A Melodia do Princípio escrita por Ton D


Capítulo 12
Capítulo 11 - O Príncipe de Londres


Notas iniciais do capítulo

Bem, como prometido, o restante do capítulo passado. Na verdade estou editando estas notas porque mais ideias me surgiram enquanto eu tentava dormir... Algo que não aconteceu devido as malditas ideias ¬¬.
Anyway, adicionei um pequeno easter egg no final. Ainda falta um que pretendo escrever e não terá muito a ver com a história, mas será engraçado... Eu acho...
Bem, na história anterior citei duas histórias de jogdores, agora cito mais uma.
Como não sei se é proibido pelo nyah colocar links, indico usarem o google e digitarem seeintoinfinity e clicarem no primeiro link do deviantart. A história é da jogadora Natt. Seu personagem se chama Raphael Solez e é uma das mais recentes, visto que ela foi a última a integrar o grupo, ótima história =D.



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Um barulho. Um leve bater de algo sólido em madeira. Ignorar os passos de ambos subindo a escadaria, atravessando o corredor, a conversa animada dos amigos que não se viam a tanto tempo, conversa que morreu assim que adentraram no corredor era fácil, mas a batida não. Que amados tolos e inocentes, ele os ouvia desde que haviam adentrado na floresta e podia senti-los de muito longe. Uma bela amizade realmente, construída com os anos e com o amor que a mulher nutria por ambos. Era triste ter de desfazê-la assim, mas não havia outro modo. Os vampiros são imutáveis fisicamente, mas seriam emocionalmente? Bem, o restante era responsabilidade deles. Não era verdade, todos eles estavam sendo empurrados e conduzidos desde quando haviam sido mordidos, mas era mais fácil pensar que a responsabilidade era deles. Assim é a Jyhad, a guerra dos Antediluvianos, uma rede de intrigas, planos e conjecturas. Tudo sempre se encaminhava conforme o planejado durante anos e anos, e assim continuaria por milênios… Mas Folk o intrigava. O que era aquela aura que ele irradiava? E aquela estranha presença que às vezes se sobrepunha a do mago, impedindo até a ele de senti-lo… Deveria ter aconselhado melhor Gabriel, mesmo o outro não lhe dando ouvido… Mas agora era tarde, suas visitas estavam batendo na porta, era chegada a hora de se retirar do jogo… Por hora…

