Magic And Alchemy escrita por Amatsune


Capítulo 2
Capítulo 1 - Paris


Notas iniciais do capítulo

Tá aí, o capítulo 1; espero que aproveitem
Desculpa a demora ^^



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Paris

 

 

 

 

 

 

Em fim ele via algum sinal de vida no horizonte. Segundo os mapas era a cidade de Paris. Ele nunca tinha ido a Paris, mesmo tendo morado tão perto — ele morara em Londres, antes do incêndio. Diziam que a cidade era esplêndida, mas ele não conseguiu apreciar tanto assim a vista. As luzes eram de fato estonteantes, no sentido de deixarem tontas ao vê-las. A cidade parecia cuspir as pessoas para fora. Era inicio de outubro. Uma brisa soprava folhas ao ar, em direção a ele. No horizonte, ele podia ver o sol se por. Não passava de uma ilusão de ótica, causada pela cortina de fumaça que cobria os céus. Mas ainda assim era incomodo, doía os olhos. Os fachos de luz batiam nas folhas dando a elas um brilho secreto. Ele olhou para a cena atentamente, piscando algumas vezes para diminuir a irritação na visão.

Ele desceu a colina de onde estava e foi diretamente para o centro da cidade. Era enorme. As pessoas circulavam para todos os lados. Carros flutuantes cruzavam as avenidas da capital francesa. Trafegando caoticamente.

Apesar do tempo ter trazido muitas evoluções para a humanidade, os seres humanos continuaram idiotas. O uso do petróleo só diminuiu após os céus se tornarem cinza o tempo inteiro. Ainda assim, a poluição industrial se mantinha, impedindo que as árvores conseguissem desfazer os estragos causados pelo homem.

Arthur seguiu em meio a multidão até um hotel. Ele passaria umas noites na cidade, mas não ficaria muito tempo. Ele não poderia se estabelecer em lugar algum por muito tempo. Se o fizesse, ou o governo do Mundo Submerso, ou o do Mundo Subterrâneo o encontraria.

Arthur sabia que aquilo era uma corrida contra a magia, mas não podia evitar. Ele estava cansado de lutar. Enquanto não fizesse vinte e um, sua vida se resumiria a sumir.

Logo que entrou no hotel ele foi atendido. No entanto, suas vestes rasgadas contribuíram para olhares desconfiados.

— Boa tarde senhor. — O atendente lhe cumprimentou de cara amarrada. Medindo-o da cabeça aos pés, tentando supor o que alguém tão mal vestido queria num hotel de tão alta classe.

— Oi, — respondeu o garoto rispidamente — quero um quarto simples, com banheira.

O atendente olhou o rapaz de novo. Convencido de que era apenas um adolescente importunando-o, ele respondeu.

— Desculpe, mas estamos lotados.

Arthur sabia que ainda não era alta temporada, e nem se quer feriado ou fim de semana. Era uma segunda-feira. Ele logo entendeu a arrogância do funcionário à sua frente. Mas, antes que pudesse responder qualquer coisa, o homem voltou a falar.

— Já que não podemos ajudá-lo, peço que se retire. — ele virou para os seguranças acenando com o olho — Com licença, tenho que atender o restante da fila.

O garoto preferiu não discutir. Ele tinha dinheiro mais que suficiente para passar anos ali — o dinheiro dos magos valia consideravelmente mais que o dinheiro humano comum. Saiu pela porta da frente, encarando os seguranças que olhavam para ele feito lixo.

Ele aguentava ser insultado discretamente, mas aqueles dois brutamontes o estavam encarando sem nem tentar disfarçar. Isso despertou um sentimento de fúria intensa dentro do menino.

Arthur estalou os dedos e uma forte rajada de vento os empurrou para trás enquanto abria a porta para ele. Deu meia-volta e passou na frente de toda a fila. Virou para o homem que o atendera alguns segundos atrás e falou:

— Me desculpe, não pude deixar da notar sua arrogância, quem você e os outros funcionários são para agir assim comigo, em? O dono do hotel?

