Desligamento escrita por Lena Rico, Ana Valentina


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Oiê, bem-vindas(os) de volta.
Como os reviwes foram muito f*d@ espero que eu tenha conseguido manter o nível para vocês.
Demorei um pouco para postar pois prezo muito a qualidade do texto, seu conteúdo e de nada adianta ficar postando caps e caps lix*s feito uma louca dos gatos...
Quem tem gatos não se ofenda... EU TAMBÉM sou viciadas nessas fofurinhas, só acho essa expressão engraçada, pois se um dia eu ficar louca #Deus me livre - eu serei uma louca dos gatos... kkkk
Boa leitura :)
__________________ AVISOS ____________________________
Caso tenham recebido atualização deste capítulo, não é necessário reler. Eu apenas fiz uma correção ortografica que havia passado despercebida. Obrigada pela atenção e aguardem o cap. 3 segunda-feira.



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Afundei-me na cama indignada com a insistência de Laura, chateada com o desaparecimento de Álvaro, e furiosa com toda minha vida. Fechei os olhos e vi tudo acontecer novamente em minha mente desde que tudo aquilo começou...

Tudo começou quando eu ainda era criança. Eu era uma garotinha muito tímida e quase não me comunicava. Assim que entrei na escola, o contato com outras pessoas (professores e alunos) tornou-se inevitável.

Lembro brevemente do meu primeiro dia de aula na pré-escola... Minha mãe me deixou com a professora na porta da sala, havíamos chegado atrasadas, morávamos em São Paulo e o caminho até o colégio era um pouco distante.

Se eu disser que lembro o nome da professora seria desonesta, porém lembro nitidamente de suas feições. Ela era branca, de cabelos lisos e escuros, parecia jovem, porém triste e tinha uma cara de tédio... Despedi de minha mãe morrendo de medo, acho que era a primeira vez que estava ficando sozinha com pessoas desconhecidas.

A professora me guiou sala à dentro, disse para que me senta-se, no entanto fiquei em pé. Observei vários meninos e meninas brincando e conversando como se já se conhecessem há anos e achei que seria melhor esperar que algum deles me convidasse. Fiquei em pé, esperando por um bom tempo e ninguém sequer me notou. A professora foi separar dois meninos que começaram a brigar e eu fiquei esquecida ali.

Posso descrever o que senti naquele momento como se estivesse ocorrendo agora, posso sentir os mesmos sentimentos só de lembrar... Uma bola parou em minha garganta e senti um frio no estômago me deixando enjoada, uma dor no peito e uma sensação de estar invisível me dominaram. Comecei a pensar que só minha família podia me ver... Comecei a sentir medo.

Fiquei com medo de não poder ser vista pelos outros alunos e tive vontade de correr para os braços de minha mãe, de ir embora para casa... Mas, quando me virei para porta, minha mãe não estava mais lá e fiquei com mais medo ainda. Tive medo de que ela não estivesse me esperando na hora de ir embora, que nunca mais fosse vê-la... Comecei a chorar e a sentir falta de ar. Eu tinha asma.

De repente uma mão tocou meu ombro, tranquilizando-me aos poucos como um anjo, me virei assustada, secando o rosto com as mãos para esconder as lágrimas. Um menino moreno, de cabelos castanhos escuros, olhos verdes e com os dentes da frente levemente tortos, sorrindo me diz:

– Sou Álvaro. E você?

– Julieta.

– Sente-se aqui. – ele aponta para uma cadeira vazia ao lado da dele, no meio da sala.

Brigada. – agradeci colocando minha bolsa sobre a mesa – O que tem que fazer?

– Antes de você chegar, a professora nos ensinou a fazer bichinhos com massinha.

– Como que faz? – fiquei com vergonha de chamar a professora, teria de falar alto e isso chamaria a atenção de todos para mim, então achei melhor perguntar para ele mesmo.

– Com quem você esta falando? - uma garota de cabelos castanhos e lisos, sentada próxima a mim pergunta olhando-me assustada.

– Com o Ál... Ál... Com ele. – eu disse apontando onde Álvaro estava, pois não conseguia pronunciar o nome dele.

– Mas não tem ninguém ali. – disse a menina com tom sério – Senta comigo, meu nome é Carolina. – disse pegando minha bolsa e colocando na carteira ao lado da dela.

Achei normal ela não ter visto-o, ninguém havia me visto quando entrei na sala, ele havia sido o único a ver. Quis ficar, mas ele disse para que eu fosse sentar ao lado dela. Às vezes observava Ál sentado sozinho enquanto todos brincavam inclusive eu, me senti má por deixá-lo sozinho.

– Cá, vamos chamar o Ál para sentar aqui. – eu disse apontando para o menino, onde na realidade não havia nada nem ninguém.

– Não! – ela me responde séria, se levantando e indo falar com a professora, voltando logo em seguida.