- Entrem, a porta está aberta.

~~~

Alexander estava de pé observando a noite na floresta por uma grande janela. Era uma bela vista a deste quarto. As estrelas brilhantes no céu escuro, as nuvens levemente azuladas dando sombra a luz da lua. Era impossível definir a imagem daquele ser em pé observando a janela enquanto a luz da lua lhe emprestava um tom claro e místico as feições do rosto. Uma feição pensativa, quase indecisa… Quantas vezes Sebastian já havia visto aquela expressão. Alguma coisa grande estava por vir, não havia duvidas.

Quase como se acabasse de se dar conta da presença dos dois, Christian e Sebastian, Alexander se virou e fitou ambos nos olhos. Sebastian ficou um pouco apreensivo, um rosto jovem de cabelo louro e cheio. Não deveria nem ter 40 anos quando fora mordido. Há quanto tempo isso deveria ter acontecido? A eternidade já havia lhe emprestado aquele aspecto branco e sólido do mármore a pele.

- Boa noite meus amigos, por favor, sentem-se. Temos muito o que conversar antes de minha partida.

Ele lhes indicava duas cadeiras em frente à mesa que separava ambos dele. Ele lhes olhava com um sorriso convidativo no rosto. A mensagem era clara, não sentaria até que meus convidados estejam devidamente aconchegados.

Sem cerimônia, Sebastian se sentou seguido logo por Christian, que ficou a sua direita.  Olhando para ambos do alto, ele parecia um professor prestes a começar uma aula com suas mãos cruzadas apoiadas nas costas. Era essa a impressão que Dave tinha dele? Sebastian esboçou um leve sorriso que logo foi correspondido por Alexander. Sentando-se, o Príncipe de Londres deu inicio a conversa.

- Espero que tenha tido uma ótima viagem Christian. Gostaria de ter um pouco mais de tempo com você, mas como disse, estou me preparando para uma longa viagem e não posso me delongar.

O sorriso agora era distante, frio, triste. Se a pele não tivesse perdido toda a expressão e suavidade, ele agora estaria com fundas rugas.  Não se refreando, Sebastian logo respondeu.

- Desculpe-me Alexander, mas pretende viajar? Gostaria de discutir algumas coisas acerca de alguns convidados que recebemos na mansão e sobre alguns problemas pelos quais Catherine tem passado, não haveria como nos ceder um pouco mais de tempo?

O olhar de Alexander se focou de Christian em Sebastian. Era como ser investigado desde a unha do pé até a última ponta do último fio de cabelo. O olhar era tão firme e intenso que se Sebastian não conhecesse Alexander, com certeza abaixaria os olhos e imploraria por desculpas.

- Gostaria muito de poder lhe ajudar Sebastian, mas a única coisa que posso fazer no momento é colocar mais peso sobre seus ombros e sobre os seus Christian.

Enquanto falava Alexander arrastava o olhar de um para o outro, se dirigindo a ambos. Mas o que ele queria dizer com tudo aquilo? Sebastian olhou para Christian, estranhando a quietude do companheiro e ficou intrigado com o que viu no rosto de Christian. Ele parecia saber de algo.

- Isto tem algo a ver com Folk e o Oriente Alexander?

A voz de Christian havia ganhado um tom de seriedade e gravidade dignas de um general. Os olhos de Alexander expressavam determinação. O que ele estava fazendo ali? Não passava de um estranho na conversa de dois generais. Quase como instantaneamente após Sebastian conceber estes pensamentos, Alexander atalhou dirigindo um rápido olhar a ele.

- Não se preocupe Sebastian, até o final desta noite sairá daqui tão bem informado quanto nós e desejará em breve não ter estado aqui. Sim, há uma leve relação à Folk e a Orvalium com o que tenho a dizer está noite, mas grande parte disto dirá respeito a você Sebastian.  Mas primeiro vamos ouvir o que Christian tem a dizer sobre os anos que passou no Oriente.

A simples menção de seu nome, Christian se arrumou na cadeira, procurando uma posição mais confortável, apesar do incrível estofado macio que a cadeira tinha. O que se seguiria não era nada bom pelo que Sebastian pode notar, e nem um pouco fácil de se entender. Fitando Alexander diretamente nos olhos e dando ocasionais olhares a Sebastian, Christian começou.