— Sou o gerente. Agora, saia, antes que eu tenha que chamar a segurança.

— Eu quero um quarto — disse tirando um bolo de dinheiro de mago do bolso e jogando no balcão. O dinheiro mágico se transformou em euros, sem que o gerente do hotel notasse — com banheira, entendeu?

Com aquela quantidade enorme de dinheiro no balcão, o homem ficou atônito. Como uma criança podia ter tanta grana e anda assim, tão largado?

Com muita relutância o gerente se recompôs e disse:

— Para quantos dias, senhor? — enrolando um pouco demais na última palavra.

— Uma semana — respondeu Arthur grosseiro.

— Como quiser.

Em menos de cinco minutos o funcionário do hotel fez sua chave magnética e devolveu o troco do rapaz. Arthur entregou a mochila a um funcionário fazendo pouco caso desse. Se tinha uma coisa que ele não suportava, era arrogância para com ele. O funcionário pegou a mochila e acompanhou o garoto até seu quarto. Arthur deu a ele vinte pratas e dispensou-o.

O quarto em que ele se hospedou ocupava um andar inteiro. O espaço ali dentro era imenso. Das janelas ele tinha uma visão completa de várias ruas de Paris. Ele observou a Torre Eiffel por um momento. Aquela estrutura estava de pé havia séculos. Apesar de todas as guerras humanas e de toda a confusão mágica, as coisas continuavam inteiras. Quase. A natureza estava quase extinta. Apenas alguns países conservavam extensas áreas de mata virgem.

Arthur estava cansado da viagem. Passara três dias viajando em linha reta em cima da prancha flutuante e mais cinco horas a pé, depois que a prancha se desintegrou no ar. — Esse era um dos grandes problemas de se usar magia sem converter uma matéria em outra. Quando se está sem energia para manter o encantamento, o que quer que se tenha criado some no ar, sem deixar rastros. — Foi bastante cômodo chegar a Paris.

Ele sentou-se na cama para relaxar um pouco. Ficaria uma semana ali e precisava estar recarregado para poder seguir viagem. Iria comprar mantimentos para viajem e alguns objetos para poder realizar encantamentos. Não podia, porém, levar muito peso.

O menino pegou sua mala e tirou de lá o livro “Guia de campo dos Cientistas”. Folheou as páginas a esmo, até que se deparou com um artigo interessante:

 

 Golens,

Criaturas que podem ser criadas por alquimistas como armas numa batalha. Os golens também podem servir como escravos, realizando, desde tarefas domésticas, até trabalhos mais pesados. São extremamente fortes e fieis à seus criadores. Não obedecem outros sem que seu Alquimista mande ou permita.

Os golens são criaturas mágicas de ranking elevado, tendo cinco classes principais (A-B-C-D-E — na ordem do mais forte para o mais fraco.) e um nível secreto, que é capaz até de lançar feitiços simples e criar pequenos golens de nível E.

Não são tão poderosos quanto homúnculos, mas cumprem suas funções muito bem. Por ser uma invocação de curta duração, é um dos preferidos dos Alquimistas.


            Ele pensou nisso por um momento. Se havia algo que poderia carregar as coisas para ele, certamente esse algo era um golem. Fazia tempo que ele não tentava, mas certamente naquele livro deveria ter algumas instruções de invocação. Qualquer coisa seria o suficiente para ele. Talvez depois de uma lida ele conseguisse invocar alguma coisa. Nem que fosse apenas um classe B.

