Alexandra POV

Estávamos a caminho do hospital, o meu coração batia fortemente, com o medo de acontecer mais alguma coisa à Steph enquanto lá estava, apesar de já estar bastante mal.

- Tem calma. Ela vai ficar bem. – Disse o Joe, vendo que apertava as mãos nervosamente.

- Só espero que sim.

Assim que chegámos sai do carro rapidamente, onde avistei o Taylor, com a Ashley, a Nikki, o Jackson e o Kellan.

- Como é que ela está? – Perguntou o Joe.

- Mal. Está em coma. – Disse o Jackson. Quando ouvi aquilo foi como se congelasse. Não me conseguia mexer, estava atónita com o que acabara de ouvir.

Uma lágrima escorreu-me pela face.

- Não pode ser… - Murmurei.

- O Sr. Adam diz que pode ser apenas temporário. – Começou o Taylor.

- Mas com os ferimentos que ela tem e com tudo o que se passou, não achamos que vá acordar tão cedo. – Acabou o Kellan.

- Posso ir vê-la? – Perguntei.                                                      

- Sim, o Robert está com ela. Acho que vai gostar de te ver. – Disse a Ashley. Assenti com a cabeça e segui-os até ao quarto da Steph, de mão dada ao Joe.

Quando entramos no quarto vi o Robert com a Kristen no seu colo a dar-lhe consolo e ao seu lado, deitada na cama, estava a Steph.

Aproximei-me da cama, pondo-me ao seu lado, quando vi que toda ela estava cheia de ligaduras e pensos, as lágrimas começaram a desabar.

- Oh, meu Deus! O que é que te fizeram?! – Perguntei chocada, com o que estava a ver. Agarrei na sua mão, a qual encostei à minha testa, sentido o seu cheiro.

Senti que Robert olhava para mim, por isso olhei para ele. Os seus olhos já não eram o azul límpido que costumavam ser. Estavam vermelhos por volta e transpareciam tristeza e dor.

Quando ele ia falar, ouvimos um barulho alto vindo da máquina que estava a vigiar a pulsação de Steph. Fazia barulhos agudos e apareciam um tipo de pirâmides, altas.

- Ela sente que estamos todos aqui. – Observou a Nikki.

- Até a dormir é inteligente. – Elogiou o Robert.

- É a Steph. – Admitiu o Joe. Beijei a mão de Steph e voltei a pousa-la ao lado do seu corpo adormecido, abraçando o Joe em seguida.

Ficamos algum tempo em silêncio, enquanto a sua pulsação voltava ao normal.

- Ele veio convosco? – Perguntou Robert, friamente.

- Não. Ainda está em L.A, nós só voltámos ontem. Só soubemos que ela tinha vindo embora quando ele nos ligou a avisar. Temos estado em minha casa. – Respondeu o Joe. – E para que fiques a saber eu estou do vosso lado, já deixei tudo o que se passou para trás. Neste momento estou apenas preocupado com o que ele possa fazer, ele ama-a muito, o que quer que fez não foi por mal, nem planeado. Ele não queria que ela voltasse para casa, pois sabia que algo do género podia acontecer.

- Ele já sabe? – Perguntou o Taylor.

- Não. Mas acho que devia, deve de estar preocupado e é muito capaz de ir à casa do vosso pai procurá-la. – Respondi, dirigindo-me a Robert, que se apercebeu disso.

- É melhor contar-lhe. – Aconselhou a Kristen, fazendo com o que o Robert a olha-se atónito. Antes que este fala-se ela continuou. – Eu sei que neste momento não é a pessoa que mais gostas à face da Terra, mas o teu pai é capaz de lhe fazer alguma coisa e acho que ele já vai sofrer bastante quando souber o que aconteceu à Steph.

- Está bem. – Concordou o Robert, depois de ter respirado fundo e de ter aberto a boca várias vezes para falar e não dizer nada.

- Eu vou ligar-lhe, então. – Disse o Joe, que começou a andar, mas foi interrompido pelo Robert.

- Não. Eu ligo-lhe. – Disse decidido.

- É melhor ser eu a ligar-lhe, só por precaução. Ele deve de estar a stressar agora, é difícil de ligar com ele. – Tentou convence-lo, mas sem sucesso.

- Oh, eu lido bem com ele, não te preocupes. Assim que ouvir a minha voz acalma-se logo. – Tirou o telemóvel do bolso e abriu. – Não tenho bateria!

- Toma o meu. – Dei-lhe o meu telemóvel.

- Obrigado. – Levantou-se e saiu do quarto.

Robert POV

 Procurei o número no telemóvel e enquanto o fazia o Taylor, o Jackson e o Kellan saíram do quarto.

- O que foi? Estão com medo que lhe faça mal pelo telemóvel?! – Perguntei irónico.

- A Kristen pediu-nos para ver se não fazias nenhuma asneira. – Disse o Taylor.

- E aproveitámos a deixa para o ir buscar à entrada, talvez para lhe dar um sermão. – Disse o Jackson, concluindo o que tinham ido fazer de verdade.

- Ou dar-lhe uma boa sova. – Relembrou o Taylor.

- Logo veremos. – Quando finalmente encontrei o número, pus a chamar.

- Alex?! Já estás com a Steph?! Ela está bem?! Não me digas que lhe aconteceu alguma coisa de mal! – Explodiu ele de uma só vez.