- Bem, como você havia deduzido, Folk estivera realmente no Oriente. Quando aportei naquelas terras, a discórdia já havia sido semeada por ele. Os mouros se armavam para defender suas terras dos nossos homens. Parece que imaginavam que estávamos iniciando uma nova Cruzada e não uma missão de reconhecimento. Tentamos acalmá-los, mas não houve jeito, Os Filhos de Set, induzidos por Folk, nos atacaram. Tivemos de reagir para não virarmos cinzas.

Filhos de Set. Um clã de vampiros cultuadores de um antigo Deus, Set. As coisas eram realmente sérias, pois raramente estes vampiros se envolviam em brigas diretas.

- Em pouco tempo uma guerra se iniciou. Os Setitas incitaram o povo a nos atacar e logo os Assamitas entraram na disputa. Foi mais ou menos nesta altura que solicitei os reforços que lhe pedi a alguns anos. Não podíamos recuar. Eles estavam vigiando os portos e estradas. De noite lutávamos lado - a - lado com os carniçais, eu e os outros membros da Archangeles que não sobreviveram. Foi mais ou menos quando estávamos nos dando por vencidos que Gustav enviou homens e vampiros da Alemanha liderados por Andrew, junto com Viktor e algumas de suas quimeras.

Agora as coisas estavam piorando na visão de Sebastian. Ao que parecia, a Archangeles sofrerá graves baixas. Era incrível Christian estar vivo ainda. Os Setitas eram famosos por suas armadilhas psicológicas e os Assamitas por suas habilidades em combate furtivo e rapidez. Uma combinação perigosa.

- Se não fosse por Gustav e seus reforços, não sei se teria escapado daquele inferno. Ele bem mereceu seu título de Príncipe e Andrew seu título de general. Os dois são ótimos aliados, peço que se possível, mande algum reconhecimento a Alemanha por intermédio de Andrew que veio comigo e deseja lhe saudar em nome de Gustav. Mas continuando, com a ajuda deles, consegui manter o confronto em pé de igualdade tempo suficiente para começar a fazer algumas averiguações. Com o tempo, descobri que Folk não estava em Alamut, o lar dos Assamitas e muito menos no Oriente Médio. Ele passará por lá muito rapidamente, permaneceu somente tempo suficiente para buscar ajuda nos Setitas e só.

Alexander cruzou os dedos sob o queixo e murmurou.

- Hum… Isto é estranho. Ele deve estar tramando algo, pois não o vemos desde o incidente do cálice… Mas continue Christian. Sua história só confirma as minhas suspeitas que logo lhes direi.

- Logo, decidimos recuar. Os Assamitas, percebendo isto, redobraram os esforços e os números na linha de combate. Tornou-se impossível nos retirarmos sem perdemos mais da metade dos homens que sobraram. Sinceramente, não faço nem ideia do número de vampiros que Alamut deve ter a sua disposição, mas é um número que não podia ser ignorado. Assim sendo, decidi tratar de uma trégua com o líder deles, o Sábio da Montanha. Foram negociações complicadas, visto que eles são adeptos do Amaranto, coisa que não é nem sequer cogitada aqui. Felizmente, os Assamitas também não se mostravam favoráveis a Folk e a algumas coisas que ele havia feito por lá, parece que ele havia realizado experimentos com alguns Assamitas, o que os levou a morte e nos piores casos, a loucura irreversível. Os Setitas, irritados com a trégua, investiram contra nós. Conseguimos expurgá-los para os ermos dos desertos, o que alegrou os Assamitas. Infelizmente, perdemos anos somente nisto. No fim, somente conseguimos perder homens e só confirmamos que Folk passará por lá.

Ao fim do relato, Christian voltou a fitar Alexander atentamente, esperando suas conjecturas. Alexander parecia pensativo, o que foi bom, pois deu tempo a Sebastian de raciocinar a absorver tudo o que ouvira. Folk. Randall Folk, principal agente da Orvalium. Nunca havia visto este ser que muitos intitulavam de O Mago, mas conhecia sua fama. Mentiroso, ardiloso, perverso, eram todos adjetivos que lhe cabiam como uma luva. Então era isso que Christian fora fazer, perseguir Folk. As missões de Christian eram pouco conhecidas dos outros membros da Archangeles. A Archangeles havia sido fundada por Alexander com a finalidade de unificar os países da Europa, manipulando e influenciando a sociedade mortal. Tal ideia era contrária a pensada pela Orvalium, um grupo de vampiros desconhecidos que agiam pelas sombras e tenciona separar a Europa. Para eles, tais pensamentos de união eram inconcebíveis, pelo menos era isso que se ouvia. A Orvalium era tão misteriosa que não se sabia quando havia surgido e quais eram seus verdadeiros objetivos. Muitas das guerras pelos quais os mortais estavam participando eram reflexos das guerras de ambos os grupos, Orvalium e Archangeles, sem nem ao menos saber da existência das forças que os moviam.

