Fic Cancelada. escrita por Eu-Pamy


Capítulo 3
A Viajem - 2 parte.


Notas iniciais do capítulo

Significado de amor.

Intenso sentimento,
Paixão insana,
Incontrolável alegria,
Entrega ao sofrimento.

Amor significa paixão ao extremo
Doação total
Paixão sem limites.

Amor significa olhar para uma única direção
Ter apenas um foco
Amor significa perda da razão.

Amor significa oferecer-se
Sem medidas, sem reservas
Sem espera, sem perguntas e sem respostas

Amor significa superar obstáculos
Viver apenas para o outro (s)
Amor é um ardente sentimento
Que somente os loucos sentem.
E quem não tem um pouco de louco?



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A viajem- Parte 2

            - Jake! – Eu chamei, já correndo atrás dele em uma velocidade não humana. Dei graças a Deus pela câmera de segurança estar quebrada – Eu estou com a chave, como pensa em entrar? Estava pensando em arrombar a porta? – Disso eu não duvidava. Mas para minha surpresa, a porta já estava aberta.    

Jake parecia muito nervoso com o novo visitante. Certamente estava nervoso por Seth ter desobedecido a sua ordem de permanecer em La Push. Mas como Jake poderia ter realmente achado que Seth desistiria tão facilmente? Eu estava feliz, por não estar errada e por conhecer meu amigo lobo tão bem.

Abri a porta calmamente, enquanto Jake agoniava impaciente atrás de mim. Quando entrei a primeira coisa que notei, era que o apartamento estava perfeitamente arrumado – para um apartamento onde os moradores são: um meio vampiro e um lobisomem, até que estava arrumado – e muito silencioso, os únicos sons eram a pulsação de três corações acelerados. O meu, o de Jake e o do...

            - Seth – Chamei, em uma voz suave e baixa. Houve um momento de silêncio. E então um enorme garoto entrou na sala de estar. Ele usava apenas um short jeans velho, um tênis, e uma blusa branca colada; que o fazia parecer ainda mais forte. Seus músculos estavam retraídos, e ele tinha um enorme sorriso de lobo estampado em seu rosto. Ele olhava diretamente para Jake, que por sua vez, estava a mostrar os dentes para o garoto.

            - Olá, Nessie. – Seth me complementou com sua linda voz de violino. Seus olhos agora estavam em mim. Ele deu um passo á frente, e continuou – Bem, eu soube que vocês estão indo viajar... – Hesitou, olhou para Jake, que estava faiscando de raiva, mas o ignorou, olhou para mim outra vez, e continuou -... Então, eu estava pensando se eu poderia...

            - Vá para casa garoto. – Jake o interronpeu, com uma voz firme.

            - Bem... Essa não é uma alternativa, Jake. – Disse Seth simplesmente.

            - Seth, você precisa ficar em La Push, para cuidar de Sue e dos outros...

            - Sue tem Liah. E os lobos sabem se cuidar, Jake... Horas, é só uma viajem. O que custa me deixar ir junto?  

            - É, você tem razão garoto, é só uma viajem. Não será o fim do mundo se você não for, será?

            - Não será... Pois eu vou!

            - Não. Você vai ficar aqui...!

            - Isso é uma ordem Jake?

            - Não seja estúpido! Seu lugar é ao lado da matilha...

            - Por isso eu estou indo... Estou seguindo meu alfa, minha matilha.

            - Seth...

Os dois estavam muito alterados. Eu precisava fazer algo antes que se machuquem, ou antes que um deles se transforme em lobo aqui, no nosso apartamento.

            - Bem... – Disse hesitante. No mesmo momento os dois pararam de discutir e se viraram para mim, eu ignorei minhas bochechas corando com os seus olhares e suavemente disse – Não vejo nenhum problema em Seth vir conosco, e ao contrário, tenho certeza que meus pais vão ficar muito felizes se o levarmos.

Seth me lançou um olhar de gratidão, enquanto Jake me olhava como se eu fosse uma traidora. Eu apenas sorri para ambos.

            - Traidora – Resmungou Jake, parecendo ler meus pensamentos.

            - Obrigado, Ness. – Seth sorriu para mim por um breve segundo – Pelo menos alguém com juízo por aqui...

Não pude deixar de rir da situação. Jake olhou para mim, me encarou, e depois cedendo a minha vontade, também sorriu.

            - Ah! Está bem garoto. Vá para Lá Push avisar os outros, nos iremos te esperar. – Disse Jake em um tom de voz não tão convincente.

Seth hesitou, fitou Jake com determinação e então sorriu.

            - Ah, claro – ele zombou – Eu irei para La Push, você pegará Nessie pelos braços,  sairá correndo daqui com ela, e quando eu voltar, não encontrarei mais ninguém. – Disse Seth ironicamente – Muito esperto Jake... Mas não o suficiente.

Jake bufou, certamente estava querendo se passar por inocente. Mas é claro que não nos enganava, e eu tenho certeza de que é exatamente o que Jake queria fazer, e eu não precisava ler seus pensamentos para saber disso.     

            - Eu nunca faria isso – Disse ele inocentemente, fingindo estar ofendido com a suposição de Seth.

Eu revirei os olhos para ele.

            - É claro que Jake nunca iria fazer uma coisa assim Seth – Eu disse, usando todo o meu sarcasmo na voz. Jake pareceu confuso, mas pude perceber em seus olhos uma pontada de esperança.

