Desligamento escrita por Lena Rico, Ana Valentina


Capítulo 35
Capítulo 34


Notas iniciais do capítulo

Desculpem por estarmos demoram para postar os capítulos, ultimamente estamos com pouco tempo... Esperamos que continuem lendo. Beijinhos ♥



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Depois que saímos do cinema Jac percebeu que eu não estava muito confortável com ela ao nosso lado e resolveu nos dar um pouco de privacidade, despediu-se e foi embora. Respirei aliviada por isso, não que eu não gostasse da companhia dela, mas eu também não estava tão acostumada a ter a atenção de Ál voltada para mim, era estranho.

Após despedirmos de Jac fomos a uma sorveteria. A tarde estava bem quente e um pouquinho de sorvete iria aliviar os ânimos. Estar com Ál tomando sorvete em pleno fim de tarde era uma experiência agradável, além do sorvete observávamos as nuvens ficarem prateadas e surgirem tons avermelhados e rosados. Era incrível estar com ele.

— Ál em que está pensando agora? – era difícil ler seu rosto.

— Estou pensando em como você é linda e como sou sortudo por ter alguém como você – disse com um sorriso deslumbrante, fazendo-me corar.

— Eeerrr… obrigada. Mas quem tem sorte aqui sou eu! – isso era verdade, tinha muita sorte por ter um “anjinho” lindo tomando conta de mim ou seria um elohim? Ainda tinha dificuldades em pensar nesta palavra. Afinal, tudo ficava muito mais surreal.

— Julie, o que faremos agora? – ele disse fazendo com que eu percebesse um tom de preocupação em seus olhos.

— Acho que temos que tomar todo este sorvete antes que derreta! Não queremos ficar lambuzados…Ou queremos?! – falei com um sorrisinho maroto.

— Acho que você entendeu o que eu quis dizer.

— Bom, isso não importa. Vamos curtir o momento, estamos aqui agora e isso é tudo o que importa – apesar de todo aquele assunto sério parecer nos perseguir eu só queria uma vida normal como qualquer adolescente, isso seria pedir muito?

— Tudo bem. Carpe diem, entendi. Então… posso te levar no meu lugar favorito?

Meu coração bateu desenfreadamente em meu peito, que lugar favorito era este?

— Sim. Mas quando? – estava ansiosa demais.

— Hoje à noite, se você não tiver outro compromisso.

— É claro que não tenho! – quando percebi as palavras tinham saído rápido demais, arrancando uma risada dos lábios dele.

Ficamos mais um tempo sentados na sorveteria, apenas trocando olhares. Era uma ocasião muito especial para nós: nosso primeiro encontro. E essa nossa proximidade depois de ficar tantos anos afastados, depois de tantos desencontros, tornava tudo ainda mais especial.

E foi quando percebi, não que eu não soubesse antes… Mas só agora eu senti uma certeza absoluta em meu ser…. Álvaro era o amor da minha vida, aquela pessoa que todos nós esperamos, as vezes até a vida toda. Aquele amor que só experimentamos uma vez na vida, como se fôssemos destinados um ao outro. Eu o amava e nada que acontecesse conosco iria mudar isso. Ele sempre estaria em meus pensamentos, éramos como almas gêmeas e essa constatação me fortaleceu. Com Álvaro ao meu lado eu poderia vencer qualquer turbulência, nada no mundo poderia me afetar.

Depois de sair da sorveteria com aquela sensação gostosa no peito, caminhamos de volta para casa. Ál me deixou na porta e despediu-se com um beijo na testa. Ele foi para não sei aonde, fazer não sei o quê. Isso era chato, mas não tinha como eu saber.

Eu estava novamente sozinha em casa, sem a mínima ideia do lugar em que iria com Álvaro e sem saber o tipo de roupa que deveria usar para a ocasião. Fui para meu quarto e enterrei-me nas inúmeras opções de visual que poderia montar.

Estava tão distraída me arrumando que não percebi quando minha mãe e Danita chegaram, muito felizes. Pelo jeito, tiveram um dia maravilhoso ao lado de Fernando, o que deixava-me feliz, sinal de que o processo caminhava para a nossa vitória.

Danita queria pedir pizza e mesmo eu falando que iria sair com um amigo (o que rendeu muitas gracinhas da parte dela), não me deixou sair sem antes comer. Não tive outra escolha a não ser descer para a cozinha e jantar com elas.

Danita foi correndo para mamãe contar a novidade: “Julie está namoraaan-ando!” Depois de explicar mil vezes para elas que não estava namorando e que Álvaro era apenas um amigo que conheci na festa de Laura elas me deixaram em paz. Mas antes mamãe me fez prometer que o levaria para jantar em casa qualquer dia desses.