Atualmente Christian era o que se poderia chamar de líder. Alexander jamais tomou tal posto, apesar de estar sempre favorecendo os membros, tanto com apoio quanto como com informações e algumas facilidades, logicamente que tais favorecimentos eram indiretos e quase imperceptíveis para quem se olhava de fora do grupo. Não somente Alexander favorecia a Archangeles, mas vários Príncipes e Anciões. No final, a Archangeles se tornou, com o tempo, uma gigantesca sociedade secreta dentro da sociedade secreta dos vampiros. O ideal de união era contra a ideia geral de territorialismo que os mais antigos vampiros pregaram e arrastaram durante os anos. Para estes seres, que viveram séculos tendo seus próprios territórios, defendendo fortalezas e governando pequenas porções de terras, a ideia de ver seus territórios unificados por uma única bandeira mortal era o equivalente a levar a ideia de uma única bandeira vampírica a nascer, o que logo levaria a um único soberano vampírico, o que não era verdade. Tal vampiro teria de ser um Deus para conseguir conciliar tantos seres poderosos. Por este motivo, Alexander não podia se manifestar. Se havia um deus vampiro naqueles tempos, este seria ele.

- O mago deve ter descoberto sobre nossas suspeitas e preparou uma armadilha Enquanto nos focamos no Oriente, ele provavelmente voltou para a Europa. Não ouso pensar no que ele deve ter feito nestes anos em que mandamos tropas para o Oriente e muito menos nas guerras que teremos que dar suporte no mundo mortal. É imprescindível que a Archangeles descubra quais são os planos dele, pois se ele voltou a se mover, alguma coisa deve estar tramando. Lhe aconselho a ficar de olhos abertos Christian, talvez encontremos Folk mais cedo do que esperamos.

Christian e Alexander estavam certos. Aquilo era terrível. Eles haviam sido feitos de tolos, e com isso, enfraquecidos tanto em número como na sociedade. Se os vampiros que apoiavam a Archangeles descobrissem o fiasco que fora a expedição ao Oriente, bem, era melhor não pensar. Confuso e inseguro, Sebastian interveio.

- Mas ainda não entendo Alexander. Mesmo sendo um membro da Archangeles, não vejo o porquê de minha presença em uma reunião tão crítica como está.

Era verdade. Ele era um ótimo lutador, mas não um guerreiro. Nunca participara de guerras e nem tinha experiência neste tipo de combate massivo. Não era tão bom estrategista quanto Christian ou Alexander, e mesmo assim, estava lá. Por quê?

- A verdade é que eu precisava que você tivesse total ciência do panorama atual Sebastian. A você caberá uma tarefa pesada e árdua. Esperava passar tal incumbência a Catherine e deixar você como conselheiro dela, pois não vejo melhor homem do que você para tal tarefa. Mas Catherine ainda é muito jovem e imatura, e a situação é crítica, já não posso mais esperar. Cheguei a meu limite.

- Não entendo Alexander, o que você quer que eu faça? E como assim seu tempo está acabando?

Sebastian estava ficando cada vez mais confuso e exasperado. Do que tudo aquilo tudo se tratava? Ele sempre fora paciente, mas algo dizia que algo estava errado. Terrivelmente errado, e que se ele não se revoltasse perante isto, algo inevitável ocorreria. Uma tragédia sem precedentes.

- Não me diga que…

Christian estava olhando para Alexander com o mais puro horror nos olhos. Estava beirando o mais puro desespero.

- Sim Christian, eu estou cansado.

Olhando para Alexander, Sebastian entendeu. Alexander estava com um olhar vago, distante. Suas mãos estavam caídas preguiçosamente sobre a mesa, enquanto o rosto tomava um ar melancólico. Os músculos tão inexpressivos do seu rosto começaram a anuviar como se esvaziassem. Seus cabelos pareciam menos cheios e brilhantes, havia fundas olheiras sob os olhos. Suas mãos, antes tão energéticas e belas estavam magras, assim como seu rosto. Como não reparará antes? Não, não é que ele não reparará. Alexander estava escondendo isso. Alexander havia parado nos anos, enquanto o mundo seguirá em frente.