            - Não fará? – Perguntou Seth, confuso.

            - Claro que não – eu comecei – Eu nuca permitiria que ele fizesse algo tão baixo assim – Minha voz era firme e decidida, e isso fez Seth sorrir. Já Jake pareceu desapontado com a minha ‘traição’.

            - Oh, céus! O que mais me falta acontecer?  - Reclamou ele.

Jake desmoronou na poltrona - Certamente havia notado que não teria argumentos suficientes para debater comigo, e mesmo que tivesse, não iria me convencer -. Enquanto Seth fazia o mesmo no sofá, eu apenas me sentei no braço da poltrona, passando minha mão carinhosamente nos cabelos escuros de Jake, como forma de perdão, e também porque  eu estava adorando fazer isso.

            - Ah, Seth. – Estava me perguntando quem deu a chave do nosso apartamento para ele. Porque quando chegamos aqui a porta já estava aberta, e não me parece que Seth teria a coragem de arrombar a porta. 

            - Sim, Nessie? – Disse Seth, tirando sua atenção do jogo de beisebol da enorme TV que Jake havia ligado.

            - Bem... Estava me perguntando como você entrou em nosso apartamento.

            - Ah, sim. Bem, foi muito fácil. Foi preciso eu apenas jogar um pouco do meu irresistível charme... – Seth passava a mão em seus curtos cabelos e piscava para mim, enquanto dizia. Me fazendo rir -... Em cima da recepcionista, acho que é Fanni... Não, não é Sanni o nome dela – eu bufei ao ouvir o nome daquela coisinha – Para ela me entregar a chave. – Seth parecia orgulhoso do feito.

            - Eu não acredito! Aquela coisinha loira... Te entregou a chave só por que foi atacada pelo seu ‘irresistível’ charme? – Jake riu do meu sarcasmo – Eu preciso falar com ela.

            - Você não parece gostar dela. – murmurou Seth.

            - Sanni incomoda essa ciumenta – Disse Jake apontando para mim, em uma voz toda engraçadinha que me fez ver vermelho.

            - Eu não estou com ciúmes de você – Eu cuspi cada palavra.

            - Mas eu não disse que estava com ciúmes de mim – Disse Jake calmamente, e depois soltou uma curta risada.

            - Bem... – começou Seth – Eu vou indo, estarei de volta em duas horas – Informou ele.

            - Tempo o suficiente para sairmos daqui antes que você volte – Disse Jake, ainda brincalhão.

Seth olhou para mim, e eu balancei a cabeça negativamente para ele, como forma de dizer que eu não iria concordar com isso.

            - Tchau Seth. Mande lembranças para as garotas... Estou com saudade delas – Sue e Liah.

            - Mando sim. Sei que Embry e Paul também sentem sua falta Nessie. – Brincou Seth, zombando de seus amigos lobos. Eu apenas revirei os olhos e sorri, enquanto me levantava para levar Seth até a porta. Jake estava de pé ao mesmo tempo em que eu.

Abri a porta para Seth, enquanto ele e Jake terminavam uma pequena luta. Pelo seu enorme sorriso, Jake havia ganhado. Seth deu um soco no ombro de Jacob e se foi, mas antes me deu uma ultima olhada, como se estivesse se assegurando de que eu estava disposta a esperá-lo.  

            - Bem... Seth não mudou nada – Eu disse, enquanto fechava a porta e me virava para encarar a figura de Jake.

Realmente Seth era o mesmo da minha ultima visita. Ele tinha uma aparência de um jovem de 15 á 16 anos, mesmo sendo mais forte e mais alto do que um garoto nesta faixa etária.

- É... Sempre o mesmo garoto bobo – Jake concordou.

- Mas acho que tinha algo diferente em seu olhar... – eu parei, tentando identificar aquelas emoções em seus olhos -... Era como se ele... – hesitei, não tendo certeza do que era aquilo – Jake Seth encontrou alguém? – Perguntei de repente

            - Bem... Não que eu saiba. Porque Ness?

Cheguei mais perto de Jake, colocando minha mão em sua bochecha, para lhe mostrar a imagem dos olhos brilhantes de Seth. Ele franziu a testa, parecendo confuso.

            - Hum... – Jake colocou a mão em seu queixo, perdido em seus pensamentos – Será que Seth finalmente encontrou... Não... Eu saberia.

            - Finalmente encontrou o que? – Perguntei curiosa.

            - Alguém capaz de agüentá-lo – Brincou Jake, mas eu sabia que não era bem isso que ele estava pensando um segundo atrás.              

            - Bem, isso não é impossível – Eu sussurrei – Se eu sou capaz de te agüentar, tenho certeza que qualquer um poderia aturar Seth, já que ele nem se compara a você...

            - Tem razão. Ele não se compara a mim – Disse ele, com um sorriso maroto.

            - Fico feliz por você ser tão modesto assim.

Então nós dois rimos. Estávamos próximos um do outro, mas meu corpo sentia a necessidade de acabar com aquele espaço entre nós. Então eu o abracei fortemente, pegando ele desprevenido. No começo Jake pareceu assustado, mas depois também retribuiu meu abraço.

É inexplicável as sensações que percorriam meu corpo. Eu estaria disposta a passar o resta da eternidade abraçada a Jake, se não fosse pelo fato de ter uma mala a fazer.

