(Nem) Todo Mundo Odeia a Emily escrita por May_Mello


Capítulo 31
Todo mundo odeia o “Anthonyzinho”.


Notas iniciais do capítulo

Olha eu aqui, olha eu aqui. o/
*acenando loucamente*
Demorei, mas finalmente voltei.
E percebi que os reviews diminuiram. '-' E também percebi que o Nyah! anda mais parado do que o normal e que criou um bando de regras chatas, que por falar nisso, preciso de sugestões de nomes pra trocar os dos personagens, porque a história corre o risco de sumir. Pois é. Só fui ler as regras agora. E se duvidar vou ser banida daqui só pq falei que as regras são chatas. Pois é, manolo. E minha tecla "g" não tá pegando, tá dando o que fazer. Pois é. '-'
Enfim... Senti saudades. *-*
Fiquem agora com esse capítulo escroto:



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–Obrigada, “Anthonyzinho”, meu balofinho. – Apertei as bochechas dele, rindo. Parei, e só se ouviu o barulho do silêncio.




















Sabe aquela vergonha, aquela vergonha tão profunda que corroí todo o ser? Aquela vergonha que chega a doer, e faz você querer bater sua cabeça em algo sólido e fazer seus neurônios chacoalharem tipo aquelas coisinhas brancas nos globos de neve?

Aquela vergonha que faz você querer preferir assistir Barbie a ter que passar por ela?

Não sabe?

Pois bem. Talvez quando você admitir – mesmo que pra si mesma – que precisa de um dos seus piores inimigos, aí você saiba do que é que eu estou falando.

Sim, sinto vergonha, porque eu não acredito que fui me render de tal forma! Onde é que estava todo aquele papo de que eu não preciso de ninguém?!

Ok. Eu só preciso respirar agora. Nem notei que estava tentando me matar sem ar de tanto relembrar o que eu declarei pra mim mesma há quase uma semana!

“Foi só um momento de fraqueza, e, aliás, ninguém ouviu...” É isso o que eu venho repetindo pra mim mesma há quase uma semana. Ninguém ouviu... NINGUÉM TIRANDO EU! Eu me ouvi muito bem, dizendo o nome do Thomas e confessando que preciso dele.

COMO EU FUI NASCER TÃO IDIOTA, MEU PAI DO CÉU?!

Tudo bem. Acho que eu devo parar de pensar nisso antes que comece a sair fumaça dos neurônios queimados na minha cabeça.

Suspirei, fechando os olhos fortemente e me virando na MINHA cama. Sim, MINHA cama! A MINHA cama de verdade, que fica na MINHA casa...

E pensando bem, eu sou uma garota de sorte. Sério mesmo, sem ironia dessa vez... Afinal, eu sobrevivi! Sobrevivi a uma semana na floresta e agora estou de volta! Me pergunto como consegui.

Vou ali dançar Macarena e já volto!

Não, brincadeira. Vou é ficar aqui mesmo, me martirizando um pouco mais por ter sido fraca. Eu envergonho a minha raça!

Me virei de novo na cama, e dessa vez fiquei olhando pra porta da minha sacada.

Mas falando sério, estou me controlando pra não sair dançando qualquer coisa ou queimando alguns sutiãs pra comemorar a vida. A minha vida!

Ainda não caiu a ficha que eu sobrevivi a uma semana na selva, sendo ignorada por Thomas – ok, até foi um alivio –, aguentando aquelas atividades que fazem garotas de cabelo tingido ficarem perdidas, quase me dando chibatadas por ter admitido que preciso do Thomas, olhando pra cara de “maconheiro com sono" do Anthony e... O mais importante: Suportando o fato de que Lukas conversou, riu e foi beijado pela Samantha.

...

AH! JÁ SEI!

Quando Samantha deu um beijo em Lukas – mesmo que na bochecha – eu pirei. Sei lá, surtei. Deve ser isso! Sim, tem de ser isso! Foi o curto-circuito no meu cérebro que me fez parar de pensar e admitir uma coisa daquelas! Ufa! Agora está explicado.

–“Eu preciso do Thomas”... – Repeti as minhas palavras com uma vozinha fina, debochando de mim mesma, e comecei a rir feito uma hiena drogada. – Até parece! Eu não preciso do Thomas! – Falei, enquanto parava de rir lentamente. – Não preciso... – Repeti, olhando seriamente para o teto. NÃO, NÃO, NAÕ! ME RECUSO A PENSAR NO QUE EU ESTOU PRESTES A PENSAR! Esquecendo em três, dois, um...

Agora vou colocar tudo em ordem: admitir que supostamente precisava do Thomas foi apenas um pequeno equivoco passageiro, tentar cumprir o “cronograma de conquista” foi um completo fracasso e eu tenho medo de levar outro fora.

E, ah, tem também o fato de que eu nunca vou conseguir conquistar o Lukas sozinha. Um pequenino fato, já que eu sou fera. Tudo bem, isso eu admito, sou uma fraude. É difícil até de pensar, mas... Eu preciso sim de alguém, e se eu preciso de alguém... Já sei quem é. E definitivamente não é o Thomas!

