Todos os Tipos de Amor escrita por Guardian


Capítulo 3
Máfia


Notas iniciais do capítulo

Katekyo *.*
YamamotoxGokudera
Ah, contém spoiler do mangá, porque a história ocorre durante a saga shimon
Espero que gostem^^



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   Os dois rapazes estavam em uma sala de aula vazia e escura, aproveitando aquele momento a sós. Tentavam ao máximo abafar os gemidos para que não fossem ouvidos do corredor, mas era extremamente difícil.

   - Ah! Tá tudo escuro, não consigo ver nada!

   Os dois pararam na hora, com o susto. A voz vinha da porta da sala, e não pertencia a ninguém menos do que...

   - Juudaime! - Gokudera disse baixo, em choque. " Essa não, o que o Juudaime vai pensar se nos vir assim? "

   Yamamoto saiu de cima do outro e começou a pegar as roupas jogadas no chão. Escutaram o barulho de alguém caindo.

   - Ai! Onde está o interruptor? - Tsuna exclamou. Yamamoto e Gokudera estavam nos fundos da sala, tentando desesperadamente se vestir - Ahn? Tem alguém aí?

   " Merda! " Gokudera estava entrando em pânico.

   As luzes se acenderam.

   - Algo errado, Tsunayoshi-kun? - uma outra voz perguntou.

   - Emma-kun! - Tsuna exclamou aliviado. Depois percebeu quem mais estava na sala - Yamamoto? Gokudera-kun?

   - Yo, Tsuna - Yamamoto cumprimentou normalmente, absolutamente calmo. Ao contrário de Gokudera, que estava com o rosto completamente ruborizado e não conseguia nem falar de tão nervoso que estava.

   - O que estavam fazendo? - perguntou Emma, estranhando a cena.

   Yamamoto colocou as mãos atrás da cabeça, sorrindo - Eu estava pedindo para o Gokudera me ajudar a estudar.

   " No escuro?! O Juudaime não vai cair nessa! " Gokudera pensou desesperado. Yamamoto continuava sorrindo.

   Tsuna sorriu também - Sério? Que bom que vocês estão se dando bem.

   " Ele acreditou?! Como o Juudaime é ingênuo! Mas acho que essa é uma de suas qualidades... "

   Os dois saíram da sala, sob o olhar estranho de Emma e feliz de Tsuna. Quando já estavam do lado de fora da escola, Gokudera começou a ir em direção à sua casa, mas Yamamoto o parou.

   - Para onde está indo? Vamos para minha casa, lembra? " Estudar ".

   - Mas isso foi uma desculpa para o Juudaime - Gokudera disse confuso.

   O moreno segurou o rosto do outro e o beijou. Gokudera o afastou, vermelho novamente - O que está fazendo? Estamos em frente à escola!

   - É por isso que estou dizendo para irmos à minha casa - e acrescentou mais baixo - Continuar de onde paramos. Eu não gostei de ser interrompido, sabe.

   - O que...

   - Vamos vamos - Yamamoto puxou Gokudera sorrindo.

   Gokudera se deixou ser puxado, derrotado, e quando chegaram, parecia não ter ninguém em casa.

   - E o seu pai? - perguntou Gokudera, olhando em volta.

   - Só volta amanhã - Yamamoto sorriu ainda mais.

   - Hum... - resmungou Gokudera, sabendo o que aquilo significava.

   Os dois subiram para o quarto do moreno.

   Já fazia um tempo que haviam voltado do futuro, depois da luta final com Byakuran. A cerimônia de herança estava se aproximando, Tsuna se tornaria oficialmente o Vongola Décimo, e eles, claro, estariam sempre ao seu lado como seus guardiões. Para Gokudera, não havia nada mais satisfatório e precioso do que se tornar o braço direito de Tsuna e protegê-lo como o guardião da tempestade, mas isso era antes de se dar conta do que sentia por Yamamoto. Quando percebeu, e aceitou, tais sentimentos, começou a se preocupar, afinal, Yamamoto não pertencia àquela realidade. Máfia? Gokudera tudo bem, crescera para isso. Mas Yamamoto? Ele era gentil, alegre, despreocupado, deveria continuar jogando baseball, e não se tornar um mafioso. Depois que voltaram do futuro, esse pensamento ficou ainda mais forte em Gokudera.

   - Yamamoto... - chamou baixo.

   Mas mesmo que se preocupasse, se angustiasse com a segurança do outro, não poderia pedir para ele sair da família; era egoísta apesar de tudo. Não aguentaria deixá-lo, não aguentaria ser abandonado. Teria que confiar na força de Yamamoto.