Então ficando na ponta dos pés, para alcançar o ouvido de Jake, eu sussurrei:

            - Obrigado, Jake. – Eu comecei – Sei que você está deixando sua matilha apenas para me fazer feliz. E eu sou grata por isso. Às vezes me pergunto se realmente mereço tudo isso.

Jake delicadamente me afastou de seu abraço, para poder olhar melhor em meus olhos.

            - Nessie, eu que deveria te agradecer. Pois se você está afastada de sua família, é  porque eu precisava estar perto de La Push. Então, se tem alguém abrindo mão de alguma coisa aqui, é você Ness.

Eu pensei por um minuto e cheguei à conclusão que estando perto de Jake, eu não estaria abrindo mão de nada, ao contrário...

Fui surpreendida pelo abraço de urso de Jacob.

            - Você deve estar com fome – Eu disse, já estando fora de seu abraço, enquanto andava em direção a cozinha.

            - Você não faz idéia – Ele disse, colocando a mão sobre a barriga. Enquanto andava atrás de mim.

            - O que você quer comer? – Perguntei.

            - A sua comida – Disse ele simplesmente.

            - Obrigado – Eu disse com um sorriso. Eu sempre soube que Jake gostava da minha comida, mas dificilmente ele admitia.

Quando entrei na cozinha notei que algumas coisas estavam fora de seus respectivos lugares, então supus que Seth havia passado por aqui.

            - Você tem razão... O mesmo garoto – Eu disse, já andando em uma velocidade não humana por toda a sala, arrumando e guardando cada objeto em seus devidos lugares, até que não estivesse nenhum pó de poeira fora do lugar. Minha rápida arrumação durou apenas alguns segundos.   

 Jake estava encostado na porta me olhando com admiração. E então subitamente ele levantou a mão até sua cabeça e arrancou um de seus curtos fios de cabelo, e logo depois o soltou no ar. Como se por reflexo eu o peguei antes de cair ao chão, o colocando rapidamente no lixo. Depois encarei Jake com curiosidade, ele apenas balançou a cabeça e sorriu. Eu levantei uma sobrancelha para ele, ô interrogando.

            - Igualzinha a sua avó, Esme. – ele começou – Sempre com mania de perfeição – E então eu sorri, porque de fato ele tinha razão, acho que por ter sido criada por eles, devo ter puxado algumas de suas características mais marcantes. Isso me fez ficar ainda mais ansiosa pela viajem.

Olhei para Jake dos pés a cabeça, ele estava usando um tênis de marca, uma calça jeans e uma blusa preta. Um look até que bom, minha tia Alice certamente ficaria muito orgulhosa, mas pena que estava todo molhado por causa da chuva.

            - Bem, vá tomar um banho Jake e depois faça sua mala – Eu disse suavemente – Eu vou fazer sua comida e depois irei fazer a minha mala.

            - Sim senhora! – Brincou Jake, já saindo da cozinha.

Eu olhei a minha volta, procurando algo que me interessasse. Então avistei na fruteira algumas batatas, rapidamente as peguei e comecei a descascá-las. Depois de seis segundos, já avia terminado, então fui até a enorme geladeira procurar algo para assar com as batatas. Foi então que avistei um enorme frango – bem, frango assado não é um dos meus pratos preferidos, mas poderia ser pior.

Depois de um minuto e trinta e sete segundos já havia terminado de limpar e temperar o prato do dia. Colocando-o em uma forma apropriada, junto com as batatas e enrolando no alumínio. Para logo em seguida ô levar para assar no forno pré-aquecido.

Todo este procedimento durou apenas poucos minutos. Me perguntei se seria o bastante para Jake ou se deveria fazer algo a mais; mas logo conclui que nem mesmo ele seria capaz de comer aquele frango inteiro.

Então, orgulhosa de mim mesma pelo feito, me dirigi ao meu quarto. Mas não antes de olhar no relógio; de acordo com os meus cálculos, levaria quarenta e cinco minutos para o frango ficar pronto. Então 05h30min eu deveria tirá-lo.

            - Tempo suficiente para terminar de fazer minha mala. – Pensei em voz alta.

            - O que? – Perguntou uma voz rouca, que vinha do banheiro do quarto de Jake. Ele deveria ainda estar tomando banho.

            - Nada. – Eu disse simplesmente, continuando a seguir meu caminho rumo ao quarto.

Bem, meu quarto não é o que se pode chamar de grande e simples, já que na verdade ele é – desnecessariamente – ENORME e luxuoso. Sua cor é branca, - minha cor preferida – Tem um computador última geração que acabou de sair no mercado e que, portanto, é uma raridade. Uma enorme – repito, enorme – cama no centro. Uma prateleira repleta de livros de meus autores favoritos, outra de filmes e uma para minha especial coleção de CD’s clássicos. Uma TV digital, que pega mais de 960 canais diferentes – e que quase não é utilizada -. Um enorme espelho – tão grande que é capaz de refletir o reflexo de Jake transformado em lobo. Um exagero -. Um banheiro – com banheira e hidromassagem -. Duas janelas – que dão uma ótima vista para a cidade -. Uma varanda – onde junto as estrelas, já passei momentos inesquecíveis –. A mesma varanda onde se encontra um pequeno jardim de rosas e de lindas e raras flores – um presente de Jake para mim de natal.