_X_

–Ah, é você... – O sorriso da mulher loira que acabara de abrir a porta sumiu assim que me viu parada ali.

–Olá, senhora Miller! – E lá estava o meu sorriso mais falso. Aquele que faz parecer que dormi com um cabide na boca, e que venho treinando especialmente para a Sr. Miller. – O Anthony está?

–É claro que está. Acha que ele poderia sair quando o sol já está se pondo? – Perguntou como se eu fosse a louca da história. Ok, talvez eu seja...

–Será que eu poderia vê-lo? – Juntei minhas duas mãos atrás das minhas costas e tentei alargar ainda mais o sorriso.

Ela me analisou de cima a baixo e deu uma leve repuxada com a boca. Depois chacoalhou a cabeça e declarou:

–Que seja... MAS TIRE OS SAPATOS!

Depois de, como sempre, ser toda desinfetada na varanda com um paninho porque “as bactérias estão em todos os lugares, principalmente em braços engessados e Anthony é muito frágil”, finalmente pude entrar na casa do meu amigo balofinho, e senti que eu não precisaria mais de banho por pelo menos um três anos. E eu achando que a minha mãe era neurótica quando ela me mandava pegar a mochila que eu deixava jogada no sofá. Pior foi o dia que o pobre Anthony esqueceu o livro de Matemática em casa... Nem conto... Na verdade, eu nem lembro mesmo. Só sei que a mãe dele surtou, e surtou na frente de todo mundo da escola.

–Anthonyzinho está jantando, por isso, evite conversas enquanto ele não mastigar trinta vezes cada colherada. Aliás, evite conversas até que ele termine o jantar.

A velha medonha, digo, a mãe do “Anthonyzinho” falou e me conduziu gentilmente até a sala de jantar, onde Anthony comia silenciosamente. Coitado, quase me da dó. Quase.

Anthony olhou de mim para a mãe dele, e da mãe dele para mim... Depois simplesmente ajeitou os óculos e voltou a comer.

–Não vai dizer “oi”? – Perguntei, ainda sorrindo aquele sorriso falso. Já estou ficando com cãibras de tanto mostrar os dentes.

–O que eu falei sobre conversas no jantar, Emily? – A senhora Miller me repreendeu. – E se o Anthonyzinho engasga? Ora! Sente-se aí e fique quieta. – Puxou uma cadeira o mais longe possível de Anthony pra que me sentasse. – Menina sem modos. – Sussurrou.

Ai, Deus. Quem foi que teve a maldita idéia de vir pedir a ajuda do maldito do Anthony sendo que amanhã nós nos veremos na maldita escola? Ah, é, fui eu.

A mãe dele ficou lá, sorrindo para o filho e me ignorando. Anthony só olhava concentrado pro prato e fingia que ninguém estava ali. Sério, eu tenho medo da mãe do Anthony. Depois que o marido morreu, ela idolatra o filho de um modo muito assustador.

Depois de umas três horas a mãe dele suspirou e olhou para mim:

–Vai querer jantar, Emily?

–Sim. – Eu? Recusar comida?

–Tudo bem, vou trazer o seu prato e aproveitar para buscar mais brócolis pro Anthonyzinho. – E dizendo isso ela finalmente saiu ruma à cozinha.

–Ai, me mata. – “Anthonyzinho” chiou lá da cadeira dele assim que a mãe saiu, dando um tapa na própria testa. – O que você quer, Emy?

Espera. A mãe dele disse brócolis antes de sair ou...

–Emily! – Anthony “gritou baixo”, chamando minha atenção.

–Sou eu. – Agora que reparei que o sorriso falso ainda estava na minha cara. Foi aí que ele morreu. –Ah, o que eu quero? Então, né? Não... – Pigarreei. – Não... Não dá pra falar com sua mãe por perto. – Sussurrei a última parte, olhando de esguelha pelo caminho percorrido pela mãe do balofinho há pouco.

–Eu sei. Não dá pra fazer nada com a minha mãe por perto. É um sacrifício esconder os chocolates e... E... O que é que você veio fazer aqui então, se não dá pra falar com a minha mãe por perto? – Anthony espalmou as mãos na mesa, me olhando meio incrédulo; acho que pela minha burrice de vir aqui.

–É algo importante. Você tem que dar um jeito de conversarmos a sós. – Espremi os olhos, fazendo certo mistério.

–Como se fo-

–Aqui está! – A Sr. Miller chegou interrompendo toda a conversa e meio desconfiada. – Coma tudo, Anthonyzinho. – Ela colocou uma vasilha com brócolis ao lado do prato do quatro-olhos.

–Mãe, eu já falei pra não me chamar assim na frente dos outros. – Anthony reclamou.

–Mas a Emily nem conta, Anthonyzinho. – A Sr. Miller riu para mim. Valeu aí, sua bipolar.

Depois ela veio com o meu prato e o colocou na minha frente. Aí sim eu tive dó de alguém. Tive dó de mim.

