(Nem) Todo Mundo Odeia a Emily escrita por May_Mello


Capítulo 39
Todo mundo odeia a tia Abby.


Notas iniciais do capítulo

E ae amores meus? Tudo bem?
Seguinte: obrigada pelos comentários, eu leio todos mas não tem como responder.
E obrigada também pelas recomendações mais liiiiindas do mundo *-* Claro que eu leio elas também, né gente... rsrsrs

Semana que vem começam minhas aulas e eu tô cagando e andando. Nem queria fazer faculdade, mas já que é 'de grátis' né.... De graça até injeção na testa, então lá vamos nós!
Vim postar esse capítulo escroto. Espero que gostem, pois a Emily vai tomar uma decisão na vida dela... ou não... ou... ah, é melhor ler aí. rsrsrs
Bjos, bjos. E looooogo eu volto. *corre*



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Um dia eu juro que aprendo. Aprendo tudo com o Thomas porque... Não é possível. Ele tem tudo calculado e sob seu controle.

Irônico quando ele me lembrou do que eu disse sobre ele não importar e no momento eu estar pensando sobre o que ele disse e, cara, como importa sim o que ele disse!

Ele sabia! Ele sabia que eu ia ficar aqui, remoendo o fato sobre eu gostar do Lukas até eu perceber que ele importa e que... Eu estou simplesmente perdida! Perdida igual nunca estive na vida! Eu sou a pessoa mais encabulada do mundo e agora estou em um beco sem saída. Isso, um beco sem saída, pois não sei utilizar palavras difíceis para esclarecer o que estou sentindo agora.

Thomas me colocou em um dilema sem fim! É óbvio que eu sinto uma atração pelo Lukas, mas... Essa atração é amor? O que diabos é essa merda de amor?!

Quando Samantha está com ele... Eu sinto ciúmes. Até topei seguir estúpidas regras e passos para conquistá-lo! E eu até escrevi uma carta pro cara... Não é possível! Não é possível! Isso tem que ser amor!

–TEM QUE SER! TEM QUE SER! – Bagunçava todo o meu cabelo que já estava uma juba, uma desordem total, assim como meu quarto e a minha mente.

E É TUDO CULPA DO THOMAS! Sim, claro que é! Claro que é! Acho até que já comentei que ele é o culpado de tudo na minha vida! Ele me iludiu, me disse que o Lukas podia me amar, depois me diz pra superá-lo... E ainda por cima diz que eu não o amo de verdade. Se isso não é amor, o que é então?! Algum tipo de desejo causado pelas lombrigas na minha barriguinha?

–Emily, querida, que bom que já chegou da escola. – Eu nem fui na escola, querida mamãe. Não fui mesmo, decidi faltar! – Você precisa arrumar suas malas. – Disse, acabando de invadir meu quarto e se sentar do meu lado na cama.

–Do que a senhora está falando, mãe? – Fiz cara de “mãe de quem?”, olhando para ela.

–Emily, o pior aconteceu, querida. – Distribuíram dinheiro na praça e eu perdi? A venda de hambúrgueres gordurosos e cheio de colesterol foi proibida?

–O QUE?

–Se lembra da tia Abby que mora no Canadá? – Morreu! Até que enfim! – A saúde dela anda muito crítica, querida, e não há ninguém para cuidar da pobre, já que o Jason viajou. – Hãn? Jason, ah, o maluco com a moto-serra. Não, brincadeira, Jason é filho da minha tia-avó Abby. – Então, Jason me ligou pedindo para ficar por perto dela por uma semana, só até ele voltar. Sabe como é, né? Nós teremos que ir pro Canadá passar um tempo com a tia Abby.

–Como “nós”, mãe?

–Claro que “nós”, Emily! Você não pode ficar sozinha. – Falou como se eu já não tivesse sido criada sozinha, jogada ao vento...

–Mãe, ‘cê sabe que eu posso ficar muito bem sozinha! E ainda por cima tem a escola!

–Eu posso falar com os seus professores e com a diretora. – Opa. Não faz isso não. – Mas tudo bem – suspirou derrotada –, se você não quer não precisa ir. Eu confio em você. – E me esmagou em um abraço de urso.