No quarto há também dois quadros originais do pintor de origem francesa “Claude Monet”. Algumas estatuas dos grandes escultores: “Gian Lorenzo Bernini” e de “Michelangelo”. Um lustre de diamantes, cortinas rosa e branca, piso de cerâmica, vasos com flores, um escritório – um pequeno lugar, onde já me trancará milhares de vezes para pensar na minha vida ou simplesmente para esquecer dela, e onde passo parte do meu tempo estudando por conta própria.

Existe também dezenas de fotos espalhadas por todo o quarto. Fotos da minha família e de meus amigos. Uma em especial eu adoro; é a foto de mim ainda criança, junto a Jake – a mesma foto que um dia mamãe usou para fazer passaportes falsos para mim e para ele.

Ah, e claro. O closet, um dos lugares que mais gosto do apartamento, já que nele existe centenas, ou melhor, milhares de roupas novas. Uma mais linda que a outra.

Enfim, um quarto mais apropriado para uma princesa, e não para um monstro sem alma igual a mim.

Adentrei lentamente no cômodo, procurando algo como uma mala. Não demorou muito para que eu á encontra-se escondida no canto do quarto.

Coloquei a mala vazia em cima da cama; e depois entrei no closet, para pegar algumas peças de roupas. Não saber para onde está indo e nem quanto tempo irá passar neste lugar, me dificultava na escolhas das vestes. Mesmo já sabendo que Alice não me permitirá usar nenhuma dessas peças de roupas.

“Então vou levar só o essencial” pensei para mim mesma, enquanto pegava duas calças jeans, três camisetas sem manga, uma jaqueta de frio e algumas peças intimas.

Quando coloquei minhas roupas na mala, percebi que a mesma ainda continuava muito vazia. Franzi minha testa e comecei a procurar, fracassadamente, por uma mala menor. Como não a encontrei, decidi ir perguntar se Jake teria uma para me emprestar.   

Sai do meu quarto e em meio segundo já estava enfrente a porta de Jake. Me perguntei mentalmente se deveria ou não bater antes de entrar, mas acabei optando em bater, porque aquele era o quarto de Jake – o quarto de um homem -, e eu quero que ele tenha toda a privacidade do mundo, pois não é por que eu preciso estar com ele a cada um minuto, que ele não possa ter uma vida normal, ou melhor, quase normal.

Delicadamente dei pequenos soquinhos na porta. Jake pareceu – mesmo eu sabendo ser impossível – não ouvir. Então bati mais forte, mas só um pouco mais forte, já que não pretendia quebrar a porta, pelo menos desta vez não.

- Só um minuto Nessie. – Disse Jake, com uma voz suave e baixa.

Ouvi um barulho de tecido – certamente alguma peça de roupa de Jake – sendo rasgado. Me perguntei porque ele estaria destruindo suas roupas. No mesmo instante ouvi um barulho que se assemelhava ao som de uma pessoa bufando.   

            - Jake... – Disse, enquanto colocava meus ouvidos mais próximos da porta.

            - Foi só a porcaria da camisa. – Disse ele, me interrompendo. Não pude evitar rir – Sabe, não fazem mais tecidos como antigamente...

            - Você fala como se tivesse duzentos anos de idade – Eu dizia em meio a uma risada, colocando meus ouvidos ainda mais próximos da porta. – Ao invés de apenas vinte e dois. – Finalizei.

            - Apenas vinte e dois? Pelo que eu sei você não tem apenas cinco? – Perguntou, enquanto abria a porta, rápido demais para eu ter percebido que ia fazê-lo.

Com o susto quase cai para trás, mas Jake me segurou antes que o fizesse. Ele segurava um pedaço de decido azul-escuro na mão direita, e com a esquerda me segurava. Seu braço estava em volta de minha cintura.

Senti minhas bochechas ficarem mais quentes, enquanto sentia o corpo de Jake a centímetros do meu. E então aquelas sensações estranhas – que suspeito ser algum tipo de doença. – começaram a atacar novamente minha barriga. Meu coração estava incrivelmente rápido – muito mais rápido do que o normal -, parecendo que a qualquer momento iria entrar em colapso.

Mas apesar de tudo aquilo que se passava pelo meu corpo, eu não conseguia parar de admirar a perfeição do peitoral nu  de Jake. Estava consciente de que ele podia ver e ouvir toda essa minha estranha reação, mas - impressionantemente - eu não me importava com isso.

Por impulso coloquei minha mão direita em seu peito e no mesmo momento meu corpo foi atingido por milhares de novas sensações. Mas desta vez não era algo desconfortável, ao contrário, poderia até dizer que estava sentindo prazer com aquela situação.

Minha mão direita descia e subia, lentamente, por todos os seus músculos. 

- Oh, Jake... – Eu murmurei. Minha voz parecia estranha até para mim mesma. Eu nem ao menos olhei em seus olhos; estava muito ocupada me deliciando com as sensações que passavam por mim ao tocá-lo. -... Isso é tão bom. – Disse, sentindo a mão esquerda de Jake envolver minha cintura, me trazendo ainda mais próximo de si.

Meu coração estava a mil, minha respiração ofegante e meu corpo todo arrepiado, mas mesmo assim eu estava feliz, na verdade, nunca estive tão feliz.

Era tudo tão novo, tão desconfortável e ao mesmo tempo tão prazeroso. Com apenas um toque, um singelo e quase inocente toque, meu corpo era imerso ao prazer, mas ainda era pouco, eu queria mais, ansiava por mais.        

