Na Manhã seguinte, Van Pelt, Rigsby, Jane e Cho juntam-se aos outros hóspedes numa mesa enorme, deslumbrante de café da manhã. Frutas, bolos, biscoitos, e mais todo o tipo de comida que se possa imaginar.  Pelo visto alguém gostava bastante dessa parte.

- Nossa. Nunca vi tanta comida junta...

- Um comentário como esse só podia partir de você... – Devolve Van Pelt rindo.

Enquanto isso, Jane reparava a ausência de Lisbon. Estranho... Ela sempre chegava mais cedo que todos em qualquer lugar, será que tinha acontecido alguma coisa?

- Alguém viu a Lisbon por aí?

- Acho que ainda não acordou...

- Essa hora? Ela sempre chega tão cedo no trabalho...

- Vai ver o fuso horário fez ela dormir mais...

- É. Pode ser... Vocês não vão esperá-la?!

Rigsby faz uma cara de desespero que faz todos rirem ao mesmo tempo.

- Não. Tudo bem. Podem comer, eu espero por ela.

Os outros três se entreolham, e voltam a mirar as frutas presentes eu seus pratos.

Quase meia hora depois, desce Lisbon. Uma calça verde escura, com uma blusa de manga branca, e mais seu clássico sobretudo, que dava um toque ainda mais elegante. Jane estava distraído lendo revistas que encontrara na sala de TV. Ela passa por ele sem dar muita importância apenas desejando um “Bom dia!”, comum a todos que passavam. Ele responde, mas pelo visto o assunto da revista tinha desperto tamanha curiosidade que ele não havia reconhecido a voz dela.

Em direção a mesa do café senta-se com os outros, que olham para ela estranhando que esteja sozinha.

- Bom dia.

- Bom dia! – Respondem em coro.

- Lisbon, você não passou pelo Jane?

- Passei, por quê?

- Ele te viu?

- Acho que sim. Bom, na verdade ele tava bem interessado na revista que tava lendo, não sei se me viu realmente, mas eu dei bom dia a ele.

- Hum...

- Por que, algum problema?

- Não. É que ele disse que ia te esperar pra tomar café. – Larga Rigsby, antes que qualquer um pudesse prevenir. Van Pelt lhe faz uma cara de repreensão.

- ME esperar?

- Na verdade sim.

Ela olha pra trás, na direção dele. Permanecia interessado. Sorria como criança pequena que ganha um brinquedo novo. Seria algo engraçado?! Era difícil ver Jane distraído com alguma coisa que não envolvesse seu poder. Por um momento a imagem daquele homem lindo, com um sorriso encantador, sobe a sua mente. Podia passar um furacão, mas ele não desviava o olhar de maneira nenhuma. Diante disso, ela resolve ir até ele.

- Humhum. Jane?!

- Lisbon? Quando foi que você passou?

- Há 5 minutos, e te dei bom dia, e você me respondeu.

- Eu? Nossa, nem vi.

- Percebi né... Mas o que é que tem de tão interessante aí pra te deixar tão distraído dessa maneira?

- Ah. Nada demais. Vamos, você deve estar com fome...

Joga a revista num canto qualquer e lhe puxa pela mão de volta a mesa, ao encontro de todos. Daí em diante o café segue normalmente. Até então as férias estavam maravilhosas. Mais 4 dias juntos, ainda reservavam muitas surpresas.

Após o café, eles saem para dar uma volta ali por perto. Nada que se diga “Nada demais...” Afinal estar hospedado no lugar mais brilhante do país, não é nem um pouco desagradável.

Era magnífico como mesmo distante do dever de ser uma equipe, a formação ao andar era a mesma. Lisbon na frente e no meio. Jane a seu lado esquerdo. Van Pelt atrás, pouco ao lado de Jane, acompanhada por Cho e Rigsby. Era automático, e lindo ao mesmo tempo. Enquanto caminhavam, as pessoas olhavam achando estranho. Eles realmente não percebiam, era tão normal que as coisas fossem dessa maneira que para eles passava despercebido.

- O que acham de irmos naquele parque que vimos quando estávamos chegando aqui?

- Sério? É maravilhoso!

- É – Concorda Jane – Seria divertido. Topam?

Todos concordam.

- A noite é ainda melhor, não acha Jane?! – Pergunta Lisbon. Seria uma indireta? Não. Pelo menos não era essa a intenção.

- Claro, claro. – E abre mais um daqueles sorrisos

- Podemos passar o dia descansando um pouco. Afinal ainda não tivemos tempo pra isso desde que chegamos aqui. – Sugere Cho.

- Feito.

- Então, vou para o meu quarto, assistir um pouco de TV.

- Por que não ficamos todos juntos? – Desta vez Rigsby parece demonstrar um pouco suas intenções.

- Seria ótimo. Mas para que quarto vamos?!

- Pode ser o meu.

- Bom... Eu prefiro descansar um pouco no meu mesmo. Não dormi direito a noite, não estou muito bem. Então...

- Tudo bem Cho. Se precisar de alguma coisa sabe onde nos encontrar.

