-Ele não quis prestar queixa, Ruki...

-Sério? Mas...O Reita...Quase matou ele, Yuu...

-Eu não entendo o Kou, Ruki. – o moreno suspirou, mordendo o piercing no canto da boca.

Eu não conseguira pregar os olhos desde que o Reita havia saído de casa.

Eu devia ter ido atrás dele, devia te-lo parado!

Mas eu simplesmente não consegui!

Pulei de susto quando o telefone tocou as 3hrs da manhã.

Era Aoi, desesperado, falando atropelado.

Só entendi “Uruha, vem, hospital.”

Não pensei duas vezes.

Fui correndo pro hospital no centro.

-Como o Uru ta? – eu disse, preocupado, coçando a nuca.

-Estável. – ele sorriu fraco. – Quando ele chegou, o médico disse que estava com inicio de hemorragia, mas já controlaram.

-E-eu não consigo acreditar que o Reita fez isso.

-Ele já tinha feito.

-Como assim? – pisquei desnorteado.

-O Uruha já tinha levado uma surra do Reita no colégio, ele nunca te falou?

-Não...

Ele suspirou.

-Como você...Sabia que o Reita tava lá? – perguntei, curioso.

-Eu não sabia! – ele riu. – Fui lá pegar meu dvd que tava com o Kouyou, aí eu ouvi um grito e arrombei a porta, vendo o Reita pronto pra estraçalhar o crânio do Uruha, aí eu pulei nele e dei uma chave de braço!

-E Aoi salva o dia! – ri fraco.

Eu vi um rapaz se aproximar de nós, um médico.

-Sr. Shiroyama? – o rapaz disse.

-Hai? – Aoi se levantou, apressado.

-Se quiser, pode ver o Takashima-kun. – sorriu.

-Doutor! – eu disse, me levantando.

-Hai? – ele se virou.

-Posso ver o Kouyou também?

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Eu e Aoi entramos no quarto 304, onde Uruha estava.

Ele dormia, aparentemente sob efeitos de cedativos.

Havia algumas escoriações em seu rosto e seu nariz estava aparentemente quebrado.

-O médico disse que ele está com cegueira temporária por causa da pancada que ele levou na cabeça...Algo como inchaço no cérebro...

Suspirei triste.

Reita realmente havia feito um estrago em Kouyou.

Eu ia no hospital todos os dias, depois do trabalho.

Para a sorte do Uru, ele se recuperava rapidamente.

Uma semana depois do acontecido, fui no hospital logo após o expediente.

Entrei no quarto e arrastei uma cadeira até a lateral da cama do loiro, o observando dormir.

-..hn...

Pulei da cadeira.

-Uru? Uruha! Sou eu, o Ruki! – sorri, o vendo se remexer na cama, acordando.

-Céus... – ele disse rindo, abrindo os olhos. – Ta tudo embaçado... – disse, em relação a vista.

-O-o médico disse que é temporário! – eu disse, tentando conforta-lo.

-Hm.. – ele sorriu, virando o rosto na minha direção. – Pelo menos consigo te reconhecer.

Sorri.

-Uruha?

-Hai?

-Gomen nee. Foi tudo culpa minha…E-eu.. – segurei o choro, fazendo carinho no cabelo do Uru.

Ele sorriu, erguendo o braço, me segurando pela nuca e puxando minha cabeça para baixo, me beijando.

-Eu faria tudo de novo e levaria outra surra só pra poder te ter de novo. – ele sussurrou no meu ouvido, dando uma leve mordida no lóbulo da minha orelha.

Me levantei, enxugando algumas lágrimas.

-Baka! Da próxima você morre! – ri fraco.

-Não se você tiver do meu lado, chibi. – ele piscou, voltando a fechar os olhos.

Suspirei.

-Kou, tenho que ir, ta tarde.. – eu disse, me levantando.

-Amanhã você volta?

-Volto. – sorri, me abaixando e lhe dando um selinho rápido.

Fui embora, deixando o Uruha sozinho.

É, eu não posso negar.

Nunca deixei de amar o loiro safado.