Uma Nova Semideusa escrita por vivaopato


Capítulo 2
Perguntas incômodas que perturbam a paz alheia


Notas iniciais do capítulo

eu sei que demorei, me desculpem!
taí o capitulo novo, espero que gostem



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              Eu entrei na van do acampamento e fechei a porta atrás de mim. Todos já estavam acomodados. Como antes, Afrodite estava ao lado do meu pai e retocava a maquiagem (ainda que esta estivesse impecável). Percy estava tentando acalmar Annabeth e quando eu entrei na van, ela se levantou e sentou-se no fundo, onde havia quatro assentos, ao lado de Luke e Thalia, e Percy se sentou ao lado dela. Os Stoll ficaram nos mesmos lugares de antes.

                Ou seja, para mim, sobrou o lugar ao lado da louca. Ou seja, tudo que ela quisesse perguntar, seria eu a responder. Ou seja, eu me ferrei. Me sentei ao seu lado, e ela sorria loucamente. Me preparei para olhar pela janela e calar a boca pelo resto da viagem. Mas não era isso que Meg tinha em mente.

                - Nico? – ela chamou.

                - Hum? – resmunguei.

                - Posso te chamar de Nico, certo?

                Ah, não, imagina, é pra você me chamar de di Angelo, olha a ousadia, garota.

                - Do que mais me chamaria? – perguntei com cara de ‘dã, do que você tá falando?’

                - Ah, não sei... é só que... Nico parece mais apelido, sabe? – ela corou.

                - Tá, mas é o meu nome. – respondi mal humorado.

                - Ah, tá. Posso fazer algumas... perguntinhas? – ela perguntou sem graça.

                Não disse? Sobrei. Olhei para ela e respirei fundo.

                - À vontade. – falei.

                Ela sorriu.

                - Por que você traiu o Percy? – ela perguntou.

                Ouvi risadas atrás de mim, e engasguei. Ok, realmente não tinha sido uma boa idéia publicar aqueles livros. Agora a garota sabia de todos os nossos segredos mais profundos. Isso não era legal.

                - Eu... eu não traí ele! – protestei.

                - Traiu sim. Você o levou ao seu pai e ele o trancou numa masmorra. Aquilo foi mau.

                Meu pai olhou feio para ela.

                - Eu já disse um trilhão de vezes que meu pai me enganou, que eu não podia imaginar que ele faria algo assim. – olhei acusadoramente para meu pai, e ele deu de ombros.

                - Aaah. Mas o Percy não acreditou. – ela falou.

                - Eu sei. – dei de ombros.

                - Como você arranjou a sua espada? – ela perguntou.

                - Eu mandei Minos forjá-la.

                - E por que você confiou nele?

                - Porque eu estava sozinho e triste e minha irmã tinha morrido, eu tinha descoberto que era filho de Hades e que invocava mortos e ele foi o único que me ajudou. – fiz drama olhando feio para meu pai. Ele ignorou.

                - E como você se sentiu quando Bianca apareceu para Percy e não para você?

                Ah, caramba! Agora não foi legal.

                - Chateado. – respondi indiferente.

                Ela pareceu refletir um instante sobre a minha resposta. Então assentiu e continuou.

                - Você ficou com medo quando seu pai quase te matou enquanto você tentava convencê-lo a lutar durante a guerra?

                - Um pouco. Fiquei mais com raiva da atitude infantil dele.

                Sinceramente, eu me sentia em uma entrevista. Mas tudo bem. Ela se levantou de leve do banco e se virou, olhando par trás.

                - Thalia! – ela chamou alto.

                Thalia estava com os fones de ouvido e olhava distraidamente para a janela, e não a ouviu. Annabeth a cutucou de leve e ela tirou os fones. Annabeth apontou na direção de Meg e Thalia olhou.

                - Por que você tem medo de altura? – Meg perguntou.

                Ah, menininha suicida. Agora ferrou. Thalia ficou vermelha de raiva e faiscou de leve. Então respirou fundo e respondeu:

                - Se eu pegar minha lança e meu escudo e for até você, apontando a ponta da lança para o seu peito, você ficaria com medo?

                Meg se encolheu de leve.

                - Sim. – respondeu.

                - Por quê? – Thalia continuou desafiadora.

                - Por que eu sei que você poderia me matar. – Meg respondeu como se fosse óbvio.

                - Exatamente. – Thalia disse e encerrou a conversa, pondo de novo seus fones e virando a cara, passando uma mensagem bem clara: “FIM DE PAPO, PIRRALHA.”

                Meg se sentou outra vez. Ela me olhou e perguntou:

                - Há quanto tempo Cronos foi derrotado?

                - Quatro anos. – essa foi Percy quem respondeu, e Annabeth o olhou feio.

                Meg se levantou de leve para olhá-lo e perguntou:

                - Você e Anabel ainda namoram?

                - Sim! E é Annabeth!– Annabeth respondeu fuzilando Meg com o olhar.

                - Ah, claro. – Meg resmungou e se sentou.

