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Invictus
ID: 15998
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  • 31/05/2009


  • *Jazz sendo tocado por um sexteto, enquanto o apresentador do programa dança alegremente. De repente, ele fecha a mão no ar e a música para.*

    -Hoje temos um convidado especial! Ele, que é um escritor de renome mundial, sempre escrevendo muitas coisas relevantes, traduzido para 59 línguas... Invictus!

    *A platéia vai ao delírio nos aplausos. As mulheres gritam orgasmicamente.*

    -Depois dos comerciais.

    *Entra comercial*

    -Cansado de ver suas roupas não caberem? Não tem tempo para malhar? Seus problemas acabaram!!! Chegou o Super-mega-hiper-laser Malha-Plus!

    --BLABLABLA--

    *Volta o programa. Na mesa, o gordo apresentador. No sofá, um homem negro, alto, cabelo grande.*

    -Então, Invictus, vamos começar falando do seu nome. Você se chama Victor? *tom de ironia* É uma hipótese frequentemente levantada.

    *Risadas discretas vindas da platéia*

    -Não, não. O nome é esse por causa de um poeminha.

    -E qual seu nome real?

    -E te importa?

    *Platéia: uuuuuh. O guitarrista do sexteto ri escandalosamente.*

    -Bom, bom. Claro que não. Hehe. Falemos de outra coisa, então. Como você começou a escrever.

    -Bem, foi na escola. Tinha uma professora chamada Tia Suzi, e ela não deixava eu escrever com a mão esquerda, então, eu virei destro. Ela começou ensinando o alfabeto, e eu sempre tinha preguiça de fazer a caligrafia, e por isso minha letra...

    *Risadas. O guitarrista do sexteto ri absurdamente alto.*

    -Não, me refiro à escrever ficção.

    -Ah, isso. Bom, também foi na escola. Comecei a gostar das redaçõezinhas. Tá, mentira. Sempre detestei redações. Preguiça de fazer, e falta de liberdade. Comecei fazendo fanfics, no fanfiction.net. Ainda tenho uma conta lá, mas não acesso há eras. Depois, pulei pro ramo dos poemas, tenho uma boa quantidade guardada. Daí que pulei para o Shoujo-ai&Yuri, escrevendo fics originais yuris. O SaY sumiu, e eu passei ao fanfictionforum, publiquei uma coisa ou outra, ri bastante, e depois fiquei fora da net, escrevendo em casa mesmo.

    -Interessante. Por que parou de escrever fanfics?

    -Não parei. Só não escrevo há um bom tempo. Duas coisas. Primeiro, por que diminui a quantidade de anime que eu assisto, infelizmente. E segundo, por que a fanfic ela tem uma vantagem e uma desvantagem: ela é fácil de escrever, mas difícil de se sair da "rotina". Fácil no sentido que a escrita... Ela...

    -Flui.

    -Isso, ela flui facilmente. Salvo em momentos de bloqueio. Mas é difícil você fazer bem e diferente. Como certos limites estão preestabelecidos, você acaba diminuindo sua liberdade criativa. Mas lógico, existem exceções, boas e ruins. O maior exemplo, pra mim, é a Kath Klein, que escrevia fics de Sakura Card Captors no fanfiction com uma maestria surpreendente.

    -Interessante. E atualmente, o que você escreve?

    -Ano passado conclui minha maior obra, com 110 folhas de word, letra 12, espaçamento de uma linha entre parágrafos. Vou postar aqui. Depois desse, nunca consegui concluir uma história. Atualmente, tenho alguns projetos em aberto: Soldat, O Despertar, Crônicas de Aris: Destino, Crônicas de Aris: Os Heróis de Prata, Mares Metálicos... Pretendo postá-los aqui. Alguns nunca serão concluídos, mas é a vida. Escrevo poesia, também. E, por alguma razão, parei de escrever histórias curtas.

    -Certinho... Agora vamos falar de você. É conhecido que, mesmo sendo cético e ateu, você tem certa curiosidade sobre astrologia. Qual seu signo?

