(Nem) Todo Mundo Odeia a Emily escrita por May_Mello


Capítulo 30
Todo mundo odeia precisar de alguém.


Notas iniciais do capítulo

Má oê! Má oê! /SilvioSantosFAIL
O capítulo é meu e eu coloco o nome escroto que eu quiser. HÀ! u_ú
E aí, gente? Como estão? O que me contam de novo? Como vai a vida?
Aqui estou com mais um capítulo dos 1379834264 que vou escrever para essa fic, não é, Ravie? KKKKKK' A fic não vai acabar já não, que isso? HAHA'
Nossa, faz tempo que eu não respondo os reviews, tem que ver isso aí, produção.
Mas é que... Eu já cansei de me explicar. Então... Obrigada por continuarem comentando, porque cêis sabem que me deixam feliz. :D
Bom, enfim...
Boa leitura! ♥



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“Tenho medo de não conseguir e levar outro fora. Só que se eu levar o outro fora... Vou estar sozinha.”








Como?

Me diga como é possível que, de repente, o Thomas esteja todo zangado comigo, sendo que deveria ser ao contrário? Como? Como, se ele é o único errado na história?

Não era ele que se disponibilizou por livre e espontânea vontade a me ajudar? Então... Como? Como ele não vai me ajudar mais? E como ele consegue exercer todo esse domínio sobre mim?

Como? Como a torrada sempre cai com a parte que tem geléia no chão?

E como? Como fui me esquecer que estou no meio de uma gincana estúpida no meio do nada e me deixei ser atingida por uma bexiga cheia d’água?!

–Você está eliminada, Evans! – Ezra berrou. Nem o banho de água fria e nem a pancada que levei quando a bexiga bateu bem no meio da minha fuça foi suficiente para me tirar do transe. Antes eu tivesse morrido na floresta! – Sai daí! – Ezra voltou a berrar com a minha pessoa.

Fui “traída”, fiquei perdida, fui resgatada, zoada, xingada (por ter feito o resto do grupo ficar sem lanche), não tenho mais a ajuda do Thomas, estou encharcada e tudo está ferrado...

Juntei os cacos de dignidade que me restam e saí do campo de batalha, enquanto era vaiada por todos. Saí. Saí andando parecendo um zumbi, com os olhos meio abertos, meio fechados. Exatamente como estava antes da estúpida “guerra com bexigas” começar. Exatamente como estava antes de me jogar na cama ontem à noite com a cara suja de chocolate após ser resgatada do meio da floresta. Exatamente como estava depois que o Thomas disse que não me ajudaria mais.

Retirei o plástico que protegia o gesso do meu braço um segundo antes de me lembrar que teria que recolocá-lo para ir tomar banho. Tá vendo como tudo é uma merda?

Fui andando sem olhar para o caminho, mas só sabia que estava indo em direção ao dormitório.

Então é isso. Acho que além do Thomas me ignorar agora, aposto que ele também vai estragar meus planos em relação ao Lukas, só de raiva. Ele é um moleque ruim, estou sabendo. E mesmo ele dizendo que agora eu não existo mais pra ele, aposto que ele vai se lembrar bem de mim quando estiver bolando um plano pra me matar, afinal, ele sempre me odiou. Se bem que se não fosse por ele eu teria morrido na floresta. Deixe-me contar: Era uma ve- Opa. História errada...

Estava eu lá chocada, perdida na floresta e sentada da mesma maneira que estava depois de ter me engasgado com o pão e o Thomas ter me dito aquelas coisas, ter saído e me deixado. Fiquei lá pensando em como o céu é azul, até que percebi que já era noite. Foi aí que eu fui comida por lobos e quem lhes conta essa história é uma alma penada. Não, mentira. Foi aí que o Ezra chegou berrando com o megafone e dizendo algo como “só podia ser a Emily pra se perder”.

Thomas estava lá com os outros que foram me procurar, e apontava a luz da sua lanterna bem nos meus olhos. Acho que de propósito mesmo. Com certeza foi graças ao Thomas que eles me acharam, mas... Eu continuo odiando ele. Ainda mais agora.

E foi assim, de repente, com um clique que eu saí do meu estado zumbi! Eu odeio o Thomas, e não, não preciso dele pra nada!

