Abstration... escrita por Lady Leticya Snape


Capítulo 26
26.Encontros


Notas iniciais do capítulo

Oi Minhas queridas leitoras!!!! Como estão hoje nesse friozinho?
Então mais um vapítulo ai, esse veio para compensar enorrrrrme! espero que gostem, olha que ele tá revelador em. Sem esquecer que estamos entrando em outra parte da estória!
Aproveitem e comentem!!!!
Bjusss a todas!!!



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26.Encontros

 

Suzane’s POV

 

            Fiquei na porta do chalé parada ainda por um bom tempo, já havia até perdido o carro de vista. Os dias em que estivemos aqui foi tão diferente de tudo, diferente até mesmo da minha vida humana... Alec foi tudo que eu pedi a Deus, ele era simplesmente o homem da minha vida. Com todos os afazeres que tivemos nessa semana como visitas, passeios e muito amor, pode se dizer que saímos da cama pouquissímas vezes >.< acabei me esquecendo completamente de que eu finalmente voltara ao Brasil, essa constatação me atingiu como um soco bem no meio do meu estômago, agora eu estava sozinha e não havia motivos para continuar protelando essas decisões, uma hora ou outra eu teria que acabar voltando e sabendo como ficou minha antiga vida.

 

            Inspirei longa e profundamente esperando que meu senso de coragem me impulsionasse, fui até o closet do chalé e peguei uma bolsa preta que a Jane havia me dado para esses casos de emergência, remexi um pouco nela e encontrei o que eu precisava: algumas notas de Reais, Documentos falsos, um chapéu preto e grande para tampar minha palidez do sol e as lentes de contato, coloquei tudo em uma bolsa mais discreta e peguei dez caixinhas de lentes, antes sobrar do que aparecer por aí com as íris vermelhas, tomei coragem e fechei o chalé.

 

            Corri até a cidade, tomando cuidado para não ser vista e cheguei até a cidade, nem precisei de chapéu o dia estava nublado e meu agasalho não se diferia dos outros que passavam por mim, avistei uma locadora de carros bem na esquina. Era tudo o que eu precisava:

 

—Bom dia em que posso ajudar? – Um rapaz novinho e aparente me sorria atrás do balcão, levantei os olhos que estavam fitando meus sapatos meio enlameados pela corrida na floresta e devolvi o sorriso

 

—Bom dia! Gostaria de olhar os modelos de carro que você tem para um aluguel imediato.

 

            Ele se perdeu meio segundo no meu olhar, o que eu deduzi que seria por causa da beleza vampiresca e logo em seguindo saiu engasgando nas palavras:

 

—Só um minuto... er... só vou checar os carros – ele saiu apressado para o fundo e eu inevitavelmente sorri, era muito estranho ver como os homens reagiam a mim, não estava acostumada a ser uma “cobiçada”, meus pensamentos foram interrompidos pelo retorno do jovem:

 

—A senhorita está com sorte, me acompanhe, por favor.

 

            Entrei pelos fundos da loja e me encontrei em um pátio aonde havia vários modelos de carro:

 

—Bom... o modelo que mais sai são esses Fiat ‘s novos, são compactos , rápido e o melhor... baratos.

 

Ele gesticulava empolgado para os carros coloridinhos, nossa fazia tanto tempo que eu não me preocupava em dirigir, a verdade é que quando eu era humana não tinha idade para tirar a carteira então Charlie as vezes me deixava dar umas voltinhas no carro, vou torcer para que meus sentidos de vampira me ajudem a ser uma motorista convincente.

 

            Mas como eu queria dirigir debaixo desse sol do Brasil em um carro colorido desse? Ia chamar demais a atenção, sem contar que esses vidros não barram nem o mínimo sol, corri meus olhos pelo saguão e avistei lá no fundo alguns carros mais interessantes, alguns que se pareciam mais com os modelos de carro que usávamos em Volterra:

 

—Só um minuto, acho que aqueles carros ali do fundo são mais adequados para mim. – me encaminhei para o fundo enquanto falava, ouvi a pulsação do meu atendente acelerar e podia até mesmo dizer que ele estava suando:

 

—Ah... os presidenciais? Er... eles não são muito alugados por turistas... normalmente pelo preço né?

 

            Observei um dos carros que parecia perfeito, vidros bem escuros, estiloso, porém ao mesmo tempo não dizia “Eu sou um carro tuning”

 

—Acho que vai ser esse aqui! - deslizei o dedo pelo capô da máquina e o meu atendente engoliu em seco

 

—Bem, eu não posso alugar esses carros sem um validador, comprovante de renda e um cartão de crédito para dividir as prestações

 

            Então era por isso que ele estava nervoso, talvez sair de calça jeans, tênis e moletom não dê muito certo quando se quer alugar um Audi, sorri e peguei o cartão do Alec na bolsa:

 

—Passam cartão estrangeiro?

 

—Sim... só me acompanhe para que eu possa garantir que é válido.

