Desligamento escrita por Lena Rico, Ana Valentina


Capítulo 12
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Oie, bem-vindas(os) de volta!
Essa semana estaremos colocando no blog três versões de capas para Desligamento em votação, sendo que a capa com mais votos será também exibida aqui no Nyah para capa de Desligamento.
Gostaríamos que todas(os) vocês que acompanham o romance ajudasse a escolher a capa.
Votem aqui:
http://lenaeanapouch.wordpress.com/2013/02/11/votacao-capa/
Muito obrigada pela atenção.
Beijinhos
♥ Lena Rico e Ana Valentina ♥



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Assim que abri os olhos, me vi deitada na cama do hospital… Minha visão estava meio embaçada, minhas pernas doloridas como se tivesse feito uma longa caminhada sem me alongar antes. Sem desviar o olhar do teto, estiquei o braço tentei apalpar minhas pernas, notei que uma delas estava engessada…

Algumas lembranças passaram rapidamente em minha cabeça… Eu sendo pendurada pelos cabelos até sangrar… Uma corja me sequestrando para algum lugar sombrio… Um ser de luz, qual não pude identificar, mas que num fundo sabia que era Ál… De repente dou-me conta de que Laura estava comigo antes de tudo isso ocorrer, e fico desesperada ao notar que não me lembrava dela desde que ela havia parado para atender o celular.

Tentei me levantar e sair à procura de Laura, mas não consegui… A perna engessada não se movia. Notei alguns pacotinhos de soro ao lado da cama, que escorriam por mangueirinhas até meus braços, desaguando em minhas veias… Devia estar em um hospital particular, mas não puder reconhecer qual. Chamei por Laura agitada e algumas enfermeiras vieram.

– Cadê Laura? Onde ela esta? Eu preciso saber se ela esta bem! – comecei a gritar cada vez mais desesperada e agitada.

As enfermeiras me dominaram e deram uma injeção no meu braço… Fui ficando tranquila, até adormecer. Mais tarde acordei com a visita da minha mãe e aproveitei para saber como Laura estava.

– Oi mãe, tudo bem? – cumprimentei-a abraçando fortemente, como se fosse a última vez que fosse vê-la. – Você sabe se Laura está bem? Ela estava comigo… Só me lembro de ver uma luz e mais nada… – achei melhor omitir dela o lugar misterioso, Álvaro, a tortura e todo o resto.

Minha mãe sentou-se ao meu lado na cama do hospital e pôs-se a contar tudo o que sabia sobre Laura e todo ocorrido com a gente até o momento em que cheguei ali.

Fui atropelada por um carro que estava em alta velocidade, ele bateu em minha perna direita antes de parar abruptamente, eu cai no asfalto com o impacto e desmaiei, Laura escutou o barulho, mesmo estando a alguns metros de distância do ocorrido, e olhou para a minha direção. Foi quando me viu caída com a metade do corpo embaixo do carro e desmaiou também, com o celular ainda gritando na mão esquerda.

As pessoas paravam e prestavam ajuda, o resgate chegou e me levou para o UPA, para ser medicada, Laura também foi levada para lá, e deixada em observação por uns trinta minutos antes de ser liberada. Meu caso era mais grave e fui transferida para a Santa Casa, para um dos quartos na ala particular, acordei várias vezes mais em nenhuma delas parecia estar consciente.

Depois de dois dias no hospital para a realização de todos os exames de rotina, ganhei alta. Meu pai foi nos buscar de carro, ambos, meu pai e minha mãe, de acordo em superar todo o clima ruim por algo maior.

Abri os olhos assustada, o quarto estava escuro, quase nenhuma claridade entrava pela janela, precisei pegar meu celular para conferir as horas, eram dezoito horas, o que me surpreendeu. Lembrava vagamente de ter chegado em casa depois de ficar internada alguns dias no hospital, deitado na cama e ficar pensando em toda a minha vida, até mesmo no meu acidente.

