Magic And Alchemy escrita por Amatsune


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Tá aí, o prólogo da minha história. Espero que gostem ^^.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/99965/chapter/1

 

 

 

Prólogo

 

 

 

 

 

 

E lá estava ele de novo, como diversas vezes antes, encarando o horizonte ao longe, enquanto refletia. Não era noite, tão pouco era dia. Esse tipo de noção havia se perdido há muito, assim como a perspectiva de uma vida. Em sua cabeça se passavam todos os tipos de pensamento, sobretudo a fuga. Ele não podia mais viver assim, a vida de guerreiro não era para ele. Ele se virou de volta para a cama a sua esquerda, analisou os livros ali empilhados: “Os três níveis conhecidos da magia”, “Água, Fogo Terra e Ar: Como controlar os elementos”, “Magia mental avançada” e “Coleção química do século, guia de campo dos cientistas”, esse último ele havia conseguido com um cadáver de um cientista.

Não havia muito mais lugar para ele ali. Não que ele não fosse mais útil, mas ele não queria mais lutar, não queria mais a morte. Ele viveria livre, e treinaria a magia como nos tempos antigos, em harmonia com a natureza. Ele estava decidido a fazê-lo há muito, mas a coragem é que lhe faltava, até agora.

O garoto de apenas 16 anos, cabelo longo de um louro tão claro, que na luz do sol era quase branco. Seus olhos vermelho-sangue brilhavam intensamente diante do que estava por fazer, acendeu uma pequena luz na palma de sua mão e apagou as chamas que crepitavam nos suportes nas paredes sem dizer uma palavra. Deitou-se e fingiu que estava dormindo.

Cerca de duas horas depois se levantou, arrumou sua mochila rápida e silenciosamente. Primeiro os livros, eles seriam importantes para a sua sobrevivência, lhe permitiram lidar com os Alquimistas caso cruzasse com eles. Obviamente ele poderia ter acesso a esses diversos exemplares desses livros na biblioteca central, mas para ter poder adentrá-la precisaria ser alguém de importância, não um ninguém como era. Pegou umas poucas mudas de roupa. Ele passaria a vida viajando, aparecendo e sumindo, descobrindo os segredos da vida, alem do sofrimento da guerra. Ele pegou um mapa e analisou os mapas mais uma vez e fechou-os na mochila. Voltou ao seu lugar na janela e sussurrou um breve adeus.

Da janela ele pulou, e com um breve estalar de dedos, sua capa se dividiu e transformou-se em duas asas, de plumagem negra como a noite, — a noite como nós conhecemos, para ele, dia e noite já tinham o mesmo tom cinza escuro, triste e sem vida — começaram a bater, no começo lentamente para fazer o menor ruído possível, atingindo por fim uma velocidade considerável. Depois de distanciados cerca de dois quilômetros, as asas se transformaram em dezenas de corvos, que ficaram rondando seu mestre, antes de se reagruparem e, com outro estalar de dedos, eles sumiram no ar.

Ele olhou para trás. Ao longe ele via a construção antiga, onde havia morado por três anos, privado de quase tudo. Ao menos uma coisa havia tirado de bom daquele tempo, como ali não tinha nenhum custo, o soldo de três anos lhe rendeu uma pequena fortuna com a qual ele poderia viver por mais três, uma vida simples, ou por três meses, vivendo uma vida abastada. Não que o salário fosse tão grande, ainda mais para sua patente, mas para alguém que nunca tivera quase nada, mesmo esse pouco era uma quantia considerável.

Arthur não havia entrado na guerra porque achava-a divertida, mas porque não tinha outra maneira de se sustentar. Era um Mago talentoso de fato, mas sem contatos seu talento iria completamente pro lixo. A guerra era secular, feita às escuras, longe dos olhos dos humanos comuns: era entre Magos e Alquimistas, os dois usavam magia sendo que o primeiro grupo seguia a magia antiga, da natureza e suas forças, enquanto os Alquimistas preferiam as transmutações. Aquele menino não era nem um, nem outro, — na verdade era um híbrido entre os dois, um híbrido extremamente talentoso em ambas as artes — por isso era tão poderoso.