Mesmo que agora ele me ignore e provavelmente vá falar mal de mim pro Lukas, eu não vou desistir! Vou conquistar o Lukas e mostrar pro Thomas que eu não preciso dele!

Bem... Talvez eu ainda tenha que utilizar o “cronograma de conquista”, mas... É. Ninguém mandou o Thomas me falar todas as dicas de uma vez. Bem feito!

Ah, droga! DROGA! Vou precisar do “cronograma de conquista”, que não foi desenvolvido por mim, e isto prova que mesmo indiretamente eu preciso do Thomas.

Mas que se dane! Ninguém precisará saber que eu utilizei as dicas do Thomas pra conquistar o Lukas!

Emily Evans não precisa de ninguém! NINGUÉM!

...

Bom, talvez eu precise um pouco do Lukas, mas todo mundo entendeu o que eu quis dizer.

_X_

Cara de mau e minha baby look de caveira preferida. Essa sou eu me preparando para a batalha! Apertei o cadarço do meu coturno o mais forte que pude.

Só está faltando colocar uma faixa na minha testa e pintar minha bochecha de carvão pra me chamarem de Rambo.

Me aguarde, Lukas Schultz!

Suspirei profundamente, olhando em direção a saída do dormitório. Aqui vou eu cumprir o “cronograma de conquista”!

–Ô, Emily, por que é que você está com essa cara, hein? – Anthony ajeitou os óculos e perguntou, quase tirando a minha pose de fodona.

–Estou pronta pro desafio, Anthony! – Estufei o peito e respondi.

–Estranha. – Murmurou, me olhando com um pouco de medo. Não esperava que ele entendesse o que é o “desafio”, de qualquer maneira. – Mas agora vamos que estamos atrasados.

Sim, estamos atrasados. Não somente atrasados para irmos pra “roda na fogueira”, mas também pra começarmos “a conquista”! Espera, não estamos atrasados. Eu estou atrasada. Eu sozinha, e mais ninguém!

Ajeitei meu lindo cabelo, começando a andar ao lado de Anthony. Caminhei ereta e quase marchando feito uma soldada. Chegamos bem a tempo de ver o Gregory me esculachando, porque, como ele estava de costas pra gente, não tinha percebido que eu e Anthony chegamos:

–A gente só está perdendo todas as atividades porque a Emily está na nossa equipe! – Pelo menos falou alguma coisa com sentido.

–Não seja tão cruel! – Rebati, fazendo ele se virar pra mim e minha cara de mau.

–Só falando a verdade. – Ele deu de ombros. Lancei-lhe um olhar “morre-diabo” versão personalizada. Aí ele ficou quieto e se virou pra frente novamente. Foi nesse momento que percebi que Anthony já tinha se sentando ao lado de Gregory, me deixando ali, parada.

Lancei um olhar imponente para Thomas, que estava sentado também ao lado de Gregory. Um olhar desperdiçado, porque ele tinha o rosto apoiados nas mãos e olhava fixamente para a fogueira; não tinha ousado olhar nem de relance pra minha direção. Bom mesmo!

Optei em sentar em um lugar estratégico. Sim, porque adivinha quem estava logo ao lado do Thomas? Acertou quem respondeu Chapeuzinho Vermelho!

Lukas sorriu graciosamente e de repente minha armadura caiu e se despedaçou no chão. Eu retribuí o sorriso e fui lá, toda idiota, me sentar ao lado dele.

–Oi, Emily. – Mais sorrisos. Alguém me acode!

–Oi, Lukas. – Cruzei as pernas, sentando na “posição de índio” antes de respondê-lo.

Lukas sorriu mais uns sem-números de vezes. Sorriu tanto que eu até esqueci qual o meu propósito de vida. Será que ele não se cansa de sorrir?

Ok. Agora ele cansou e ficou sério feito o Thomas, fitando a fogueira. Quando ele parou de sorrir meu cérebro teve um tempinho e voltou a trabalhar. Ok. Tenho que cumprir o “cronograma de conquista”. FOCO! A primei-

–Hey, crianças! Venham pegar marshmallows para assar na fogueira! Menos a Evans, porque ela é realmente criança e se perde na floresta. – Valeu mesmo, Ezra. Além de não ajudar, atrapalha. – Brincadeirinha, Emily. – Quem te deu permissão pra me chamar pelo primeiro nome? E quem deu permissão pra brincar com a minha pessoa?