_X_

–Ah, eu sabia, eu sabia, eu sabia! Você realmente gosta de um deles, e é do Lukas! – Anthony contava vitória e só faltava sapatear pelo quarto depois que eu lhe contei toda a história. Toda, absolutamente toda, até as dicas do Thomas. O que foi difícil porque a mãe dele ficava abrindo a porta a cada palavra...

Mentira. Ela não abria a porta, até porque ela não podia – em hipótese alguma! - ficar fechada. Mas... Tá legal, foi difícil contar tudo porque eu sou orgulhosa!

–Fala baixo, balofo! Você sabe que sua mãe fica vindo aqui de cinco em cinco minutos! – Colocamos a velha pra assistir novela, mas ela é desconfiada mesmo assim. Santo Deus!

–Eu sabia! Eu sabia! – Anthony cantarolava e eu não sabia se corria, porque... Anthony nunca cantarolou nada antes!

Suspirei pesadamente, bem a tempo de levantar rapidamente da cama dele, onde estava jogada antes de quase ser pisoteada pelo mesmo, que começou a pular no colchão. Nem deu tempo de ficar assustada, já que depois de dois pulinhos ele desistiu e ficou lá, todo estirado no colchão.

–Ai, cansei. – Resfolegou.

–Percebi mesmo. Depois de tanto esforço... – Ironizei, indo em direção ao Zé, o peixinho rabudo e egocêntrico do Anthony.

–Mas... Então... Por que você me contou tudo isso?

–Aí é que tá! – Dei um grito tão de repente que até o Zé pulou no aquário. – Eu preciso... Da sua ajuda. – Falei tudo de uma vez, sem gaguejar, aproveitando que estava de costas para ele.

–Tudo bem por aqui, Anthonyzinho? Parece que ouvi alguém gritar. – A Sr. Miller perguntou e eu me virei bem a tempo de ver o olhar assassino dela lá do umbral da porta.

–Está tudo bem, mãe. – Anthony respondeu se sentando na cama. A mãe dele fez um som estranho com a boca antes de sair e quase foi andando de costas, só pra continuar com o olhar assassino sobre mim. – Minha ajuda? Pra quê, Emily? – Aí me lembrei de virar de costas novamente. Comecei a bater com o dedo indicador no aquário do Zé.

–Você sabe, seu idiota. Te falei que o Thomas estava me ajudando a conquistar o Lukas, até não estar mais! – Comecei a bater mais forte no vidro do aquário. Zé simplesmente olhou pra mim com um olhar entediado, me deu as costas e saiu rebolando a cauda.

–Ah, e agora você precisa que eu te ajude a conquistar o Lukas. Só que... Não vai dar, não.

–CO- – Já ia gritando novamente, mas parei. – Como não vai dar, Anthony? – Perguntei exasperada, caminhando rapidamente até ele e parando à sua frente.

–Não vai dar... Não vai dar pra fazer de graça. As dicas do Thomas podem até ser meio úteis, mas são contraditórias e uma droga; eu vou ter muito trabalho. – Explicou ajeitando os óculos, como se fosse o poderoso chefão.

–Ai, ai, ai. Será que nesse mundo só existe gente interesseira? Nós somos amigos desde o Big Bang e é assim que você retribui? Cobrando para ajudar uma amiga? – Fiz tanto teatro que uma lágrima já quase escorria pelo meu olho esquerdo.

Ficamos em silêncio por um longo tempo.

–É, é bem assim. – Deu de ombros e foi nesse momento que eu percebi... Eu percebi que tinha esquecido de trancar a porta quando saí. E também percebi que ninguém presta nesse mundo! Só o Lukas, e ele já é meu, tá legal?

–Tudo bem. – Me sentei ao seu lado, na cama. – O que você quer em troca? E não venha me dizer que é a minha guit-

–Eu quero uma barra de chocolate. – Me cortou, e eu ri.

–Uma barra? Só isso?

–Sim, uma barra de chocolate... Todos os dias... – Tirei o sorriso da cara. – Até o último dia da sua vida. – Me abraçou sinistramente pelo ombro, dando uma risadinha mais sinistra ainda. Momento de silêncio.– Estou brincando. Eu te ajudo de graça. – Sorriu graciosamente.

Eu tive vontade de pular no pescoço dele e encher de beijos, mas só engoli meu orgulho e falei:

–Obrigada, Anthonyzinho, meu balofinho. – Apertei as bochechas dele, rindo. Parei, e só se ouviu o barulho do silêncio.

–Tudo bem, você provocou, agora você vai ter que me dar duas barras de chocolate todos os dias até o fim da sua vida. – E ele me deu um tapão nas costas, quase me fazendo voar pro meio do quarto.

É nisso que dá ficar dizendo “obrigada” por aí. Não traz lucro nenhum, muito pelo contrario!


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Notas finais do capítulo

E agora, será que com a ajuda do Anthony a coisa vai entre Emiy e Lukas?
Hum... Hum...
Comentem, viu?
Muito obrigada por ler!
Bjos&Qjos :*, e espero ver vocês logo!