Desligamento escrita por Lena Rico, Ana Valentina


Capítulo 36
Capítulo 35


Notas iniciais do capítulo

Em breve o capítulo 36 :D... Comentem !!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/319446/chapter/36

—Ál? Onde estamos? – disse atordoada

—Já chegamos querida, você se sente bem? – disse-me com tom preocupado.

—Sim. Estou apenas um pouco tonta, mas logo passa. Como chegamos até aqui? –perguntei.

Álvaro estendeusua mãoe ajudou-me a levantar, o mundo parecia girar à minha volta e precisei esforçar-mepara conseguir visualizar ao redor.

Alguns minutos mais tarde minha cabeça já estava no lugar certo e minha visão voltou ao normal, foi quando pude analisar melhor o lugar.

Se fosse usar uma única palavra para descrever o lugar seria:maravilhoso.Vasculhei minha mente para saber se já estivera ali antes, pois o ambiente parecia muito familiar para mim, mas mesmo assim não encontrei nada que me ligasse à ele.

Era basicamente um jardim, o jardim mais lindo que já vi em toda a minha vida.Era quase impossível acreditar que tudo era real, que estava tudo ali pertinho de nós. Numímpetocorri para tocar as flores, existiaaliinúmeras espécies decores exuberantes,cada uma mais linda que a outra.Flores que não conhecia onome e que nem sabia da existênciadelas.

Era um jardim de porte médio, com inúmeras floresem toda parte,mas havia uma clareira no meio, que abrigavaum coreto branco. Maisflores entrelaçavam os pilares e o corrimão da escada que levava até o centro do mesmo.Operfume ali era incrível, nunca havia sentido nada como aquilo.

—IN-CRÍ-VEL –berreiquase sem fôlego

—É o meu lugar favorito Julie, fico feliz que tenha gostado – disse-meÁlcom um sorrisodeslumbrante.

—E como não iria gostar? É simplesmente maravilhoso. Afinal, como chegamos até aqui? – percebi queeleevitava minha pergunta.

—É apenas uma memória Ju, mas isso não importa agora. Venha vamos subir no coreto – Álvaro segurou minha mãe e puxou-me com ele.

Subimos a pequena escada que levava ao coreto.Era ainda maisincrível ver a paisagem de cima.Observar as plantas que se esgueiravam em volta da pequena construção,como se tudo fosse um enorme quebra cabeçasondetodas as pecinhas se encaixavam.

Era o lugar mais lindo e romântico que já vi em toda a minha vida.

Álcontinuava segurando a minha mão enquanto admirávamos o jardim, observavatudo nos mínimos detalhes tentando gravar tudo em minha mente, realmente não era algo que veríamos a todo instante.

—Julie, aqui podemos fazer qualquer coisa. Na verdade este pequeno mundo foi eu que criei, criei pensando em você. Sabia que algum dia teria a oportunidade de trazer-teaqui.Na verdade, eu fiz este jardim para você.

Não consegui processar toda essa informação, como assim fez para mim? Como isso era possível?

—Vocêestá dizendo quecriou este jardim? Mas isso é impossível!! É tudo tão maravilhoso para ser criado por um ser humano. Não posso simplesmente acreditar… –Álcolocou seu indicador em meus lábios, calando-me.

—Julie, você esqueceu que não sou humano…E além do mais,podemos fazer qualquer coisa emSummerland. Ainda é muito cedo para você entender tudo isso, mas não se preocupe um dia você entenderá. – disse-me.

—Estamos emSummerland?Entãaao, eu morri? – assim queÁltirou o dedo dos meus lábios consegui perguntar.

—É claro que nãobobinha, ainda não chegou sua hora. Isso é apenas uma memória, não esqueça. – disse-me—Vamos dançar?

—Eeeeunão sei dançar – disse,corando.

—Você quer? Você consegue, apenas feche os olhos e deixe-me te conduzir – enquanto falavaÁlestendeu a mão para mim.

—Eeeu… Éclaro. – segurei sua mão e fechei os olhos, deixando-o me conduzir.