Ele virou mais umas páginas e encontrou o que procurava:

 

A invocação de golens

Para invocar um golem são necessários:

— Muita terra ou metal

—1 imã grande

—3 gotas de sangue para cada classe (A=15, B=12 C=9…)

—1 fragmento de cristal branco puro (diamante funciona bem melhor)

—Catalisador:

·         Gema Lilás = A

·         Gema Azul = B

·         Gema Verde = C

·         Gema vermelha = D

·         Gema Amarela = E

·         Se utilizar as cinco gemas juntas e colocar 90 ml de sangue é possível invocar um golem de nível secreto. (É altamente aconselhável usar sangue do invocador. Não se há registros de que uma invocação secreta tenha sido feita sem mais de um alquimista. Apesar disso, uma tentativa não mata, só que pode comprometer sua capacidade de invocação futura.)

Não é recomendado fazer uma invocação de alta classe antes de testar o nível de seus poderes alquímicos, em alguns casos, isso pode levar a uma exaustão intensa, dependendo da sua capacidade físico-intelectual.


Arthur ficou intrigado. Ele precisava carregar material mágico pelo seu trajeto e isso uma prancha não poderia fazer. Além do mais, ele queria saber até que ponto ele conseguiria invocar sem símbolos. O livro não trazia nada sobre isso, e certamente o gerente do hotel não ficaria nada feliz em encontrar o chão e as paredes do quarto todos rabiscados.

Já era tarde, porém, e Arthur estava muito cansado. Ele escondeu o livro dentro da mochila e se deitou. Havia seis anos que não se dormia numa cama boa como aquela — desde que perdera seus pais — e ele precisava mesmo dormir. Sairia no dia seguinte para comprar os ingredientes para o golem. Por hora, tinha que descansar.

 

*****

 

Arthur estava tomando café quando sentiu que havia algo de errado. Desde a noite anterior ele pensou estar sendo vigiado, mas não deu muita atenção àquilo por dois motivos. Primeiro, estava cansado. Segundo, era um quarto cheio de janelas para todos os lados, era completamente normal que alguns curiosos de outros prédios conseguissem ver o que se passava.

Ele concluiu que deviam ser somente as câmeras de segurança do hotel. Ainda assim, preferiu manter-se alerta. Coisas ruins acontecem com aqueles que não tomam cuidado.

Ele terminou seu cappuccino e saiu às compras. Ele decidiu primeiro treinar com terra, mas que seu golem deveria ser de metal, para que fosse mais resistente. Quanto ao nível, ele não fazia idéia de qual ele poderia alcançar sem praticar, mas certamente teria que comprar de todas as gemas um pouco, só por garantia.

O ímã podia ser de neodímio mesmo, ou talvez de ciêntrio — elemento descoberto apenas na sociedade dos Alquimistas, não adianta procurar na tabela, não consta lá — ambos eram fortes. Mas ciêntrio era mais caro, só que bem mais resistente. Além disso, neodímio tinha utilidade eletromagnética alguma, comparado ao ciêntrio.

O problema seria achar os ingredientes em uma cidade anamaga. Paris era uma cidade grande, certamente escondia seus segredos. Arthur só tinha que saber procurar. Sua licença de mago classe A de nada valeria ali, ainda mais para comprar materiais alquímicos.

Ele foi vagando pelas ruas principais, em busca de alguma coisa que sugerisse uma loja mágica. Se ele encontrasse uma dessas, certamente ele encontraria uma loja química. Os humanos trabalhavam com alguns elementos em farmácias, mas nada comparado com o que ele procurava.

Depois de vagar horas a fio sem encontrar nada, Arthur resolveu entrar em um café. Ele se sentou numa mesa no canto e pediu o cardápio. Ele olhou o menu, atrás de alguma coisa para beber, quando algo chamou sua atenção:

 

Café M&A………….………………………………….12,00

Somente os verdadeiros sabem do que se trata, peça informações aos nossos atendentes.

 

Ele chamou a vendedora, aquilo era um sinal. M&A — Magos e Alquimistas — ali ele conseguiria as informações de que precisava.

 

 


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Notas finais do capítulo

Entãoooo, por favor deixem reviews.
Tenho muito medo de leitor fantasma, por favorzinho, quero saber o que acharam.



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