Em alguma mansão de Odaiba...

Michael e Alex estavam na sala da mansão esperando os outros chegarem. Seus Digimons, Dracomon de Alex e Dorumon de Michael, estavam na mesa comendo. Alex estava sentado no sofá olhando para Michael que andava de um lado para outro com um radio na mão tentando falar com os outros.

– Da para parar com isso está me dando dor de cabeça. – disse Alex deitando no sofá e pondo um travesseiro no rosto.

– Droga porque eles não respondem? – disse Michael nervoso apertando o radio em sua mão com força.

– Relaxa cara. – disse Alex com sua voz sendo abafada pelo travesseiro.

Um barulho de porta se abrindo faz Alex se postar de pé num salto e ficar ao lado de Michael que olhava atentamente para a porta. Dela passaram Sophia com BlackTailmon, Daniel com Coronamon e Etsuko com Gaomon.

“Estamos ferrados” pensa Etsuko vendo a cara furiosa de Michael sobre eles. Michael começa a ficar desconfiado quando eles entram e não falam nada e principalmente não vê Kari com eles.

– Kari? – pergunta Michael olhando para Sophia.

Sophia engole em seco pensando em sua resposta. “Ele vai surtar” pensa Sophia mordendo o lábio inferior. Etsuko e Daniel olham apreensivos para ela.

– De uma coisa eu sei, Michael odeia quando seus planos não dão certos e para completar o pacote TK estava aqui. – sussurra Etsuko para Daniel que assenti concordando com o amigo.

– TK. – disse Sophia seria olhando para Michael.

– Como? Pode repetir? – perguntou Michael nervoso e com a raiva já o dominando.

– TK está aqui e ele salvou a Kari.

Michael explodiu. Virou a mesa, derrubando a comida de seus Digimons. Pegou uma cadeira e a jogou contra a parede a estilhaçando. Os outros saíram de seu caminho ficando em um canto da sala. Derrubou livros, fez estragos por onde andava em torno da sala.

– Que merda! – gritou com raiva Michael.

Ele olhou para Sophia e a chamou para ir mais perto dele. Relutante ela foi, mais Alex a acompanhou.

– O que aconteceu? – perguntou Michael entre os dentes.

Sophia contou tudo para ele. Como foi a luta de cada um, a chegada dos outros Digiescolhidos, quando LadyDevimon pegou Kari e a chegada de TK e Angemon, que salvaram a Kari. Michael ficou parado escutando tudo atentamente. Quando Sophia para a narração dos fatos Michael pegou seu Digivice, que é um D3, e o apertou com força.

– Fiquem aqui, preciso fazer uma coisa. – disse Michael ríspido.

Michael saiu da sala deixando os outros quatro respirando aliviados. Um barulho de estomago faminto os fez olharem em volta e pousaram os olhos em cima do Digimon de Etsuko.

– Eu estou com fome. – disse Gaomon com as mãos na barriga.

Os quatro olharam em torno da sala e viram que nada estava em seu lugar. O ataque de fúria de Michael tinha feito um belo estrago. Livros estavam no chão, cadeiras quebradas, mesa revirada.

– Isso está uma bagunça. – disse Sophia.

– Depois vemos isso. Primeiro vamos comer algo, eu também estou com fome. – disse Etsuko lambendo os lábios.

– Certo. Um Digi limpa isso depois. – disse Alex.

Os quatros e seus Digimons foram em direção a cozinha.

TK abriu o envelope cuidadosamente e olhou dentro do dele. “Só pode ser brincadeira” pensa TK e começa a rir fazendo todos no carro olhar para ele, Sora o olhando pelo retrovisor.

– O que tem ai de tão engraçado, TK? – pergunta Sora.

– Um bilhete. – disse TK ainda rindo.

– Um bilhete? – perguntaram Kari e Sora juntas.

– O que de engraçado tem no bilhete? – pergunta Sora.

– Quando eu peguei o carro...

– Que todos estão curiosos para saber como. – falou Kari sorrindo.

– Sim. – concordou TK sorrindo. – Eu achei que esse envelope tivesse as respostas. Porque eu não sei como vim parar aqui. Ou como esse carro estava no meu nome. Eu simplesmente apareci na loja de carros e a Sakura disse...

– Sakura? – perguntou Kari com uma pitada de ciúmes na voz e as bochechas levemente coradas.

Sora, que prestava atenção na conversa e os olhos na rua, mordeu o lábio inferir para não rir com a ceninha que Kari estava fazendo. “É Mimi tem razão. É muito fofo ver eles assim” pensa Sora feliz.

