Desligamento escrita por Lena Rico, Ana Valentina


Capítulo 26
Capítulo 25


Notas iniciais do capítulo

Olá queridas e queridos!!

Estamos postando mais um capítulo, prepare seu coração.
Por favor, deixem reviews para que possamos saber o que vocês estão achando do rumo do romance.

Beiijinhos

♥ Lena Rico e Ana Valentina ♥



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Nosso passeio nas ruas da cidade foi muito agradável e ao contrário do que imaginei, foi extremamente fácil conversar com a minha mãe. Ela acabou confessando que sempre soube sobre Laura, apenas achava que o papel de me contar sobre isso era de Gabriel e não dela. Contou-me que era apaixonada por ele:

- Nós morávamos próximos, eu sempre o via na vizinhança, mas só passamos a conversar quando o namoro dele terminou. Ele estava muito arrasado e eu fazia o possível para tranquilizá-lo, o tempo foi passando e eu me apaixonei por ele. Acho que foi recíproco, embora ele tenha deixado bem claro para mim que uma parte dele sempre amaria Margo. Nos casamos, e eu prometi sempre ficar ao lado dele, não me importava de jeito nenhum com bens materiais e pouco tempo depois, estávamos super felizes porque eu estava grávida. Certa vez ele me disse que eu fui a heroína que salvou a vida dele, que voltou a trazer a felicidade e tranquilidade para o seu coração. – disse-me com vestígios de lágrimas nos olhos.

- Mãe, você ainda acha que ele a traiu? – queria acabar com todas as minhas preocupações de uma vez.

- Não minha querida, eu estava muito estressada para ver a verdade, brigávamos muito e eu acabei deixando ele de lado, ele sempre foi fiel a mim. Acabei descobrindo depois que ele tentou imensas vezes contar sobre o retorno de Margo, mas eu estava muito ocupada. Descobri tarde demais que nosso casamento estava acabado, sinto muito ter sido doloroso para você filha, mas meu único arrependimento é não ter sido sincera com você. Entenda querida, uma parte de mim sempre vai amar o seu pai, mas a vida continua, e quem sabe, um dia, eu também não volte a me apaixonar, mas por enquanto, o que eu posso dizer é que não tenho nenhuma mágoa com Gabriel e nem com Margareth, espero de coração, que eles sejam felizes, e acho que, você também deveria se comportar melhor com eles… Isso é importante para eles querida e entenda, nem sempre os caminhos do coração fazem sentido, um dia quando você conhecer algum garoto e estiver amando-o você entenderá. Talvez não seja de todo ruim, você ainda é uma criança, ainda pode recuperar o tempo perdido com sua irmã, fazerem coisas maravilhosas, graças aos céus vocês já são amigas, né. Pense nisso como se agora você tivesse uma grande família. – mamãe estava muito calma e parecia até aliviada pelo rumo da conversa.

O resto da noite transcorreu tranquilamente, não voltamos mais ao assunto, parte porque ela havia falado tudo o que eu precisava ouvir – ao contrário do que pensei, mamãe não estava sofrendo por ficar longe de papai, ela até planejava conhecer alguém futuramente, quem sabe. Resolvi aproveitar completamente a noite, esquecer de tudo, agora não havia mais problemas, na manhã seguinte iria procurar papai, pedir desculpas pelo“show” que eu dei e reconciliar com eles, sim, agora éramos uma grande família. Também ia tentar manter uma relação amistosa com Margo, e com Laura, embora talvez não fosse assim tão difícil, quem sabe agora como irmã eu não conseguiria colocar algum juízo na cabeça avoada dela. Tudo estava caminhando perto do perfeito, a não ser…

A não ser pelo vazio constante em meu coração, como se uma peça de um quebra-cabeça importante estivesse faltando, eu sentia muita falta de Ál, de olhar para aqueles olhos verdes… Por um momento percebi que ultimamente eu estava muito preocupada com todo mundo, não estava cuidando muito de mim, afinal, se eu voltasse a atenção para mim novamente, ficaria perdida, minha respiração ficaria fraca e instável, era doloroso saber que eu teria um futuro pela frente, e nesse futuro não haveria Álvaro.

Apaguei esse pensamento da cabeça antes que eu começasse a entrar em pânico, respirei fundo e comecei a gargalhar com minha mãe. Ela estava rindo de algo e eu nem sabia o que era.