Então em uma tentativa de mais contato físico, eu beijei seu peito nu, e fui recompensada por varias ondas de prazer. Foi a melhor sensação do mundo, tão boa que me fazia desejar que nunca acabasse. Queria continuar. Beijá-lo pelo resto da eternidade. Jake parecia também não se incomodar, mas como alguém poderia se incomodar com aquilo? Meus lábios pareciam feitos para aquela pele.           

Relutantemente separei minha boca de seu peitoral e encostei minha testa nele, passando – outra vez – minhas mãos suavemente em seus músculos. Jake me segurava fortemente em seus braços, e eu não me incomodava nenhum pouco que continuasse o fazendo.        

            - O  que é isso Jake? Porque eu sinto isso? – Perguntei, ainda com a cabeça encostada em seu peito. Jake não respondeu, apenas segurou meu corpo mais próximo do seu, deixando assim, nossos corpos grudados um no outro.

É inexplicável descrever tudo que se passava pela minha cabeça e pelo meu corpo. Sentimento e pensamente que nunca tive e nem senti com mais ninguém. Esse é o poder de Jake sobre mim. O poder de me levar às nuvens, com apenas um olhar. O poder de me fazer à mulher mais feliz, apenas com um sorriso. O poder de me fazer dele, apenas com um toque. O poder do... Amor?

Minhas mãos lentamente subiram até seu pescoço. E como se tivéssemos pensado ao mesmo tempo, Jake havia me prensado contra a parede.

Seus olhos estavam fechados e ele mordia o lábio inferior, como se estivesse sentindo as mesmas ondas de prazer que eu. Isto me fez ficar ainda mais decidida do que eu queria, eu queria ele.    

Então, delicadamente, fiquei nas pontas dos pés e no mesmo estante Jake abril os olhos. Seus olhos transbordavam sentimentos e desejos, imaginei que os meus seriam apenas um reflexo dos dele.

Jake se curvou para que eu não tivesse que me esticar até onde eu queria, até sua boca carnuda que naquele momento parecia implorar para ser beijada. Minha mão direita subiu até seus curtos cabelos negros, os agarrando com vontade, enquanto a esquerda pousava em seu pescoço. Suas mãos também foram leais a mim. Uma subiu até o centro das minhas costas, e a outra apertava minha cintura contra seu corpo.

Jake hesitou por um momento, parecendo estar em duvida. Sua face havia perdido toda aquela paixão, e foi substituída pela duvida e o nervosismos. Ondas de tristeza percorram meu corpo. “O que aconteceu?” perguntei a mim mesma.

            - Nessie... Eu não sei si deveríamos... – Sua voz estava tremula por causa do nervosismo. Esperei que ele continuasse, mas ele não continuou. Seus olhos desviaram-se dos meus, passando para o chão.

Eu queria falar  para ele que eu queria isso mais do que tudo na minha existência, mas algo me dizia que não era essa questão, pois estava muito na cara o quanto eu queria isso. Então qual o problema? Talvez ele apenas não ache que eu estou pronta para isto. E talvez ele esteja certo.

Alguns segundos silenciosos se passaram. Jake ainda fitava o chão, como se estivesse envergonhado. Eu apenas o observava, como se esperasse que ele mudasse de idéia e me beijasse. Mas ele não o fez. E mais alguns segundos se passaram. Meus pensamentos eram confusos, e sem nexo algum, mas todos eram tristes. Estivemos tão perto de nos beijarmos... Porque ele teve que estragar este momento? Por quê? Será que não estou sendo muito egoísta? Talvez ele também esteja sofrendo, talvez ele também não ache que esteja preparado, ou talvez ele não me deseje. Será? Não, não posso acreditar nisso. Não. Depois de tudo, não... Então por que está envergonhado? Talvez esteja arrependido? Talvez. Se pelo menos tivesse uma maneira de saber o que ele está pensando... Tudo seria bem mais fácil. O que eu faço agora? Será que devo sair correndo? Não, ele não entenderia e ficaria chateado comigo. O que eu faço? O que?...

            - Jake... – Disse, minha voz era apenas um sussurro. Bem, se eu não posso beijá-lo, posso pelo menos dizer o que sinto. Certo? –... Eu seria a mulher mais feliz do mundo se você me... – hesitei, senti minhas bochechas ficarem ainda mais vermelhas quando percebi seu olhar apaixonado. Então desviei meus olhos dos dele, porque não conseguiria continuar se estivéssemos nos olhando daquela maneira. Respirei fundo, sugando todo o ar que podia, para depois solta-lo todo lentamente. Então criei coragem, coragem que até então não conhecia, e continuei -... Se você me beijasse. Por que... Eu ti amo Jacob. – Disse timidamente.

Quando voltei a olhar para ele, recebi o olhar mais doce e mais cheio de sentimentos de toda a minha vida. Fiquei instantaneamente paralisada quando ele selou seus lábios nos meus.

O amor... Oh que sentimento lindo. O melhor de todos. Às vezes pode machucar ou até mesmo matar. Mas quando cultivado da maneira certa, só da alegria. Quem nunca amou não sabe do que estou falando, e quem nunca amou nunca poderá saber, e nem mesmo imaginar. Sabe, quando você ama alguém, você não quer que essa pessoa pertença a você, como na paixão. No amor, você quer pertencer a está pessoa. Pertencer a ela da maneira mais pura e mais inocente. Da maneira mais louca, e mais inexplicável. Você quer amá-lo, para que ele também possa te amar. Você quer pertencer a ele. Sem pudor. Sem regras. Sem conflitos. Sem vergonha. Sem medo. Literalmente pertencer a ele.