–E quando você vai, mãe? – Falei assim que consegui respirar.

–Hoje à tarde mesmo. Daqui à pouco. Bom... Então vou fazer as malas.

Assim que ela saiu encararei a porta da minha sacada. E foi no mesmo momento que meus pensamentos voltaram a me perturbar. Se continuar aqui, sinto que vou ficar mais louca do que já sou.

–Ô, mãe!

_X_

–Eu me sinto como um Transformer, uma adolescente que acabou de descobrir seus poderes mutantes. Como se a coleira que me prendia tivesse sido retirada.... Ai, ai. – Suspirei rindo no final do discurso.

–Emily, menos, querida, você só retirou o gesso. – Minha mãe comentou sem desviar a atenção da estrada. E é bom que não desvie mesmo, ou nós podemos nunca chegar no Canadá!

–Eu sei! E não é maravilhoso?! – Olhei para o meu pobre pulsinho que antes estava enfaixado e depois desviei minha atenção para a paisagem que passava rapidamente pela janela do carro enquanto ainda ria.

–Não entendo por que está tão feliz. – Minha mãe franziu o cenho.

Espera. Nem eu sei por que estou tão feliz. MEU DEUS! E isso me lembra que tenho que voltar para o treino das líderes de torcida e para as aulas de educação física. Será que se eu começasse a chorar agora minha mãe me internaria por transtorno de bipolaridade?

–É, nem é pra tanto. – Aquietei-me. – E ainda bem que a vossa senhoria me lembrou de retirar isso. Você até é uma boa mãe. – Minha mãe me levou ao hospital antes de virmos.

–É, sou uma boa mãe. – Riu. – Olha só, chegamos!

AH, o Canadá! Consideravelmente perto e... legalzinho. Ok, é muito legal aqui.

Andamos por mais uma meia hora mais ou menos, deixando o centro de Victoria e indo mais em direção as favelas. Brincadeira, mas que as ruas do bairro da tia Abby são bem mais mortas do que a minha é verdade.

Minha mãe parou o carro em frente a uma casa mal-assombrada, onde uma múmia balangava em uma cadeira para velhos na varanda. A casa medonha é da tia Abby e a múmia é ela. Espero que tenha notado.

–Tia Abby! – Minha mãe chegou toda sorridente e a única coisa que a velha fez foi lhe lançar uma encarada e começar a tossir loucamente.

–Rose. – Ela murmurou com cara de mal assim que conseguiu falar alguma coisa, e depois olhou para mim. – E você deve ser a Amy Lee. – O olhar dela me dava vontade de correr.

–É Emily! – Sim, meus caros, há uma grande diferença.

–Sim, é que você cresceu, Amy Lee. – Falou cutucando meu pé com a bengalinha.

–Como vamos ficar até Jason voltar, vou buscar as malas. – Minha mãe ainda sorria quando voltou para o carro. E eu e a velha ficamos nos encarando. – Emily! Venha me ajudar, menina! – Tia Abby cutucou meu pé mais uma vez antes que eu corresse dali.

_X_

Lá pelas tantas da madrugada, depois que todos foram se deitar, a casa da tia Abby parecia ainda mais mal assombrada. Eu ficava me revirando na cama de hóspedes, com a boca seca e praguejando todas as coisas do mundo.

Pelo menos não tinha pensando no Thomas e no que ele falou. Até agora, né? Porque com esse pensamento eu estou pensando nele.

Mas tenho que esquecer isso. Decidi que era melhor ir Thomasar água antes que eu secasse e ficasse igual a tia Abby, uma múmia.

A casa estava escura demais, silenciosa demais... não que eu tenha medo, mas eu tenho um pouquinho, sacas?

Desci as escadas correndo, milagrosamente não tropeçando nos meus próprios pés.

Cheguei a cozinha, que era pouquíssimo iluminada pela luz que vinha da rua e me servi de um copo de água.

–Não consegue dormir também? - O fantasminha camarada atravessou uma parede e apareceu bem na minha frente. Isso, aquele mesmo do filmes.

