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atalanta
ID: 9924
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  • 15/12/2008


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    Porque eu escrevo?

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    Eu escrevo porque acredito na imortalidade das palavras e na eternidade dos livros. Afinal de contas sei que um dia minhas mãos não terão força para erguer a caneta (ou digitar), minha mente não vai ser tão veloz para organizar os pensamentos. E que não haverá platéia para o meu silêncio. Mas escrever me faz feliz, gosto da essência de criar uma história, de fazê-la crescer e ganhar vida. Gosto da viagem que minha mente empreende quando me deparo com um novo capítulo. É fascinante!

     

     

    Escrevo para realizar o que é imaginário, colocar as idéias no papel é libertador. Aprendi que ninguém se lembrará de mim pelos meus pensamentos ocultos, só me resta expô-los aqui.

     

     

    Meus personagens são fragmentos de mim mesma, são exatamente a minha alma dividida em outros corpos. Detalhes simples e incrivelmente importantes para o que sou hoje. Nuances da minha personalidade e mesmo tendo visto muito de mim em outros, sei que arranhei apenas a superfície. Alguns pequenos detalhes distribuídos entre eles. Kira tem um jeito especialmente desafiador, o queixo erguido, ainda que às vezes amedrontada. Peter tem uma aura secreta de quem esconde tudo. São todos como eu, sou como Carmem, independente demais para pedir ajuda, ou talvez isso seja arrogância?

     

     

    Tenho os olhos felinos de Allison. Compartilho aquele ar levemente apaixonado de Brian. Mas escondo os sorrisos verdadeiros, como a perigosa Scarlet. Sou uma Dama da Noite como ela, escondida na segurança noturna. Ouço palavras secretas, um mero sussurro de magia quando escrevo. Por que eu acredito nisso, afinal o ofício de escrever histórias tem algo a ver com a magia.

     

     

    Dei a Ryan um lado maduro e exigente, o que resultou num homem experiente, então criei Victoria para equilibrá-lo. Permiti que ele se contagiasse pela juventude dela. Recriei o passado dos deuses, fiz um novo futuro. Gosto de Jack, sexy e perigoso. Mas me encanta a simplicidade de Lucas (o personagem).

     

     

    Pergunto-me, ocasionalmente, se serei capaz de escrever mais um capítulo. Se eu serei adequada para criar um personagem e no fim ele já tem vida própria. Tão palpável quanto eu. Uma vida pulsante, escondida numa mente em turbilhão. Eu questiono sempre os atributos do que escrevo, por que antes de tudo sou alguém que preza pela qualidade. Como a inteligente Elle, analisar e avaliar são naturais para mim. A incansável busca pela perfeição.

     

     

    Sou acessível por natureza, paciente por experiência e ambiciosa por criação. Uma mistura e tanto! Gostaria de saber realmente o que isso gerou. Eu, obviamente.

     

     

    Uma das pessoas mais inteligentes que conheci me definiu como uma pessoa oscilante. Ele estava certo, poucas coisas para mim duram o tempo suficiente para serem marcantes. Tudo passa e pouquíssimas coisas ficam em minha vida. Sou a eterna transição. De alegre a furiosa, de meiga (?) a introspectiva. Queria ontem, hoje quero outra coisa. Amanhã já não tenho tanta certeza. Sou de natureza mutável, mas apegada ás coisas importantes. Essas têm lugar especial. Muitos passarão pelo meu caminho, mas apenas aqueles verdadeiros serão dignos do título de amigos e apenas um será chamado amor.

     

     

    Enquanto eu não mudo de idéia, continuo escrevendo, até que se torne um hábito. Hábitos só vêm com a prática.

     

     

    Peço a Thot, todos os dias que ele me abra as portas da inspiração, que a magia não me abandone. E secretamente peço pelo dom de escrever.

     

     

     

    V. 

    19 de setembro de 2009

     

     

    Mais uma mudança...