O amor...

 É amar e se permitir ser amado.

É compartilhar sentimentos.

É o prazer a cada toque.

É viver pelo outro.

É tudo e  nada.

É dúvidas.

É medo.

É...

  Amor.

 Pode ter sido apenas um singelo selinho. Que para muitos não teria significado nada, a não ser um simples selinho. Mas para mim foi muito mais que isso. Foi muito mais que apenas um toque.

Seus lábios eram macios, doces, cuidadosos, perfeitos.   

O choque ainda percorria meu corpo, não conseguia acreditar no que havia acontecido. Era bom de mais para ter sido real, mas era bom demais para ter sido criado apenas minha imaginação.

            - Jake...

            - Shii... Não diga nada. – Disse ele colocando dois dedos sobre meus lábios. Para depois sorrir docemente para mim. Sorri também, ainda sem acreditar que aquilo havia acontecido realmente.

Ficamos assim por alguns minutos, apenas admirando um ao outro. Seus lindos olhos me fitavam com tanta intensidade que chegavam a me deixar desnorteada com a sua beleza.

O silêncio era absoluto. Parecia que o tempo havia parado para que pudéssemos aproveitar aquele precioso momento. Mas como sabemos, nem tudo é do modo como queremos, e por isso aquele momento único não pode ser eterno. O silêncio foi quebrado quando o estomago de Jake anunciou que estava com fome.

            - Me desculpe – Disse ele, parecendo estar envergonhado. Seus olhos passaram para o chão, e ele fitava o tecido azul-escuro com muita determinação; talvez só estivesse evitando meus olhos. 

            - Eu que deveria pedir desculpas... – Comecei. Jake então olhou para mim, vencido pela curiosidade. - Acho que não estou te alimentando direito...

            - Não se preocupe comigo Ness. Se preocupe com você, só isso já basta para eu estar bem. – Disse ele tocando minha bochecha.

            - Claro que eu sempre irei me preocupar com você – Eu sussurrei, enquanto o abraçava.

            - Obrigado – Murmurou ele no meu ouvido, me fazendo arrepiar.

Sua barriga roncou outra vez, e por impulso coloquei minha mão sobre ela.

            - Acho melhor eu cuidar disso. – Disse sorridente, enquanto minha mão passava por toda a extensão de seu peitoral. – Que tal... Frango assado?

            - Me parece bom... – Disse ele cheirando o ar -... Frango com batatas?

            - Isso mesmo – Disse enquanto me dirigia, melancolicamente, para a cozinha.

O relógio marcava 05h26min, então estava quase na hora de tirar o assado. Ouvi alguns passos em direção à cozinha que supus ser Jake.

            - Ah, Ness... 

            - Sim?

            - Porque mesmo você tinha ido até meu quarto? Imagino que não tenha sido apenas para me seduzir... – O que? Então eu sou a sedutora e ele o seduzido? Quando ele chegou a essa conclusão? Pelo que eu sei, ele que me teve em seus braços o tempo todo... - Nessie! – Chamou ele, tentando me tirar de meus devaneios.

            - Heim? – Disse, voltando a realidade – Ah, sim. – avia me esquecido da mala – É que eu precisava de uma mala menor, porque a minha é muito grande e eu pretendo levar pouca coisa.

            - Hum... – Jake pensou por um momento e então continuou – Acho que tenho uma sim. Vou pegar.

            - Obrigado – Disse aliviada.

 Estava colocando – desnecessariamente – as luvas para tirar o assado do forno, quando Jake adentrou o cômodo.

            - Será que essa serve? – Perguntou, enquanto me mostrava uma pequena mala cinza, que por alguma razão era familiar.

Eu encarava a mala com determinação, a virando de um lado para o outro na minha mão. Tentando me lembrar de qualquer lembrança dela que pudesse justificar a sensação familiar que ela me trazia.

    - É perfeita. – Respondia a pergunta de Jake – Mas, essa mala... – Comecei, ainda encarando e virando a pequena mala -... Ela é tão familiar...

            - Não se lembra dela, Ness? – Perguntou, enquanto se dirigia a enorme pia e pegava um copo. Mas antes que pudesse responder ele continuou – Essa mala você ganhou quando ainda era pequena – Me informou ele com a voz calma, ao mesmo tempo em que enchia o copo com água -. Foi sua mãe que ti deu, antes de se mudar de Forks.

E então milhares de lembranças começaram a surgir em minha mente, como se estivesse assistindo ao um filme. Agora tudo parecia estranhamente normal. Chegava a incomodar o fato de á um segundo atrás, eu não me lembrar que aquela pequena mala avia sido presente de minha mãe. E que a mesma avia guardado presentes inesquecíveis para mim. Tudo ali dentro era especial. Um baú de tesouros, cheio de jóias preciosas.

            - Sim... Eu me lembro agora. – Eu disse, ainda encarando o pequeno objeto em minha mão. Enquanto Jake tomava, em apenas um gole, o copo cheio de água.

