“Enquanto escrevia esta história, eu me transportei para a mente de Bruce Wayne. Ele passava por problemas e dificuldades não muito diferentes das minhas. Batman Resigns é, por isso, o retrato da etapa de minha vida em que me afundei na depressão”.

A nova manhã em Castlewood traz o avanço da aproximação entre Bruce e Elizabeth. A referência à equitação dá-se devido a dois motivos: o diálogo do filme Batman em que Alfred conta a Vicky Vale os apuros que o órfão passou quando criança para aprender a montar, e a eletrizante cena da HQ “O Cavaleiro das Trevas” em que o herói sai o cavalo por uma Gotham City às escuras para manter a ordem.

Em Gotham, segue-se um divertido trecho com o Coringa vestindo diversas fantasias de personagens de filmes famosos e mostrando a Arlequina para saber o que ela acha de cada uma. No final ele acaba optando por seu visual tradicional.

Depois tem início uma das minhas seqüências favoritas da fanfic: Bruce e Elizabeth andando a cavalo pelos campos de Castlewood e depois chegando à cachoeira. Deixo transparecer bem a personalidade e pontos de vista da lady em suas falas e a incerteza de Wayne quanto a revelar seu segredo. A jovem realmente é a chave para seu hóspede livrar-se de toda a tortura em seu coração. E esse papel é mais desenvolvido a cada nova aparição da personagem.

Mais um corte para Gotham, onde o Coringa continua a planejar sua reaparição. O prefeito da cidade na minha história, Chip Shreck, é o filho de Max Shreck, um dos vilões do filme Batman O Retorno. Já que muitos anos se passaram no enredo, tempo suficiente para Chip se organizar politicamente, e dado o gosto que Gotham tem por corruptos, resolvi colocá-lo como governante da metrópole. Uma curiosidade: o ator que interpretou Chip, Andrew Bryniarski, também fez os papéis de Zangief (Street Fighter, 1994) e Thomas "Leatherface" Hewitt (O Massacre da Serra-Elétrica, 2003).

O fato de Gotham estar prestes a comemorar mais um aniversário é outra referência ao primeiro filme da franquia. Como a fanfic se passa em 2006, e em 1989 a cidade completava 200 anos, agora, dezessete anos depois, ela festeja seu 217o aniversário. No noticiário de TV dessa cena há uma breve citação a Star City, lar do super-herói Arqueiro Verde.

Gotham Plaza é o mesmo local público visto em Batman O Retorno, onde o prefeito fazia seus discursos na frente de uma árvore de Natal.

A cena da cachoeira é o ápice da terapia pela qual Bruce passa em Castlewood. Ao mesmo tempo, Elizabeth começa a revelar-lhe seu passado. Ele não foi tão explorado quanto eu queria na fanfic, talvez para não prolongar demais o período em que Wayne está longe de casa (houve leitores que reclamaram da demora para o Batman voltar a entrar em cena).

Retornando a Gotham City, o Coringa termina de armar seu circo de morte e destruição. Quis retratar um forte aspecto do personagem nas HQs: ele várias vezes sai matando pessoas aleatoriamente, sem nenhum motivo. Duas das vítimas nessa cena formam um casal que saía de um restaurante, deixando o filho agora órfão desamparado diante dos cadáveres... Um novo Batman?

No Gotham Plaza, o prefeito Chip Shreck discursa à população. O Comissário Gordon o acompanha, em sua primeira aparição no conto, além de Jane Dent, filha do Duas-Caras, antes Harvey Dent, morto em Batman Eternamente. Ela é uma personagem original minha. Pensei em colocar no lugar dela Duela Dent, a filha de Harvey nos quadrinhos, porém achei que ficaria fora de contexto.

As palavras do prefeito mostram como ele é uma pessoa ingrata, como uma própria leitora minha definiu-o. Odeia o Batman, culpa-o pela morte do pai e quer ver a cidade livre de justiceiros. O Coringa chega provocando pânico e sumariamente assassina Chip com a mesma arma de cano exagerado do filme de 1989. Gordon mandando que o Bat-sinal seja ligado é referência a Batman O Retorno. Mas ninguém virá.

Castlewood novamente. A cena no quarto de Elizabeth mostra como o mordomo Wilfred trata a jovem como se fosse sua filha. Também gosto muito dos diálogos desse trecho.

Na balbúrdia do Gotham Plaza, Gordon é desacordado e em seguida capturado pelo Coringa após ter tentado em vão se esconder. Com o Comissário fora de ação, a cidade está privada de seus líderes: o caos pode entrar pela porta da frente.

A cena final do capítulo é uma grande homenagem a um dos poucos bons elementos do roteiro de Batman & Robin, além de um esclarecimento sobre Wilfred: na privacidade de seu quarto, o criado de lady Elizabeth examina um laptop com os mesmos arquivos sobre o Batman gravados por Alfred no quarto filme (até a senha de acesso é a mesma), passando adiante o segredo de Bruce Wayne. E o mordomo deste deu a seu irmão uma importante missão: tirar o órfão dessa vida amarga antes que fosse tarde demais. Por isso a carta enviada a Gotham no começo da história, que evitou o suicídio daquele a quem era endereçada.

Wilfred Pennyworth foi, desde o início, o homem que deu esperanças a Bruce.

Continua...