Mas quem é a essa hora?

Me levantei, resmungando, indo abrir a porta.

-Nani? – suspirei, me dando de cara com Reita.

-Oi. – sorriu.

-Oi, daijoubu ka, Reita? – perguntei, meio incrédulo com a situação.

-Hai hai e você? – sorriu.

-Ahan, to bem...O que você veio fazer aqui?

-Ah...Nada demais...Só vim...Jogar baseball... – sorriu estranho.

-Ãh --?

Não terminei o raciocínio, só senti um golpe forte no estômago, me lançando para trás.

Reita fechou a porta com força, provocando um barulho alto.

Eu tentava puxar o ar de volta para meus pulmões, mas não conseguia.

-Então o Uru-love andou galinhando no galinheiro dos outros? – sorriu sádico, batendo um taco de baseball em sua mão, dando um ar macabro.

Tossi.

Como assim?

-Que coisa feia...Seu mãe nunca te ensinou a não traçar o namorado do amigo?

Quê?!

Como assim?! Ele já sabe de tudo?!

Tossi mais, surpreso.

Ele voltou a me agredir, chutando minha costela.

Me encolhi.

As cenas de anos atrás voltaram a minha mente, quando fui surrado por ele no colégio.

Fiquei no hospital durante uma semana.

Tentei me arrastar pra longe dele, mas aí senti outro golpe.

Dessa vez nas minhas costas.

Gemi de dor.

-Uruha! Vamos lá! Aja feito homem! Revide! – o ouvi rir, me cutucando com o pé.

Cerrei os olhos.

Ele tinha razão.

Eu tinha que reagir.

Quando tomei coragem para me levantar, senti algo forte bater contra meu corpo.

Ele me acertou em cheio com o taco em minha nuca.

Cai quase desacordado no chão, a dor me deixando desesperado.

Eu podia ouvi-lo sorrir, debochado.

Pois é, está se vingando por eu ter comido o Ruki...

Justo.

Eu enxergava tudo embaçado, minha cabeça rodava.

Outro chute, outro golpe com o taco, chutes, socos.

Me contorcia de dor.

Tentei me arrastar até a cama, já não enxergando mais nada.

Acho que a pancada na minha cabeça afetou algo.

Ele me segurou pelo colarinho de minha camiseta, me virando de barriga pra cima.

Cerrei os olhos, prevendo o que aconteceria.

Um soco, bem em cheio no meu nariz.

Gritei, sentindo o gosto do sangue em minha boca.

Tentei me levantar de novo, mas ele chutou meu peito.

Cai de costas.

Voltei a abrir os olhos, enxergando melhor.

Vi um vulto balançar o taco no ar, o erguendo, pronto para bate-lo contra minha face.

Voltei a cerrar os olhos, com força.

-REITA! PÁRA!

Ouvi gritos.

Abri os olhos.

Apenas tempo suficiente para ver um moreno segurar o loiro, o dando uma chave de braço.

Aoi sempre seria meu anjo da guarda.