Quando faziam cinco anos, as crianças eram avaliadas. O teste consistia em uma simples demonstração de magia, para determinar a qual classe ela pertencia: Humano, Mago ou Alquimista. Obviamente entre casais de Magos ou de Alquimistas normalmente nasciam crianças de classe igual a dos pais. No entanto, entre humanos podiam nascer Alquimistas ou Magos, por isso todas as crianças de quem se tinha registro eram testadas. Arthur era filho de um amor misto, entre uma Bruxa — os Magos eram conhecidos por: Bruxos, Feiticeiros, Arcanos, Encantadores, dentre outros nomes. — e um Químico — os Alquimistas eram denominados por: Químicos, Cientistas, Transmutadores, Geneticistas etc. — o que gerou um bebê híbrido, capaz de realizar as duas artes.

Seus pais previram isso quando ele nasceu por isso preferiram não registrá-lo. Só depois de ele completar sete que eles fizeram sua certidão de nascimento e identidade, classificando-o como Mago.

Os testes eram feitos de maneiras que passavam despercebidas aos humanos, poderiam ser realizados por um pediatra ao qual os pais levaram o filho, ou um professor no colégio. Uma vez classificado como uma dessas classes, as crianças eram levadas pelas ordens. Constantemente crianças feiticeiras eram levadas por cientistas, ou para experiências, ou para serem treinadas contra sua própria classe, quando não eram imediatamente assassinadas.

As que eram levadas às suas respectivas ordens eram treinadas até completarem treze, quando eram fortes o bastante para serem mandadas para a guerra. Os pais de Arthur o haviam treinado para ambas as classes de magia, porem deram ênfase à magia antiga, para fazer jus a sua mentira. Ainda assim, o menino tinha um talento nato para tudo. Aprendia qualquer magia com uma ou duas tentativas, o que indicava que seus poderes, espiritual — ligado a magia arcana — e intelectual, — magia química — eram muito elevados.

Foi justamente esse enorme poder que causou a morte de seus pais. Um dia, quando tinha dez anos, durante um treino de invocações ele acidentalmente criou uma fênix maior do que deveria, o que causou um fluxo muito grande de calor, e originou o incêndio na mansão onde moravam. Ele fora rico um dia, mas com a morte dos pais, só poderia acessar esse dinheiro novamente quando completasse vinte e um.

No incêndio ele perdeu toda a vasta biblioteca de sua família, e como tudo aconteceu quando era muito jovem, pouco ele recordava sobre a alquimia. Ele ainda fazia coisas impressionantes, como a asa que a pouco usara para escapar, mas isso não era lá grandes coisas. Antigamente, podia invocar até três gôlens de classe A de uma só vez, podendo invocar outros três em apenas vinte minutos. Isso sim era poderoso, apenas um desses realizava o trabalho de quinze homens adultos fortes. Na guerra, esse tipo de talento era muito apreciado, um único bioquímico desse nível podia manter uma frente de cinco Magos ocupada por mais de duas horas. Agora, porém, até mesmo um golem de classe D era tarefa complicada, não porque ele havia enfraquecido, mas porque ele não sabia mais os círculos e as fórmulas utilizadas para tal.

A vida agora seria outra, ele teria que viver por cinco anos sem ser nunca descoberto. Nunca na história se ouvira falar de um híbrido, e por isso, era melhor ele não chamar a atenção das autoridades. Seria um ninguém, procuraria abrigo nas cidades humanas onde poderia passar por um reles mortal, mantendo as práticas mágicas entre quatro paredes, longe do governo das terras submersas. Talvez, se aventurasse a procurar livros de alquimia e genética avançadas, onde poderia readquirir as habilidades de transmutação.

A melancolia daquele céu cinza dava a ele uma verdadeira descrença. Ele revirou os olhos e suspirou. Em algumas horas dariam pela sua falta e mandariam uma equipe de busca, era bom ele acelerara viagem. Ergueu a mão esquerda, e com o indicador fez desenhos no ar. Após algum tempo o desenho, antes invisível, brilhou numa luz vermelha e lá surgiu uma prancha flutuante. Firmou os dois pés sobre ela e flexionou levemente o joelho direito que ia afronte. Com esse pequeno estimulo, a prancha começou a se mover para frente, ganhando mais e mais velocidade enquanto subia.

 

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Se você chegou até aqui, deve ter lido tudo, né. Por favor, deixe comentários e sugestões, eu suplico. Qualquer coisa, eu esclareço as dúvidas.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Magic And Alchemy" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.