Voltamos a brincar com a massinha de modelar até cansarmos e trocarmos de brincadeiras várias vezes, mas eu continuava a olhar Ál sempre que podia. Demorou uma eternidade até o sinal tocar para irmos embora. Cada aluno só podia sair da sala quando algum familiar chegasse para buscá-lo, assim que a minha mãe chegou, corro em direção a ela abraçando-a pela cintura.

“Ela se lembrou de mim!” – pensei.

– Dona Evelyn, a senhora teria um momento para falar comigo, por favor? É importante. – diz a professora com uma voz um pouco preocupada.

– Claro, é sobre minha filha? – e a professora apenas fez que sim com a cabeça.

Elas conversaram por algum tempo e depois fomos embora antes que os pais de Ál viessem buscá-lo. No caminho para casa minha mãe questionou sobre ele.

– Ál é um menino da minha sala.

– E ele é legal com você?

– Sim.

Contei a ela tudo o que havia ocorrido e minha mãe apenas sorriu de uma forma que até então, eu nunca havia visto.

No segundo dia de aula, eu não quis ir à escola, o primeiro dia havia sido ruim e fiquei com medo que o outro também fosse. Minha mãe cedeu, mas convenceu-me a ir ao terceiro dia, que foi muito pior que o primeiro. Todos sentaram longe de mim e ficaram cochichando enquanto me olhavam. Alguns meninos me chamavam de louca.

Ál novamente foi o único a me acolher, me acenando assim que entrei na sala. Sentei ao lado dele, dessa vez no fundo da sala, afastada de todos.

– Silêncio! A Julieta não é o que vocês estão falando. Ela é apenas uma garota especial. Sejam bonzinhos e convidem sua amiguinha para sentar perto de vocês! – disse a professora tentando controlar a situação.

Alguns alunos convidaram-me para sentar com eles, eu não quis ir, estavam fazendo isso só por que a professora mandou-os. Ál me disse que era melhor eu conhecer os outros alunos antes de criticá-los, então achei melhor ir. A professora deixou os meninos que me xingaram em pé, olhando para parede enquanto todos se divertiam brincando, menos eu.

Os outros dias continuaram iguais ao terceiro. Eu passei a sentar próximo aos outros alunos e Álvaro distante. De acordo o tempo foi passando, cada um foi encontrando um amigo e eu fui ficando esquecida... Ál, era o meu amigo.

Minha mãe havia me ensinado a rezar, ela dizia que se pedisse do fundo do coração, os anjos realizariam o pedido. Passei então a rezar todos os dias na hora de dormir, pedindo ao meu anjinho que Ál voltasse a falar comigo. Algumas semanas depois Álvaro e eu voltamos a conversar, mas só quando não havia ninguém por perto. Mesmo assim, aquilo me deixou muito feliz.

A preocupação de minha mãe diminuiu assim que a professora contou que eu não falava mais do meu amiguinho imaginário na sala de aula, mas continuava me perguntando sobre ele, atenta a cada detalhe.

Nos anos seguintes, pouca coisa mudou. Comecei a pegar livrinhos infantis na biblioteca para ler durante o recreio, Álvaro que continuou me acompanhando na escola, às vezes vinha em casa me ajudar a fazer tarefas.

Minha mãe passou a me colocar em todos os tipos de cursos extracurriculares que se pode imaginar, afim de que eu fizesse alguns amigos “de verdade” e parasse de falar com meu "amigo invisível" (como ela dizia). Nada adiantou, nem mesmo as aulas de meditação, que segundo a psicóloga que passei a frequentar toda semana, iriam me ajudar entrar em equilíbrio de espírito e me aproximar mais das outras pessoas.

Mesmo não tendo ajudado em nada para minha relação em sociedade ou para me distanciar de Álvaro, descobri um pouco sobre mim e das coisas que eu gostava de fazer. Por isso, com o tempo deixei todos as outras aulas, continuando apenas com arte e meditação.

Como eu era muito introspectiva, meus pais acharam que seria melhor nos mudarmos para o interior. “Será melhor para Julieta, morar em uma cidade pequena, sem muito movimento, com pessoas pacatas que possam aceitá-la”. – diziam eles.

Foi então nos mudamos para Jales... E Álvaro também se mudou.


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Notas finais do capítulo

Espero que eu tenha consiguido agradá-las(os) novamente e que tenha conseguido deixá-las(os) mais curiosas se perguntando sobre a vida de Julie, sobre quem realmente é Álvaro, como Julie e Laura se conheceram e por que elas não podem ser amigas...
Se ficaram curiosas: não se preocupem, já estou escrevendo o próximo cap.
Muuuiiito obrigada por acompanharem minha fic e fiquem a vontade para deixar suas críticas (desde que construtivas!) ... e tipo assim... caaaaso... vocês queiram me deixar algum elogio... ficarei muito... mas muito feliz.
kkk... #zoando - "Vamô para com essa p*//@ de esmolar reviews e favoritos por aqui!!!" - subconsciente falando.
Beijinhos meninas(os) até breve :D