- A quem vai acontecer alguma coisa de mal é a ti! – Ameacei-o. Em seguida ouve um longo silêncio, que me começou a irritar profundamente. – Ouve, a Steph está no hospital e se queres saber o que lhe aconteceu tens de vir cá, ou não tens tomates para isso?! É que tiveste muitos quando foi para a levar para L.A e tentar levá-la para a cama, mas agora para ver como ela está, depois de lhe teres feito o que fizes-te já não tens, não é?!

- Eu…eu…eu vou já para ai, mas ainda estou no aeroporto, vou levar pelo menos mais de meia hora a chegar ai. – Disse ele, dando a perceber o medo na sua voz.

- Já cá estás? – Perguntei-lhe.

- Sim, sim. Eu vim hoje. – Respondeu-me gago.

- Então eu vou estar à tua espera na porta do hospital. – Afastei o telemóvel do ouvido, apenas aproximando a boca, para que ele ouvisse bem o que ia dizer. – E não estou sozinho!

Em seguida desliguei-lhe o telemóvel na cara.

- Eu tenho a sensação que ele se borrou todo depois disso. – Disse o Taylor, rindo-se.

- É bom que tenha! Eu venho já. – Entrei dentro do quarto e devolvi o telemóvel à Alex.

- Então? – Perguntou a Kristen impaciente.

- Ele já está a caminho. Eu e os rapazes vamos esperá-lo à porta.

- Não lhe façam nada. Ouçam o que ele tem para vos dizer primeiro. De certeza que ouve um mal entendido no meio desta história toda. – Pediu o Joe.

- Bem, eu não lhe quero fazer nada, por enquanto. Mas não prometo nada quando a eles. – Avisei, apontado para a porta atrás de mim. Fui até à cama, onde me sentei na borda. Olhei-a durante algum tempo. Estava calma e em paz, algo que eu já não testemunhava há muito tempo. Beijei a sua testa e passei a mão pela sua face.

Ainda em silêncio levantei-me e caminhei até à porta. Quando estava prestes a sair senti uma mão agarrar-me no pulso fazendo-me olhar para trás.

- Tem calma. – Pediu-me Kristen. Assenti com a cabeça e esta fez algo que não estava à espera. Pondo-se em bicos de pés, deu-me um beijo leve, mas apaixonado, ao qual eu respondi.

- Vamos? – Perguntou o Jackson, quando cheguei a porta do quarto atrás de mim.

- Vamos.

Estávamos há algum tempo na entrada do hospital, sentados nos bancos de jardim que havia disponíveis, quando tive a vontade de fazer uma coisa que não fazia há muito tempo.

- Apetece-me um cigarro. – Disse, rompendo o silêncio.

- Não podes. Prometes-te à Steph que nunca mais fumavas. – Relembrou-me o Taylor.

- Eu sei, ela dizia sempre para comer alguma coisa.

- Então vai comer. É como uma promessa que vais fazer, apesar de ela estar em coma vais continuar a fazer as coisas que lhe prometes-te e que sabes que te fazem bem. – Disse o Kellan.

É verdade, ele tem razão. Vai até à máquina de comida e come qualquer coisa. Eles têm das gomas que tu gostas!

- Steph?! – Pensei alto.

- Steph?! – Perguntaram os três sem perceberem.

- Eu acabei de a ouvir na minha cabeça! – Eles olharam para mim, confusos e duvidosos. – A sério! Eu ouvi-a! Ela disse que o Kellan tem razão e para ir comer qualquer coisa da máquina e que eles têm as gomas que eu gosto!

- Não foste apenas tu a relembrares-te de alguma coisa que ela tenha dito? – Perguntou o Taylor.

- Ou talvez seja o teu subconsciente! – Disse o Jackson.

- Mas eu nem sei que comida é que têm aqui!

- Então vamos lá ver! – Aconselhou o Kellan.

Corri até à máquina de comida que havia à porta do hospital e lá estavam elas, as minhas gomas favoritas.

- Eles têm! E eu não venho aqui há montes de tempo! Nem costumo olhar para a máquina e por vezes nem passo por ela! – Disse-lhes.

- Que estranho! – Admitiu o Taylor.

- Meu, tu consegues ouvi-la! – Exclamou o Kellan.

- Eu tenho de vela. – Disse determinado, entrando no hospital com eles atrás de mim.

Nesse momento esqueci-me de tudo o que ia fazer e estava apenas concentrado no que tinha ouvido.

Entrei no quarto assustando todos que estavam lá. Sem dizer nada, fui direito à cama de Steph, sentei-me e pus as mãos na sua cara.

- Tu estás a brincar comigo, não estás?! – Perguntei, percebendo que havia deixado todos atónitos com a pergunta que acabara de fazer.

Por momentos pareceu-me vela sorrir, o que me fez sorrir também. Dei-lhe um beijo forte na bochecha.

- Eu sabia que não me ias deixar! – Disse sentindo-me mais aliviado e feliz, por saber que naqueles momentos eu a iria sentir comigo. Mas algo estragou a minha felicidade em segundos.

- Nick! – Ouvi a Alex exclamar. Olhei para a porta, como todos os outros e lá estava ele, aquele sacana, filho da mãe, que tinha feito mal à minha Steph!

Antes que algum de nós pudesse dizer ou fazer alguma coisa um som familiar daquele dia fez-nos olhar para Steph. Era o monitor que seguia a sua pulsação, fazia barulhos altos e agudos, com pirâmides maiores que tinha feito minutos atrás. A sua pulsação estava acelerada. Por causa dele…