   Yamamoto, por sua vez, sabia muito bem o que acontecia na cabeça de Gokudera, sobre os pensamentos que ele não ousava verbalizar. Ficava feliz pela preocupação do outro, mas mesmo se ele pedisse, coisa que tinha certeza que não faria, não deixaria a família. É verdade que na maior parte do tempo achou que essa história de máfia era brincadeira, mas agora sabia de tudo, e iria ficar mais forte, cada vez mais, para que Gokudera não precisasse se arriscar tanto. Em todos os momentos em que o outro se machucava, como no ataque do Mukuro e na batalha pelos anéis, seu coração se apertava por não poder fazer nada, por não poder sequer abraçá-lo. Mas agora podia abraçá-lo, agora podia beijá-lo, tomá-lo em seus braços e mais, podia protegê-lo. Claro que ele nunca permitiria sua proteção, era orgulhoso demais, mas podia contornar isso.

   - Hayato, eu sempre vou estar ao seu lado. Sempre - disse num sussurro no ouvido do outro.

   Gokudera queria tanto ouvir essas palavras e se culpava por ter esse desejo. 

   A família Shimon estava em Nanimori para a cerimônia de herança, e no momento estava ajudando os guardiões a proteger Tsuna. Cada membro da Vongola acabou se aproximando, cada um a sua maneira, de um membro do Shimon, inclusive Gokudera e Yamamoto. Gokudera estava convicto de que aquela garota, Shitt-P, era um ser de outro mundo, e Yamamoto estava ajudando Mizuno no time de baseball. Tsuna também estava se dando bem com Emma, a cerimônia de herança estava próxima, eles tinham " consertado " o futuro, Gokudera e Yamamoto estavam juntos, tudo estava indo bem. Tão bem, que quase conseguia mandar as preocupações de Gokudera para longe. Quase. Ainda havia um mau pressentimente que não o deixava de maneira nehuma.

   Essa sensação ruim tomou forma alguns dias depois.

   Quando recebeu a ligação de Ryohei, seu coração quase parou. Correu para o hospital, em desespero. Ele não ia morrer, ele não podia morrer. Se preparou psicologicamente pelo caminho para o que encontraria quando chegasse, mas nem toda o preparo do mundo serviriam para evitar o choque, a dor e a raiva que sentiu quando encontrou Yamamoto, seus olhos fechados, o corpo todo ensanguentado e sem a vitalidade que exibia todos os dias. Ele havia sido atacado na escola, na sala do clube, e foi encontrado por Sasagawa Ryohei. De alguma forma, Gokudera conseguiu arranjar forças para ligar para Tsuna e avisá-lo do que aconteceu, mas sua voz saiu tremida, denunciando o medo que tentava sufocar.

   Quando Tsuna chegou, Chrome já estava lá também, assim como toda a família Shimon. Reborn explicou a mensagem que Yamamoto escreveu antes de desmaiar, com seu próprio sangue, mas todo o tempo, Gokudera só ouvia com uma parcela de atenção. " Eu vou pegar o maldito que fez isso! " pensava com raiva, mas logo o medo o dominava " Ele não pode morrer, não pode... ". Era uma batalha entre a raiva e o medo, onde a esperança quase não tinha força. Repetia para si mesmo que ficaria tudo bem, mas por mais que repetisse, não conseguia se convercer, porque a toda hora a imagem de Yamamoto quase sem vida invadia sua mente.

   - Os malditos que fizeram isso vão estar na cerimônia de herança, e nós vamos pegá-los lá - disse com convicção, mesmo sem ter consciência de ouvir a conversa dos outros.

   - Poderíamos - Reborn disse - Mas Tsuna cancelou a cerimônia.

   - O quê?! É verdade, Juudaime? - Gokudera perguntou hesitante.

   Tsuna não respondeu de imediato. Seu rosto estava escondido, e quando finalmente, se mostrou cheio de determinação - Não, nós vamos à cerimônia.

   Gokudera olhou para a sala de cirurgia onde estava Yamamoto " Só espere, eu vou acabar com esses desgraçados, e logo você vai estar bem de novo ". O médico havia dito que as chances dele sobreviver eram pequenas, e caso conseguisse, havia uma grande chance de perder o movimento das pernas. " Até parece! Logo você vai estar jogando baseball como sempre, seu maníaco " tinha que acreditar nisso, precisava acreditar que ainda veria Yama... Não, que veria Takeshi no campo, treinando para o campeonato, precisava acreditar que em breve voltaria a ouvir a risada despreocupada dele, que voltaria a sentir seu abraço caloroso... Simplesmente precisava acreditar que nada daquilo acabaria.

   Era muito fácil, e menos doloroso, se deixar tomar pela raiva e pelo ódio, pensar que poderia causar sofrimento para quem fez aquilo, portanto foi isso que fez; se deixou dominar. 

   Iria para a cerimônia de herança.

 .


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Notas finais do capítulo

Pra quem não sabe, o moreno é Yamamoto Takeshi e o de cabelo prata é Gokudera Hayato ( essa imagem é da versão deles do futuro*.* )
De verdade, eu fiquei com muuuita raiva quando o Yamamoto foi atacado no mangá ÒÓ
Bom, espero que tenham gostado^^
Até o próximo



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