Desligamento escrita por Lena Rico, Ana Valentina


Capítulo 7
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Oiie queridas leitoras!
Bem vindas de volta, espero que continuem gostando de Desligamento e enviando os seus reviews.
Obrigada por todo o carinho.
Beijinhos de
♥ Lena Rico e Ana Valentina ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/319446/chapter/7

Prendi meu cabelo castanho levemente ondulado num rabo-de-cavalo, vesti a blusa branca do uniforme, coloquei um jeans escuro surrado e calcei minha sapatilha lilás, combinando com minha bolsa de pano. Desci as escadas correndo e sai batendo as portas, não havia mais ninguém em casa. Minha mãe estava trabalhando na Cavasana e meu pai não mora mais com a gente.

Fiquei sentada em um banco em baixo de uma árvore em frente de casa esperando Jaqueline passar para irmos juntas ao colégio. Quase não nos falamos na semana passada, ao menos iríamos conversando pelo caminho até chegar ao colégio, onde então nos separaríamos novamente.

Assim que Jaqueline chegou, me levantei, coloquei a bolsa no ombro e fomos caminhando devagarzinho, ainda estava cedo, o sol mal havia saído, tínhamos bastante tempo até dar a hora que os portões seriam fechados.

Normalmente íamos tagarelando o caminho inteiro e continuávamos mesmo após entrar na sala de aula, mas dessa vez não tínhamos muito o que conversar. Ou melhor, tínhamos algo para conversar, e provavelmente bem sério.

— Oi Jac, você poderia me contar o que realmente houve entre você e Laura? Você disse que eu não tenho nada a ver com isso... Então provavelmente deva ser ela. – tomei coragem e questionei o que me corroeu a semana inteira e desperdiçou meu fim de semana.

Jaqueline apenas deu com os ombros e disse:

— Prefiro não dizer ainda, mas você deveria me ouvir... Aquela Laura não vale nada.

— Jac! Por que tanto mistério? Você não poderia só me dizer o que ela lhe fez?!

— Por que eu deveria contar a você? Provavelmente você também não contou tudo para mim... – ela disse olhando com seus olhos claros quase me perfurando e em suas palavras senti um tom intimidador. Preferi ficar quieta.

Realmente havia muita coisa que eu não havia contado a Jac... Não por não confiar nela, mas porque ela fazia parte de minha nova vida e tudo aquilo fazia parte da vida que eu deixara para trás e eu não queria misturar as duas coisas.

Não havia motivos para que eu contasse a ela sobre Ál, sobre os maus tratos e calúnias que sofri por estar ao lado dele. Sobre como foi dolorosa nossa separação e como mesmo fingindo, nunca o esqueci.

Seguimos o caminho caladas cada uma, mergulhada em seu próprio pensamento. Segui lembrando dos meus últimos dias com Álvaro...

Assim que nos mudamos para Jales, Ál viera conosco. Eu já estava mais grandinha e ele disse que havia algumas coisas que era preciso eu entender.

— Julie, você não pode mais dizer aos outros que esta me vendo. Existem coisas, que não podemos dividir com os outros... Às vezes até mesmo as pessoas que nos amam, não estarão preparadas para entender. Você compreende? – eu acenei que sim com a cabeça e ele prosseguiu — Chegou a hora deu ir, foi muito bom estar aqui com você, mas... É contra as regras eu permanecer ao seu lado... Preciso deixa-la crescer sem se apoiar a mim. – disse Álvaro com os olhos tristonhos sentado na janela do meu quarto, enquanto eu observava-o sentada na cama.

— Ál, eu irie te ver algum dia?

— Eu voltarei para te buscar...

— Mas como eu irei saber quando?

— Apenas acredite com todas as forças que tiver... E eu virei te buscar. – disse Álvaro passando a mãozinha nos olhos brilhantes, mas nenhuma lágrima escorreu, em seguida estendeu-me a mão entregando uma linda flor — Ela se chama sempre-viva e mesmo que desapareça por algum tempo... – disse ele antes de desaparecer.

Comecei a chorar, eu sentia como se estivesse sendo abandonada e assim me senti por longos anos.Ál era o único amigo que eu tinha, era quem me protegia sempre que me sentia em perigo... Cresci sozinha como ele me disse, mas jamais sem o apoio dele. Eu sabia que Álvaro queria que eu me transformasse em uma mulher forte e independente, e ao mesmo tempo em que eu consegui e jamais fiz o que ele me pediu...

Sim, eu andei só por muito tempo no Prata, enfrentei críticas e ofensas, eu fui forte como ele disse, mas eu só fui forte por que eu ele havia prometido me buscar, ele iria voltar e eu deveria estar aqui, esperando-o, não importe o que acontecesse, eu o esperaria.

Apoiei-me nele, mesmo que ele não estando mais aqui e cheguei a tal ponto em que preferia morrer a ir ao meu antigo colégio, sofrer todos os dias, sem que ao menos eu pudesse vê-lo.

Assim que me tornei adolescente, passei a imaginar que Álvaro seria meu príncipe e que um dia voltaria para me buscar.Beijar-me-ia despertando de um sono eterno e eu descobriria quetoda a minha vida, não se passara de um longo sonho ruim. Sim, Ál fora o primeiro e o único garoto que eu amei e talvez ainda o ame...

Pensei no garoto misterioso que eu vira no Euphly em meu primeiro dia de aula e desejei do fundo do meu coração que ele fosse Álvaro...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!