 

            Voltamos ao balcão e o atendente com seu italiano péssimo tentava perguntar e confirmar os dados, ele deve ter ouvido que o cartão tinha uns novecentos mil Euros, pois liberou rapidinho a compra, assinei os contratos e paguei o aluguel por um mês pelo preço de cinco mil Reais, aproveitei e passei em uma loja de roupas, realmente não dava para dirigir um carrão desse de tênis.

 

     (Roupa da Suzi http://www.polyvore.com/abstration/set?id=38528958)   

   Tudo pronto peguei a estrada, o carro era ótimo tinha uma velocidade super, mas ele não era mais rápido do que minha ansiedade permitia, dirigi o dia todo e a noite eu já havia chegado a Brasília, isso claro com a ajuda de um GPS que me permitiu as rotas mais curtas; eu não precisava respirar, no entanto minha respiração ficou ofegante quando eu entrei na rua da minha antiga casa, decidi por parar o carro a uns trinta metros da casa, desci e ativei o alarme enquanto caminhava lentamente pela rua, a queimação na minha garganta pareceu aumentar.

 

            Na rua eu ouvia o barulho das televisões, risadas e o ressonar das crianças na cama, porém me concentrei apenas no Toc Toc que meu salto ecoava na rua deserta, pulei o muro da minha casa com uma facilidade invejável para quem estava usando saltos dezoito centímetros  e me vi em frente a janela pelo qual tantas vezes eu olhei, se tivesse algo que eu gostaria de fazer era chorar... poder colocar para fora toda a saudade que se apossava do meu corpo, mas a única coisa que eu conseguia fazer era soluçar compulsivamente.

 

            Tomei impulso e literalmente voei até a janela do meu quarto no segundo andar aterrissando silenciosamente  sobre a ponta dos pés, não tem como descrever o que eu senti ao ver todas as minhas coisas, elas permaneciam intactas, do mesmo jeito que eu havia deixado um dia antes da minha viagem, aos poucos as lembranças enlameadas da minha primeira vida foram vindo a tona, se tornando mais claras, me lembrei que havia deixado alguma coisa debaixo da cama antes de viajar, me abaixei e pude ver uma caixinha enfeitada, puxei e espantei a poeira que se acumulara, dentro dela estava todos os meus diários inclusive o último, abri e li a última página:

 

09/10/2010

 

            Querido diário, estou tão feliz com meu aniversário de 17 anos chegando,

Motivo 1: eu ganharia meu tão sonhado notebook.

Motivo 2: eu ganharia de presente da minha mãe e do meu padrasto um pacote de viagem pela Europa para seguir minha banda favorita, a turnê começaria na Itália, Florença e terminaria em Vancouver no Canadá.

Ou seja, 20 dias de pura liberdade! Só eu, minha banda e minha viagem!

Ate que enfim! ”

            Essa foi a última coisa que escrevi, pude ouvir um ronco e resolvi me levantar peguei os diários e guardei na bolsa recolocando a caixa no lugar, andei até o guarda roupa e olhei a figura que refletia no espelho, comparei com uma foto minha que estava pendurada na porta, eu estava tão diferente talvez uma versão perfeita de mim mesma, jamais imaginaria que um dia eu poderia ser tão linda e rica, entretanto trocaria tudo para ter minha mãe de volta, meus dezessete anos completados e fotos da viagem do qual eu deveria ter retornado.

            Fechei a porta do guarda roupa com cuidado e abri cuidadosamente a porta, a luz do corredor estava apagada e dava para ver a luz da televisão iluminando a sala lá em baixo e os roncos pesados do Charlie, sorri por lembrar as vezes que esse ronco me incomodava a dormir, pé ante pé abri a porta do quarto da minha mãe e a encontrei em um sono profundo, o travesseiro molhado delatava seu choro recente e a minha fotografia ao seu lado o motivo do mesmo. Uma dor fininha da onde deveria estar meu coração dizia-me que ela estava sofrendo bastante com isso, afinal já haviam se passado um ano, já estávamos em outubro de novo e ela ainda chorava. Procurei um papel rapidamente e arranquei uma folha do meu diário, redigi apressadamente uma página que dizia o quanto ela era especial para mim, datei de um ano à trás como se eu tivesse escrito antes de viajar, a caligrafia não ficou muito igual, mas o que vale é a intenção.

            Dei um leve beijo de despedida e pulei a janela do quarto dela me refugiando no carro enquanto acalmava minha respiração, dirigi até o aeroporto de Brasília e fui até o balcão de Chek-in da companhia que eu havia embarcado:

—Boa noite, eu gostaria de saber se vocês receberam alguma mala, documento ou objeto de Suzane Peterscol? – a atendente ficou meio confusa com o pedido, mas me pediu um  momento de espera enquanto telefonava aos achados e perdidos, esperei meio impaciente batendo minhas unhas na madeira do balcão.