                Então ela arregalou os olhos, como se tivesse acabado de se lembrar de algo muito importante.

                - Ah, deuses, eu me esqueci de ligar para o meu pai, ele está no trabalho! – ela falou.

                Nos entreolhamos. Sabíamos que já estávamos emitindo tanta aura que seria melhor pendurar uma placa e distribuir panfletos que dissessem “Almoço grátis aqui!”. Um celular, porém, não faria muita diferença. O único problema era que a única com um celular ali era Annabeth, e ela não parecia muito disposta a ajudar.

                Para nossa surpresa, foi Afrodite quem se pronunciou. Ela se virou e olhou para Meg, estendendo um pequeno celular cor de rosa.

                - Aqui, querida, pegue. – ela disse.

                Meg o pegou e agradeceu. Ela discou um número e pôs na orelha, ainda me olhando.

                - Alô? Lucia? Eu quero falar com o meu pai. – ela parou um instante – Obrigada.

                Passou um pouco, e ela acrescentou:

                - Oi, pai. Tudo bem? Sabe o que é? É que... – ela hesitou e me olhou desesperada.

                Quer dizer, o que ela ia falar? “Oi, pai, tudo bem? Só queria avisar que eu não vou mais estar em casa, tá? É, porque Afrodite e Hades vieram me buscar e me levar ao Acampamento Meio-Sangue, beleza?”? Claro que não.

                Então ela fez uma coisa que me impressionou completamente, talvez ainda mais do que a recepção há pouco. Não, mais que isso não. Mas quase. Ela estendeu o telefone pra mim e me olhou suplicante.

                Eu a encarei pasmo, e ela fez uma carinha completamente implorante. Irrecusável. Peguei o telefone e o pus na orelha, falando:

                - Alô? Senhor, eu sou Nico di Angelo.

                Uma voz grossa respondeu:

                Desculpe? Quem é você, rapaz?

                - Eu sou filho de Hades, e eu sou do Acampamento Meio-Sangue. Eu e meu pai viemos buscar sua filha e para levá-la ao Acampamento. – falei, rezando para que ele não me chamasse de louco.

                Para minha sorte, ele não fez isso.

                Mas já? E eu nem estou aí para me despedir!

                A voz dele soou indignada, e Meg me olhou esperançosa.

                - Eu sinto muito, senhor, talvez a sua filha possa lhe mandar uma Mensagem de Íris quando chegarmos ao Acampamento. Foi necessário buscá-la hoje. – falei.

                Ele demorou a responder, então falou:

                Certo, rapaz. Obrigado. Passe o telefone para a minha filha, por favor.

                - Sim, senhor. Obrigado. – acrescentei, estendo o celular para Meg.

                Ela me olhou interrogativa e pegou o telefone, pôs na orelha e disse:

                - Alô? Pai?

                Ela esperou e falou de novo:

                - Está bem, pai. Sim, eu estarei em segurança. Não, não vou. Claro que não, pai. Não. Tá. Certo. Também te amo. Tchau.

                Ela desligou e sorriu para mim.

                - Obrigada, Nico. – falou estendendo o celular para Afrodite, que a olhou e disse:

                - Ah, não, querida, fique para você.

                Ela agradeceu e guardou o celular na mochila.

                - Nico! – ela chamou e eu a olhei.

                - Oi?

                - Você tem namorada? – ela perguntou com naturalidade.

                Eu corei e ouvi os Stoll rirem atrás de mim.

                - Não, Meg.

                Ela se virou para os Stoll e repetiu a pergunta.

                Eles pararam de rir, enquanto eu já estava quase roxo de tanto rir. Eles se entreolharam assustados. Hesitaram bastante, até que disseram juntos:

                - Eu não.

                Ela assentiu e se sentou. Então se levantou de novo e olhou para Luke:

                - Luke! – chamou, e ele a olhou. – O que você está fazendo aqui?

                Ele ficou mais uns instantes com cara de tacho e então respondeu:

                - Eu não sei... Hades me trouxe com ele.

                Ela assentiu e me olhou.

                - Nico, porque vieram nove pessoas só pra me buscar? – perguntou.

                - Sinceramente, eu não faço a menor idéia, Meg. – respondi com sinceridade. Simplesmente não fazia nenhum sentido que viesse tanta gente buscá-la, a menos que ela fosse um tipo místico e estranho de alguma coisa.

                Tanto faz. Nós paramos e eu olhei pela janela. Estávamos na base da Colina. Meu pai desceu e abriu a porta do carona, para ajudar Afrodite a descer. Nenhum de nós ousou se mover. Meu pai abriu a porta de trás e sorriu para nós.

                Todos foram descendo, até sobrarmos apenas Meg e eu. Ela sorriu para mim e pegou minha mão, descendo da van e me puxando com ela. Olhei o Pinheiro de Thalia, e respirei fundo, ainda sendo puxado por Meg.


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Notas finais do capítulo

deixem reviews e me façam feliz, nao custa nada, nao demora e ajuda o coração do autor