A Profetisa - Heroes Series escrita por AliceCriis


Capítulo 63
59


Notas iniciais do capítulo

Este foi um dos capítulos mais importantes e especiais da história toda, eu garanto. é longo, mas se lido com calma pode se entender bem o que a Claire quer dizer sobre como está se sentindo.
A música (versão original) é em inglês do 30 seconds to Mars, e é a minha favorita *--* não pule aquela parte, por que diz exatamente o que precisa ser dito.
Zoey_B sim, eu sei, meus capítulos estavam horrrrrrrrrrrrrrrendos, né companheira, mas como eu sempre digo, mais vale um comentário bem escrito do que milhares com duas sílabas escritas.

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59 – E que se comece o jogo!

- Então, Hoo, conseguiu os uniformes? – perguntei.

- Não sei bem, se o tamanho vai servir, mas roubei de um grupo de militares, á uma semana atrás. – disse ela piscando.

Ela me entregou dois conjuntos de fardas militares.

- Melanie, encontrou tudo o que poderia sobre a defesa da Casa Branca? – ela assentiu – Fred consertou o GPS? – mais uma concordância – Sharon Va-, desculpe Sharon, onde está a armada? – ela me mostrou uma caixa cheia de espadas reluzentes. – Ótimo. Tyler, temos tranqüilizantes suficientes? – apontou para uma caixa transbordando de dardos – Laster, alguma idéia de onde podem haver algum Dot para nos ajudar?

- Sim, Benny. – ele disse entusiasmado – Ela ainda não se transformou, mora em uma fazenda em Minessota. Ela irá ter o dom de convencer qualquer um com o que disser, andei pensando em chamá-la de Sirena…

Cocei o queixo. – Isso não vai dar certo, Laster. – falei desanimada.

- O quê?! – gemeu ele – Como pode não dar certo?!

- Na verdade, as chances de fracasso nesse quesito são de quase cem por cento. – retruquei.

- Não pode ser!

Respirei fundo. – Imagine, Laster, que você ainda não é um Dot. E está acontecendo uma verdadeira caçada atrás de qualquer um que seja capaz de invocar um feitiço ou apenas tem um dom. E nessa confusão, você se torna um Deles. Diga-me então: você iria aceitar ajudar um bando de procurados pelo Governo?! Seus pais dariam o braço á torcer que você não é um Lugro?! E a pergunta ainda mais comovente: Mesmo que seus pais fossem insanamente burros e você concordasse em infringir o sistema contra algo que você era á poucos minutos, qual o seu controle para com seus poderes?! É inútil

Vários garotos assentiram em concordância.

- Droga. – gemeu ele, irritadiço.

- Conseguiu as bombas de gelo-seco Joe? – me olhou com as mãos ocupadas por várias bombinhas. – Okay, Cornélia, acha que conseguiu uma passagem por dentro da terra até Washington, D.C.? – indaguei com calma.

- Bem, eu encontrei um túnel enorme. Grande mesmo! – disse ela, mas não parecia animada – e tem uma saída embaixo de uma sala de emergências contra ataques, debaixo do terreno da Casa Presidencial.

- E qual o “porém”? – estreitei os olhos.

- Bem, é muito longo. Realmente, entende? – disse ela constrangida – Precisaremos de dias até chegar lá…

Pense, Gallatea, Pense!

- Não será um problema. – respondi por fim – Ark pode nos levar até lá, não é?

- Acho que é possível que um dragão caiba… - respondeu, pensativa.

- E então, Kent e Malice? Como vão as poções da invisibilidade?

- Conseguimos todos os ingredientes… mas a duração é bastante curta. Não temos o tempo suficiente de cozimento, que seriam meses. Mas o tempo se estende de vinte á trinta minutos. – respondeu Malice, misturando dois panelões de uma vez.

- Lucy, como estão as fronteiras? – perguntei para a menina com asas.

- Está tudo bastante tranqüilo. Trouxe o jornal… - e me entregou um folheto com as escritas. Lobotomia ou morte? A decisão que ainda não se concluiu.

