Desligamento escrita por Lena Rico, Ana Valentina
Notas iniciais do capítulo
Acesse o link abaixo e confira quem foi o(a) ganhador(a) do sorteio Para Sempre:
https://lenaeanapouch.wordpress.com/2013/08/19/ganhadora-do-sorteio-para-sempre/
Beijinhos
♥ Lena Rico e Ana Valentina ♥
Antes que retornássemos aquele estado mental fúnebre, soltei-me de Álvaro, indo apressadamente até o guarda-roupa para em seguida sair correndo pela porta do quarto com uma calça skinny e uma baby look branca estampada sobre o peito “you like this” em direção ao banheiro.
Deixei o banheiro em cinco minutos, completamente trocada. No caminho de volta ao quarto encontrei meu antigo All Star branco, já um pouco surrado e calcei-o andando em encontro a Álvaro que estava encostado na porta do quarto, de braços cruzados.
— Vamos aproveitar que você está materializado e vamos sair! Que tal irmos ao cinema?! Abriu um aqui na cidade, não fica muito longe… Podemos ir andando. – fui dizendo logo de cara, antes que Ál decidisse cortar o barato com algum papo sério.
De fato eu não era esse tipo de garota avoada, mas acontece que depois do que Álvaro falou, o que eu mais precisava era espairecer a cabeça. Não precisava de muita coisa para que eu pudesse entender o que estava ocorrendo… Só restava eu saber, quando eu realmente iria enfrentar a situação.
Nada adiantaria perder a bela tarde ensolarada em casa, no quarto, remoendo com Álvaro todos os erros que ambos havíamos cometido e planejar diversos planos mal fundamentados para adiar o inevitável.
Peguei Ál pelo braço e desci as escadas puxando-o. Ao passarmos pela sala, parei em frente a estante, peguei o porquinho rosado de porcelana e comecei a chacoalhá-lo de ponta-cabeça para que as moedas saíssem sem que fosse necessário quebrá-lo.
Seguimos em direção ao cinema de mãos dadas, quietos e com os bolsos cheios de moedas… Até parecia que tínhamos acabado de assaltar a igreja.
Dentro de alguns minutos atravessamos a Avenida João Amadeu e caminhamos por mais algum tempo discutindo qual filme iriámos assistir. Assim que chegamos ao cinema, verificamos todos os filmes em cartazes e acabamos por escolher “Eu sou a Lenda”.
Eu já havia assistido este filme antes, mas assistir com Álvaro ao lado, era bem diferente. Escolhemos um lugar na primeira fileira, enquanto eu guardava o lugar, Ál saiu para comprar pipoca e milk shake.
Assisti confortavelmente escorada no ombro de Ál, que fazia cafuné em minha cabeça e entre um intervalo e outro dava-me beijinhos na testa e na bochecha. Quando estava aproximadamente na metade do filme, Álvaro questionou se o braço da poltrona estava incomodando-me, assenti que sim com a cabeça. Ele pediu baixinho para que eu me afastasse e ergueu o braço da poltrona, passou delicadamente seus braços em volta da minha cintura, fazendo-me aproximar ainda mais dele.
Estava tão gostoso e tranquilo ali, nos braços fortes e másculos de Álvaro que acabei adormecendo e deixando a cabeça cair sobre seu peito…
Acordei com Álvaro sussurrando meu nome e dizendo que o filme havia acabado. Abri os olhos devagarzinho e vi várias pessoas se levantando e passando em direção a saída.
Nos levantamos e fomos caminhando entre as pessoas devagarzinho, sem pressa. Paramos para dar passagem à um grupo de cinco pessoas que estavam se amontoando para sair juntos e Álvaro aproveitou para passar novamente seus braços em torno de mim. Por um curto instante, tive a impressão de ter ouvido alguém gritar pelo meu nome. Levanto os olhos e avisto no fundo do cinema, Jack, toda sorridente abanando as mãos em nossa direção.
— Nossa Julie! Caramba, eu não esperava te encontrar aqui. E a Danita? Sua mãe chegou mais cedo em casa??? – disse Jack ainda de longe, avançado entre as pessoas.
Eu apenas deixei um sorriso amarelado escapar por entre os lábios.
— Uáu! Você deve ser o namorado da Julie, Álvaro, né? – perguntou Jack assim que se aproximou — Prazer, eu sou a Jaqueline, mas todo mundo me chama de Jack. – se apresentou ela estendendo a mão.
— Oi, o prazer é meu. – respondeu Ál sem contestar sobre nosso relacionamento confuso.
— Jú, se você quisesse sair com seu namô novo, era só me falar! Não precisava mentir que ia cuidar da Dani… – disse Jack com um sorrisinho maroto nos lábios.
Durante a conversa, fui andando automaticamente em direção a saída ainda abraçada com Ál. Fui andando de modo tão robótico que nem percebi quando estávamos fora do cinema. Não fazia a menor ideia do que dizer a Jack… Eu havia mentido para ela. Eu estava evitando que ela visse Álvaro. E agora eles estavam ali, caminhando lado a lado…
— Julie… Julie… Eu estou falando com você! … Ai… ai… Você está tão apaixonada assim que não consegue me ouvir?
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