Essa pequena mala cinza foi o presente que mais amei. Todos os objetos guardados por ela pertenceram um dia a minha mãe, e talvez por isso fossem tão significativos para mim.

“Eles marcaram a minha vida, mas agora pertencem a você.” Foi o que ela me disse antes de me entregá-los.

Uma linda e adoral corrente. Que tinha delicadamente esculpido um misterioso lobo marrom, que eu acredito ser Jake. Esse era de todos o meu favorito, já que foi o próprio Jacob o autor de tal objeto. Essa corrente raramente sai de meu pulso direito, ela é como meu amuleto da sorte e eu acredito inteiramente que enquanto eu a usá-la estarei a salvo de qualquer perigo.

Mas essa não era a única corrente da mala, porque avia também a de um cristal em forma de coração. Que é para mim uma forma de estar perto de papai e de mamãe. E portanto, a mesma raramente sai de meu pulso esquerdo.

Na mala avia também: Uma jaqueta multe-utilidades – que minha mãe diz ter sido muito útil para ela -. Uma rasteirinha – Que ela diz ser muito útil se caso eu pensar em viajar para o Brasil -. Um diário que pertenceu a minha mãe quando ela ainda tinha 15 anos – a mesma idade que aparento ter hoje.

Neste diário minha mãe conta muitas coisas, coisas que acredito que não tenha contado a mais ninguém, e talvez por isso seja tão especial, já que para mim não é apenas uma diário normal, mas sim uma prova de confiança. A cada pagina que leio me surpreendo, porque é difícil acreditar que a linda e perfeita mulher que me criou e me deu amor, um dia possa ter passado por tudo que estou passando agora.

Mamãe também me deu alguns de seus livros favoritos – “O Morro dos Ventos Uivantes”, “Romeu e Julieta”, “A Cabana” entre outros –. Livros estes que já li centenas de vezes e mesmo assim não consigo enjoar de lê-los.

  A pequena mala ainda trazia: Fotos, filmes, CD’s e por último, mas não menos importante, o meu guardião dos sonhos; um objeto que um dia foi dado á ela por Jake e que hoje pertence a mim. Mamãe me disse que ele nunca funcionou com ela, mas que talvez possa funcionar comigo. “Talvez não tenha funcionado comigo porque ele sempre foi destinado a você; querida.” essas foram suas palavras. Mamãe estava certa, porque sempre que durmo com meu guardião, os pesadelos não ousam me incomodar.

            - Nessie... Não tem nada queimando? – Perguntou-me uma voz familiar.

            - Como? – Perguntei ainda desnorteada por causa de meus devaneios. Mas grande foi o meu espanto quando percebi a que Jake se referia. – Ai meu Deus o frango!

Rapidamente desliguei o forno e tirei de lá a travessa embrulhada no papel alumínio, colocando-a sobre a pia da cozinha.

Bem, não estava cheirando a queimado, pelo menos narizes humanos nunca sentiriam, mas como nossos sentidos são mais aguçados conseguimos sentir.

Assim que tirei o alumínio pude ver os estragos.

- Er... Não parece tão ruim. – comentou Jake – Mas qual é mesmo o número da Pizzaria? – Brincou ele.

            - Jake! – Briguei com ele; cruzando os braços e fazendo biquinho – Não fale assim da minha comida...

            - É só brincadeira, Ness... Não precisa ficar ofendida.

            - Está bem, mas não volte a fazer, se não arranco sua cabeça. - Disse sorridente. Hei, o que foi aquilo? Será mesmo que vi um Jake assustado? 

Olhei mais uma vez para o assado. Não chegava a estar queimado, só um pouco passado do ponto. Mas nem por isso perdia sua aparência apetitosa, pude confirmar isso quando vi que Jake olhava para o prato com ferocidade, como se a qualquer momento fosse avançar em uma de suas presas. Isso me divertia.

Com delicadeza e com um cuidado desnecessário peguei a travessa, um prato, um garfo e uma faca, e os coloquei sobre a mesa. Cortei um pedaço do peito do frango e o servi no prato.

Jake se sentou na cadeira a minha frente, enquanto encarava o não tão pequeno pedaço de frango. Pegou o garfo e a faca que eu ô entreguei e cortou um pedaço menor, levou este pedaço à boca, para após mastigá-lo ô engolir.  

Eu sempre adorei estes momentos, porque apesar de falar mal da minha comida, sua reação após provar meus  pratos sempre ô entregam. E desta vez, para minha felicidade, não foi diferente. Jake mantinha os olhos fechados, e em seus lábios brincava um discreto sorriso. Certamente estava se deliciando com o assado.

Sorri vitoriosa quando ele abril seus olhos famintos, para em seguida devorar outro pedaço de frango. 

            - Divirta-se – Disse enquanto tirava as luvas e saia do cômodo, levando comigo minha pequena mala cinza.

Em meio segundo já estava no meu quarto. Guardei dentro da mala tudo que eu queria e tudo que precisaria. Não demorou muito para tudo estar pronto. Sentei sobre a cama e comecei a imaginar como seria o reencontro com a minha família. E sem nem ao menos perceber, já estava deitada e prestes a dormir.

*

Estava um dia lindo. Um típico dia de outono. As folhas secas já caiam das árvores, os passarinhos cantavam, o sol brilhava alto no céu, a brisa fresca trazia o perfume único da natureza, a vida era feliz.

