A Profetisa - Heroes Series escrita por AliceCriis


Capítulo 10
9




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9 – Tchau Claire, eu me amava.

- Não, isso é completamente surreal! – gemi.

- Mas veja, Benny, faz total sentido. – Joe, sugeriu passivo.

- Tipo assim, - engasguei – como posso entender que Jesus Cristo, o filho do bam-bam-bam lá de cima, era um Dot?!

Após Joe ter me alcançado no corredor, me levou á um tour completo por toda academia – eu digo T-O-D-A mesmo – e agora ele tinha me levado á igreja, bem, ou capela como ele preferia dizer, é meio estranho pensar que em meio á uma academia se meteria uma capela, estranho. Completamente. Mas o que eu poderia dizer contra isso?! Esse mundo era completamente novo para mim, então, os costumes de que eles eram adeptos, eu me acostumaria e adaptaria á tais. Caminhamos por diversos retratos bíblicos – que segundo Joe, todos os Dots, ou Extras, conheciam á tais pessoas por Extradotados. Maria, José, Ebraim, Abraão – até Adão e Eva – e por ultimo – em tamanho maior – e mais assustadoramente conflitante com meus princípios, a imagem de Jesus resplendecia ao meio de todas aquelas imagens.

- Benny, isso é bastante esclarecedor – indicou ele, com toda a razão que tinha, concentrada em sua própria voz – o poder de Jesus é Deus! – ele disse concentrado.

- Isso é algum tipo de explicação... hm... científica para os milagres que Jesus fez? – torci a sobrancelha.

- Não é científica! – ele explodiu em êxtase – É tenramente... REAL!

- Há provas de que isso seja mesmo verídico? – estreitei os olhos.

- E eu que estou buscando uma explicação científica. – gargalhou, e agitou seus cabelos louros com a mão.

- Quer saber? – bufei – Jesus ainda é Jesus, meu milagreiro. Então, vamos prosseguir com o tour!

- Como quiser...  – ele assentiu, e segurou meus ombros me guiando para fora.

E com um sorriso malicioso, olhei par o alto da cúpula da capela e me deparei com uma chama - melancólica de se olhar – se depositava lá.

- Joe, o que é aquilo? – apontei.   

Ele olhou. Olhou e olhou. Demorou um tempo e disse depois de segundos de espera, com a voz triste e escondida.

- Gabe.

- Gabe é o nome da tocha... Huh, é  bizarro... meu amigo Gabe adoraria saber que tem uma... – e então ele me interrompeu.

- O nome da tocha não é Gabe. – resmungou – A chama representa ao Gabe.

- Não entendi. – respondi apática, como uma idiota.

- Você sabe toda aquela coisa de Extras... bem... – ele mordeu o lábio em dúvida.

- De morte? – sugeri.

- Isto. – ele concordou.

- Ele... morreu? – esganicei.

- Sim, há duas semanas, Benny. – ele respirou fundo – Ele era meu melhor amigo. Foi meu mentor, quando eu cheguei aqui.

- E... Por que? – senti minha mão se mover em seu ombro, acalentando-o.

- Gabe não era o tipo de cara que seguia e respeitava regras. Ele não gostava da idéia de ter de se manter no ‘sistema’. E foi assim, que deixava de obedecer regras e tudo mais e... morreu.

Ficamos nos olhando por algum tempo. E entendi o fato, da mensagem subliminar que ele estava me mandando com a tal história – eu sou loira, e frise o fato de ter mechas rosa flamingo – mas eu poderia muito bem compreender o que ele estava querendo dizer com tudo aquilo. E era muito para absorver. Se eu desobedecesse alguma regra aqui, minha punição não seria uma suspensão, aviso aos pais e eu não iria para um reformatório. Eu iria para um caixão. De fato. E obviamente não ajudava a me adaptar cem por cento nesse lugar novo, onde ser Claire Bennet – a original – seria errado, e me levaria á morte.

Nunca pensei que eu morreria por ser eu mesma, entende companheiro? E significa que ser Claire Bennett, não é uma coisa fácil de ser, é ter de ser a FANTÁSTICA GAROTA BENNETT. Da qual é descolada, bonita, inteligente e sexy. Mas aqui eu seria apenas uma garota cercada por muita testosterona e caras malhados – o que significava, muito... muito provavelmente, que eu seria uma idiota sem personalidade – como Luce Stewart, a garota das sanguessugas.

E por instinto, segurei a mão gelada e macia de Joe, que sorriu pra mim, e me trouxe pra mais perto dele. Era como se eu me sentisse morta, naquele momento. Estranho. Mas foi meu luto, da pessoa que eu era e agora teria de matar a velha Claire e me tonar uma nova – chata, boba, nerd, entediante e tosca – Claire Bennett.


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