- Quero somente dormir, apenas isso. Os anos estão vindo me cobrar o que eu os neguei até agora, o sono de meus irmãos. O mundo está prestes a conceber mudanças extraordinárias por conta desta nova geração. Não somente a mortal, mas a vampira também, e eu não pertenço a esta geração. Não consigo mais acompanhá-los, as coisas estão se tornando mais distantes… Por isso tenho de partir para o Sono das Eras meus filhos…

- Mas e o principado? E a Archangeles? Como ficaremos sem você Alexander?

Sebastian agora estava desesperado. Não podiam ficar sem ele! Não estavam prontos. Se ele queria dormir, ótimo, mas esperasse mais alguns anos. Não podiam perder o apoio do mais poderoso Príncipe agora que Folk começara a se mover e haviam perdido tantos soldados.

- Quanto a Archangeles e o principado, não se preocupem. Não podemos deixar que um Príncipe qualquer assuma. Os Anciões tentarão colocar um fantoche deles no poder assim que eu sair caso eu não imponha um novo Príncipe. Por isso chamei a ambos. Deixarei o poder de Londres em suas mãos Christian. Você provou estar pronto, apesar de ser jovem. Não direi que será fácil, pois os Anciões não aceita…

- Não Alexander! Agora eu entendo! Eu não tenho a habilidade muito menos o poder para manter Londres! Por mais que você confie em mim eu…

- CALE-SE CHRISTIAN!

Tudo ocorreu muito rápido. Christian se exaltará e começara a falar rapidamente enquanto tentava negociar com Alexander. Alexander de olhos fechados levantou-se derrubando a cadeira e gritou. Seu olhar fora feroz e ameaçador. Sebastian, que começara a entender seu papel naquela conversa e pensará em se unir a Christian sentiu a presença de Alexander tal como ele era. Era como se aquele homem amigável a sua frente tivesse se transformado em uma massa de energia poderosa e sem limite. Seu simples olhar era o suficiente para cegar e enlouquecer qualquer um de pavor. Os membros de Sebastiam retesaram e endureceram ao longo do corpo. A boca secará e fechara-se. Todos os pensamentos parecerão sumir. Ele não ousava nem sequer piscar, pois isso poderia ser uma heresia a tamanha presença como aquela. Não estaria ele na presença de m Deus? Háhá, se ele não estava na presença de um, não gostaria jamais de chegar perto de um, pois somente o som dos passos de algo semelhante a um Deus maior que Alexander poderia matá-lo.

- Os dois acham que sou um tolo?! Sei que ambos são jovens, mas tenho plena confiança na capacidade dos dois! O que pensaram? Que teriam para sempre a mim a lhes aconselhar e ampará-los nas quedas? Não aprenderam nada durante os anos em que viram milhares de mortais entrarem aqui crianças e saírem adultos para o mundo?! Vocês têm de evoluir para não se perderem nos anos como eu! O que torna a imortalidade um fardo é a inanição, achei que tivesse aprendido isto com Daniel Sebastian. Até o final desta noite irei apresentar minha indicação aos Anciões e os forçarei a lhe aceitar Christian. Enquanto a você Sebastian, assumirá o cargo de Christian como senhor da Archangeles até achar que Catherine estiver pronta caso não queira permanecer no cargo. Por hora, só tenho isto a lhes dizer. Não gostaria de terminar desta maneira, mas não a outro meio. Na próxima noite venham se despedir de mim, agora saiam.

A voz de Alexander era fria e carregada de emoção. Durante todo o discurso, suas mãos, ombros e cabeça tremiam de raiva? Talvez. Sebastian não ousará olhar para os olhos dele enquanto ele ralhava com eles, mas poda ter ouvido um tom choroso e empastado na voz de Alexander? Seria possível que outro havia vertido lágrimas? Lágrimas?! Ele tinha tanto a perguntar, tanto a argumentar, se desculpar e não deixar que a noite acabasse daquela maneira, magoando e ferindo talvez o vampiro mais importante de sua vida (seria mesmo? Enquanto a Catherine?), mas suas pernas agiam por vontade própria. Elas levantaram e saíram do aposento, e julgando pelo som da cadeira sendo arrastada a se lado, Christian passava pela mesma situação.