Eu estava brincando em um balanço improvisado, pendurado em uma das ultimas árvores que ainda possuíam folhas verdes. Eu estava feliz. Sim, muito feliz.

Usava um vestido azul claro, igual ao de uma princesa. Delicado, mas não infantil. Meu cabelo estava preso. Usava uma maquiagem leve e doce, igual ao lugar.

Borboletas azuis voavam por todos os lados. Eram todas lindas, cada uma com sua magia e seu diferencial.

E então a brisa me trousse seu perfume, seu lindo e único perfume.

            - Nessie... – Ele me chamou do horizonte. Ao ouvir sua voz meu coração disparou.

Parei imediatamente o que estava fazendo e fui ao seu encontro.

            - Jake... – Chamei, mas não houve resposta – Jake... Jake... – Eu ô chamava, procurava, mas não encontrava nada, apenas o silêncio.

            - Nessie... – Sua voz estava ficando cada vez mais longe – Venha pra mim, Nessie...

            - Onde você está? – Perguntei para o nada. Novamente sem resposta alguma – Jake, onde você está? – Gritei, já sentindo lagrimas caírem de meus olhos – Onde...? – Sussurrei.

            - Bem aqui. – Fiquei em choque, totalmente paralisada. A voz desta vez não estava longe, ao contrário.

Olhei para trás e lá estava ele. Jacob estava vestido todo de branco. Seus olhos brilhavam, seu sorriso era o mais encantador possível e seus braços estavam abertos, como se estivessem a me chamar.

            - Jake... Oh, Jake... – Corri para abraçá-lo, e quando o fiz meu coração disparou. Senti minhas lagrimas caírem ao monte, mas eu não me importava.

Jake retribuiu o abraço.

            - Não chore mais... Eu estou aqui agora... – Sussurrou ele.

            - Eu estava com medo que você...

            - Shii... Eu estou aqui agora e sempre estarei Ness... – Sua voz era suave e doce, como a voz de um anjo.

            - Promete?

            - Sim, eu prometo... Eu te amo Renesmee Cullen. – Sussurrou ele no meu ouvido.

            - Jake... – Olhei em seus olhos cor da noite, eles eram tão sinceros, tão verdadeiros e tão entregues a mim. – Eu te amo – Disse timidamente, sentindo minhas bochechas pegarem fogo.

Jacob sorriu e beijou a minha testa de forma doce e amável.

Olhei para ele e vi que algo estava diferente. Vi que ele estava sumindo, desaparecendo. Como se estivesse evaporando.

            - Jacob, por favor, não me deixe... Jacob... Jacob... – Comecei a me desesperar.

            - Eu nunca... – Sua voz estava ficando cada vez mais distante -... Vou te deixar...

E então ele desapareceu. Tão rápido como havia chegado, ele se foi. Sumiu bem na minha frente, sem que eu pudesse fazer nada para impedi-lo.

Fiquei desesperada e comecei a chorar e a gritar, enquanto me debatia.

            - Acorda!... É só um pesadelo... Acorda! – Dizia uma voz distante, enquanto tentava me trazer para a realidade – Ness... Acorda! ... Por favor...

Quando abri meus olhos, ainda chorando e com a respiração ofegante, pude ver de quem era à voz. Mas ao invés de me acalmar, isso só me fez chorar ainda mais forte e mais alto.

            - Acalme-se Ness... Foi só um pesadelo...

Então Jake me abraçou fortemente, enquanto sussurrava no meu ouvido palavras doces e gentis, que pouco a pouco iam me acalmando. Quando já estava um pouco mais controlada tentei dizer alguma coisa, mas não foi possível, pois ainda estava com a respiração pesada e um pouco desnorteada.

            - Jake... – Com muito esforço consegui dizer. Minha voz era baixa e rouca. -... Não me deixe...

            - Acalme-se... Eu estou aqui agora, e sempre estarei Ness. – Disse ele me abraçando mais forte ainda.

            - Foi o que você disse... Mas ai você me deixou, me deixou sozinha. Disse que não ia, mais deixo...! – Eu dizia tudo muito rápido, e ao mesmo tempo já começava a chorar.

            - Shii... Foi só um pesadelo, não foi real. Eu estou aqui agora e sempre estarei. – Disse ele enquanto encarava com seus lindos olhos negros, os meus marrons. A sinceridade no seu olhar e a firmeza na sua voz me fizeram acreditar no que ele dizia.

Pensei por um minuto. “Então foi apenas um pesadelo?” perguntei a mim mesma.

            - Não, não foi um pesadelo. – Disse de repente. Jake pareceu confuso, então continuei – Foi... Um lindo sonho... – Disse, já sentindo minhas bochechas corarem.

Jake franziu a testa e perguntou:

            - Se foi um sonho... Porque está chorando?

            - É que... É que... Eu não sei bem. Estava tudo lindo, mas ai você sumiu... Me deixou sozinha...

            - Você está chorando porque eu te deixei sozinha no sonho?

            - Sim... – Confirmei, percebendo o quão idiota isso soava.

            - Tolice. Já deveria saber que eu nunca conseguiria ficar longe de você, sua vampirinha maluquinha.

            - Jake! – Briguei com ele.

Ele simplesmente riu, me fazendo ficar ainda mais nervosa. Mas não agüentei manter por muito tempo a fachada de ofendida, e acabei rindo junco a ele.

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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.

Se possível, deixem um comentário. Ficarei muito feliz.

Até.