Comi dois pedaços de pizza de palmito e dois copos de coca, corri para o quarto para escovar os dentes e dar mais uma olhada no espelho antes de encontrar-me com Ál. Ele havia me dito que estaria em casa as oito horas da noite e já era quase isso.

Uma olhadela no espelho mostrou uma garota pálida, com tamanho mediano, cabelos castanhos escovados, vestida com moletompink, blusinha básica branca por dentro da calçaskinnyeall starbranco. Estava vestida casualmente para um passeio misterioso, o moletom serviria para aplacar o vento frio da noite de agosto.

Estava descendo a escada para esperá-lo no jardim quando ouço uma batida na porta, meu coração disparou dolorosamente, e em um ímpeto corri para a porta.

Imaginei como minha família reagiria se vesse ele apostando que não seria nada legal. Abri a porta ansiosa para fugir logo dali e dei-me de cara com Fernando. Suspirei aliviada, e tentei parecer normal.

Ele disse-me algo sobre ter vindo trazer um presentinho para Danita, já que a causa estava quase ganha. Foi quando percebi que ele também se importava com ela. Danita era um doce e conquistava todos com quem interagia.

Abri a porta mais um pouco para ele entrar e o acompanhei até a cozinha, onde as duas estavam conversando e devorando outros pedaços de pizza. Mamãe ficou surpresa pela visita do advogado, mas Danita correu para abraçá-lo. E da porta da cozinha com um aperto no coração, percebi que os três juntos pareciam ser uma família feliz.

Despedi-me delas rapidamente, cumprimentei-o e sai para o jardim ouvindo as recomendações da minha mãe: chegar em casa antes das onze, o que era bem injusto.

A noite estava gélida e o céu bem estrelado e limpo, simplesmente linda. Perdida em pensamentos senti uma mão no meu ombro, virei-me assustada e lá estava Álvaro.

— Então…. aonde vamos? – perguntei ansiosa para saber nosso destino.

— É um lugar mágico Julie. Vou te mostrar meu lugar favorito, mas não será real… é apenas uma memória. Você compreende?

— Uma memória? Como assim memória? – cada palavra vinda de Ál era um mistério.

— Você ainda não está preparada para visitá-lo de verdade, então te mostrarei uma memória do lugar. Você poderá vislumbrá-lo, mas não será real, será como uma projeção e ficaremos apenas por alguns minutos… Você está pronta?

A verdade é que ainda não tinha ficado claro para mim esta coisa de memória, mas qual era o problema disso? Qualquer lugar com Ál seria maravilhoso, com ele estava mais do que segura.

— Sim, estou.

Ál segurou minha mão e me puxou para acompanhá-lo, andamos por alguns minutos, uma longa distância. Conhecia bem o caminho, estávamos indo em direção à rodoviária da cidade, mas não fiz questão de questioná-lo, aquela mão quentinha estava segurando a minha e tudo o que eu conseguia pensar é em como minha vida estava se transformando…. De pacata e sem graça à maravilhosa.

Chegamos na praça oriental próxima à rodoviária, que apesar de não ser lá grandes coisas, ainda era bem romântica e estava bem tranquila. Dava para visualizar bem a noite, mas ainda assim não entendi o que aquela praça tinha a ver com o lugar de Álvaro.

— Entãaao…. Seu lugar favorito é essa pracinha? – questionei desapontada.

— Não Julie, mas aqui é um lugar bem legal, sossegado. Um bom ponto de partida para chegarmos lá. – disse ele, era tanto o mistério que eu apenas concordei.

Sentamos em um banquinho perto de uma árvore com flores brancas e cheirosas e ficamos frente a frente um para o outro.

— Dê-me suas mãos, Julie – disse-me Álvaro. Assim que as estiquei ele as envolveu suavemente com as suas.

— Julie, vamos meditar um pouco… Logo você estará ligada a mim. Verá tudo o que vejo, mas nada poderá te ferir.

Concentrei-me naqueles olhos verdes lindos que pareciam trocar de cores de acordo com a iluminação do ambiente até que Ál me pediu para fechar os olhos e limpar os meus pensamentos, todos, inspirando e expirando profundamente, contando bem devagarinho. E foi o que fiz….

Um….

Dois…

Três….

—Julie. Julie. Você me ouve? Abra os olhos querida… – ouvi uma voz fraquinha, vindo de muito longe, como se eu estivesse sonhando…

Abri os olhos e havia um par de olhos muito verdes me encarando, e tudo o que encontrei neles foi…. Amor.


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