- Seus grandes filhos da mãe… - resmunguei – Mandy e Annalice, vocês já conseguiram algum sucesso com a abertura de cadeados? – perguntei á garota invisível e á outra que poderia entrar em qualquer lugar, graças á seus dons.

- Estamos boas nisso. – disseram em conjunto.

- Aaron, e as correntes?

- Tenho o maior número que pude criar em meses! – disse enrolando cordas pelas árvores, criando um paredão de correntes.

- E Nora, tem mantido contato com a sua mãe? – a garota se inquietou.

- Sim, chefe. A Senadora Parkinson confessou muita coisa… armas contra que poderemos usar contra a bancada. Muito eu já lhe contei…

- Betty, está mesmo confiante? Nosso plano está armado, não pode desistir agora…

- Não vou desistir! – disse confiante, enquanto treinava alguns golpes de espada com Joe e Tyler.

- Marco, está preparado, não é?

- Mais preparado e confiante do que nunca! – assentiu em animação.

Respirei fundo e me levantei: - É um ótimo trabalho que estão fazendo, pessoal! – animei-os – Amanhã de manhã vamos partir em nossa missão M.Q.I.S, quero todos na cama. AGORA, CAMBADA!

E o que seria M.Q.I.S? É simples: Missão Quase Impossível e Suicida.

Logo que todas as luzes se apagaram, e meu Ark-Dragão ficou de guarda, eu cai em um saco de dormir, como não podia, á muito tempo.

O dia amanheceu rápido demais. Fiz uma prece em voz baixa, para aquele que me chamava carinhosamente de Paçoquinha e a outra que sempre estava brigando com o anterior. Pai e Mãe, são sempre pessoas que esperamos contar… justamente quando os tais são dois Olimpianos.

Sem muita experiência, tentei fazer uma xícara de café – que com os meus nervos, foi parar no ar com uma descarga elétrica… Logo Nora assumiu o poder do fogão, quando me viu querendo atacar o fogão com Otróplia.

O pessoal estava eufórico – e mesmo eu não sendo a mesma Claire Bennett de antigamente, eu me sentia excitada e feliz. Eu estava fazendo algo bom – por enquanto – mas ainda assim, minhas intenções eram puramente boas… não eram, companheiro?

Joe tentava fazer massagem nas minhas costas, mas com a evidência dos choques que ele estava tomando, logo ele desistira. O café correu bem, e enfim, desmontamos a barraca.

- Por mais estranho que pareça, – resmungou Hoo – eu vou sentir falta dessa floresta… dessa cabana…

- Você vai se esquecer disso quando deitar novamente em uma king-size. – retrucou Melanie.

Mas eu não estava ligando para Melanie e Hope brigando por dizer que um colchão de ar era melhor que qualquer king size do mundo.

- Ahn… OI! – falei, quase gritando, conseguindo atrair atenções. – Bem, agora… é o começo do fim dessa história pessoal. Eu sei que estou parecendo melodramática, sim, por que eu realmente estou… mas é a pura verdade, e não ficaria em paz comigo mesma se não dissesse nada, - engoli em seco – quero que me desculpem, se os levarei ao perigo depois que cruzarmos aquele túnel… - apontei para o túnel de Cornélia – me perdoem pelo que acontecer no momento em que estivermos cara a cara com o inimigo. Sinto que somos realmente adolescentes demais para fazer uma coisa como essa… que parece loucura… que o êxtase está misturado ao medo e temos quase certeza que vamos morrer na primeira oportunidade. Mas se superamos coisas piores como… lobotomos e quimeras, até algumas serpentes Hádicas não foram páreo para nós… E quero pedir desculpas por todas as desavenças que eu causei aqui… Não sou uma garota realmente quieta, comportada e esperta. Sou chata, explosiva e realmente idiota… Hey, pode tirar esse sorriso da cara Sharon! – enruguei a testa – Mas o que eu quero mesmo dizer, é… boa sorte á todos, e que Éphira esteja com vocês!