Álvaro me conduziu para o centro, levou minhas mãos para seu pescoço e pousousuas mãos na minha cintura, puxando-me para mais perto…Quandopercebi que estávamos tão próximos, travei.

Estava tão tensa e tão nervosa que não sabia o que fazer.Tudo o que eu mais queria era ficar com ele, mas agora que estávamos tão perto não sabia o que fazer.Tinha medo de fazer algo errado, de afastá-lo de mim.Sentia minhasbochechasqueimando,atépodia imaginar como minhafaceestaria: igual um tomate.Minhas mãos ficaram trêmulas ao toca-lo.Álvaro agoraestavamais real do que nunca…

—Está tudo bem Julie, fique calma – sua voz de veludosoou melódica no meu ouvido.

Num instanteuma tranquilidade invadiu meu corpo, relaxando todas asminhasterminações nervosas.Concentrei-me na leve brisa que tocava nossos corpos e começamos anos moverno ritmo davalsa.Havia uma música maravilhosa ecoando distante,fiquei comimpressãodequeelaestava apenas em minha cabeça.Respirei fundo e percebi que não me importava com mais nada……Álera tudo na minha vida.

A música foi ficando cada vez mais baixa até que acabou, mas aindapermanecemos juntos, abraçados, aproveitandocadamilissegundos daquelemomento.E afraca possibilidade de voltar à realidade me fez tremer.

—Você está bem? – Álvaro sussurrouem meu ouvido.

—Nunca estive melhor… Mas tem algo que eu quero fazer – disse com voz trêmula.

Afastei minha cabeça do ombro de Álvaro e o encarei. Seu rosto estava tão perto do meu, e seus olhos muito verdes faiscavam. Havia pureza ali, como se todas as coisas boas morassem dentro dele.Como se nenhum mal pudesse nos afetar, enquantoestivéssemosjuntos.

Minhas mãos ainda estavam em seu pescoço, não sabia exatamente o que faria a seguir, mas tinha certeza do que queriae de queera o momentocerto.

Minha mão direita desviou-se para seu rosto, tocando sua pele de porcelana, enquanto prendia seu olhar.

Depois disso tudo aconteceu muito rápido, ainda é complicado de entender a sucessão dos fatos e o porquê da rejeição.Em um minuto estávamos muito próximos,encarandoum ao outro. Nomomento seguinte,meu rosto se movia involuntariamente em direçãoao rostodeÁle meus olhos se fecharamenquanto meus lábios tocavam osdele.

No momento em que nossos lábios se encontraram tudo mudou.Álsimplesmente sumiu dos meus braços e não tendo em quem apoiar acabei de cara no chão, mas não parou por ai.

Estava caindo, tudo havia ficado para trás… Álvaro, o jardim, a noite perfeita, tudo foi embora…restando apenas escuridão.

Minha cabeçadoía, não consegui encontrar nada em que agarrar,como se estivesse em um túnelescorregadio…Eucontinuava caindoecaindo….

Com um baqueensurdecedorcheguei ao final do túnel… Minha cabeça latejava.Tentei abrir meus olhos,mas tive dificuldades nas primeiras tentativas.Quando consegui,o mundo estava girando novamente.

Precisei de alguns minutos, respirando profundamente, abrindo e fechando os olhos paracomeçar asentir-memelhor.

Meu tempo havia acabado.

Assim que consegui enxergar aonde estava me surpreendi. Tudo o que euconseguia verera um céu negro, um vento gelado percorreu minha espinha.

Estava deitada emcima de uma superfície rústica e gelada.Levantei-metão rápido que minha cabeça girou novamente. Olhei ao redor e estava na praça oriental novamente.

Procurei por Álvaro institivamente, mas não o encontrei.

Estava sozinha.

Um turbilhão de pensamentos invadiu minha mente, meu corpo estava pesado demais,milhõesde sentimentos se agitavam em minhamente.

—ÁLVAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAARO – griteitão alto quanto pude,enquanto minhas lágrimas caiam compulsivamente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Desligamento" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.