tempo.

  Wow, eu não sabia que podia ser tão má! Finalmente a “cobra” dentro de mim mostrou as presas!Hehehe, sou uma Girl da “Co-braahh”, só faltava o Gabe Saporta aqui!

  As meninas me olhavam de boca aberta e depois começaram a rir.

 - Hey, isso foi demais! - Agnes falou. - Ela precisava ouvir algumas verdades.

 - É sim! - Mile concordou. – Que história é aquela de punk? Você é mesmo?

 - Não, não. Só estava tirando uma com a cara dela. Vocês viram como ela ficou com medo? - gargalhei e elas me acompanharam.

 - Como você definiria seu estilo, então? - Agnes perguntou, depois dos risos. Parecia pergunta de teste de revista adolescente.

 - Bom, eu sigo o “Cobra Style”! - falei sorridente.

 - Como assim? Você troca de estilo como uma cobra troca de pele?

  Mile e eu a olhamos assustadas. Aquilo foi estranho, mas até que fazia um pouco de sentido.

 - Não é bem assim... –expliquei que isso tem a ver com a banda que eu gosto do fundo do coração - Cobra Starship - e que esse estilo é citado na música “Kiss my Sass”. Expliquei também a história das presas, da “Girl da Co-braahh” e sobre eu ser uma “cobra”, ou seja, fã da banda.

 - É, talvez você seja uma “cobra” mesmo! - disse Mile rindo. Caminhávamos para o meu armário.

 - Verdade, você despejou todo o seu veneno na bulímica. – Agnes ria também.

 - Pois é, sou uma “cobra” em desenvolvimento!

 - Que demais! - falaram juntas.

  Pegamos tudo o que precisamos no armário e fomos para o ônibus. Enquanto isso, nós conversávamos sobre tudo o que havia acontecido. Descobri que a menina que nos abordou no corredor se chama Dafne e que ela namorava com Fred. Ele a chutou quando descobriu que ela tinha casos com outros alunos.

Já estávamos dentro do ônibus.

 - Hey, Jay?- Agnes falou.

 - Quê?

 - É por isso que você assiste aula de economia doméstica também? Por causa dele?

 - Aff, é sim, mas não espalha. Ele não quer que muita gente saiba sobre ele assistir essa aula. Geralmente quem a frequenta é quem não quer assistir aula, ou são os boiolinhas que querem fugir da educação física. Mas ele, - suspirou - ele faz porque gosta!

 - E como você sabe tanto?- perguntei.

 - Porque ele era o único sem dupla, aí o professor disse: ”Senhorita Sullivan, vá ajudar o senhor Turner a bater o bolo.” -  imitou uma voz grossa. - Agora sou a parceira dele.

 - Own, vocês bateram bolo juntinhos? - Agnes ria. - Safadinhos!

  Mile deu um tapa no braço da amiga. Eu também levei um porque estava rindo junto.

  Agnes desceu primeiro. Então, restávamos apenas Jamile e eu, conversando muito.

 - Por que você não quer contar sua história?

 - Porque é longa. –sorri.

 - Sério.

 - Ok... Porque eu acho que não é a hora, sabe?

 - Hm, talvez.

 - Quando eu contar,promete que não vai dizer para ninguém?

 - Prometo. - disse solenemente. - Você matou alguém ou algo assim? - desconfiada.

 - Não!-  exclamei. – Não é nada tão grave assim! - dei uma risadinha.

 - Ufa!

  Ela desceu e logo após, desci também. Cheguei em casa e ela estava vazia. Os adultos tinham ido trabalhar. Tomei um banho e fui fazer a lição de casa.

  Terminei mais cedo do que esperava, então peguei minha guitarra e fiquei criando melodias. Percebi que não era isso o que queria fazer. Além disso, eu estava me sentindo só. Uma sensação desagradável me preencheu. Balancei a cabeça, numa tentativa de esquecer isso. Voltei minha atenção para guitarra e realmente comecei a tocar algo. “Adore”, do Paramore.

  Toquei e cantei ao mesmo tempo, contudo, estava sem disposição para fazer algum showzinho. Terminei a canção e soltei um suspiro. Deixei a guitarra ao meu lado e deitei-me. Fiquei olhando o teto, pensativa. Uma frase daquela música havia chamado a minha atenção. “Every time you come around I feel more alive than ever”. Não sabia o porquê.

  Ouvi um barulho no andar de baixo. Eles chegaram. Desci para recebê-los.

  Mesmo depois de um dia cansativo de trabalho, Mallorie ainda teve disposição para fazer o jantar. Senti-me mal por não ajudá-la. Talvez a aula de economia doméstica não fosse tão inútil.

  Já sentados à mesa, cada um falava sobre o seu dia. Meu pai e eu falávamos em português, mas Mallorie compreendia. Já ela falava em inglês e nós entendíamos também. Era estranho.

  Contei com entusiasmo meu primeiro dia de aula. Minhas novas amigas, a fantástica aula de teatro e o professor que duvidava da minha capacidade de escrever meu próprio nome. Tudo, exceto a discussão no corredor.

  Depois do jantar, nos reunimos na sala. Eu tinha pegado minha guitarra e comecei a tocar, enquanto eles cantavam umas músicas velhas. Rimos muito, porque meu pai era extremamente desafinado. Ah, e eu descobri que a Mallorie toca piano. Então o piano na sala de música deve pertencer à ela.

 - Ah, o Bill ia gostar de ver você cantar! - ela soltou.

 - Hmm.

 - Qualquer dia vocês poderiam fazer um dueto! -  meu pai sugeriu.

  Isso estava fora de cogitação.

 - A gente poderia brincar no karaokê quando ele voltar! - Mallorie se animou.

  E começaram a fazer planos para quando ele chegasse, sem nem mesmo saber se o próprio iria topar. A sensação desagradável voltou e, dessa vez, eu não conseguiria expulsá-la.

  Com a desculpa de que devia acordar cedo e estar cansada, voltei para o quarto. Não dormi de imediato. Na verdade, só fiquei olhando o teto, mais uma vez. O sentimento desagradável continuava a me atormentar. Era como se me faltasse um pedaço. Meus pensamentos novamente voltaram àquela frase que havia prendido minha atenção:

  Toda vez que você chega perto eu me sinto mais viva do que nunca.


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Notas finais do capítulo

Para quem quiser ver video ou escutar a música "Kiss my Sass", aqui o link: http://www.youtube.com/watch?v=hplR9v9nkVY
Beijos meu amores deixem seus reviews!
Obs: é uma coisa que não tem nada a ver, mas eu tinha que comentar: alguém já viu o clipe do Panic! at the Disco? The Ballad of Mona LIsa?Eu amei *-* hihihi
Amo o Brendon!
ok, parei,hehehe
kisses animadérrimos



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