E com toda a fé que depositaram nas minhas palavras, ergueram suas espadas como um brinde á minha confiança – talvez idiotice – mas ainda tentando ser coragem…

Coloquei minha mochila nas costas, com bombas de gelo-seco, uniformes militares, correntes e alguns documentos sobre a vida e interesses dos generais.

- Ark? – peguei meu Arkansas dormindo e o sacudi – Já está na hora, garotão, na hora mesmo!

O pequeno Hyperion – com a aparência de um leão misturado á uma criatura sem focinho, chacoalhou sua pequena juba e remexeu suas asas. Entendi o que ele queria dizer: ele estava pronto.

- Todos aqui! – berrei alto, fazendo com que todos soltassem suas mochilas e me olhassem. – Vamos conferir, então… Sharon, tem certeza que as correntes não podem ser quebradas? – perguntei apontando para as correntes que eram se transformavam em muro á nossa volta.

- Tenho sim, idiota, eu tentei tudo. – resmungou ela, nas costas de Tyler, descendo do posto de sentinela.

- Bombas de gelo-seco, todos com cinco? – assentiram – Estão bem conscientes do plano, não é? – assentiram novamente. – Agora então… chegou á hora.

As palavras foram como borboletas no estômago – um pingo de esperança, banhado ao medo e a emoção.

Desci pelo túnel de terra mau iluminado, e liguei minha luminária, aguardando todos entrarem no túnel.

- Tyler e Sharon, sabem o que fazer, não é? – recitei.

Tyler fechou os olhos e movimentou as mãos, até que tantas pedras apareceram do túnel úmido formando um grande quebra-cabeças de pedra. Depois Sharon deixou seu corpo queimar e mirou com ambas as mãos para as pedras recém postas, e tudo se tornou uma passagem infindável.

Senti uma inveja abrupta. Escondi algo por todos os meses… algo que estava entalado em minha garganta. Algo que não me orgulhava nada. Minha visão – eu quero dizer, minha visão Dot – estava desabilitada, não conseguia ver nada. Apenas eu. Eu na frente de um espelho – de cabelos curtos e roupas de metal dizendo: ABRA A PORTA! Fora isto… nada. Não conseguia ver como meus pais Lugros estavam, não conseguia ver como as coisas ficariam depois de tudo isto acabar. Será algo queria dizer que eu morreria? Tudo isso acabaria ali? Oh drug!

O escuro foi silenciado no momento em que Sharon terminou o seu trabalho. E depois ela e Tyler começaram uma seção-troca-de-saliva. Okay, eu sei que eu disse um NÃO explícito á Tyler e Laster quando comecei a namorar com o Joe, mas isso não significava que eu os queria ver beijando minhas colegas – muito menos Sharon. Sharon!

- Peguem as lanternas… - disse em voz baixa – Ark, é a sua vez.

O Hyperion desceu do meu ombro e se jogou no chão – e em segundos um grande dragão azul se colocava ali.

- Montando… AGORA!

Eu não posso dizer que as costas de um dragão cavalgante é a coisa mais confortável do mundo - porque, claramente não é. Suas escamas esfolavam a minha pele, e as assas batiam contra a minha cabeça latejante.

- Estamos em baixo de Philbrook – avisou Malice, ora olhando o seu mapa ora analisando o GPS.

- Benny - me chamou Cornélia – Philbrook… é… é a minha cidade! Podemos quem sabe… fazer uma pequena parada?

O olhar da garota da natureza me fez engasgar.

- Eu sinto muito, Corn. – supliquei – Sinto muito mesmo. Mas não temos tempo para isso, estamos com o tempo cronometrado á cada minuto! Não podemos fazer parada alguma sem que seja de suma necessidade!

Cornélia apoiou sua lanterna no lado da cabeça e suspirou vencida. Já te disse como eu odeio ser estraga prazeres, companheiro?!

Joe me segurava pelos ombros e tentava á todo custo me beijar – mas o galope do dragão não deixou. Acredite, naquele momento eu gostaria de ser beijada, seria como se eu ao menos tivesse beijado um cara de quem eu gostava antes de mor… CALA BOCA, Benny!

