Quatro pequenas letras que unidas tem um significado que a maioria das pessoas insiste em ignorar, é possível amar quando não se pode ver, ou até mesmo tocar quem desperta esse sentimento, não é uma pergunta, é uma afirmação.
A maioria dos romances lhe fazem crer em príncipes encantados que lhe trarão flores, ou lhe levariam para cama para melhor noite da sua vida e não ligariam no dia seguinte, para iniciar uma verdadeira perseguição de gato e rato, ou até o velho clichê dos opostos que se atraem, geralmente é isso que domina os contos, livros e filmes atualmente, mas não se ama apenas assim, não se ama apenas um tipo de pessoa e apenas desse modo.
Por toda sua vida, foi dominada pela descrença, sabia que não existia Papai Noel, muito menos Coelhinho da Páscoa, cresceu e não acreditava em signos, mapa astral e sobrenatural, sabia com repudio das armações das igrejas e templos, a única coisa em que não havia perdido a fé, era na sua própria sanidade, e agora, depois de tudo, não sabe se ao menos pode contar com isso.

A maioria das histórias tem em seu inicio um lugar diferente, com "novos começos" e a minha não foge a regra. Eva Alencar se mudou a pouco tempo para uma cidade localizada próximo ao centro do Rio de Janeiro, pra onde havia sido transferida após concluir seu doutorado em medicina obstetrícia, tendo de lidar com preconceito por parte de mães que não aceitam que uma mulher homossexual lhes toque, além de estar se apaixonando pela mulher de seu superior no hospital.