Thomas soltou uma risadinha ainda sem desviar o foco de seu olhar, mas parou rapidamente, e eu fiz uma cara de peixe morto, olhando pra ele.

Depois de um tempo todos tinham armas mortíferas nas mãos – carinhosamente chamadas de gravetos -, e comiam aquela coisinha boa. Até que esse momento não seria chato se não fosse... Chato.

Eu me encontrava de pé em volta da fogueira, assando meu marshmallow enquanto olhava para Lukas e Gregory que conversavam a poucos metros de distância.

Sabe o que foi trágico? Deixar meu marshmallow queimar. Mentira. O que foi trágico mesmo foi ver Lukas se sentando ao lado da Samantha assim que parou de conversar com Gregory.

Eles engataram um papo super divertido, pelo jeito, pois os dois gargalhavam de vez em sempre. Senti inveja. Eu mal conseguia dizer “oi” pro Lukas.

Samantha às vezes ficava olhando pros lados, parecendo preocupada com alguma coisa. Na verdade, quem está preocupada sou eu.

Senti medo. Não sei explicar bem o porquê.

–Emily, vou fazer você engolir esse marshmallow queimado pra não desperdiçar. – Anthony afirmou, ao meu lado. Por uma fração de segundo olhei pra ele, retirando meu marshmallow queimado do calor do fogo.

Quando voltei a olhar Lukas e Samantha, meu olhar se encontrou de relance com o do Thomas, que por acidente deve ter olhado pra mim, já que ele se levantava. Não me importei, pois logo fiquei vidrada novamente nos dois conversando animadamente.

Ok. Isso não vai me abalar! Eles estão só conversando! E eu tenho um “cronograma de conquista” a cumprir!

Só tem um problema: Quais eram as regras mesmo? Regra número um... Ser... Bonita? Ok. O Thomas não ia dar uma regra tão impossível assim. Deixe-me lembrar... AH! Inferno! Eu deveria ter anotado as regras!

Calma. Só estou um pouquinho nervosa, é isso.

Espremi os olhos e me concentrei. Boas partes das coisas que esqueci em toda a minha vida estavam aparecendo em minha mente, até minha mãe me mandando colocar o lixo pra fora – o que sempre esqueço.

De repente, Thomas me empurrando em um carrinho e ditando as regras apareceu como um flash. Pareceu até que um balãozinho – aqueles de desenhos – surgiu ao lado de mim e o filme começou a rodar.

... Finja que não se importa...

ISSO! Podem conversar à vontade, pois eu não-

...

O mundo parou.

–Emily! Eu pensei ter dito que faria você engolir esse-

Saí e deixei Anthony falando sozinho logo após eu ter tacado meu graveto com o marshmallow na fogueira, pra queimar de vez.

A regra número um estava indo muito bem. Muito bem até Samantha, antes de se levantar, dar um beijo na bochecha do Lukas!

Aí eu não agüentei! Fui lá e quebrei um monte de dentes dela com um único soco. E estraçalhei o rosto dela...

E...E... E.... É mentira...

Eu simplesmente saí correndo para o dormitório, me sentindo uma fraca e inútil. Bobona, bobona, bobona... Idiota!

Nem sabia se estava xingando a mim mesma ou à Samantha. Só sei que me joguei na minha beliche e fiquei em posição fetal por um longo tempo.

Com que direito ela acha que pode beijar a bochecha do Lukas? Vaquinha! Que ódio, que ódio, que ódio! Que ódio dela... E que ódio de mim!

Ciúmes dos infernos! Se continuar assim eu nunca vou conseguir cumprir as regras! Agora sei do que tenho medo. Tenho medo de não conseguir e levar outro fora. Só que se eu levar o outro fora... Vou estar sozinha.

Sem o Thomas, dá medo.

Ok. Se eu admitir bem baixinho, talvez eu até pense que não fui eu quem disse:

–Eu preciso do Thomas... – Sussurrei, e o silêncio do dormitório dominou outra vez.


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Notas finais do capítulo

TCHRÃN! õ/
...
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Mentira. Tem mais isso aqui, ó: Bjos&Qos. :*