E a cada quilômetro que Arkansas galopava um pensamento rugia em minha mente: O que Cedric Demigood faria agora? E, ahn… sentia que estivesse traindo Joe… AH GALLATEA! VOCÊ É TÃO PURITANA!

Mas os pensamentos foram interrompidos pela parada abrupta do dragão.

- Chegamos. – suspirou Melanie descendo.

Dois túneis se dissipavam pela umidade e pelo escuro.

- Betty, Marco e Lucy! – chamou ela – Hora de começarmos a nossa tarefa.

Melanie recebeu um abraço desajeitado de Laster e ergueu sua espada pra mim, e assenti em respeito.

- Você é a líder agora, Mel. – falei, enquanto os três garotos á seguiam pelo outro túnel escuro, já tentando voar um pouco.

- Vamos garotos e Lucy! – cantarolou Melanie – Voando como  aprenderam nas aulas de vôo!

E com esse grito de despedida, desapareceram na escuridão do túnel guiados por uma lâmpada incandescente na mão da senhorita Kurts.

E para o outro túnel, Ark voltou a trotar, enquanto aleatórias vezes baforava um pouco de gelo em coisas que eram apenas borões de velocidade.

- Corn, - perguntei – como conseguiu esse túnel?

Ela corou um pouco á luz das lanternas. – Bem… havia algumas conexões de esgotos que interligavam os estados e… eu convenci a terra á nos ajudar!

- Como se convence a terra?! – baforou Sharon parecendo cansada.

- Bem, acho que não pode fazer isso, babaca. – gemeu Hope, apertando a ponte do nariz – Deve ficar satisfeita o bastante com o seu poder…

E elas começaram a discutir – como sempre. Ark continuou a trotar, enquanto eu me fazia uma quieta oração para Zeus e qualquer outro deus que pudesse me escutar, e prometi que não chamaria Afrodite de vadia por roubar meus Jimmy Choos. Melanie tinha que conseguir! Conseguir chegar até ao abrigo de San Diego e conseguir os reforços… ela tinha!

Fred cantarolava algo sobre álgebra e suas equações de segundo grau. Aquilo realmente era melhor que por um plano como o nosso em prática. Malice por outro lado ainda remexia frasquinhos pequenos e incolores, Kent ajudava-a a distribuir poções da invisibilidade á todos, enquanto uma música que eu sempre ouvira para dormir sem motivo algum narrou a minha vida agora…

À noite...
Desesperada e quebrada
O som de uma luta
O Pai se pronunciou

Menos um quilômetro…

Nós fomos os Reis e as Rainhas da promessa
Nós fomos vítimas de nós mesmos
Talvez os filhos de um Deus menor
Entre o Céu e o Inferno
O Céu e o Inferno


Definitivamente… entre o céu e o inferno.

Em suas vidas
Sem esperança e tomadas
Nós roubamos nossas novas vidas
Através do sangue e da dor
Para defender nossos sonhos
Para defender nossos sonhos

Nós fomos os Reis e as Rainhas da promessa
Nós fomos vítimas de nós mesmos
Talvez os Filhos de um Deus menor
Entre o Céu e o Inferno
O Céu e o Inferno


Filhos de um deus menor? Que ironia!

A era do homem acabou
A escuridão vem, e todas
Estas lições que aprendemos aqui
Apenas começaram

Nós fomos os Reis e as Rainhas da promessa
Nós fomos vítimas de nós mesmos
Talvez os Filhos de um Deus menor
Entre o Céu e o Inferno

Nós somos os Reis
Nós somos as Rainhas
Nós somos os Reis
Nós somos as Rainhas


A era da nossa espécie acabou. Somos verdadeiros Reis e Rainhas, sobrevivemos á nós mesmos. Tudo começa e termina aqui. As vítimas próprias de um antigo eu que pudera detestar o seu próprio futuro. Definitivamente: entre o Céu e o inferno.

E sem poder nem mesmo discutir mais comigo mesma os passos de Ark pararam e eu tive a única certeza que poderia ter durante muito tempo.

Finalmente, havíamos chegado.


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Notas finais do capítulo

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