Na manhã seguinte, acordei logo cedo, umas seis horas. Me arrumei rápido, fiz e tomei café com leite, saí antes mesmo de minha mãe ir trabalhar. Sabia que meu pai morava muito longe, por isso coloquei os fones e liguei minha coleção de música favorita, seria uma bela caminhada.

Ao chegar percebi que a casa de meu pai estava toda fechada, por um momento meu coração pareceu parar, um gelo percorreu meu estômago, em nenhum momento pensei na possibilidade dele estar fora, talvez, quem sabe, no apartamento de Margo, já que ele não trabalhava no sábado. Infelizmente, estava muito cansada para refazer o caminho de volta para casa, então, resolvi sentar-me na calçada, apoiando minha cabeça nos joelhos e os abraçando, fiquei assim por um bom tempo.

Acordei do transe sobressaltada com meu pai segurando os meus ombros, não me lembrava do momento exato em que havia adormecido, e nem imaginava quanto tempo fiquei assim, uma garota vulnerável dormindo na calçada, em um bairro rotulado como perigoso, era assustador.

- Pai? – percebi minha voz rouca e meus pensamentos ainda desordenados.

- Julie! Não acredito que você ficou tanto tempo aqui na frente sozinha, você deve estar congelando, vamos entrar, vou preparar um chocolate quente, do jeito que você gosta. – disse-me com voz preocupada e ruguinhas entre as sobrancelhas.

Não pude discutir, percebi que estava muito gelada e até com um leve tremor, o ar estava bem friozinho e eu estava totalmente despreparada, apenas com uma baby look e jeans. Resmunguei alguma coisa e segui meu pai.

A casa dele estava bem arrumadinha, acredite, não tinha nenhuma louça suja na pia, o que era bem estranho, já que ele é homem e morava sozinho, bem, poderia ter sido a mãe de Laura que deixou organizado.

- Querida, porque você não tocou a campainha? – meu pai agora estava com aquele tom de censura.

- Eu achei que você não estava em casa – parecia mais um cãozinho abandonado do que qualquer coisa.

- Bem, desculpa, deixei tudo fechado porque hoje o tempo está mais frio, uma mudança no clima, esse tempo doido hein, um dia um solão, outro frio, talvez seja o tal efeito estufa. Mas que bom que você está aqui, precisamos conversar querida – meu pai estava oscilando de humor, era até engraçado, agora assumira um tom bem sério, como meu professor de história costumava ter.

- Não precisamos, não pai. Eu já sei de tudo e não se preocupe, está tudo bem. Eu só vim para pedir desculpas, sei que agi como uma criancinha mimada ultimamente, principalmente em relação a Margareth, mas agora eu entendo e eu desejo que vocês sejam felizes. Posso tentar aceitar isso. – dei um sorrisinho para fazê-lo se convencer das minhas palavras.

- Ah querida, eu te amo tanto, obrigado por ter vindo, mas sou eu que deve pedir-te desculpas, por ter escondido de você essas coisas, sinto tanto, queria muito voltar no tempo e mudar isso – mais uma vez seu tom agora parecia bem desesperado.

Minha garganta estava apertada, não ia conseguir dizer muita coisa, apenas contornei a mesa a qual estávamos sentados e o abracei, minhas lágrimas vieram aos meus olhos e eu não pude conter.

- Pai, não diga isso, o passado não pode voltar e temos que continuar seguindo em frente, apenas vamos tentar ser felizes, sem tristezas – disse entre um soluço e outro.

Ficamos assim, abraçados, por um longo tempo, até que meus olhos estavam ardendo e não havia mais lágrimas para cair.

O restante da manhã foi calmo, ajudei meu pai a preparar o almoço e almoçamos em silêncio, arrumamos a cozinha e lavamos as louças, meu pai me chamou para ver um filme e fomos para a sala.

Rimos muito ao longo do filme, era de aventura, mas bem-humorado, com um aperto no coração percebi que já fazia muito tempo desde que havíamos passado um tempo assim, juntos e felizes. Eu sentia muita a falta dele, embora eu tenha passado minha infância sendo uma garota problemática e talvez um pouco mais do que a infância, meu pai sempre cuidou de mim, me deu atenção e fazia de tudo para que eu me sentisse bem, contudo era um ótimo pai.

No fim da tarde ele levou-me para casa, após um abraço e um beijo na testa, deixou-me parada no portão. As coisas estavam se ajeitando com minha família, percebia isso, só faltava uma coisa que meu cérebro teimava em me pedir, embora não estivesse muito disposta, sentia como se fosse meu dever, não queria adiar mais, estava na hora… Na hora de enfrentar Laura.


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