– Sim. Ela trabalha na loja. Quando me viu parado lá no meio da loja, veio falar comigo. Quando eu disse meu nome ela disse que tinha uma encomenda pra mim. Pronto, apareço em uma loja de carros e ganho um Maserati. É tudo que sei. – disse TK olhando o bilhete.

Sora vê os outros carros parando em frete a uma pousada e os segui. Todos descem do carro e Izzy ajuda Sam a sair do carro. Os outros vão até o porta malas do carro de Joe e pegam as mochilas que estavam lá dentro.

– O que está escrito nesse bilhete? – perguntou Sora saindo do carro sendo seguida por TK, Kari e seus Digimons.

– Um dia terá suas respostas. Faça bom uso do carro. – disse TK colocando o bilhete de volta no envelope e pegando sua mochila.

– Isso é muito esquisito. – disse Kari e os outros dois concordam.

– Não mais do que TK e Catherine se beijarem. – disse Patamon pensando alto.

– PATAMON! – grita TK.

– O que? – falaram todos os Digiescolhidos e Digimons ao mesmo tempo olhando para TK espantados.

– Desculpa. – disse Patamon olhando para baixo.

TK ficou sem reação com todos o olhando. “Droga” pensa TK. Ele olha para Kari que parecia chocada e magoada. Sentiu-se muito mal quando viu Kari. “O que eu faço agora?” pensa TK desesperado. Com essa única frase tudo o que planejou poderia ir por água a baixo.

– Pode explicar isso, TK? – perguntou Tai visivelmente irritado.

“Ótimo agora o Tai vai me matar”. TK engoliu em seco pensando no que falar.

– Sim. Catherine me beijou e eu correspondi – disse olhando apreensivo para Kari. – Desculpa. – fala sem emitir som.

– Por que beijou ela? – perguntou Mimi e Sora juntas.

– Eu não sei. Deixei acontecer. – respondeu TK a verdade.

– Acontecer? Por quê?– questionou Yolei.

– Não sei. Sei lá. – disse TK se desesperando. “Porque eu tive que beija - lá de volta?” pensa TK se repreendendo.

Tai estava com raiva por saber disso, não queria que sua irmãzinha sofresse. Sam olhava para tudo e ficou muito intrigado com a situação “Só foi um beijo. O que tem de mais nisso” pensa Sam incrédulo com a situação. Davis chega mais perto de Ken.

– TK está encrencado. – sussurrou só para Ken ouvir.

Ken concorda com o amigo prestando atenção no interrogatório que o TK está sofrendo.

– Pensei que gostasse da minha irmã. – disse Tai nervoso.

– Eu não gosto da sua irmã. Eu a amo, Tai. – disse TK começando a ficar com raiva e nem prestou atenção no que falou.

Tai da um sorriso vitorioso em quanto olhava para sua irmã que estava muito corada e olhava para o chão. Os outros acompanharam Tai e sorriram pela confidencia de TK. Até Davis deu um discreto sorriso. “Essa eu perdi, que bom que foi pra ele” pensa Davis melancólico.

TK olha para seus amigos que estão sorrindo e ai se da conta do que tinha acabado de falar. Sentiu seu rosto esquentar e desviou o olhar para baixo. “Não era desse jeito que eu estava pensando em contar” pensa TK envergonhado.

– Então porque retribui o beijo dela? – perguntou Sora disfarçando o sorriso.

Levantando a cabeça, TK vê que seus amigos ainda estão sorrindo. De súbito TK olha para Kari e vê que esta está corada mais está com os olhos cravados nos dele. Não conseguindo evitar ambos deixam escapar um sorriso. “Pelo menos, agora o Tai não vai me matar e Kari não parece que está mais triste” pensa TK feliz.

– Já disse que não sei. Talvez porque, sei lá, devia isso a ela por eu estar indo...

TK se interrompeu, não ia contar ainda o que estava planejando queria fazer uma surpresa para eles. Mais essa conversa não estava indo para um lado positivo.

– Indo? – incentivaram Sora, Mimi e Yolei para que ele terminasse.

Todos estavam olhando atentamente para o novo rumo da conversa deles. “Cedo ou tarde vou ter que contar mesmo” pensa TK. Mais antes de responder alguém fala antes.

– Desculpa interromper, mais já interrompendo. –disse Sam se pronunciando pela primeira vez.

Todos voltam seu olhar para o garoto esperando ele falar. Sam se sentiu envergonhado por receber toda a atenção. “Começou agora termina Sam” pensa.