Não. Mentira. Essa voz era uma voz de bruxa e veio de um canto não iluminado da cozinha. Eu me assustei tanto, mas tanto, mas tanto, que virei o copo de água que ainda estava na metade todo em meu pijama. - Você é um desastre, Amy Lee.

–É Emily, tia Abby.

–Tsc... - Ela deu um estalinho com a língua, como se dissesse "tô nem fudendo pro teu nome". - Então, o que faz acordada a essa hora? Está pensando nos namoradinhos?

–Eu estranhei a cama, só isso. E a senhora? O que faz acordada? Está pensando nos namoradinhos? - Debochei e ela se levantou com a sua bengalinha. Veio caminhando lentamente até mim e me tascou uma bengalada no pé. Doeu, claro que doeu, mas eu segurei o grito de dor na minha garganta e me encolhi segurando o meu pé.

–Mais respeito, Emy Lee. Mais respeito.

–Tá, foi mal.

Ela ajeitou o casaquinho que usava sobre a camisola e se sentou novamente, enquanto eu pulava em um pé só. Essa velha não é de Deus não, não se passou nem dez minutos perto dela e já tenho um pijama ensopado e um pé semi-quebrado.

–Estou aqui relembrando a vida, só isso. - E assustando pobres meninas como eu,não é?

–Err... legal então, eu já vou indo. - Estava tentando das uns "migué".

–Fica. Não quer conversar?

–Não. - Qual é? Eu falo na lata.

–Você tem certeza, Emy Lee? Eu sou velha e tenho bons conselhos. - Essa velha está é querendo saber da minha vida pra ficar fofocando. - Não conto nada pra ninguém, prometo... - Ou ela simplesmente é uma velha muito solitária.

Puxei uma cadeira e me sentei perto dela, porque nem eu consigo ser tão má assim e deixar a velha sozinha. E além do mais eu tenho um probleminha não resolvido.

–Sabe tia Abby, tem esse garoto que eu gosto... ou eu acho que gosto, não sei direito, e tem o irmão dele. E é por causa do irmão dele que eu tô achando que não gosto, porque o irmão dele me disse que é só carência, eu não gosto dele nada e talz. Mas eu achava que gostava, entende? Não sei se gosto ou não gosto.

–Não sabe nem explicar a história, menina? Entendi só a última frase, e por ela eu já posso te dizer que se você está em dúvida se gosta ou não, é porque nem gosta. E ponto final.

–Mas eu achava que gostava desse menino. Eu ficava parecendo uma boba apaixonada perto dele, e fiz coisas estúpidas por ele...

–Ah, Emy Lee, ah... - A velha suspirou - A carência faz a gente enxergar amor onde não tem. Vai ver ele foi legal com você e você se enganou, achando que gostava.

Pera aí, será que o Thomas contratou essa velha pra dizer a mesma coisa que ele me disse? Não é possível!

–Então... eu não gosto? - Minha cara de confusa agora deve estar impagável.

–Se você ainda está se fazendo essa pergunta, é obvio que não gosta. Quem gosta sabe que gosta. Já disse, que coisa... - a voz de velhinha dela até que soava engraçada. - E tem o irmão dele, não tem?

–Tem. E daí? Ele não tem nada a ver com a história. Só fica é falando na minha cabeça, me enchendo o saco...

–Entendo. - E ela deu uma risadinha que, sinceramente, pareceu a mais debochada e espertinha do mundo. - Escute, Emy Lee, quando o amor chegar você vai saber. Desencante-se desse menino, porque pelo jeito ele não gosta de você, não é? Como é que os jovens de hoje dizem? É... "desencana".

Desencanar do Lukas. Me libertar dessas paranoias. Ele só é legal comigo, só isso. E isso porque ele é legal com todo mundo, e esse é o jeito dele.

E pela primeira vez em muito tempo (desde que reinei que estava apaixonada), finalmente me senti livre. Nem era amor o que sentia, era um gostar com carinho. E se esse 'gostar com carinho' já é difícil, imagina o amor então. Credo, não quero nem saber de amor mais não. Tô fora. Só serve pra deixar a gente confusa, isso sim.

Então é isso, eu sou a velha Emily de novo. Não gosto de ninguém, e digo mais: além de não gostar de ninguém eu odeio todo mundo.


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