—Senhora tem uma mala no achados e perdidos que eles dizem ter sido mandada de volta por um hotel depois que a dona não foi buscar, ela esta etiquetada com o nome de Peterscol, S. é a que a senhora procura?

—Sim obrigada – até que foi bem fácil pegar a mala... eu só precisava acabar com essa estória logo, minha mãe não merecia ficar sofrendo esperando a cada dia que eu voltasse, eu ia forjar a minha morte.

            Sai do Aeroporto disposta a achar alguém para que fosse eu, dirigi pelos subúrbios da cidade, encontrei muitas que tinham a minha altura e que depois de queimada e enterradas serviriam para colocar um ponto final nesse sofrimento.

            Desci do carro e me preparei para atacar uma garota que estava vindo, parecia ter a minha idade, respirei fundo e quando ela entrou na pequena rua fui bastante rápida, sem dor, sem gritos, apenas quebrei o seu pescoço e deixei que ela caísse no chão, tirei o casaco e fiz aquilo que meus instintos me instigavam a fazer: bebi aquele sangue doce e quente que foi o responsável por aplacar a queimação na minha garganta.

            Naquele momento nada poderia chamar a minha atenção, nada a não ser um cheiro muito doce, um vampiro estava por perto, a minha reação foi totalmente por instinto, larguei minha presa no chão e me pus em posição de defesa rosnando baixo por entre os dentes, o vampiro visitante levantou as mãos e uma voz melodiosa preencheu o ar:

—Não queremos desavenças, somos apenas viajantes.

            Meu lado civilizado voltou:

—Me desculpe, não estou acostumada a isso ainda. – dei um sorriso amarelo e pude ver quem era a dona da voz, uma vampira baixinha, com cabelos curtos e espetadinhos ela estava acompanhada por um homem alto e loiro que parecia estar muito desconfortável com o sangue que escorria da minha mordida pelo corpo que jazia no chão.

—Eu sou Suzane, também sou uma “turista” por aqui! – abri meu melhor sorriso esperando ser cortês e a baixinha me retribuiu

—Alice e esse é Jasper, meu... marido – ajeitei a gola da blusa que estava um pouco bagunçada

—Prazer – só ai notei que os olhos dos meus interlocutores eram de um dourado marcante, muito diferente dos escarlates – Seu olhos são... Dourados?

A baixinha gargalhou:

—Sim, somos vegetarianos... ãn não bebemos sangue humano.

            Como isso era possível??? Éramos vampiros, vampiros BEBEM sangue humano, além disso como ela conseguia suportar a queimação quando chegava perto de alguém, ela pareceu perceber a indagação nos meus olhos:

—Podemos te explicar depois, agora será que seria possível terminar sua vitima e depois falamos? Não é muito agradável para Jasper assistir cenas assim. – Sua expressão de suplica me lembrou a mulher de um fumante me pedindo para não acender o cigarro pois seu marido está parando, no final concordei e eles se foram.

            Terminei com a garota e ateei fogo ao corpo pálido no chão, esperei que se queimasse por completo e a enterrei em um lote baldio ali mesmo junto com a mala que eu havia pego no aeroporto, dela eu apenas retirei algumas coisas importantes, como a foto de mamãe e alguns recadinhos de amigas antigas.

            Peguei meu casaco no chão e caminhei até o carro aonde os vampiros recém conhecidos me esperavam, como já não tinha companhia a algum achei muito agradável encontrar amigos por aqui:

—Então, o que fazem aqui?

—Estamos lutando para salvar nossa família – percebi que o semblante de ambos caiu

—Ah, também tem uma família, mas o que aconteceu... para mim vampiros são imortais estou correta? – ela esboçou um sorriso triste

—Sim, mas estamos sendo ameaçados pelos Volturi, querem destruir nossa família.

VOLTURI... DESTRUIR... FAMÍLIAS

            Aquilo me destruiu, EU ERA UMA “VOLTURI”, o Alec era um Volturi... Eles estão dizendo que somos assassinos?

—Eu... eu sou uma Volturi... – O silêncio que se seguiu foi de pânico no olhar deles e de ansiedade no meu, isso durou meio segundo. O loiro entrou na frente da mulher  em posição de ataque e rosnou guturalmente para mim, eu nem sequer me mexi, tudo o que eu havia aprendido sobre luta e defesa pessoal simplesmente se esvaiu ele pulou em cima de mim e me imobilizou, senti seu Hálito frio no meu pescoço e talvez o que fosse uma última frase:

—Desculpe, mas é pessoal

Fechei os olhos e me preparei para minha segunda morte, a única coisa que eu pensava era “Eu te amo Alec! Me perdoa”

 


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Notas finais do capítulo

E então???
Vão me matar pelo final???
Eu sei, não tem Alec aqui, mas esse capítulo é essencial!
Comentem e recomendem!!!
Além disso gostaria de agradecer à:
Julisanmel
Anonima
Maria Lúh
samanthaliem
por terem sido as primeiras a me motivar nessa nova fase!!!
Beeeijos minhas gatinhas



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