Fiquei olhando fixamente para o teto, a fim de clarear meus pensamentos. Depois de tudo que aconteceu e de todas as dores sentidas como poderia duvidar de Ál?

Minha mãe me chamou para o jantar e veio me ajudar a chegar até a sala de jantar, eu não levava muito jeito com as muletas. Nossa sala de jantar era pequena, continha uma mesa redonda pequenina com cadeiras estofadas no meio, quatro cadeiras necessariamente. Uma mesinha ficava no lado oposto da sala abrigando um telefone, com revistas e agendas em suas prateleiras. Havia também vários vasos de flores artificiais esparramados ao longo da parede, deixando aquela mesinha entre várias flores.

Sentei em uma cadeira que desse para ficar de frente para ela, comemos em silêncio, minha mãe havia feito meu prato favorito, macarrão ao molho de tomate apimentado e batata frita, numa tentativa de me dar as boas vindas.

Após a refeição recolhi os pratos, desastrosamente e com muita dificuldade, para lavá-los, achando que nosso momento em família havia chegado ao fim, mas ela me seguiu, aparentemente havia muitas coisas que precisávamos conversar.

– Julie, eu sei que o que houve entre eu e seu pai não foi fácil para você, mas você precisa entender que foi o melhor para todos. Nós estamos separados, mas ainda somos os seus pais, você pode visitar o Gabriel a hora que quiser, pode até passar algumas semanas com ele, apesar de tudo, ainda somos amigos, e estamos preocupados muito com você. Você precisa se abrir com a gente, precisa desabafar, nós estamos tentando fazer o melhor para você mas você precisa contribuir conosco. Não adianta ficarmos quebrando a cabeça para fazer você ter uma vida boa, se você acaba nos excluindo, primeiro foi aquela sua crise na escola, depois esse seu acidente de carro…. Querida nós amamos você, junto ou separados somos sua família, não queremos que você comece com manias suicidas, só queremos que nossa filha seja uma pessoa de bem. Então, o que eu estou querendo dizer é que nós conversamos sobre a situação e decidimos que o melhor seria buscar ajuda profissional, já que você não quer conversar com a gente então que converse com um profissional… Só estamos tentando fazer o melhor para você. – disse encarando-me com aqueles olhos castanhos muito preocupados.

– Mãe, eu estou bem, não quero buscar nenhuma ajuda profissional e desde quando eu tenho culpa pelo acidente? Até onde eu sei foi um acidente. Eu sei e entendo a separação de vocês e apesar de continuar amando o papai, não quero conviver com ele, ele não nos respeitou e não quero visitar aquela casa com aquela mulherzinha rondando por lá. A vida toda vocês me trataram como se eu fosse uma menininha problemática, mas as coisas não são assim e eu já tenho idade suficiente para decidir o que é o melhor para mim, então, por favor, não precisa se envolver com isso, eu estou bem e vou ficar bem. – disse, diria que saí correndo para o meu novo quarto, mas correndo não seria a palavra adequada.

Entrei e bati a porta, me joguei na cama, arremessando as muletas para longe, enterrei meu rosto no travesseiro e comecei a chorar, não acreditava nisso, apesar de tudo eu era uma adolescente normal, igual todos os outros, não queria passar a vida toda indo a psicólogos, ninguém merecia isso.

Ouvi passos no quarto e alguém tocou em meus cabelos e começou a acariciá-los. Como ela poderia fazer isso comigo? Dizer que sou problemática com todas as letras e ainda vir em meu quarto se desculpar??? Virei-me disposta a encará-la pelo tempo que fosse necessário, não ia voltar atrás com a minha palavra.

Levei um susto, não era a minha mãe sentada em minha cama, era outra pessoa, uma pessoa que fez meu coração começar a bater descontrolado e borboletas baterem asas em meu estômago, alguém que me aceitava do jeito que eu sou e que me ensinou o sentido do amor, era Álvaro.


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