Desligamento escrita por Lena Rico, Ana Valentina


Capítulo 31
Capítulo 30


Notas iniciais do capítulo

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Beijinhos

♥ Lena Rico e Ana Valentina ♥



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As semanas seguintes foram agitadas, minha mãe e nosso advogado Fernando estavam mais do que agitados na causa de Danita, ela lutava pela guarda definitiva da menina e pela punição dos pais da mesma. Nunca entendi direito esta parte jurídica e por isso preferi não me envolver nos detalhes, confiava em minha mãe e lá no fundo já tinha certeza que nossa causa estava ganha, no entanto, havia outras coisas para se preocupar…

Tive que voltar para minha vida cotidiana, escola, lição de casa e olhar Danita, admito, não foi agradável voltar para as aulas e descobrir que a escola inteira já estava sabendo sobre Laura e eu  éramos irmãs. Para ser franca, nem havia pensado nessa possibilidade, não que eu ligasse para as pessoas lá da escola, mas havia alguém que eu me preocupava e muito. Alguém que acabei deixando de lado pra ficar com Laura, Jac, minha melhor amiga.

Sempre soube que Jaqueline não ia com a cara de Laura, eu até compreendia isso, mas vê-la me ignorar dia após dias me deixou quase louca. Ela passou a ser minha amiga desde o primeiro dia de aula, naquela escola nova, e agora eu a tinha magoado. Não teria me custado nada ter mandado um SMS contando as novidades, ligado, mandado uma mensagem pelo face ou ido à casa dela contar pessoalmente, mas não fiz nada disso… Com tantas coisas acontecendo na minha vida esqueci de Jac, eu sei… Sou uma péssima amiga, mas estava disposta a me redimir por isso.

As coisas ainda estavam doidas ao meu redor, minha mãe estava cada vez mais envolvida na causa de Danita, quando não estava no trabalho estava mergulhada em livros de direito, internet e passando o tempo conversando com o Fernando… Isso me deixava feliz por um lado, pois era muito bom ver minha mãe tão concentrada em algo. Danita estava passando mais tempo conosco agora. Ela até estava dormindo lá, minha mãe recusava a hipótese de deixá-la voltar para casa de seus verdadeiros pais, então quando não estava na escola, ficava estudando, brincando e me ajudando em nossa casa. Eu nunca fui egoísta, mas ultimamente andava muito cansada disso, estava confusa e sozinha, as coisas pareciam estar ruindo ao meu lado.

Certa manhã, ao ir para a escola, pensativa sobre como resolver as coisas com Jac, senti aquela sensação de estar sendo perseguida, olhei ao redor, e não vi nada… Apressei meus passos e comecei a prestar atenção em sons diferentes… Não estava muito longe da escola e nesse novo ritmo logo estaria segura no pátio do Euphly.

— Julie! Espere – disse uma voz conhecida.

Virei-me e meus músculos congelaram no lugar, ali estava à única pessoa do mundo inteiro capaz de me fazer sentir melhor, capaz de me proteger de eu mesma, dos meus sentimentos confusos e contraditórios… Ál.

— O que você está fazendo aqui? E por que está me seguindo? – disse a primeira coisa que me veio à mente.

— Bom, eu só queria conversar com você um pouquinho… Posso te acompanhar? – não pude recusar.

Caminhamos juntos, com passos lentos, até a escola, ele me pediu desculpas pela noite da festa e por não ter entrado em contato comigo nas últimas duas semanas, o que era até previsível, ele sempre estava sumindo e aparecendo de novo e de novo. Mas a coisa mais bonita que ele falou e que acreditei com toda a minha força foi que sempre estaria comigo, que cuidaria mais de mim de agora em diante, que sempre estaria por perto, para conversar, rir, brigar comigo se fosse necessário e por um pouquinho de juízo em minha cabecinha, como se isso fosse realmente necessário. Até me deu um conselho, disse que eu deveria resolver minha situação com Jac ainda hoje.

Sentada em minha cadeira na sala de aula, depois de ter me despedido dele horas antes, foi que percebi que Álvaro não teria como saber da minha relação com Jaqueline. Um pensamento passou por minha cabeça e fiquei super feliz: tínhamos marcado um passeio para hoje à noite, sexta-feira. Ia ter cinema e ele me chamou para ir, acusando que eu deveria sair de casa para distrair um pouco e que faria bem a mim.