    -Touro. Eu tenho essa curiosidade, sim. Por que, pra mim, se a ciência não encontrou respostas satisfatórias e um fenômeno é sensível, deve-se levá-lo em conta. Não quer dizer que a astrologia é confiável, apenas que ainda não foi explicado como é que tanta gente - eu incluído - sinta tanta empatia com o que é dito. Exceto sobre previsões. Essas aí, pra mim não valem. Mas, por exemplo, as descrições de personalidade são impressionantes.

    -Você tem um interesse especial em línguas estrangeiras, e isso é visível em algumas fics. Por que isso?

    -Eu gosto de aprender novas línguas. Mesmo que no duro, no grosso, sem método. Falo inglês fluentemente, mas acho pouco. Já usei também o francês, o latim, o alemão e o japonês em algumas histórias, mas tudo muito superficial.

    -Música. Algum interesse musical?

    -Tantos, que você ia ter de fazer outra entrevista pra eu falar sobre música. Mas vamos lá. A música é minha segunda arte. Gosto de rock, principalmente. Com foco em grunge rock e brasileiro. Punk Rock e Indie Rock também. Metal, só de vez em quando. E outras coisas, de jazz à MPB. Não sou eclético, por que não acredito no ecletismo, mas gosto de tudo o que me agrada, sem preconceitos. Se não gosto é por que conheço.

    -Certo, certo! Você costuma abordar a homossexualidade em suas obras. Isso tem alguma coisa a ver com sua vida pessoal?

    -Sim.

    *Platéia: HUUUUUUUUUUUUUUUM. Mulheres: Aaaaaaaaaaaaaaahhh...*

    -Mas não por eu ser. Sou heterossexual. Minhas obras não são sobre a homossexualidade, principalmente. São sobre discriminação, sobre injustiça. A homossexualidade foi recorrente até o momento -- duas obras grandes sobre --, por que é a mais óbvia. Mais do que o racismo: o racismo é óbvio por que todo mundo debate. A homofobia não. Todo mundo pratica. E se você tenta quebrar o preconceito, sofre ele.

    -Interessante. Muito bom... Mas já que é assim, quais outras histórais suas que falam sobre outras coisas? Afinal, até agora, só foram publicadas histórias sobre homossexualidade, segundo o que me consta.

    -Mares Metálicos inclui o assunto de drogas, apesar de não ter sido publicada ou terminada. Soldat ensaia falar sobre xenofobia e nacionalismo, mas como não passei do primeiro capítulo, não dá pra falar assim. Guerrilla, uma fic muito velha que não terminei, é sobre repressão política. No fundo, sempre minha ficção é sobre a realidade. Mas procuro escrever sem me ater à cânones ideológicos, se não, não flui. Basicamente, foi por isso que Guerrilla deu errado.

    -Por que você evita dar informações pessoais onde todo mundo pode ver?

    -Não é bem assim. É que não gostaria de, por exemplo, um familiar meu botando meu nome no google e descobrindo o que ando fazendo. Um dos grandes benefícios da internet é a anonimidade. Eu uso esse direito. Da mesma forma, não gostaria de um desconhecido adicionando um familiar meu no orkut e batendo papo com ele, isso me incomodaria.

    -Certo... E sobre ideologia? Professa alguma, tem essas crenças?

    -Ideologia pra mim não é crença, é ação. Sou socialista desde as raízes. Não acredito que as coisas vão dar certo no capitalismo pra sempre. A crise tá aí pra provar isso. Sou militante partidário, militante de movimentos sociais, mas a única ideologia que norteia minha ação pessoal é a minha ideologia.

    -Vida pessoal. Tem algo a dizer?

    -Não.

    -Por quê? Você não quer só anonimidade? Então, podia falar sobre isso aqui anonimamente.

    -Mas eu não sei quem está lendo isso. Sou cuidadoso. E tem outra, né, se você mostrar o truque, a mágica fica sem graça.

    -Aaaaah, entendi. Então, vamos à um rápido intervalo, e aguarde o próximo bloco de entrevistas com Invictus!