Desligamento escrita por Lena Rico, Ana Valentina


Capítulo 29
Capítulo 28


Notas iniciais do capítulo

Olá queridas e queridos leitores!!

É com grande satisfação que posto mais um capítulo do romance, por favor, deixem seus reviews com suas opiniões e sugestões, só assim poderemos saber o que vocês estão sentindo pela história.

Beiijinhos

♥ Lena Rico e Ana Valentina ♥



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Rapidamente deixamos o Villa Dourados Buffet e Recepções e partimos no conversível de Henrique, um amigo de Laura que também havia estado na festa de Flavinha.

Laura estava no banco da frente com fones de ouvido e abanando as mãos para o alto com uma garrafa de Smirnoff, ao lado de Henrique que dirigia. Lisa estava do meu lado esquerdo com uma latinha de Vodka na mão toda sorridente “arranhando” uma música inglesa. Ao meu lado direito estava Ane, uma outra colega das meninas que mesmo repartindo a bebida comigo estava meio alterada... E eu, o que eu posso dizer de mim? Estava me sentindo um pouco leve, feliz demais, com um pouco de medo e ansiosa para falar com o tal Ramon.

Demos a volta na cidade para exibir o carro de Henrique... Paramos na Gelato Show para levar alguns potes de sorvete e então seguimos para a casa da Ane.

Os pais dela estavam viajando e quando entramos pelo portão da casa, na área, notei que já havia outros colegas deles que haviam estado na festa de Flavinha e alguns que eu ainda não havia visto. O som estava ligado e bem alto, tocava algumas músicas de gêneros variados, as vezes cowntry, as vezes pop rock e até mesmo punk rock.

Todos riam de alguma coisa que nem percebi... Assim que desci do carro meus olhos descansaram em Ramon que estava sentado em uma mesinha branca de área apoiado nos cotovelos, aparentemente perdido em seus pensamentos, segurando uma lata de Coca em uma das mãos.

Enquanto admirava-o perdi Laura de vista... Olhei ao meu redor e percebi que todos estavam concentrados em outras coisas e nem deviam estar prestando atenção em mim... Era a minha chance de falar com Ramon e descobrir se ele era Álvaro...

Eu já estava um pouco alcoolizada, mas eu precisava estar mais para chegar em um provável estranho e questioná-lo sobre Ál... Avistei umas garrafas de cerveja sobre uma mesa próxima a mim e peguei uma pequena. Respirei fundo e bebi metade do conteúdo presente na garrafa de uma vez só. O liquido frio e amargo desceu pela minha garganta... Senti meu corpo aquecer e minha consciência se afastar aos poucos... Me senti forte, corajosa e muito animada... Caminhei inebriada em direção a ele, com as bochechas quentes num misto de vergonha e satisfação do que estava prestes a fazer...

Sentei-me ao lado dele sorrindo e ele esticou os braços para o ar se espreguiçando como se não tivesse notado minha presença. Olhei no fundo de seus olhos e uma sensação calorosa consumiu minha alma, me senti segura... Me curvei sobre a mesa, aproximando ainda mais dele, sem parar de sorrir, hipnotizada pela sua beleza, pela paz que seu ser exercia sobre o meu. Sem que eu pudesse controlar, meus lábios moveram em direção aos dele... Mas ele se afastou.

— Você está bem? – ele perguntou cruzando os braços atrás da nuca.

— Sim. Eu só queria falar com você... – disse constrangida pela loucura que havia tentado fazer.

— Sobre? – questionou ele não demonstrando nenhum interesse, descruzando os braços e colocando-os sobre a mesa.

— Ál? – perguntei colocando minhas mãos sobre as dele, algo que jamais teria feito se não fosse o álcool. — Álvaro.

— De quem você está falando? – questionou ele sem apresentar nenhuma expressão.

Olhei para ele, e senti-me confusa... Uma lágrima escorreu de meus olhos, borrando minha maquiagem. Aquela presença, sem dúvida alguma era de Álvaro, mas suas palavras e expressões eram tão frias, parecia que nem nos conhecíamos... Será que eu estava mesmo enlouquecendo? Será que aquilo tudo era o efeito das bebidas?

Levantei da mesa tentando me equilibrar sobre os saltos, com as pernas tremulas, tentando esconder meu rosto dele. Minha cabeça estava começando a girar e várias memórias ruins passaram como um relâmpago por ela...

Eu expulsando meu pai de casa, pensando estar protegendo minha mãe... A Jaq sendo grossa comigo e se afastando de mim como se eu tivesse me tornado uma pessoa ruim... Álvaro me abandonando... Margo e Laura falando com soberba de minha família... Eu não queria lembrar de nada disso.

— Você está bem? – ouvi a voz de Ramon questionar distante, com um tom que demonstrava preocupação e corri sem olhar para trás.

Entrei dentro da casa procurando por Laura, subi as escadas correndo sem parar tentando fugir de mim mesma, das memórias que me atormentavam... Me agarrava no corrimão para não cair.

Laura estava com seus amigos sentados em círculo no chão rindo, falando coisas sem sentido que para eles parecia ser algo bem engraçado... Flavinha estava com uma mangueira do narguille na boca e Ane estava com outra. Elas aspiraram toda fumaça e antes de tomarem mais uma golada de vodka, soltaram a fumaça pela boca e pelo nariz. Os garotos deram risadas e aplaudiram...

— Quer experimentar? – Laura perguntou olhando em minha direção.

Achei que o que estavam fazendo era imensamente idiota, mas tive que admitir que pareciam estar se divertindo muito... Eu queria fugir de mim, ser alguém diferente e por que não ser como Laura? Como eles? Sentei-me no chão no círculo e peguei uma piteira do narguille na mão.

— Vamos juntas, hein? No três a gente suga a mangueira e depois expulsa a fumaça pelo nariz... – aconselhou Laura, e em seguida os outros iniciaram a contagem progressiva a partir do zero.

Assim que suguei a fumaça pela mangueira, senti minha garganta queimar, meus olhos lacrimejaram e desesperada em busca de ar, engoli a fumaça na tentativa de poder respirar... Meus olhos ficaram vermelhos e comecei a tossir, sentindo falta de ar...

Laura também desesperada com minha reação me ajudou a levantar e bateu de leve nas minhas costas. Flavinha correu até a estante e pegou um leque para me abanar... Outro menino, que mais tarde me apresentaram como Jhow, trouxe-me um copo de água. Ane e Laura me levaram até a janela para respirar um pouco de ar.

— Apaga essa porcaria Diego! Você não tá vendo que isso tá matando a garota?! – gritou Laura brava para um garoto que ainda se encontrava sentado no chão fumando narguille.

— Já estou melhor... – disse para Laura acalmar-se – E não estou morrendo... – esbocei um sorriso ao ver Ramon aparecer pela porta com um ar preocupado.

— Deixem ela comigo, eu cuido dela... Eu vou leva-la para casa... É melhor ela descansar depois disso. – disse Ramon se aproximando e colocando a mão sobre meu ombro, fazendo me estremecer.

— Você tem certeza que cuida dela? – questionou Laura – Ela é minha meia irmã, é meu dever cuidar dela! Você não quer que eu vá com você, Julie???

— Não se preocupe Laura, eu estou bem... E o Ramon não disse que vai cuidar de mim? – sorri feliz e confusa enquanto ele me apoiava em seu ombro e saíamos pela porta...


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