Abordei Jac no término do dia, quando estávamos saindo para o almoço, ela relutou em olhar para mim, mas agarrei seu braço e puxei-a em direção oposta ao aglomerado de alunos.

— Jac, eu sinto muito, mas precisamos conversar, precisamos resolver nossa situação ainda hoje, eu odeio ficar sem falar com minha melhor amiga.

— Sério? Então quer dizer que agora eu sou sua amiga? – seu tom era de sarcasmo, o que me deixou irritada, nunca tinha visto ela assim.

— Você sempre foi minha amiga e por isso tem a obrigação de me ouvir, ouça o que eu tenho a dizer antes de me crucificar viu? – como ela não disse nada, apenas olhou e confirmou com a cabeça, continuei — Eu sei que errei, que deveria ter te contado em primeira mão sobre minha relação com Laura… Eu sei disso, mas imagina como isso foi para mim? Descobrir que tenho uma irmã assim do nada, e imagina, ainda mais quando essa irmã é nada mais nada menos do que a garota mais popular da escola. A mais bonita e perfeita, e superficial. A menina rica que estuda com os pobres. A menina que cola de mim em matemática. Aquela que se acha superior a todas nós? Será que você consegue ver isso? Foi muito doloroso para mim, descobrir que meu pai e a mãe dela estão apaixonados e que estavam assim há anos atrás, isso é doloroso Jac. Saber que, apesar de ter sonhado a vida toda com uma irmã, a vida me deu uma que sempre me deixará de lado, porque vivemos em mundos diferentes. Sem falar nos problemas da minha mãe, Danita, no Ál e tudo mais. Eu estou exausta, eu sinto muito a sua falta, quando passávamos o dia todo conversando sobre nossos livros e filmes preferidos, quando assistíamos Fairy Tail juntas. Sinto tantas saudades dessa época, de passar o intervalo todo na biblioteca discutindo quem é o melhor escritor, ou quais são as poesias mais legais de todos os tempos, me desculpa por não ter te contado tudo antes Jac, você é muito importante para mim, não quero perder sua amizade, por favor, perdoe-me – nesse ponto já não conseguia esconder minhas lágrimas, que escorriam em meu rosto.

— Eu te desculpo Jú, também senti muito a sua falta – percebi que ela também chorava, abraçamos e ficamos um tempo chorando juntas.

— Jú??

— O que foi?

— Quem é Ál? – de repente percebi que nunca havia contado para ela sobre meu amigo invisível.

— É um menino que eu conheci há um tempão – não conseguia contar a parte em que ficamos muitos anos separados.

— Se ele é seu amigo de infância, porque ele te causaria problemas então? – sua pergunta era óbvia e já não poderia mentir para ela.

— Há duas semanas eu o reencontrei na festa que Laura me levou, mas ele me ignorou completamente, fingiu que não me conhecia, mas depois voltou atrás e prometeu cuidar de mim. – não tinha ideia do que ela poderia pensar de mim.

— Acho que alguém aqui está apaixonada – disse com um sorrisinho nos lábios. A essas alturas as aulas já haviam acabado e já estávamos indo embora. Jac morava lá pelos lados da minha casa e costumávamos ir e vir juntas.

— Não, eu gosto dele, mas não estou apaixonada – pensei a respeito, sempre amei Ál, mas era estranho falar isso em voz alta — Eu acho.

— É claro que está! E estou louca para conhecê-lo, imagina só, vou adorar dar uma forçinha para vocês – disse com mais uma risadinha.

— Ai, ai, ai Jac. Qualquer dia eu te apresento ele, mas acho melhor deixar a mãozinha para lá – não pude deixar de fazer careta ao imaginar a situação.

— Bem, Jú, tem algo que eu devia te contar sabe, agora que você e Laura estão bem mais próximas, mas você tem que prometer não contar para ninguém viu? Nem para o seu namorado – disse-me séria.

— Jac, eu não tenho namorado! Mas eu prometo que não vou contar para ninguém. – disse ansiosa pela revelação que estava por vir.


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Notas finais do capítulo

Post Especial nº 100: https://lenaeanapouch.wordpress.com/2013/07/19/post-especial-no-100/

Sorteio Para sempre:
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