~~~


O que estava feito estava feito. Os Anciões protestaram inicialmente, mas logo perceberam a verdade. Sem um ser poderoso como ele a lhes sobrepor, eles logo poderiam retirar o título de Príncipe de Christian ou até mesmo controlá-lo. Que fizessem o que achassem melhor. Christian não iria dobrar e ele sabia disso. O que ele dissera era verdade, tinha confiança em Christian e em Sebastian.

O que o preocupava não era isso. O que lhe preocupava era Folk. Pensará em dizer a Christian a verdade, que Folk queria era se infiltra na Archangeles, atacar de dentro, espionar e sabotar. O tempo em que ele, Christian, estivera no Oriente servirá para Folk se preparar. Ele construirá uma vida falsa como comerciante e até conseguirá carniçais e uma cria! E isto era estranho. Ele criará uma vampira que era tão fraca quanto ele era. E logo depois disso, se tornará muito mais poderoso. Como? Alexander não sabia. Este aumento de poder infelizmente coincidiu com a estranha névoa que turvava as pessoas de espionarem Folk a distância, mesmo através de disciplinas antigas e poderosas, e também, a falta de interesse de Alexander no mundo por conta do estado de Gabriel. A última coisa de que Alexander teve conhecimento antes da mudança de Folk foi que ele se associará a um vampiro antigo e poderoso, tão sem escrúpulos e honra quanto ele. Adam… Era esse o nome do vampiro. A pergunta era, o que um vampiro fraco como Folk teria a oferecer a um vampiro tão antigo como Adam?

Foi neste ponto que tudo desandou. Se Alexander tivesse mantido seu interesse, não no mundo, o mundo poderia explodir em milhões de pequenos pedaços que seriam atirados ao Sol, mas sim em Folk, as coisas teriam sido diferentes. Ele logo teria descoberto o que uniu Folk e Adam e os fizera, futuramente, cerca de 57 anos depois, juntar um grupo liderados por uma ladra russa, um general romano e uma nobre francesa, não mais do que belíssimos peões descartáveis para ambos.

Se ele tivesse continuado, talvez tivesse descoberto as forças que agiam por de trás de Folk. Talvez as tivesse impedido. Talvez tivesse salvado seu amado Gabriel. Mas não. A única coisa que ele fez foi virar as costas para tudo, condenando a todos. Talvez a única coisa que tenha sido feita por aquele Antediluviano que caminhava naqueles tempos pela Europa e se preparava para dormir por séculos que talvez amenize reação em cadeia que ele provocou seja o que ele fez após abandonar Londres. Ele se encaminhou para uma Ilha que a muito ele não via. Visitou um sarcófago que a muito ninguém tocava e removeu seu conteúdo para uma nova morada, uma dama de ferro. Ele não percebeu, pois a bruma do torpor já estava por demais avançada naquele momento, mas a múmia que ele com tanto carinho depositou na dama de ferro havia interrompido sua viagem sem sentido em busca da lucidez e encontrou um propósito em sua loucura, uma semente falha em sua árvore. Um homem que geraria a custa de sua não vida a chave para a sua libertação. O que Malkav não sabia é que sobreviver aos companheiros de sua filha, ele teria de ajudá-los indiretamente, assim como ao mundo e ao tolo que lhe prenderá, indicando-lhes o caminho contra aquele que eles tanto ansiavam batalhar. O destino é algo engraçado… Sem saber, ele talvez reparasse o erro de seu inimigo, fato que ele só percebeu enquanto ria desta terrível piada, que infelizmente ele não fora o autor, quando seus irmãos quebraram o voto de não interferiram na máquina da Jyhad para lhe dar o sono eterno da morte final.


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