– Pessoal foi só um beijo. Não tem nada de mais nisso. Pelo que sei de todos vocês, ele é solteiro e poderia muito bem fazer isso. Ele não a pediu em casamento nem nada do tipo. – disse Sam com convicção. –E ele acabou de dizer que ama a sua irmã Tai e pelo visto já devia ter passado da hora para ele dizer isso.

Todos olharam para Sam espantados. TK e Kari ficaram mais vermelhos ainda. Os Digimons começam a rir concordando com Sam. Matt e Tai se juntam aos seus parceiros Digimons e começam a rir descontroladamente e logo os outros Digiescolhidos se juntam a eles.

– Tem razão passou da hora. – disse Agumon.

– Desculpa, mais quem é você? – perguntou Cody já recuperado do ataque de risos.

– Bom, acho que alguns não me conhecem. Meu nome é Sam. – disse Sam envergonhado apertando mais Elecmon em seus braços.

– O garoto que escapou da D-Five e entrou em contato com Gennai? – disse Mimi o olhando de cima a baixo.

– Sou eu. – disse Sam encabulado.

– OK. Vocês se apresentam depois. E Sam você tem razão. – disse Tai dando um leve tapa no braço de Sam.

– Melhor nos entrarmos e pegarmos os quartos. – disse Joe.

– Eu estou com fome. – disse Bukamon esfregando sua barriga.

Todos assentem pegam suas coisas. Matt pega uma blusa sua de toca e da para Gabumon vestir, Tai faz a mesma coisa com Agumon e vão rumo a pousada. Porem TK segura o braço de Kari a impedindo de seguir com os outros.

– Pode esperar. – disse TK sussurrando.

Kari assenti e espera os outros entrarem. Mimi, que vê TK pedir para Kari ficar, segura as meninas e ficam espiando eles de dentro da pousada. TK respira fundo e olha atentamente para Kari.

– Hum... Bom. Eu queria te dizer que eu... Hã... Sobre o que eu disse agora pouco.  – disse TK muito nervoso.

– TK não precisa...

– Sim, preciso dizer isso.Eu te amo Kari – disse TK interrompendo Kari, que ficou corada com a declaração do “amigo”. – Olha, eu sei que somos melhores amigos e sempre podemos contar um com o outro para TUDO. Mais eu não sei como e não sei quando, provavelmente o quando foi quando eu fui para Paris e percebi que não teria mais você por perto e o como eu não faço a mínima idéia. – disse fazendo os dois sorrirem. – Eu te amo Kari e quero ser mais que seu amig...

Um barulho de bip interrompeu TK. Os riem da situação e TK tira sua mochila das costas, de onde vem o barulho. As meninas que observavam a cena praguejam baixinho. “Porque sempre tem algo para interromper” pensam na mesma coisa.

TK tira de dentro de sua mochila seu D-Terminal, que estava fazendo o barulho, e o abre e vê uma mensagem de Catherine. Ele olha para Kari apreensivo. Esta fecha a cara na hora ao olhar para o D-Terminal de TK e ver o nome de Catherine no remetente da mensagem.

“TK cadê você. Ouvi um barulho esquisito agora a pouco e quando fui checar vi uma luz estranha no seu quarto, achei que tinha ido para o Digimundo, mais vi que seu computador estava desligado e fiquei preocupada.

Tentei abrir um portal para o Digimundo e não consegui. Liguei para a traíra da Alana (é verdade, ela não poderia ter feito aquilo) e pedi que ela tentasse abrir um portal também. E novamente nada. Pedi a Pierre também e nada de novo.

Estou ligando para você o tempo todo e só da ocupado, ou esse numero não existe e outras baboseiras mais. Sei que fica com o D-Terminal o tempo todo, então te mandei essa mensagem e assim que a receber entre em contato comigo.

Por favor, estou preocupada e desculpa pelo beijo.

Catherine S2.”

TK termina de ler a mensagem e olha para Kari que esta muito vermelha de raiva.

– Desculpa ter deixado a Catherine me beijar...

– Não, esquece isso é passado e eu não quero mais saber disso, TK. – Kari interrompe TK de forma autoritária e cheia de ciúmes.

O que faz TK esboçar um sorriso e se aproximar mais de Kari. Na hora Kari fica sem reação alguma. As meninas ficam muito empolgadas com a aproximação dos dois. TK coloca uma mão na bochecha de Kari e lhe faz um carinho se aproximando mais. Seus lábios se tocam delicadamente.

– Ei vocês dois andem logo. – grita alguém.

TK e Kari se separam rapidamente e olham para aonde vinha à voz. Sora, Mimi e Yolei pulam de susto ao ouvir alguém gritar e olham mortalmente para a pessoa que se atreveu a interromper esse momento.