Ele faz um sinal com a cabeça e adentra seu quarto. Não. Cho estava super bem e tinha tido uma noite maravilhosa, além de dormir durante toda a viagem. Mas quem iria servir de vela no meio de dois “futuros casais”? Pelo menos ele já havia percebido.

- Até parece que eu vou ficar no meio.

No quarto, eles decidem assistir um filme. Nos que estavam disponíveis, só filmes românticos. Como não tinham outra opção decidiram ver “simplesmente amor”.

Chega a ser engraçado, imaginar os 4 principais agentes da CBI juntos, num quarto de hotel, em Paris, vendo um filme romântico.

- Só um minuto. Um sofá, uma cama de casal. 4 pessoas. E...

- E daí que ficam duas em cada lugar ué...

- Não me obriguem a deitar na mesma cama que o Jane.

- Não tem problema, você fica sentada. Vamos.

- Você sempre com suas piadinhas inadequadas.

Os três riem, a irritando ainda mais. Por fim, acaba tendo que ficar mesmo, junto a Jane. O Filme começa e todos acomodam-se melhor ainda. Van Pelt e Rigsby, tentavam disfarçar. Um para o outro e para si mesmo. Para Jane, nada poderiam esconder, para Lisbon, Van Pelt já havia declarado, portanto apenas os dois tentavam fingir que nada acontecia.

- Uau. – Van Pelt comenta sobre um rapaz.

- Esse é o tipo de cara que realmente se diz “Uau!” – Emenda Lisbon.

Rigsby se enfurece de ver a ruiva interessada. Era só um ator de cinema, nada além disso. Tudo bem que era extremamente lindo, mas que diferença fazia para ela? Ele só não conseguia entender isso. E a provocação dela havia funcionado. Jane apenas sorri. Os pensamentos da morena invadem sua mente, pelo visto, por mais que quisesse fingir, qualquer comentário acabaria levando-a a pensar nele. Obviamente, além do cara maravilhoso na tela, um dos caras do tipo que estar acostumado a ouvir um “Uau!” estava do seu lado. Ele vira o rosto na direção dela, rindo, o que a deixa, mais uma vez, com as bochechas vermelhas, fugindo do seu olhar.

Jane percebera Lisbon bocejando sem parar. Se tinha dormido até tão tarde, por que aparentava tanto sono?!

- Não acredito que você ainda esteja com sono...

- Não dormi muito bem esta noite...

- Meh... Não foi o que pareceu... – E sorri.

- Ah... Eu... Fiquei na cama até tarde relaxando o pouco que eu não consegui a noite.

- Hum... Pode dormir agora se quiser. Não precisa ver o filme. Deita aí e descansa. – Por fim, puxando-a pelo pé obrigando que ela se deitasse ao seu lado.

Ela ri e tenta contrariar, mas o cansaço acompanhado da insistência (magnífica) de Jane, acabam sendo mais atrativos. Difícil relaxar com ele do seu lado observando-a, mas tinha que parar de pensar nisso. Chega de dar motivos para as indiretas e provocações.  Então, vira-se para o lado contrário a fim de “despistá-lo”, e dá de cara com Rigsby e Van Pelt. Os dois fingindo prestar atenção no filme, quando era óbvio que isso não acontecia. Ela tenta esconder o riso, fechando os olhos e enfim conseguindo dormir um pouco.

Jane não fazia outra coisa, a não ser observá-la. Tão quieta, com um sorriso entre os lábios. Distante de toda a aparência de chefe e uma maravilhosa agente. Uma mulher linda e frágil que o encantava.

Uma cena forte passa no filme, assustando Van Pelt e despertando Lisbon. Van Pelt se joga em cima de Rigsby (Talvez o filme tivesse servido como desculpa, quem sabe?!). Já Lisbon abre os olhos e dá de cara com Jane, quase caindo por cima dela, olhando diretamente nos seus olhos, que hesitavam em se abrir por completo, diante da claridade.

Ele põe a mão sobre seus olhos, incentivando-a a forçá-los. Um gesto fofo, uma maneira “Jane” de demonstrar carinho. Mais um pretexto para encostar em sua pele lisa e clara, provocando um sorriso meio atordoado nela.

- Não foi nada. Pode voltar a dormir.

- Por quanto tempo eu fiquei aqui!?

- Hum... Não sei, desde que dormiu não fiz outra coisa senão olhar pra você.

- Nem assim você me deixa em paz.

- Você quer que eu te deixe em paz?

Apenas olhares, nada mais. Seus olhos eram sinceros demais para mentir para qualquer um, ainda mais pra Jane, que era capaz de hipnotizá-la só com o brilho dos seus olhos azuis. E ele lança mais um daqueles sorrisos cheios de intenções. Ela apenas desvia para a tela da TV. O clima entre Van Pelt e Rigsby aumentava, depois do susto, se tornava um abraço aconchegante, e apaixonado. Lisbon e Jane reparam, mas não chegam a fazer nenhum comentário.

Mais três dias e estariam de volta. Será que até lá as coisas deixariam de acontecer somente entre “amigos”?